domingo, 18 de outubro de 2015

MVA - Capítulo - 18

Fase 2: Eu amo vocês

– Não faça isso com ele, meu amor! Vai traumatizar nosso filho.
Alex resmungava removendo o capuz de cervo que cobria os olhos de Ale. Enquanto Pamela insistia em colocar novamente e mudá-lo de posição, enquanto Alice fotografava cada segundo. Para um bebê novinho, Ale não se importava com tantos chamando por seu nome.
Devo confessar que nos primeiros minutos senti-me preocupada pelo excesso de vampiros circulando-o. Agora com 9 meses, Ale já ensaiava os primeiros passos e engatinhava por toda área plana que encontrava.
– Tome? – Edward sorriu ao voltar e sentar perto o suficiente para tocar meu ombro e me estendeu a caneca de chocolate quente.
– Obrigada.
Assim como eu, sorriu para a cena a nossa frente antes de voltar e arrumar o cobertor em volta do meu corpo e verificar as chamas da lareira. Beijou minha testa e voltou a recostar na poltrona em nossas costas.
– Ele já aprendeu que não deve contrariar as mulheres, Alexander. – Garret brincou puxando Kate para seu colo.
– Principalmente uma mãe vampira que lança chamas – Emmett implicou ao ver como Ale brincava com o rabo de sua fantasia.
Deixei à caneca próxima as chamas e me aconcheguei em Edward. Minha barriga tocando-o primeiro, seus braços me circularam, enroscando o cobertor suprimi uma queixa ao ver o cuidado para não tocá-la, abaixei os olhos e eu mesma toquei.
Após a conversa com Tanya sobre a, denominada por eles como hibrida, Carmela e sua visita nos próximos dias, Edward e Carlisle tinham suavizado as expressões, mas a segurança sobre a saúde e o tipo de alimentação que nosso filho poderia ter não afetou Edward.
E por minha gestação de cinco meses apontar como uma de sete meses preocupava Carlisle e Edward que já começaram a programar todos os detalhes para uma cesariana assim que alcançasse a circunferência necessária.
Admirei os rostos a minha volta. Esme sussurrava de forma amorosa para Carlisle perto da janela, Rosalie de pé atrás do sofá acariciava a nuca de Emmett que ria em coro com Jasper ambos sentados no sofá maior.
Patrick mantinha-se de pé do outro lado da lareira, seus olhos correndo para Tanya que conversava com Carmem e Eleazar do outro lado da sala. Reconhecia-me em seus atos, apesar de vir com os Denali, era claro que Tanya não havia cedido as suas investidas, o que de alguma forma trouxe um clima diferente para a reunião, todos podiam sentir a tensão entre eles.
Patrick mantinha a pose altiva, um jeans escuro moldava suas pernas grossas, um suéter branco cobria sua pele, acentuando os braços musculosos flexionados, os cabelos curtos e lisos jogados para traz formando um pequeno topete, os olhos cinzas devoravam Tanya sem cerimônia.
Sorri ao constatar que se vestiam com certa semelhança, a saia curta xadrez deixava muita pele exposta e seu suéter negro moldava seu corpo de uma forma que para ele, provavelmente, era provocativa ao extremo.
Eu havia recebido a benção de uma linda e grande família. Tentei expulsar a dor ao perceber que para ser justo, o preço por essa benção deveria ser equivalente. Ao ganhar esse grande família estou abrindo mão da minha sanguínea. Toquei meu ventre, ao menos uma grande parte dela.
– Vamos aproveitar muito esses momentos, bê. – Pamela surgiu em minha frente com Ale no colo, pondo-o ao meu lado. – já pensou em nomes?
–Alguns, estou... – olhei para Edward que mantinha sua atenção em nossa conversa – se for um menino, quero que você escolha – Edward sorriu acenando.
–Vou pensar em alguns...
–Tá bom, será uma menina pro meu filhão. Já pensou acabar tudo em família? – Alex riu provocativo para Edward que não lhe deu a mínima.
–Desde que não puxe a mãe estaremos salvos – Emmett retrucou recebendo um tapa na nuca e um olhar feroz de Rosalie.
–Fala serio, rose. Eu lembro perfeitamente como é ser um recém criado e que nossas características acentuam com a transformação. Ela tá mansinha agora, mas como será quando for de igual pra igual? Quero ver se ainda fará efeito o remédio Edward Cullen.
Edward apertou-me mais em seus braços e Ale tomou nossa atenção.
Suas mãozinhas batiam sobre meu ventre causando o movimento do meu filho, Ale olhou a ondulação intrigado e voltou a bater e ri ao ver a nova ondulação. Chiou e resolveu bater com as suas mãos de forma rápida, suas palminhas amparadas por Edward.
– Vamos com calma, garotão – disse erguendo-o e balançando-o, arrancando pequenos gritinhos. – vamos à mesa? Falta pouco para a meia-noite.
Tentei não me afetar pela cena, mas era impossível não admirar o cuidado ao segurá-lo nos braços e desejei que esse cuidado se refletisse em nosso filho. Pamela tocou meu ombro, me ajudando a levantar e com apenas um olhar entendi o que queria dizer “paciência”.
Apesar de ser a única humana presente, havia um verdadeiro banquete. Como um bom filho de pastor, Carlisle começou a agradecer, suas palavras um reflexo do que todos diriam, Edward ocupou-se de me servir após entregar Ale para Pamela.
Garrett iniciou as conversas com historias antigas de quando ainda era humano, cativando a atenção de todos e aos poucos fui conhecendo-os e apreciando cada história. Afastei-me apenas quando precisei do meu copo de sangue, perdendo a consciência nos braços de Edward.
Aos poucos fui removida do abrigo confortável que me encontrava por algo gelado de encontro a minha pele em pequenos intervalos, demorando a perceber que cutucavam meus braços, ombros e costas. Virei encontrando Pamela sorrindo matreira.
– Pensei que teria de recorrer á baldes de água gelada – brincou sentando na beira da cama.
– O que foi?
– Nossa visitante chegara em poucos minutos, Tanya foi buscá-la.
– Então me ajude, por favor?
Após cuidar de minha higiene, com extrema lentidão para que todos pudessem conversar com Carmela, Pamela me levou para a sala. No alto da escada pude ver uma jovem de pé, ainda de costas, seus cabelos longos e negros como a pena de um corvo. Os braços para trás, segurando uma mão com a outra.
Ao ser colocada sobre minhas pernas no piso, a jovem virou. Seu rosto delicado, sua pele branca e imaculada, boca pequena, mas carnuda em um tom natural de vermelho, seus grandes olhos verdes claros caíram sobre mim retribuindo a curiosidade. Seu corpo acompanhava a delicadeza do rosto, mas suas formas femininas gritavam a cada curva do grosso e longo vestido azul celeste. Qualquer um lhe daria no máximo 18, apesar de a muitos parecer ainda mais jovem.
Não mentirei que minha alta estima havia escorrido pelo piso e descido porta a fora, ao ver a bela escultura na sala. Sua beleza poderia ser comparada a de Rosalie ou ainda mais bela. Com uma pequena pitada de ciúmes segui para o lado de Edward.
– Não imaginei que seria tão forte – murmurou e sua voz era doce e envolvente.
Seu rosto corou, desviou os olhos – desculpe – seus dedos pequenos afastaram os fios que lhe cobriram a face.
Todas as conversas sobre o que era um vampiro e seus “dons” que tive com Edward, Alex e Pamela voltaram em minha mente. Carmela conseguia ser mais perigosa, um imortal trazia medo e desconfiança de um humano por sempre se sentir desconfortável na presença, mas ela... Era impossível manter distancia e sua delicada beleza cegava até vampiros para o perigo. Tentei não me deixar seduzir por sua áurea inocente.
Edward sorriu, abraçando-me e sentamos em frente a hibrida que sorriu olhando para minha barriga em seguida.
– Acho que chegou a vez da Bella fazer as perguntas... – Alice sugeriu sentando sobre um dos moveis perto da janela.
Preferi ir direto ao assunto – Acredito que já deve ter respondido essa pergunta, mas tenho a certeza que meu marido me queira ouvindo essa resposta. – evitei olhar para Edward, respirei fundo e disse de uma vez – como foi seu nascimento?
Carmela piscou olhando para minha barriga e para Edward. – tenho poucas lembranças do ocorrido. Mas lembro-me nitidamente do olhar de uma mulher de grandes olhos verdes e cachos loiros, sorrindo para mim. De morder seu dedo estendido para tocar meu rosto e sangue. Muito sangue.
A pequena resposta deixara claro que ela havia matado e se alimentado da mãe assim que nasceu. Recostei-me ao sofá tocando meu ventre. Já sabia do que poderia acontecer, mas eu não estava desamparada temendo a reação de outros humanos, poderíamos pular esse fato que não acontecerá comigo.
– Conte com o máximo de detalhes o que aconteceu durante seu desenvolvimento, saúde, alimentação, por favor?
De mente aberta ouvi todo o relato de como foi encontrada por caçadores, de seu crescimento normal como o de um humano, que fora levada a uma feiticeira ao notarem sua sede de sangue e que apesar de tentarem matá-la, nenhuma arma humana chegou de fato a ferir sua pele, assim como os unguentos venenosos de Maravel, a feiticeira, serviram apenas para aumentar sua sede.
De como Maravel se rendera e passou a cuidá-la e mantê-la distante dos homens. Alimentando-a periodicamente de sangue animal e diariamente com alimentos naturais e com o passar dos anos vendo como nenhuma mulher e principalmente homem se negava a seu olhar usou de seu poder para seduzir homens poderosos, levando povoados à destruição. Até que encontrou um vampiro, partindo com ele.
– E seu crescimento?
– Como o de qualquer outra criança humana, a diferença estava nas particularidades vampirescas que já demonstrava desde o nascimento. Assim como inteligência avançada.
– Quantos anos você tem?
– Ainda não havia tido meu primeiro ciclo quando conquistamos a independência. – sorriu.
– Você pode gerar? – Rosalie perguntou sem esconder a surpresa.
– Sim, apesar de evitar, sim, tenho ciclos menstruais a cada quatro luas cheias. Acredito que seja um balanço para o fato de não ser venenosa. – disse a ultima parte olhando seria para Edward. – poderia esperar por minha colaboração?
– Desculpe, é fascinante.
– É perturbador ter alguém lhe encarando, principalmente um leitor de mentes.
A conversa havia durado por muitas horas, todos pareciam aliviados com seus relatos, principalmente Edward. Eu podia sentir seus olhos em meu ventre enquanto Carmela contava mais detalhes. Levei sua mão por minha barriga e suspirei ao sentir seu toque invadir o tecido da bata.
Não escondi as lagrimas que escaparam, meus ombros leves após tanta luta. Seus lábios tocaram minha testa e deitei sobre seu ombro.
– Como Maravel me explicou, eu entendia perfeitamente as ordens que recebia, não tive contato com outro hibrido, mas deve ser da mesma forma com este... mas agora devo ir.
– Por favor, volte? Eu quero mais detalhes...
– Eu teria que voltar, de toda forma. Fui informada sobre crianças lobos...
– Não exatamente, Carmela. São transmorfos, não precisam da lua cheia.
– Compreendo.
... ... ... ...
– Esta mais relaxado agora?
Perguntei ao deitar meu corpo cansado na hidro, seus toques em meu ombro removiam a tensão de tantos dias, algumas ideias de incluir Charlie em minha vida surgiam em minha mente e buscava espantá-las.
– Saber que de fato é um bebê em seu ventre me acalma, mas não apaga o fato de que quando ele se sentir pronto, não hesitará em rasgá-la por dentro.
Toquei seu rosto, desfazendo as linhas entre suas sobrancelhas, fechou os olhos. Respirando fundo antes de abri-los novamente.
– Isso não acontecerá, Edward. Eu estou e ficarei bem, não vê?
– Eu vi detalhes na mente de Carmela, como era avançada apesar de sua aparência idêntica a de um bebê humano. Conversamos muito desde que soubemos sobre ela e... sei o quanto lhe dói afastar-se de Charlie. Se tudo ocorrer bem, não precisará ser transformada imediatamente...
– Vai pular fora?
– Não – sorriu encostando o queixo na borda – acredito que queira cuidar do bebê e se for transformada, talvez não consiga controle para não avançar. – concluiu tocando-me a nuca.
– Eu jamais lhe faria algum mal, posso perder meu controle, com qualquer um, mas jamais causaria algum mal ao nosso filho. – murmurei tocando as bolsas roxas embaixo de seus olhos, agora escuros, quase negros – você precisa caçar. – alertei começando a levantar.
– Sim, irei caçar assim que Carmela partir. Sua força de vontade é enorme, mas assim como os outros, ela esteve tentada por seu sangue. E mesmo que Pamela não diga, ela não se tranquiliza em estar com Ale no mesmo lugar da exótica criatura, como chacota as escondidas.
– Eu ficarei bem, e claro, tranquila quando estiver alimentado, Carlisle falou que se continuar desta forma – digo espalmando minhas mãos por minha enorme barriga – até dia 10 ele possa fazer a cesariana.
– Tudo bem, amanhã irei caçar. – sorri enrolando-me na toalha que me estendeu, antes de passar um braço por minhas pernas e levar-me ao banheiro em seu colo.
Desde que Dezembro começou meu bebê mantinha-se calmo, seus movimentos eram lentos, seus chutes nada mais eram que uma consequência de seu alongamento. Sentia algumas vezes seus pés próximos de minhas costelas e aguardava por um chute e dor que não vinham.
Rosalie acreditava que as aulas de yoga que me obriga a fazer no inicio de cada tarde eram as causadoras da calmaria do meu filho. – ou talvez o bebê consiga nos entender – disse pensativa uma vez – dizem que eles sentem e ouvem e a Carmela falou sobre inteligência avançada, nada mais natural, não acha Edward?
Naquele momento Edward passou todo o período da aula olhando meu ventre, completamente concentrado, seus lábios tremeram um pouco, mas nada respondeu. Piscou pra mim e voltou a encarar minha barriga.
Eu não havia entendido os motivos naquele momento, se seus pensamentos fossem compartilhados eu estaria com menos pesos em meus ombros.
Estava tudo preparado para que minha cesariana acontecesse no dia seguinte, mas para isso os Cullens precisariam caçar, Edward concordou em caçar, mas foi tão próximo e tão rápido que sua sede não foi aplacada, pois quando voltou seus olhos não estavam em dourado liquido e isso me irritou. Assim como agora, quando evitava caçar com os outros.
– Rosalie esta alimentada, assim como Emmett. Tenho a certeza que estarei segura com eles. Vá caçar, Edward.
Seus olhos escuros voltados para minhas costas, onde Rosalie e Emmett estavam.
– Tenho a certeza que eles são capazes de cuidar de uma gestante que ficara sentada até vocês voltarem.
– Se for se locomover peça a Rosalie, não pegue a Ale no colo, evite...
– Eu já sei Edward – exasperei, cruzando os braços virando as costas e seguindo para o sofá.
– Desculpe, minha vida – murmurou agachando em minha frente – eu estou preocupado com o tamanho, como se fosse nascer a qualquer instante.
Toda minha atenção seguiu para sua mão aberta em direção ao meu ventre dilatado. O toque frio trouxe calor a minha pele e ao meu coração, meu coração disparou e meus olhos arderam com as lagrimas que se acumulavam, seus olhos atentos nos meus, toquei sua mão em minha barriga.
– Vamos te esperar.
– Serei breve.
– Vamos estar aqui quando voltar – minha voz embargada.
– Por favor, cuidado. – sussurrou em meus lábios antes de se inclinar e beijar o volume em meu ventre, recebemos um leve chute em nossas mãos. – se comportem.
Acenei antes que seguissem para sua caçada. Pares de horas haviam passado quando Pamela e Alex desceram e se colocaram em posição, cobrindo minha visão, Pamela virou, aproximando Ale dos meus braços, segundos depois Rosalie surgiu do corredor da cozinha e foi até a porta.
Cindy sorriu abraçando Rosalie e entrando arrastando Jacob. Seth e Quil surgiram ladeando Carmela.
– Desculpem, deveríamos ligar, mas papai esta dando plantão esperando ligações da Bella... apenas busquei os rapazes e eles estavam em reunião. Boa tarde!
– Oi.
– Oi, você esta linda, Bella. Oi bebê, lindo? – Ale sorriu mostrando os primeiros dentinhos e se erguendo nas pernas, começando uma sessão de gritinhos.
Minha atenção seguindo para o movimento ao meu lado, Jacob se aproximava cauteloso, ainda maior, musculoso e com os fios um pouco mais longo. Era possível sentir toda a tensão entre nos, quase personificada.
Foi estranho sentir isso, a ausência de algo. Meu peito latejou com a confirmação, apesar de tudo que ocorreu, Jacob sempre esteve ao meu lado, uma parte minha. Não me importei com as lagrimas que escaparam ao perceber que essa parte estava danificada, e que eu não saberia quando ela voltaria ao normal.
Em seus olhos negros pude ver um reflexo dos meus sentimentos, ele entendia e por isso abaixou em minha frente. Beijando minha mão, sem nenhuma palavra. Nossas lagrimas misturadas em minha mão.
– Eu... – sua frase foi cortada pelo choro de Ale, com a mão erguida e dedo cortado, uma gota caída sobre meu anel de noivado.
Instintivamente virei para tomá-lo em meus braços, sentindo os vento, os rosnados, os gritos e coisas quebradas, unidos ao meu próprio grito. Meu ventre, meu pulmão e coração latejaram e nenhuma dor anterior me preparou para o agora.
– Bella?
Eu ouvia as vozes, os grito e o desespero, mas estava presa ao meu, sufocando mais a cada segundo, abrindo a boca para buscar o ar que não atravessava minhas narinas e só sentia o sangue subir, molhando meu corpo.
– Ela esta sufocando, leve o Ale para o quarto deles, Pamela. Eu vou preparar a sala e você vai atrás do Edward e Carlisle.
Rosalie ordenava perto de mim, olhei para ela implorando com os olhos por meu bebê.
– Bella?
– Agora, cachorro – rosnou me tomando aos braços. – ande Bella, respire.
Eu ouvia, eu tentava entender, tentava trazer o ar, eu não sentia meu bebê, ele não mexia e temi que estivesse sufocando junto comigo. Minha mão puxava forte os fios dourados de Rosalie enquanto vomitava mais sangue.
– Meu filho – chorei.
– Respire, Isabella. Respire e ficarão bem.
Uma dor atravessou meu quadril, descendo por meu ventre até minhas pernas. Emmett espetou algo minha perna.
– Ele não esta mexendo, salva meu bebê! – implorei agarrando o casaco de Emmett.
– Tem que esperar a morfina...
– Rosalie? – outra lufada de sangue me sufocou.
– Não, rose. Carlisle faz isso.
– Tira logo, ele não esta rasgando, ele vai sufocar – gritei mais desesperada – Rosalie?
A dor veio, a lamina fria atravessou meu ventre e minha visão turva, por um pequeno segundo imaginei ter morrido, eu não ouvia meu coração, nenhum som ate o toque frio trazer tudo de volta.
Meu anjo, meu amor, meu marido estava ali, seus olhos dourados me encarando com desespero.
– Olhe para mim, meu anjo. Mantenha meu mar de chocolate aberto?
– Nosso, filho. Nosso filho.
– Vocês ficaram bem, filha – ouvi Carlisle. – a morfina ainda não fez efeito...
– Não há como esperar? Bella, quero que olhe para mim – senti seu dedo em minha boca. – doera muito o que Carlisle fará – senti uma nova camada ser cortada – morda – pediu com a voz sofrida, e fiz o que pediu, eu não aumentaria sua dor ouvindo meus gritos.
Eu seria forte por nos três, meus dentes apertavam seu dedo a cada nova camada rompida pela lamina, sua testa tocando a minha, seu dedão limpando as lagrimas que corriam, todo meu corpo se inclinou quando senti os dentes rasgarem mais profundo e o barulho de rochas tomarem o ambiente.
Meu interior foi revirado, algo arrancada causando um latejar que percorrei minha espinha, Edward se afastou. Vi admiração em seus olhos, olhei para a mesma direção, forçando minha vista nublada. Aos poucos a imagem borrada ganhava a forma de Carlisle segurando uma bebe pequenino, o choro agudo rompeu o silencio.
Os lábios manchados de sangue abriram em um sorriso – minha netinha.
Tudo em minha doía e o desespero de partir sem ao menos ver o rosto da minha filha me apavorou – deixe-me vê-la – tentei pedir.
A linda visão de Edward com nossa filha nos braços, a todo instante a imagem saia de foco. Seu corpo pequeno em meus braços foi a maior recompensa, toquei seu rosto sujo de placenta, com dificuldade conseguia enxergar, minha filha – minha filha – sussurrei perto de seu rosto, beijando sua testa quando senti minhas forças diminuírem.
O chorinho agudo tornou-se um resmungo e belos e grandes olhos verdes me encravam – nossa filha é perfeita, minha vida.
– Perfeita e nossa.
Meu coração falhou duas batidas, pude sentir os movimentos de Carlisle em meu ventre, minha visão torvou novamente e busquei por Edward quando não mais senti minhas pernas.
– Cuide da nossa filha, cuide da nossa Elisa. Eu amo vocês.
Não sei se falei a ultima parte ou foi apenas um pensamento, eu estava afundando na dor do esquecimento, talvez na morte.
E ela já deveria estar cansada de falsos alardes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentem e façam uma Autora Feliz!!!

Visitas ao Amigas Fanfics

Entre a Luz e as Sombras

Entre a luz e a sombras. Confira já.