Aquele sensação de quase morte persistiu, aquele berço vazio era o meu pesadelo encarnado. A certeza que meu pequeno não estava comigo.
Eu conseguia ouvir a movimentação no andar de baixo, dos amigos de Charlie, policias ou não, empenhados em encontrar Ale, uma busca inútil. Não foi um humano que o levou.
Apenas essa linha de pensamento deixava um rastro de dor por meu peito. O dia havia amanhecido e permaneci sentada sobre minha cama, o único movimento que consegui forçar meu corpo a fazer.
Me esforçando a entender os motivos para sequestrar uma criança, um bebê indefeso, minha nuca latejando, uma dormência subia por minhas costas.
Um toque persistente soou. Meu celular vibrava sobre a cômoda, olhei de relance sobre a tela e o nome Victoria reluzia.
– Alo? – digo rápido, um riso que me lembrava o dela pode ser ouvido antes da linha cair. Eu já retornava a ligação, quando um apito de mensagem soou.
“Quer o bebê? Siga minhas ordens. Eu não brinco quando ameaço, se demorar pode não encontrar o bebezinho nadador.”
Meu coração disparou, já conheço o bastante da determinação de Victoria para saber que ela não mentiria como James e que cumpriria cada ameaça feita.
Eu seguiria a risca cada uma delas, não importa o que tivesse que fazer.
“O que tenho que fazer?”
“Anote o que eu mandar e pra segurança do bebê, não traga seus amiguinhos, estou preparada pra isso e você não terá um corpo para velar.”
Peguei a caderneta na gaveta e anotei o que mandou por mensagem, dobrei o papel e enfiei no bolso ao ver o carro de Carlisle estacionar.
Eles não podem saber, se quer suspeitar. Apaguei as mensagens o numero de Victoria e desliguei meu celular, colocando no bolso com zíper e joguei o bloco dentro do banheiro.
Eu teria que esperar, enganar e me desvencilhar de todos. De forma alguma os Cullens podem suspeitar, não quero mais interferências.
E o mais importante, eu não posso morrer sem lutar, preciso pensar e lembrar de armas que possam destruir um vampiro.
– Bella? – Laura chamou mais alto.
Esme e Rosalie estavam com ela dentro do meu quarto e eu ao menos me dei conta disso. Acho que deveriam estar me chamando a muito tempo.
Laura nos deixou a sós e Rosalie desceu junto, Esme caminhou em minha direção, seus passos lentos e calculados. Como se estivesse esperando que eu fosse explodir.
E sinceramente, se isso acontecer não será da forma que ela imagina. Eu não queria verbalizar nada, caso fizesse, eu poderia ceder com facilidade a qualquer pergunta.
Esme me abraçou, puxando-me para a cama e deitando em seu colo, fiz agindo mecanicamente. Sentia sua mão gelada sobre minha cabeça e nuca, diminuindo a dor pulsante, minhas mãos afundavam em sua perna, machucando apenas a minha mão.
Ela se quer percebeu, assim como não saberia dizer se tentou dialogar, minha mente trabalha em possibilidades, probabilidades. E não havia muitas opções ao meu favor.
Em dado momento vi Carlisle entrar, ele dizia algo baixo para um Charlie carrancudo na porta, vi quando removeu uma seringa da embalagem e levantei rápido.
Eu não serei dopada. De forma alguma.
– Afasta isso de mim! – literalmente rosnei.
– Finalmente resolveu falar! Você esta assim desde a noite, você só tirou o vestido porque a Laura forçou. Precisamos de você lúcida!
– Me dopando?
– Você precisa descansar, querida – Esme tentou.
– Eu não preciso descansar, eu preciso encontrar o Ale...
– Você vai descansar, Isabella e quando acordar conversaremos sobre as investigações. Agora você vai sentar ai e deixar Carlisle aplicar o remédio. Deus lhe ajude se eu tiver que sentá-la. – Charlie disse em um tom que jamais usou comigo.
– Será rápido Bella, só alguns horas, antes de anoitecer estará acordada – emendou Carlisle.
– Tudo bem.
Mesmo após o remédio ser aplicado, meu corpo se negou a aceitar o efeito, eu não queria dormir e as coordenadas em meu bolso não poderiam ser retiradas dali e vista por nenhum deles.
Senti meu corpo ser embalado, pequenos movimentos que trouxeram o sono, um sono que lutei para expulsar.
Acordar e ver Edward foi devastador, a felicidade de sua volta, a revolta pela partida, os motivos de sua volta, a guerra eminente contra os volturi...
Tudo deixado para um lado, um canto escuro da minha mente. Uma luta que talvez eu não estaria viva para enfrentar, mas que de certa forma eu fui a causadora.
Eu só poderia ficar calma e esperar que no final de tudo, Charlie e Laura não fossem afetados por esse mundo.
Que a morte de Alec ajude os Cullens, um grande perigo a menos. Jane afeta um por vez, eles resolveriam isso.
Quando desci encontrando os outros e as Denali, apenas fiz a curva em direção a porta o mais rápido que minhas pernas conseguiam.
– Emmett? Poderia me levar ate a fronteira Quileute?
– Bella... – Alice surgiu em minha frente. Um pedido mudo de aproximação, apenas acenei, sendo abraçada. – não quer descansar mais?
– Não. O Emmett...
– Esta tirando o carro da garagem!
– Obrigada.
Segui para a varanda, Jasper estava do outro lado, conversando com outro vampiro, outros vampiros surgiram a minha frente e perdi o ar.
Uma mulher de cabelo escuros, alta e com corpo volumoso surgiu com um homem mais alto que ela e uma baixinha de cabelos cacheadinhos ruivos escuro, se não fosse os olhos vermelhos ela poderia ser um pequeno anjo.
– Soubemos do aconteceu, prazer em conhecê-la, jovem humana – disse o vampiro, eles já me conheciam?
– Liam, Shiobhan e Maggie? Carlisle ficará feliz por terem vindo – disse Alice.
– Tomamos a liberdade de avisar a alguns conhecidos – disse a que, pelo que entendi, chamava-se Shibhan.
– Por favor, entrem. Nossa família esta lá dentro. Eu vou levar a Bella pra casa. – disse Emmett após buzinar chamando minha atenção.
Apenas acenei para os desconhecidos de olhos vermelhos e segui para o carro, Emmett ao contrario de Edward ou Jacob, não veio abrir porta, ficou batucando no volante.
Ele parecia ansioso, mas seguiu na velocidade humana. Não fez brincadeiras ou puxou assunto, não me sentia bem para perguntar quais os planos. Mas precisava fazer um pedido, e a coragem surgiu ao vê-lo estacionar no limite da fronteira.
– Emmett... se algo acontecer, se... – eu não poderia comentar sobre Victoria. – se Aro conseguir o que quer de mim, vocês, alguém cuidaria dos meus pais, do Phil e da Laura?
– Não vai acontecer nada, Bella. Seremos muitos e com Alec fora, minha Rose e a peste da Alice vai dar um jeito na cara de limão da Jane! Vamos botar os três patetas pra correr! – disse bagunçando meu cabelo. – agora para de ser pessimista, nos somos os vampiros, mas quem tem o corpo lacrado é você, quantas vezes já esteve com os pés na cova?
Sorri e comecei a abrir a porta, quando vi um movimento na floresta.
– Bella? – me inclinei na janela, Emmett sorriu mostrando suas covinhas – vamos acabar com eles, encontrar meu neto e ainda vou assistir o Charlie ter um principio de enfarte ao entregar você ao Edward no altar! – disse gargalhando no final e começou a manobrar o carro.
– Pensei que ficaria em casa hoje. – ouvi quem eu procurava.
– Era com você que eu queria falar, tem mais alguém por perto?
– Não, Seth tá fazendo ronda do outro lado.
– Jake?
– Percorrendo um perímetro maior com Sam e Leah.
– Preciso da sua ajuda, Paul. Os outros só podem saber quando ficar em cima da hora. – sussurrei.
– O que vai aprontar?
– Por enquanto só precisa saber que terá vampiros para matar e que precisamos ir a uma oficina, roubar um lança chamas – continuei sussurrando.
– Eu recebi ordem de manter a segurança.
– Sam especificou? – Paul sorriu entendendo meu ponto.
– Não! Só disse pra fazer a segurança com Seth e os rapazes. – disse esfregando as palmas.
– Vamos?
– Onde?
– Norte de Seattle.
Paul foi ate uma das arvores e voltou como um lobo cinza, moveu me convidando a ir para a mata, deitou e subi sobre suas costas, segurando firme, deitei sobre seu dorso.
Com olhos firmemente fechados, sentindo apenas o vento forte forçando meu corpo a abandonar o calor do dorso do lobo. Precisei esperar por um tempo estressante e longo para que sua corrida se transformasse em um trote errôneo, ate parar e deitar.
Foi quando tive coragem para abrir os olhos, estávamos sobre um morro, um enorme muro de mansão a nossa frente e toda a Seattle crescendo a nossa vista.
Paul foi ate uma das arvores e voltou em sua forma humana, vestindo uma blusa que ate o momento não havia reparado levar no que antes era sua pata.
– O que faremos agora?
– Quando se transformou...
– Eu disse que faria algo, não pensei em você. Seth acha que vi uma turista gostosa.
– Espero que ele pense assim e que você não tenha problema.
– Há uma oficina e revendedora a algumas quadras daqui, teremos que ir andando.
– Temos tempo.
Seguimos em um breve silencio, não precisei explicar muito, Paul havia entendi o que faríamos, e que eu precisaria de um potente lança chamas e muita gasolina. Roubaríamos se não aceitassem nos vender. Assim como a gasolina.
Achando melhor que eu esperasse do outro lado da rua, Paul seguiu com o meu cartão para a oficina. Minutos passaram ate que ele voltou um pouco emburrado e de mãos vazias, seguimos em silencio virando na esquina e já começaríamos a discutir o roubo quando fomos interrompidos.
– Oi, ainda bem que andam devagar. Eu ouvi, cara o que disse e posso te ajudar, claro que tem que ser uma grana boa.
– Um potente? – o homem sorriu como Paul fez antes ao contar sobre vampiros para matar.
– Aquilo na loja é chocalho para bebê perto dos que tenho.
– Agora?
– Pagando-me, entrego na hora!
Começamos a seguir o homem que caminhava por vielas que se tornavam menos ilumina e por alguns instantes deixei de acreditar no que foi dito e que ele poderia estar nos levando para uma armadilha.
O problema de Seattle era que suas enormes construções impediam a luz do sol, fazendo algumas regiões escurecerem antes mesmo do crepúsculo começar, o que era o caso dessas ruas.
Meu sangue gelou quando vi vários homens, altos e musculosos se aproximarem após o homem fazer sinal.
– Ele esta querem um brinquedinho, e tem dinheiro.
– O que eu disse sobre mulher? – um dos homens se pôs a frente, a testa franzida e muito irritado, me olhando.
– Acho ate que ela é muda! – brincou.
– Ele é puro?
– Ele tentou comprar na oficina – disse com ar de descrença.
– Ok. Pulga? – uma criança, bem. Um garoto que deveria ter no máximo treze anos surgiu de outra viela. – busca a 20.
– Por quanto?
– 500 pratas.
– Vocês teriam gasolina? – me intrometi e todas as cabeças viraram para mim.
– Não vai precisar de gasolina.
O garoto surgiu com um maçarico, segurando enlaçado nos braços e afundado no peito uma grande botija de gás.
– Se usar gasolina, você pode por uma casa a baixo...
– Ou um grande galpão?
– Oh sim, fácil.
– Aqui. – disse Paul entregando o dinheiro com uma mão e pegando o maçarico com a outra, sem se importar em mostrar sua força. – antes que me esqueça. Nunca nos vimos.
Paul não se importou em apenas dar as costas para todos assim que terminou de falar. Seguimos de volta e por uma curva, apenas enlaçou minha cintura e correu pelo caminho pouco iluminado. Entrando na mata e me pedindo para fazer silencio.
Vimos os mesmo caras surgirem minutos depois na rua, suas cabeças virando freneticamente pelo caminho, eles claramente nos procuravam.
– O que há em você? Será que essa pela branca ao extremo é um imã? Nem garotas mais gostosas que você atraem tanto os caras! – dizia movendo a cabeça em negativa.
– O que eu fiz?
– Eu espero que você vire uma vampira e o sanguessuga se ferre com você, não quero ter que quebrar algumas caras sem necessidade para que o Jake não pare na cadeia! Quais as coordenadas?
– Um galpão velho, do outro lado da cidade, Victoria me enviou mensagens. Ela quer que eu vá sozinha. Acho que ela não vai estar. Assim como Ale não estará lá, eu só preciso acabar com alguns ajudantes e estar em outro lugar, indefesa.
– Nem pensar. Se você não estiver ao meu alcance, nada vai acontecer.
– Calma, se transforme e avise aos outros. Conseguiremos chegar ao local e se Victoria tentar fugir, tanto os lobos quanto os Cullen a cercaram!
– Ao menos vimos os treinos dos sanguessugas nas clareiras.
Preferi não me fixar aos detalhes que Paul liberava em cada conversa. Após farejar seguiu atrás da arvore e se transformou, rosnou algumas vezes e depois ganiu, se transformando em minha frente.
– Desculpe, mas Sam estava começando a me passar uma ordem. – disse já de costas e indo ate sua roupa. – não temos muito tempo, ao que parece eles estão aqui perto. Os pais do moleque foram avisar os Cullens.
Seguimos rápido pelo contorno da mata, ate que a noite caiu, deixando tudo na penumbra. Paul espalhou a gasolina em torno do galpão que Victoria mandou.
– Bella, tome isso.
– Spray de pimenta, Paul? Fala serio! Isso não funciona com vampiros. Onde consegui?
– Sei ser sorrateiro – disse sorrindo – se usar com isso... – me estendendo um isqueiro de prata. – pode apostar que funciona. Espera ele estar perto, enrole com conversas idiotas, terá um mini lança chamas.
Entrei no galpão, escondendo o maçarico, verifiquei o spray e o isqueiro, deixando-os ao alcance.
Removi meu celular do bolso com zíper e liguei, apitando frenético com todas as ligações e mensagens que recebi, em grande maioria de Edward.
Apenas exclui suas chamadas, verifiquei as mensagens, não passou muito tempo e o numero desconhecido apitou em minha tela.
– Sabe ser responsável, Isabella. Uma pena aquele desgraçado do seu vampiro não estará por perto quando a matar, mas vou apreciar um filme de final trágico, como o seu. Esta onde eu mandei?
– Já estou aqui. Como esta o Ale? – a linha ficou muda.
Não sei quanto tempo durou, mas para mim foi uma eternidade. Victoria não parecia preocupada em me matar como deixo explicito na ligação.
Afinal com essa demora, ela poderia supor que Edward me encontraria e atrapalharia seus planos.
A menos que este tenha sido o seu desejo desde o inicio, que assim como James, ela esperava que Edward me encontrasse e tentasse nos matar.
Mas não me parecia o correto, ela sabe sobre os lobos. Sabe do que são capazes, ela pode sentir o cheiro deles em mim.
Oh merda! Eu estou impregnada com o cheiro de Paul.
Caminhei de um lado ao outro, eu não via ou ouvia Paul, que não apareceu mais. Quando já estava perdendo esperanças ouvi um barulho no telhado.
Um vampiro, o rapaz que Charlie tentou encontrar descia pelo telhado, seus olhos carmim percorrendo o grande galpão.
– Seu vampiro é lerdo, não sei por que Victoria não quis vir, ainda.
– Onde esta o bebê?
– Seguro, por enquanto! – saltou das barras de ferro e pousou em minha frente – Não sei o que fez para Victoria, para seu azar é só uma humana idiota a ponto de vir até aqui sozinha. – começou a se aproximar.
– Pra onde levaram o bebê? Ele esta bem? – pergunto caminhando de costas para a direção do maçarico. – Ale foi alimentado?
– Uma garota esta com ele – se aproximou tocando meu pescoço – vocês se parecem um pouco, mas seu cheiro é mais apelativo.
Eles deixaram uma humana cuidando dele? Nunca fui muito ligada a religião, nem tenho uma, mas não importo o Deus, apenas estou grata por Ale estar bem.
– Acho que posso dar conta de parar... e você fraquinha, será divertido!
Esse era o momento, eu não poderia esperar mais, principalmente por sua unha começar a machucar meu pescoço.
– Você não gostaria de fazer isso, Laurent tentou acabar comigo antes dela. Acabou morto por isso – bom, ele não precisa saber que não foi ela.
Com sua distração apenas ergui o spray e espirrei em seu rosto, abrindo o isqueiro , seu rosto incendiou, o fedor de carne podre dominou o ambiente.
Com passos cambaleante e gritos ele se afastou, tentando apagar o fogo com a roupa, me aproveitei de sua distração e peguei o maçarico, atando fogo ao seu corpo.
Antes que pudesse apreciar o que fazia e por estar ilesa, meu corpo foi arremessado.
– Humana idiota! – ouvi enquanto meu corpo batia em diversos lugares antes que eu caísse sobre algumas barras de ferro.
– Onde esta Ale?
– Não se preocupe querida, você o fará companhia no inferno! – disse vindo em minha direção.
– Eu fiz o que queria.
– E eu prometi que não faria nada ate ter certeza sobre você, não lembro de jurar sobre seu bebê adotivo – dizia apertando meu pescoço e me erguendo.
O maçarico estava longe, o mesmo golpe não funcionaria duas vezes. Não com Victoria.
– Dizem que filhotes sobrevivem a situações estremas, talvez a garota consiga mantê-lo vivo, ate ela morrer e apodrecer com ele.
Então Ale ainda esta vivo, eu preciso encontrá-lo, quando iria tentar mais informações, me pescoço foi esmagado, o ar fugiu de meu pulmão e meu peito queimou, minha consciência se perdeu.
– Finalmente!
Pares de mãos gélidas circulavam meu corpo. A voz veio fraca, como se fosse errada. Tinha algo estranho, não sei se comigo, eu sabia que havia algo importante á ser resolvido.
Mas a dificuldade em respirar me atrapalhava a pensar, como se me focar em outra coisa que não fosse deixar o ar entrar e sair fosse me matar.
A falta de ar provoca dores nas costelas? As minhas latejavam, mas não com a frequência da minha respiração.
Meus olhos abriram dolorosos, eu pensei em fechá-los novamente, mas as orbes âmbares sobre meu rosto fez algo estalar no fundo de minha.
Minha intenção era dizer Carlisle, mas ao tentar falar tudo latejou e os resmungos do choro fizeram o ar sumir.
– Não fale Bella. Fique quieta, sim? Você sofreu um trauma na traqueia. Mais um milésimo e Victoria teria lhe matado. Alem de costelas fraturadas.
Sua mão gelada veio para minha garganta, amenizando a queimação.
– Fale pra ela querido, talvez saber o que aconteceu a acalme – ouvi Esme.
– Preciso que fique calma, se você se alterar terei que dopá-la. – avisou começando a se mover comigo no colo.
Um cheiro típico de algo queimando entrou por minhas narinas, no céu metade da lua estava coberta. Um eclipse. Uma parte brilhando com esplendor, a outro queimava entre preto e vermelho.
Voltei meus olhos para Carlisle quando voltou a falar, seu olhar para a frente, enquanto a floresta, com suas arvores frondosas de longas copas cobriam o lindo eclipse.
– Jacob e Edward chegaram no momento em que Victoria esmagava seu pescoço, Paul já havia finalizado o que fez com Riley. Você foi precipitada, Isabella. Edward e Jacob poderiam não chegar a tempo. Também tivemos nossa luta.
– Por sorte não sofremos perdas – completou Esme.
– Sim, Edward e Jacob estavam mais preocupados com você sozinha com Paul. Não sabíamos que eram amigos ao ponto de causarem tudo isso juntos.
– Antes que Paul e Jacob pudessem desmembrar Victoria, Edward pode ler e ver alguns dos pensamentos de Victoria. Ele foi buscar Ale, com a ajuda de Seth. Enquanto Jacob e Paul cuidavam de você e de atear fogo ao galpão.
– Eles vão trazer o Ale, Bella. Edward lhe fez essa promessa, prometeu a Pamela.
– Promessa feita a uma mãe deve ser cumprida. – completou Carlisle.
Essas frases acalmaram meu coração e mente. Rogando que Edward finalmente cumprisse com uma promessa.
Uma pequena parte minha brigava com essa maldita esperança por ele, me fazendo ver que ele não era digno de confiança e descansar com Ale perdido, deixando a vida dele com Edward era uma confiança infundada.
Mas uma parte, a qual ainda não sabia a proporção, queria confiar, acreditar que ele mudaria. Que era seguro acreditar em suas palavras, em suas promessas.
E nesse momento, essa parte era grande o suficiente para me deixar levar pela inconsciência, tendo a certeza que quando acordasse Charles Alexander estaria comigo.
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