“Onde
se ganha o pão não se come a carne”.
Eita
ditado antigo. E um dos melhores que já vi até hoje. O detalhe é que poucas
pessoas tem o real conhecimento do significado por trás dessas sábias palavras.
Talvez
você, querido leitor, em sua precipitação primária irá dizer em pensamentos bem
irônicos para a minha pessoa, que a tradução dele é simples: não tenha um
relacionamento no seu ambiente de trabalho. E eu te digo, que você está certo.
Sim, certo. Você estará certo desde que não tenha um pensamento maduro ou se
envolva com alguém sem um pingo de maturidade.
Lamento
te informar, mas você VAI encontrar
alguém que te desperte o coração e os desejos exatamente no ambiente que você MAIS frequentar. Se você é como a média
das pessoas que conheço, deve trabalhar boa parte do seu dia, ir na academia
(esse habito geralmente é para os heróis, seres quase raros), e ter um churrasco
esporádico com os amigos. Traduzindo: ou você irá encontrar alguém no seu
serviço, ou na academia, ou entre algum convidado penetra que seu amigo levar
para o churrasco.

Percebam
que não estou contabilizando as tão famigeradas baladas.
Gente,
preconceitos a parte, e exceções mais a parte ainda, dificilmente o amor da sua
vida estará lá. As baladas de hoje em dia resumem-se ao desejo primário. Aquela
sede que se mata com algo superficial. Você não conhece a pessoa, seus pensamentos,
seus ideais, seus medos e traumas, suas reações diante da vitória e
principalmente diante da derrota. Você não conhece essa pessoa que você paquerou,
beijou, levou para cama.
“Mas
o meu caso virou namoro. Acabou, mas virou!”
Aí
eu te pergunto: Porque acabou?
Nem
precisa responder. Vocês em algum momento descobriram que são diferentes demais
e não puderam suportar isso, ou constataram que não valia a pena investir numa
relação tão discrepante. Certo?
A
você, que a relação foi longe e está durante até hoje, eu digo, parabéns. Seu
cúpido deve ser um SEAL.

Relacionamento
de verdade, aquela que não é apenas um passatempo para seus tios pararem de cobrar
de você sua solteirice, é construída aos poucos. É como uma semente: você
planta, rega, cuida, vê crescendo e se você se dedicar bastante, irá colher
frutos. Como cada pessoa tem seu tempo, a colheita vai depender de cada um.

Isso
me remete a outro ditado:
“Quem
come a carne, rói o osso”.
Você
tem todo direito em escolher alguém pelos lindos olhos, pela altura, pelas
posses financeiras, pelo tom de pele, pela forma como se veste, pelo cheiro...
E por aí vai sua gama de fatores na escolha do par ideal.
Mas
depois da escolha da carne, virá o osso. As vezes essa pessoa é perfeita, mas adora
ir em todas as festas da cidade. E poxa, você ama ficar em casa. Que coisa,
não? O osso está ficando pouco saboroso?

As
vezes a pessoa tem o cheiro que te enlouquece, mas odeia trabalhar ou só
trabalha porque a sociedade o obriga. Mas se você for acompanhar ele no
dia-a-dia a única coisa que ele quer saber é de Netflix e vídeo game. Que osso,
não?

A
pessoa tem posses financeiras a torto e a direito, mas trata todo mundo como se
fossem lixo, incluindo você. Tem certeza que isso é um osso? Está quase me
parecendo um esqueleto inteiro!!!

Você
é o perfil certinho: pensa antes de fazer, planeja, executa. Trabalha pelo dia
de amanhã, luta pelos ideais. Daí escolhe uma novinha toda linda, loira dos
olhos verdes, corpo impecável, mas que só quer saber de um dia de cada vez. Que
carne! Que osso!

Entende
o porquê estou dizendo que infelizmente você não vai encontrar o amor da sua
vida numa balada? Entende porque eu digo que muito provavelmente você vai
encontrar o amor da sua vida no trabalho? Sim, meu anjo. No trabalho.
Uma
vez uma amiga minha disse que o trabalho é uma segunda família. Ela se referia
ao fato que passamos mais tempo com a pessoa com que trabalhamos que com nossos
familiares.
E
é nessa história de passar mais tempo com a pessoa do seu trabalho, que eu
afirmo que você irá encontrar o amor da sua vida no trabalho. É lá que você vai
encontrar alguém e ter tempo de observar essa pessoa. É lá que na despretensão de
estar apenas trabalhando você irá identificar tudo aquilo que realmente você
quer para a sua vida.
Não
vou dizer que exista carne sem osso. Isso é mentira. Mas existe osso que você
não vai se incomoda tanto em roer. Você
pode encontrar alguém que desperte todos os seus sentidos, onde sua presença
faça surgir borboletas no seu estômago e uma corrente elétrica pelo seu corpo
que tire toda a sua coordenação motora. Mas você não vai gostar da mania dele de
pôr panos quentes em tudo, embora seja algo tolerável e até te ensine a ser menos impulsiva.
A
carne será do jeito que mexe contigo, mas o osso, não. Claro que cada pessoa se
incomoda com alguma coisa diferente. O que é osso para mim, pode ser carne para
você. Acontece que existe osso que te ensina a ser alguém melhor e existe osso
que machuca: em seus princípios, em seu jeito de viver.
E
nenhum lugar melhor para conhecer alguém, para avaliar não apenas a carne, como
o osso, como aquele que te consome praticamente todo seu tempo. Está na escola?
Você provavelmente vai encontrar lá. Está na faculdade? Adivinhe? Trabalhar o
dia todo? Passa muito tempo na academia?
Só
que aí vem a maturidade e finalmente voltamos ao ditado inicial:
“Onde
se ganha o pão não se come a carne”.
É
preciso maturidade para entender que independente das emoções, você precisa ter
comprometimento. Foi no trabalho que você encontrou aquela pessoa que mexe
contigo? Saiba que há hora para trabalhar e hora para estreitar relações. Foram
para a cama, mas a química não fluiu? Tenha maturidade em não denegrir a imagem
do outro com comentários pejorativos sobre o desempenho, tamanho ou iniciativa.
A relação está fluindo? Que bom. Assumir publicamente é o próximo passo. Como
diria Luan Santana: “Amar não é pecado”.
Assumir
a relação não significa ficar se pegando na hora do serviço, ou se ignorarem
como completos desconhecidos. É saber que vocês têm que ser profissionais na
hora de ser pão e tem que ser um casal na hora da carne.
Esse
é o real sentido desse belo ditado. Onde se ganha o pão, não é hora de se comer
a carne. Mas isso não significa que você não vá conhecer a carne lá. E muito
menos que vocês não devam se permitir estreitar a relação. Desde que não seja
no local onde se ganha o pão.
Salomão
também criou um ditado: Há hora para tudo.
No
caso, há hora para ganhar pão, há hora de se comer a carne.
E
mesmo se a relação acabar, é preciso ter maturidade para além de não comentar
com os colegas de serviço os “defeitos/osso” do outro, continuar sendo
profissional. Sabe aquela história de terminar o relacionamento e continuar a
amizade? Ela é um ideal lindo e traduz toda a maturidade de uma pessoa. E mais
que maturidade, é o caráter. Por mais que não tenha dado certo, por algum tempo
te fez feliz. E a felicidade deve ser tratada com o maior grau de gratidão
possível, incluindo preservar a imagem moral da pessoa que esteve contigo por
um período.
Agora,
se você ou a pessoa que está mexendo contigo não tem maturidade de saber
assumir e manter a discrição da intimidade de vocês, realmente, continue
interpretado o ditado como você sempre fez. Do contrário, abra sua mente e
permita-se viver.

Se
me permite engatar mais um ditado, eu te digo: “O cavalo arreado não passa duas
vezes”. Talvez você esteja tão apegado a uma visão de vida, que esteja deixando
sua felicidade passar. No caso, boa sorte para você. Não se esqueça que tudo
que se planta, colher. E a gente sempre se deita na cama que arruma.
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