quarta-feira, 13 de março de 2013

MVLN - Capítulo 19

 MVLN - Capítulo 19 - Dor - parte 2




– Jane! – Alice e Edward a cumprimentaram, mas não era um tom amigo, nem cordialidade, era como dar bom dia ao inimigo.

– Apenas faça o que ela mandar e não fale – avisou Alice.
Edward segurou em minha mão e me levou com eles, a vampira indo na frente, Alice em meu lado e os outros em nossas costas, bloqueando qualquer tentativa de fuga. Seguimos por uma escadaria, mármore por todos os lados, a diferença era que no piso o mármore era áspero, certamente para evitar escorregões e na lateral liso, chegamos a uma sala ampla e bem arejada. Apesar de estarmos em uma espécie de subisolo.
Uma jovem, linda e humana estava na recepção, nos cumprimentou e o vampiro Demetri flertou com ela, ela corou, muito a vontade – ela sabe? – perguntei, sem esperar a resposta, Demetri sorriu mostrando os dentes grandes e brancos, em uma carranca assustadora, mas que não a afetou.
– Terei o prazer de transformar a Gianna! – disse voltando ao seu posto, após dizer algo no ouvido dela.
– Ou podemos degustar – disse a tal Jane com a voz vazia.
Acenou para o elevador, Edward me puxou para que eu entrasse, Alice me flanqueou, Demetri e Felix nos flanquearam e Jane entrou por ultimo, quando se abriu, seguimos por um corredor e depois paramos em frente a uma enorme porta de mármore. Sua mão gélida segurou a minha com um pouco mais de força.
Jane abriu a porta como se fosse um tecido sendo jogado em um canto qualquer. Isso nos deu acesso a um enorme salão, na outra ponta foi como estar no escritório de Carlisle, a pintura que esta em seu escritório é a mesma visão que estou tendo. Os três tronos, ao lado seus ocupantes.
Um branco como mármore, os cabelos loiros, tão loiros que ficavam brancos, o outro também com pele de mármore, mas os cabelos negros, como uma plena escuridão. Mas o mais intenso e que me deu calafrios caminhava em nosso encontro. Seus cabelos tão negros quando o do outro, a pele conseguindo ser ainda mais translucida, seus olhos estavam vermelhos, mas não como os dos outros, pouca intensidade, pouco alimentado.
Aro Volturi, líder do mundo vampiresco.
– Meu querido – disse com uma voz distinta, firme se aproximando e pegando a mão de Edward que segurava a minha – vejo que finalmente encontrou sua Isabella – disse, mas seus olhos estavam em mim.
– Sim, um pequeno milagre!
– Certamente, tão raro nossa adorável Alice errar!
– Incomum eu diria – respondeu Alice, cordialmente.
– La tua cantante – disse e respirou fundo, seus olhos ficaram macabros – como consegue? Godetevi il bouquet senza prendere il vino! (Apreciar o buque sem tomar o vinho!)
– Me esforço! – ficaram em uma comunicação silenciosa. Pelo que entendi Aro lia pensamentos com o toque, essa é única explicação.
– Aro pode ler todos os pensamentos que já tive com apenas um toque... – disse Edward, respondendo minha duvida, antes que eu perguntasse.
– Não sou o único, caro amigo, você é um dom maravilhoso, mas não consegue atingir a mente desta jovem...
– Pergunte-a – disse Edward e no outro segundo Aro estava em minha frente, estendeu a mão em um convite.
Eu não tinha exatamente uma escolha, ele só esta sendo cordial, estendi minha mão, comemorando mentalmente por ela não estar tremula, sua pele é tão delicada quanto a dos outros, fascinante, tentei não mover músculo algum, quando na verdade queria sentir sua pele, Aro me puxou, segurando minha mão entre as suas, voltei meus olhos para o seu e ele esta com olhos fechados.
Uma pequena ruga se fez em sua testa, minha outra mão coçou para tocar, mas consegui me frear, ele é diferente dos outros vampiros, tudo nele grita perigo, mas isso só faz aumentar a curiosidade, como uma criança pequena, mesmo com nojo ou medo de algo, ela quer tocar, quer ver se é real, ele me fez sentir assim. Reprimi um suspiro de alivio quando libertou minha mão e me voltei a para o lado de Edward.
– Magnífica! – suspirou – eu não vi nada – disse sorrindo como uma criança pequena indo em busca de seus doces em um dia de Halloween. Andou pelo salão, pensativo,virou olhando de Edward e eu – será que ela é imune a todos? – Edward enrijeceu – Jane querida?
– Sim mestre?
– Não! – gritou junto a vampira e avançou nela.
– Dor – ouvi sua voz suave de sino e o estrondo de Edward desabando perto de seus pés.
Foi como ter uma parte do meu corpo arrancada, Edward estava caído, seu rosto de anjo desfigurado por uma carranca, seus dentes trincados enquanto seus corpo sacudia em espasmos violentos, tentei seguir ate ele, mas fui presa, Alice me segurou, antes que eu movesse um dedo.
– Parem! Por favor? – gritei
– Jane – comandou Aro e os espasmos de Edward começaram a diminuir – prossiga querida – ouvi seu outro comando, mas mantive meus olhos em Edward.
Seu peito sobia e descia com violência, seus olhos cravados em mim, uma suplica em seus olhos, Alice me soltou e seguiu ate ele, ajudando a sentar e levantar, nosso olhar foi quebrado pelo guincho. Voltei meus olhos para a direção e a vampira, estava com os dentes a mostra, ele deu um passo em minha direção e Aro ergueu a mão, parando-a.
– Tão fascinante! – disse assombrado e deu uma gargalhada, estranha, que não combina com ele, caminhou para meu lado – o que eu faço com você, minha criança?
– Sabe o que deve ser feito...
– Uma lei foi desrespeitada – disseram os outros de seus tronos.
– Aro... – começou Edward, mas Aro já se afastava. Virou para seus irmãos, voltou-se para nos, Edward me apertou ao seu corpo. Meus olhos estavam em Aro e vi perfeitamente quando tomou sua decisão.
– Felix? – disse e tudo girou.
Em um segundo estava ao lado de Edward e no outro estava de costas para os tronos, nas costas de Edward, um som grotesco rompeu o silencio. Senti-me ser girada novamente, sentindo o cheiro de Alice, quando finalmente consegui olhar para eles, eu não vi, realmente. Tudo era um misto de cores e borrões. Alice lutava mais próxima de mim, com o vampiro Demetri.
Edward estava do outro lado, não conseguia ver muito. Pedaços de mármore caiam para todos os lados e braços gélidos me seguraram com força no outro segundo estava do lado de Aro. Ele segurou com leveza minha mão, puxando-me para sua frente. Colou seu corpo ao meu e segurou meus pulsos ao lado do meu corpo, como grilhões.
Eu lutava pra entender o que ocorria, um baque no topo da torre e no outro segundo Edward caminha para mim e o outro vampiro que me trouxe para Aro veio em nosso frente – Alec – ouvi a ordem de Aro soar suave e no outro segundo ele já não estava em minha frente e Felix segurava Edward pelo pescoço o socando no canto do salão.
Ouvi o grito de Alice e voltei-me para ela, Demetri a segurava pelo pescoço, mantendo os pulsos presos em suas costas, Eu não conseguia entender a luta de Edward e Felix, um socava o outro em algum canto, isso era tudo que eu detectava. Eu não queria isso, eu precisava voltar com eles, eu nunca me perdoaria por destruir a vida deles e por não cumprir minha promessa.
– Parem? – e a luta parou, mas não por meu pedido, Felix segurava Edward com mais força, ajoelhando-o entre os degraus em frente ao trono, ao meu lado – Aro por favor? – digo tentando virar, meu coração falhou diversas vezes, meu corpo chicoteou ao ver Felix erguer o queixo de Edward – me mate? – gritei quando ouvi algo trincar – me mate – digo olhando para Aro assim que ele me permitiu girar – faça o que quiser comigo, mas deixe-os ir! – digo chorando apavorada.
Aro me olhava intrigado, fez um sinal para Felix, ele segurou Edward como Demetri segura Alice. Olhou por muito tempo para Edward e depois para mim. Tocou meu rosto, movendo meu cabelo para trás, tocou de minha fronte ate meu queixo, um inicio de sorriu surgiu em seu rosto.
– Seria mesmo capaz. Por um de nos? Um monstro sem alma? – dizia surpreso olhando para Edward.
– Você não sabe nada sobre a alma dele, para se ter alma é preciso fazer por merecer – digo sem conter meu nojo, ele pode ser um monstro, o rei dos vampiros, mas não sabe nada sobre Edward, nada sobre almas. No outro segundo eu estava entre seus braços, seu punho fechado sobre meu pulso, cheirou e deslizou os dedos por minha cicatriz.
– Se ao menos estivesse interessado em dá-la a imortalidade – disse com tristeza para Edward. Soltou meu pulso e afastou meu cabelo, fechei os olhos no momento em que se inclinou, ouvi os gritos de protesto de Edward e Alice. Esperei pela dor.
– Espere, eu poço, eu vou transformá-la? – ouvi Alice. Aro me puxou para seu lado, o tal Alec me segurou também.
Demetri a soltou e ela veio rápida em nossa direção, removeu a luva que só agora me atei que ela usava. Estendeu a mão e Aro segurou com voracidade, seus olhos presos no outro. Soltou a mão dela com visível contragosto. Sorriu para mim e fez sinal para Felix libertar Edward. Puxou-me novamente sorrindo, tomando meu rosto entre suas mãos.
– Deslumbrante jovem Isabella, será verdadeiramente a mais Bella entre as imortais. Seus dons... – disse dons com um tom desconhecido um sentimento que não compreendi – vá, esperarei por noticias – disse a ultima parte olhando para Edward.
– Irmão?
– Não tenhamos pressa meu irmão, esta jovem será indescritível entre os nossos – disse me libertando, fui rebocada por Edward. Eu não conseguia me mover, literalmente de cara com a morte e mais uma vez me safei. A porta foi aberta novamente.
 
– Heidi chegou com a refeição! – disse outro vampiro.
– Acompanhe-os Demetri, melhor serem rápidos, não será agradável – disse Aro com os olhos pousados em mim.
Sorrindo saudoso para mim e depois cortes para Edward, beijou a mão de Alice e se afastou. Demetri nos guiou pelo mesmo caminho, mas no meio do corredor uma vampiro com o vestido vermelho com uma longa fenda passou por nos, com um grande grupos de turistas, alguns olhavam a construções assustados, outros intrigados, algumas crianças sorriam, correndo entre eles, um de seis anos no máximo, segurava a bainha do vestido da vampira.
Edward me colou ao seu corpo e apressou os passou, praticamente me carregando para dentro do elevador, vi o grande portão se fechar após alguns outros vampiros entrarem no sala e então eu ouvi, todo os sorrisos e gritinhos alegres foram trocados por gritos de desespero e socorro, Edward cobriu meus olhos e ouvidos, mas já era tarde.
Chegou com a refeição!
Estremeci, eu não queria essas memórias, meu estomago se contorceu e percebi que ele estava vazio, quando o acido amargou minha boca, forcei para não vomitar. Mantive meus olhos baixos, as portas se abriram e estávamos novamente nos corredor de Gianna.
– Esperem o anoitecer, tome – disse Demetri entregando uma blusa negra para ele.
Não esperei que me dissessem algo, simplesmente segui para o banco assim que suas mãos me soltaram e tudo a minha volta tremia, mas na verdade, era eu, eu que tremia, um nó sufocava minha garganta. Eu não estava preparada pra isso, tanta crueldade! Tantos... Agora sim, uma explicação para que ajam tantos desaparecimentos, mas crianças?
– Bella? Bella? Beba, isso fará bem – ouvi ao longe Alice me chamar, ergui meus olhos, ela segurava um copo cheio de água, Gianna trazia uma bandeja com biscoitos, parecia preocupada, o ato de ambas me deu nojo.
– Eram só crianças – cuspo e a ânsia volta – preciso usar o banheiro – digo tapando a boca, no outro segundo estava dentro de uma das cabines e Alice segurou meus cabelos.
Não havia muita coisa pra ser jogada fora, apenas pouca água e acido, ainda sim parecia que minhas tripas sairiam. Abaixei a tampa e Alice se encarregou de dar descarga. Apenas abaixei minha cabeça sobre a privada. O rosto da criancinha voltando em minhas pálpebras, céus poderia ser meu afilhado, eles se quer cresceram. Tão repugnante.
Só crianças... Eu não sabia que estava dando um show, mas Alice me abraçando e mantendo a mão gélida em minha testa, trouxe um pouco de lucidez em minha dor, soluços rasgavam minha garganta, eu não queria ficar naquele lugar, perto desses Volturis, nesse momento desejei ser imortal, só por um momento.
Ser essa vampira extraordinária, como ele disse, apenas para destruir um por um, mas principalmente, destruir, transformar essa maldita Heidi em pedaços, com lentidão e jogá-la na fogueira! Tirei a mão de Alice de meu rosto. Limpei meu rosto das lagrimas, levantei jogando água em minha boca, meus olhos estavam muito vermelhos e nunca odiei tanto uma cor.
Joguei água em meu rosto, esfreguei, joguei dentro dos meus olhos, piscando desconcertada pela ardência e claridade que os envolveu. Quando me inclinei para pegar uma dos papeis, Alice me entregou uma toalha, borda com suas inicias. Enxuguei meu rosto e evitei olhá-la. Entreguei e fiquei um tempo respirando, me acalmando.
– Falta... – minha garganta arranhou, limpei e tentei novamente – falta muito para anoitecer? – minha voz saiu melhor.
– Infelizmente! Só passamos 30 minutos com eles – disse suavemente.
Voltamos para a recepção, Edward caminhou para meu lado, mas não me segurou. Sentei novamente e fechei meus olhos. Eu não queria ficar aqui. Eu queria ir embora, pra minha casa, meus pais, meus amigos meu jake... tateei meus bolsos, meu celular estava ali ainda, intacto, abri o bolso com agilidade, precisava saber sobre eles, eu queria ouvir a voz deles.
Precisava de um pouco de humanidade, precisava saber da minha amiga, de jake. Quando apertei as teclas, bufei irritada, sem bateria, droga! Joguei de volta ao bolso, puxei minhas pernas e esperei...
– Mamã, mamã! - um menininho corria para meus braços – vai levar mamã pameia? – me perguntou com olhinhos brilhantes - de um verde profundo mesclado com castanho, uma mistura linda e perfeita - e um sorriso banguela – vai mamã Beia?
– Bella? – ouvi me chamar, um cheiro bom, almiscarado e hortelã invadiu minhas narinas, senti algo gelado em meus lábios, suavemente, meu corpo esta pesado.
Abriu minhas pálpebras com dificuldade, Edward estava inclinado, seu rosto muito próximo do meu, seus olhos negros cravados no meu. Manchas roxas em volta de seus olhos, deu um pequeno sorriso e senti seus braços me apertaram, só então me situei de estar em seu colo, tentei levantar, mas ele me segurou. A corrente elétrica percorrendo cada parte do meu ser!
– Já podemos ir! – disse Alice, me ajudando a levantar e ouvi um levo bufar de Edward. O tal vampiro voltou, meu corpo reagiu rápido, me escondi atrás de Edward e Alice, nojo e pavor bailando em meu peito. Edward me puxou para seu peito e não retruquei, eu não queria olhar pra outro vampiro. Nenhum deles.
– Esperem aqui? – disse Alice quando chegamos do lado de fora e sumiu.
Edward me manteve em seu aperto, eu evitei pensar no presente, no que aconteceria agora, ele já não estava em perigo, eu já não estava em perigo, cada um seguiria sua vida, afastei novamente os pensamentos e logo Alice surgiu com outro carro, preto, nada chamativo, Edward me pôs no banco de trás e manteve colado em mim. Eu não queria o seu toque, na mesma proporção que quero.
Não saber o que sinto, não ter essa exatidão é no mínimo sufocante. Minha cabeça pesando, meu estomago deu uma revirada e um ronco rompeu o silencio, Alice me olhou pelo retrovisor,uma conversa muda com ele. Não contive um suspiro de alivio ao passamos pela placa em italiano dizendo, volte sempre a Volterra.
– Bella? – olhei para ela – vamos parar em um drive tour, o que vai querer? – pensei em negar, mas sua cara foi incisiva – diga ou eu peço!
– Coca e um hambúrguer!
– E uma barra de chocolate! – disse e sorriu, tive a leve impressão de ver seus olhos desfocarem, mas estava com sono pra prestar atenção. Edward me apertou mais.
– Vão caçar e me deixem comendo aqui! – digo, eu precisava pensar e bem, se Edward iria sumir novamente, nada melhor do que essa oportunidade que lhe criei.
– Posso fazer isso quando voltarmos.
– Vamos voltar em um avião, lotado de humanos idiotas, não quero presenciar outra carnificina – digo com asco e mordo meu hambúrguer.
– É melhor caçar Edward, assim ficará melhor, com essa cara de abatido, vão pensar que contraiu alguma doença e não nos permitirão embarcar, vá, eu cuido dela e das passagens – disse Alice e não me importei de olhá-los.
A qualquer momento ele sumiria novamente, por que me atormentar em memorizar novamente cada detalhe de seu rosto, seu sorriso e forma de me olhar? Não preciso de mais uma sessão de torture a Bella que passei durante meses, tomei um lata e pedi outra, pude sentir os olhos de ambos me encarando, Edward beijou o topo da minha cabeça e reprimi um duplo calafrio, maldita corrente elétrica. Terminei meu lanche e Alice permanecia me estudando. Voltamos para o carro e esperamos por Edward, quase uma hora depois, quando já estava começando a cochilar, ele apareceu.
Senti alguém me sacudir, estávamos indo para o check in e um dos policias me queria lúcida, passamos por todos os trâmites legais. Sentei na janela e Edward sentou ao meu lado, deixando Alice na cadeira do corredor, tentei por um tempo ignorar minha dor, meus traumas e medos, mas Edward puxando minha mão e fazendo círculos com o polegar não ajudava. Puxei minha mão.
Após um tempo o ignorando, segui para o banheiro, escovei meus dentes com vontade, nem queria imaginar o bafo que eu estava, após tudo. Escovei meus cabelos e passei um creme em meu rosto, eu estava acabada e se eu chegasse assim, meu pai me estriparia e depois tentaria o mesmo com ele.
...
– Bella? – olhei a contragosto, seus olhos agora dourados, sem manchas, mordi meus lábios para conter um suspiro, tão lindo, um anjo caído, mentiroso e traidor.
– Eu estou cansada Edward, não quero ouvir mais insultos.
– Eu nunca iria te insultar! – um riso de escárnio escapando.
– Claro que não, você foi real, finalmente verdadeiro, eu que devo desculpas por ser humana! – digo pesando na ironia e sarcasmo.
– Eu fui um idiota, eu...
– Olha Edward, eu não quero explicações ok? Pode voltar a fazer o que faziam antes, sem remorso ou culpa, a humana esta viva e ficará bem! – digo um pouco alterada – a única coisa que eu sei que quero e voltar pra minha casa, pro meu afilhado!
– Eu nunca vou me perdoar...
– Pois devia, você só fez o que VOCÊ achava o certo! – digo e me aconchego no banco, uma das aeromoças veio trazer o travesseiro e manta e aproveitou pra esfregar as tetas de vaca leiteira pra ele.
– E o senhor? – disse melosa, bufei e virei para a janela. Oferecida!
Acordei com Edward me chamando, eu estava colada a ele, o encosto da minha cadeira estava levantado, transformando meu acento em nosso acento. Seu rosto esta inexpressivo. Ouvimos o comando para apertarmos o sinto para aterrizarmos. O desembarque Edward não me segurou, apesar de manter o corpo perto do meu, um simples movimento e sua mão tocaria na minha.
Assim que passamos pelo portão pude vê-los, Jasper e Esme. Com agilidade, ainda humana, Esme se chocou com Edward, puxando-o forte, Alice já estava nos braços de Jasper um abraço forte, ele sorriu pra mim e deu um beijo na testa dela, simples, mas intimo de mais e afastei meus olhos.
– Obrigada Bella! – disse Esme estendendo os braços e não me fiz de rogada com ela, ignorei sua mão estendida e a abracei, era como estar nos braços da minha mãe e contive o choro – obrigada por salvar esse rebelde! – sorri para ela – nunca mais se atreva a me dar um susto desse rapaz.
– Não mamãe, nunca! – disse e sorriu para mim.
– Desculpe acabar com o clima, mas eu tenho que ir pra casa levar uma senhora bronca e ver meus amigos... – digo e seu rosto muda, Esme olha para Edward e depois me sorri fracamente.
– Vamos então, precisamos conversar – disse Esme e preferi ficar colada a ela,,. ela mantinha Alice com as mãos grudadas nela, que ainda caminhava abraçada a Jasper. Ignorei o fato dos outros não estarem, talvez Carlisle esteja cuidando de algo serio. Nos acomodamos no carro de Carlisle e Jasper dirigiu feito um lunático. – aconteceram algumas coisas enquanto estiveram fora Bella.
– O que foi que o Charlie aprontou? Ele deve brigar comigo, não com vocês... – digo e vejo o carro passar direto por minha casa – o que aconteceu?
– Tivemos problemas com Victoria – senti o poder de Jasper, ele mandou calma, muita calma, meu corpo relaxou quando eu deveria estar em pleno alerta – ela essteve perto da casa, tivemos alguns desentendimentos com os Quileutes...
– Diga logo Esme!
– Isso causo sustos em Pamela – desespero rompeu e nem mesmo o dom de Jasper foi capaz de diminuir, lagrimas gordas transbordaram, soluços romperam.
– Como ela esta? – não reconheci minha voz.
– Ela esta na sala de parto nesse momento – mas... Ela mal completou sete meses, isso é perigoso.
Droga! Eu não devia ter saído de perto dela!
– Pisa fundo Jasper! – rugi.

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