– Eu só quero saber como você esta, por favor
retorna as ligações. Vamos conversar, jake? – tentei uma vez mais.
Já haviam passado três dias e Jacob
não respondeu a nenhuma ligação, ele não voltou aqui, nem quando Billy e Sue
vieram pessoalmente conhecer Cindy.
Eu aproveitei e entre uma disputa e
outra que Billy fazia sobre quem era mais veloz na cadeira de rodas, perguntei
sobre Jacob.
Não disse muito, mas que Jacob esta
em uma briga que demoraria, sendo assim como uma desculpa perfeita fomos convidados
para uma pequena fogueira, Cindy ficou muito animada, mesmo após a discussão
com a mãe dela.
Catelyn passou toda à tarde daquele
mesmo dia conversando com Charlie, ele esta furioso com ela, ela sabia onde ele
estava e nunca veio. Ela estava na faculdade quando se envolveram e levou tudo
como um amor de verão.
Assumindo sozinha o compromisso de
cuidar da filha. O que deixou Charlie ainda mais revoltado e ao mesmo tempo
admirado, apesar de todo o falatório, Cindy é uma garota educada e de bom caráter.
– Tudo bem?
– Ah oi, Laura. Já terminei a ligação.
– Eu queria aproveitar que sua sombra esta no
banho para saber como esta reagindo a tudo. – disse sentando.
– Eu que deveria fazer essa pergunta, afinal
você mal começou a namorar com meu pai e já ganhou mais uma enteada e ex-namorada
na bagagem dele. – ela apenas riu.
– Charlie teve uma vida antes que eu entrasse
na dele, e bom. Vocês são garotas incríveis, o que eu quero saber, assim como
Charlie que tem vergonha de perguntar é como você esta reagindo. Você ficou
ainda mais silenciosa, mas basta olhar pra você e sabemos que algo grita aqui
dentro. – disse tocando minha testa.
– Eu estou bem, ainda não me acostumei com
ser irmã, é um pouco estranho ter mais alguém chamando Charlie de pai, mas eu
gosto da Cindy. Eu não estou incomodada com ela.
– Isso tem haver com Edward e Jacob ter
sumido?
– Jacob é complicado, aconteceu uma coisa com
ele que ele não esta sabendo lidar. Só quero conversar com ele e Edward...
Edward me pediu em casamento.
– E você o que respondeu?
– Eu não respondi, na verdade ele pediu para
que eu não respondesse. Para pensar antes.
Se tivesse
respondido na hora seria um não, certamente. Então não sabe o que fazer, Jacob
descobriu e não lida bem?
– Jacob não sabe, eu acho. Espero poder falar
com ele primeiro.
– Então já tomou uma decisão?
– Não... eu não sei o que fazer. Eu...eu me
senti a garota mais feliz do mundo quando ele me pediu em casamento, mas como
ele pode me pedir em casamento quando não permanece ao meu lado?
– Ele só teve problemas, Bella.
– Acontece que a cada problema ele resolve ir
embora.
– Esta com medo de ser abandonada no altar?
– Eu tenho medo que ele suma novamente. Eu...
não vou suportar. – as lagrimas saíram sem consentimento.
– Bella ele é um homem, propenso a erros. Não
importa a idade sempre vão agir como crianças, alguns mais maliciosos que
outros. Nosso dever é colocá-los na linha. Faça isso com ele.
Seria fácil, se ele não fosse um vampiro
que pode desaparecer e se esconder por toda a eternidade, enquanto eu morro um
pouco a cada dia.
– Sobre o Ale, somo adultos e ficaremos com
ele, você precisa viver a sua vida...
– Eu não tenho medo de criar o Ale, Laura.
Sei que se eu aceitar, Edward será o primeiro a querê-lo conosco.
– Bella, você precisa parar de temer e voltar
a viver. Ele te ama, eu não sei o que levou ele a ir embora, mas algo me diz
que era para te proteger. Que essa mulher é culpada, se ela foi capaz de
invadir essa casa e levar um bebê, abandonar em um canto qualquer, Bella ela
quase te matou. Pense se não esta julgando de mais. Pense o que ele passou, se
estivesse sendo o contrario, você faria o mesmo.
Meu choro crescia e sequei rapidamente
as lagrimas quando Cindy entrou no quarto.
– Esta com dor, Bella?
– Só esta nervosa e preocupada com Edward,
coisa de namorados. Logo passa – respondeu Laura levantando e seguindo para
a porta.
– Bella? Eu... queria te fazer uma
pergunta... aconteceu alguma coisa com o seu amigo, o moreno?
– Jacob? – ela acenou corando forte.
– Eu acho que não, ele só... eu não posso te
explicar o houve sem contar algo que é só dele.
– Eu pensei que ele não tivesse gostado de
mim, eu vi ele todo descontraído com você, com aquele sorriso lindo, então me
olhou e murchou na hora...
– Não é com você, eu sei que ele gosta, digo,
que ele vai gostar de você.
– Acha que... quer dizer... ele tem namorada?
– Não.
– Há chances de vocês...? Eu ouvi Charlie com
o amigo falar sobre estar triste por vocês não estarem juntos...
– Jake percebeu e me forçou a aceitar o fato
de que eu sempre vou amar Edward. – digo me encolhendo no batente da
janela.
– Charlie pediu pra ficarmos prontas, ele vai
chegar um pouco atrasado – Laura entrou no quarto. Me livrando do mini
interrogatório.
– Eu vou arrumar o Ale primeiro.
– Deixe que eu faço isso, Cindy. – digo
indo ao berço.
O caminho para La Push foi feito em
silencio, de minha parte, claro. A cada dia ficava mais claro que Cindy e eu
não tínhamos tanto em comum como foi no inicio.
Ela não para de tagarelar, preocupada de
mais com o que vai vestir em todos os momentos, o rosto muito maquiado e muitos
comportamentos infantis.
No quintal dos Black uma enorme fogueira
estava armada, onde os rapazes começaram a atear fogo, ainda do carro podíamos
ver as mulheres na varanda.
– Antes que eu me esqueça, minha amiga tem
uma cicatriz no rosto, então não encara muito, nem disfarçadamente – digo
para Cindy antes que ela saia.
– Bella? – Kim surgiu ao nosso lado. – que bom que esta bem, Jared me contou o
que aconteceu. – disse me abraçando –
e aquele bebezinho lindo?
– Agitado como nunca – respondo tirando-o
da cadeirinha.
– Esse rapaz precisa passar em muitos colos
hoje, então pode esquecer que eu cuido dele – disse Emily me abraçando.
– Meninas, esta é Cindy, minha irmã.
– Oi. – respondeu um
pouco tímida, mas seus olhos brilhavam de curiosidade. Dei um tapinha de leve
em suas costas. Ela sorriu sem graça pra mim.
– E ai garota...
–
Paul surgiu e me abraçou. – ainda bem
que você tá viva.
– Eu fiquei
preocupada com o seu castigo.
– Jake é um
idiota, Sam levou numa boa.
– Não fale do
meu irmão quando ele não esta aqui pra se defender!
– Rachel?
– Pensei que não
fosse se lembrar de mim.
– Foi mais um
chute –
confessei.
Rachel é muito parecida com Billy, a
pele morena com um dourado lindo, os olhos negros e cabelos castanhos escuros,
como um manto sobre os ombros. Um sorriso lindo e encantador.
– Não dê asas à
loucura dele, ok? –
pediu ao me abraçar.
– Não somos
íntimos a esse ponto, eu arrisquei e acertei. Eu devia pra ele.
– E eu adorei o
pagamento, precisa ver chel, ela sabe como destruir as coisas – disse
enlaçando-a e beijando o rosto de Rachel que retribuiu com olhos brilhantes.
– Acho bom tirar
essas patas da minha filha, Paul. Eu não tenho paciência pra você.
– Pais... – Rachel
resmungou ao se desvencilhar do abraço, mas enlaçar a mão entre a de Paul.
– Venha, Cindy.
Vou lhe apresentar a todos – disse Charlie.
Finalmente vi Cindy se encabular, todos
se aproximaram. Felizes por Charlie, os rapazes fizeram brincadeiras quanto à
beleza dela, mas bastou um simples olhar de Charlie e todos se calaram.
– Onde o jake
esta? –
perguntei para Emily quando todos estavam distraídos.
– Ele me disse,
mas pediu pra não contar.
– Eu preciso
falar com ele, Emily. Ele contou sobre o... – averiguei se estavam prestando a
tenção em nossa conversa. – sobre o
imprinting?
– Jake teve? Ele
não falou nada. Bom, realmente é complicado lidar com dois imprinting – Emily viu a
confusão em meu rosto – Paul teve por
Rachel, por isso o clima não esta muito bom nessa casa, Paul sabe ser folgado
quando quer. Eu vou te contar onde ele esta. Seth? – chamou, Seth deixou
Cindy em paz e veio ate nos.
– Fala, Bella.
Eu fiquei sabendo do pedido.
– Droga!
– Ah não, ele
não sabe. –
disse rindo e coçando a nuca.
– Leve Bella ao
penhasco maior, Seth.
– O jake está
lá? Borá, Bella.
– Sem alarde, Seth!
Conversamos por mais um tempo, esperando
o momento em que, tanto Charlie quanto Cindy e Laura estariam distraídas em
suas conversas para que eu pudesse montar e sumir pela mata no lombo do lobo
areia.
Assim que tivemos oportunidade, seguimos para
a frente da casa, corremos pela lateral da casa e seguimos para dentro da mata.
– Se jake
estiver em forma de lobo ele pode fugir ao ver na sua mente a minha intenção.
– Tranquilo,
Bella. Sabemos no que pensar ou não pensar pra fugir quando precisamos e eu vou
pensar em jogos de vídeo game ou coisas assim, fica tranquila.
Seth se afastou e voltou em forma de
lobo, subi por suas costas, o caminho de musgo, lama e frio foi feito rápido,
Seth era um pouco desajeitado, seu trote era estranho e me balancei muito, ele
não parecia preocupado em fazer um caminho seguro e silencioso.
Quando chegamos a beira da mata que dava
acesso ao penhascos, Seth bateu o focinho em meu braço, acenou para a frente e
foi embora, pela lua que brilhava enorme no céu, vi a silhueta de jake, sentado
na beira.
Esperei que me desse abertura para um
conversa, desta forma encostei na arvore, sentando em sua raiz. Jake ainda
ficou um tempo assim. Tive medo de abrir a boca e ele fugir.
– Eu só queria
pensar, não vou te morder – disse virando.
Levantou e eu fiz o mesmo, seguimos para
o meio da rocha e sentamos do lado do outro. Seu rosto serio, triste.
Jake... eu
entendo... –
ergueu o rosto confuso e assustado. –
apesar de você ter fugido, eu percebi.
– Eu não quero
isso pra mim, não quero ser obrigado a estar com alguém porque meu lobo
escolheu.
– E não precisa
jake, você pode amá-la sabia?
Virou o rosto, uma lagrima descia, corri
meus dedos e o abracei. Em uma velocidade que não me atei, estava em seu colo,
quase esmagada entre seus braços, Jacob me segurava e um choro crescia em ondas
de tremores por seu corpo.
– Jake, eu te amo
e sempre vou amar, mas foi você que me fez aceitar que não importa o que aconteça,
eu sempre serei do Edward. Porque não aceita a Cindy.
– Ela pode
parecer você, mas não é, Bella. Não quero prêmios de consolação.
– Escute bem,
Jacob Black. Eu posso não estar completamente à vontade com o fato de ter uma
irmã, mas isso não significa que a deixarei ser tratada desta forma. Cindy não
é um premio de consolação. Ela é seu imprinting, a garota certa pra você.
– Eu...
– Lembra da
nossa conversa, não a da promessa, eu te liberto da promessa de manter seu
imprinting longe para me amar. – digo e envolvo seu rosto entre minhas
mãos – Eu quero sua felicidade, jake. –
encosto nossas testas – se dê essa
oportunidade? Tudo bem que quando a Cindy quer, ela fala pelos cotovelos, mas
ela é doce, uma garota engraçada, alem disso... ela não para de falar sobre
você, ela veio arrumada para você. Sabe, é muito frustrante se produzir para um
cara e ele nem aparecer no local.
– Você sabe que
eu não gosto disso, nunca quis essa coisa de lobo pra mim, eu só queria que
fosse normal, sem toda essa bagunça, uma vida nossa. Eu não vou ser capacho de
um espírito lobo. Eu não quero esse imprinting.
– E vai viver
fugindo?
– Não, mas se eu
voltar, se eu voltar a vê-la, isso parece que piora, se torna cada vez mais
intenso.
– Vamos fazer um
trato? Deixe ela se aproximar, eu sei que ela esta interessada em você. Essa
coisa de imprinting certamente não é só com os lobos, as imprinted sofrem
também. Deixe que a Cindy o conquiste? Deixe ela mostrar que não é só seu lobo
que a quer, que ela pode fazer esse coração se aquecer com o seu consentimento
– disso
tocando seu peito.
Seu coração batia acelerado, minha palma
aquecida com sua temperatura. Jake me olhou por muito tempo, lagrimas eram
aprisionadas em seus olhos.
Por um imensurável tempo Jacob
permaneceu em silencio, para finalmente acenar confirmando. Sorri em alivio, eu
sabia que se ele visse, convivesse mais com Cindy veria que não será apenas seu
lobo a se apaixonar por ela.
– Como estão
suas costelas?
– Bem melhores, ainda
não possa dançar lambada, mas dá pra me movimentar. Seth não conseguiu rachar
nenhuma em seu sacolejo. – rimos juntos.
– Certo... e
você e o telepata?
Era disso que eu queria conversar, agora
é a chance...
– Me interrogou
e agora vai dá pra trás?
– Não é isso, é
que... eu não sei como você vai reagir, eu ainda estou incrédula! – digo saindo de
seu colo, só por precaução.
– O que ele fez?
– Edward me
pediu em casamento. –
a explosão, xingamentos ou os tremores que antecedem a transformação não
vieram.
Jacob permaneceu da mesma forma, só mais
paralisado. Esperei por suas palavras.
– E o que
respondeu?
– Eu fiquei sem
fala, depois ele me pediu pra pensar.
– Seria legal
você ter dito um não a ele, mesmo que fosse por pouco tempo. – brincou.
– Eu nunca me
imaginei casada, namorando ate vocês entrarem em minha vida. Apesar de nunca
ter sonhado com príncipes encantados e felizes para sempre, eu acredito que
casamento é coisa seria.
– Porque ele te
pedia se ele não levasse a serio? E olha que ele dever ser um decrépito?
Quantos séculos?
– Só um, jake.
– Então... ele
deve ser do tempo de flertes, chá das cinco, namoro em que cada um fica em um
cômodo da casa, essas tradições dos nossos avós! Para eles era casamento
primeiro que tudo, ate que estudo... e ele te deixa estudar.
– Eu to falando
serio, jake.
– E eu também.
Fala serio! Eu não acredito que vai me fazer ajudar um sanguessuga, justo o
leitor de mentes... Bella. Ele com toda certeza viu que a única forma de você
acreditar que ele te ama é casando.
– Eu tenho medo
dele me deixar novamente.
– Eu te prometo
que se ele se atrever a fazer isso, eu o mato.
– Você não esta
ajudando.
– Ouça bem
porque eu não pretendo repetir essas palavras e se contar pra alguém que eu te
apoiei, juro por tudo que te faço pagar, isso é uma desonra pra minha tribo. O
Cullen te ama, esta desesperado para que o perdoe, ele a quer e não sabe mais o
que fazer para que acredite nele. Ele não vai a lugar algum, a menos que você
mande. O fato de você dizer não, não adiantará, ele a seguirá, será seu capacho
na esperança de você
reconsiderar e aceitar casar com ele, serão
o casal feliz por toda a eternidade. Que foi? Perdeu a vontade de ser vampira?
– Não é sobre
ser vampira, é sobre mudar minha vida por alguém que não sei se realmente me
quer na dele ou mereça... – digo voltando os olhos para a lua.
– Me responda,
você amo o leitor?
– Amo.
– O que te você
viu nele que a fez amá-lo?
– Sua segurança,
sua forma de me tratar, de demonstrar amor, o fato de sempre me apoiar, de não
julgar antes de... –
voltei meus olhos para jake.
Um sorriso dançava sobre seus lábios.
Suas mãos correram por meu rosto, removendo o choro que lavava meu rosto sem
permissão.
– Demorou um
pouco pra entender, não é...
– Como eu me
odeio.
Em momento algum me coloquei em seu
lugar, lhe retribui tudo o que fez por mim, apenas recebi sem dar nada em
troca. Apesar de sempre parecer e muitas vezes me fazerem acreditar que eu
estava me arriscando e me pondo em prova a cada momento, nada disso aconteceu.
Edward provou e mostrou de varias formas
o quanto me ama e sempre colocou minha segurança em primeiro lugar, quando foi
minha vez de mostrar o quanto o amo, não fiz nada, nada alem de agir o
contrario, de maltratá-lo, tudo o que ele queria era uma vida comigo, uma
existência comigo.
– Vamos para
casa, amanhã você conversa com ele.
Ajudou-me a levantar e me segurou pela
mão, guiando ate sua moto, me passou o capacete e guiou de volta a sua casa.
Quando chegamos, Charlie estava na
varanda conversando com Billy e foi impossível passarmos sem que ele visse a
moto. Então jake apenas estacionou do lado da varanda e seguimos ate eles.
– Não sabia que
você tem uma moto –
disse Charlie olhando nossas mãos.
– Ganhei de
aniversario...
– Que bom que
voltou, filho. Valeu Bella.
– Vocês?
– Não. Só
estávamos com problemas e resolvemos juntos! – disse jake
passando o braço por meu ombro.
– Vamos?
Segurei sua mão e seguimos para dentro
da casa, o cheiro de varias comidas invadiam o ambiente, não sabíamos ao certo quais
eram, mas eram varias.
Quando entrei com jake na área em que a
grande mesa estava formada Quil, Jared, Paul e Sam gritaram e vieram ate jake.
Uma forma de fazê-lo se sentir
confortável com o imprinting, seus olhos correram de volta pra mim, a
sobrancelha arqueada e um olhar duro, pedi desculpas e segui ate o lado de
Cindy que manteve os olhos em Jacob. Sorriu envergonhada e voltou a olhar para
o prato.
– Acho que não
teve tempo de conhecer minha irmã Cindy, Jacob. – digo e os
rapazes saem do lado dele.
Jacob anda decidido ate nos, sorri um
sorriso que alcançava a alma, estendeu a mão para Cindy, esta estendeu
rapidamente a mão tremula para ele.
– Prazer Cindy,
sou Jacob Black. Desculpe a minha falta de educação do outro dia.
– O prazer é meu
Jacob. –
respondeu corando fortemente.
A partir daquele momento, Cindy fez o
possível para se destacar, chamar a atenção de Jacob.
Tardiamente Charlie tomou conhecimento e
começou a fechar a cara, arrumando desculpas para irmos embora antes.
– Espere, pai.
eu quero falar com o senhor. – digo puxando-o ao ver que Cindy segurou
o braço de Jacob de forma nada inocente.
Charlie veio a contragosto comigo,
seguimos para a sala dos Black, Charlie sentou resmungando o que poderia fazer
para viver em paz com as filhas e sobre capar Jacob.
– Pai, eu queria
falar com você sobre Edward.
– Pensei que
você e o Jacob tinham voltado, apesar dele estar muito inclinado a sua irmã.
– Não pai, somos
apenas amigos. Edward conversou com você... assim como conversou comigo depois.
–
digo sentando ao seu lado.
– Sim, Bella. Eu
não gostei nada, mas infelizmente não posso te amarrar ao pé da cama e
simplesmente matar aquele garoto... se sua resposta for positiva eu vou
precisar me acostumar com isso. E realmente vou precisar de tempo. Muito
tempo... –
disse pondo a mão no coldre.
Não acredito que ele estava armado!
– Obrigada, pai
–
digo o abraçando forte – eu te amo.
– Eu também,
Bella. Eu também. –
disse beijando minha testa.
Ficamos um tempo abraçados, Charlie
mantinha os braços em volta do meu ombro. Buscando desde já aceitar o que
aconteceria.
– Cindy esta
gostando do Jacob, não esta? – deu ênfase a gostando.
– Quando você
não estiver armado talvez eu responda – digo rindo.
...
Novamente me vi fazendo aquele caminho,
desta vez com o dobro de atenção, minhas mãos não paravam de tremer e a cada
metro a menos elas tremiam mais.
Começa a pensar em estacionar por aqui e
ir a pé, seria mais seguro para o caso das minhas pernas falharem eu cair
ajoelhada do que bater o carro em alguma arvore ao errar e não conseguir parar.
Respirei aliviada quando a grande casa
envidraçada surgiu no final da curva. Segui para a varanda, Kate e Irina
pareciam conversa com Tanya, esta aparentava cobrir os ouvidos, suas mãos
mantidas por baixo dos cachos loiros. O rosto em uma carranca.
Estacionei com as três me olhando e Kate
fez um movimento sutil com as mãos, sua palma brilhou e Tanya olhou com
petulância. Desci e as três ficaram quietas, Kate sorriu confiante ao ver que
eu ainda olhava para sua palma que já não brilhava.
– Edward esta?
– Ele foi caçar
com Jasper e Alice. –
respondeu Irina levantando – Ele não vai
desistir – disse para a irmã.
– Vamos entrar,
Bella –
disse Tanya ignorando a irmã.
Levei um momento para entender o que
acontecia, o tal vampiro que Eduard mencionou estava importunando Tanya.
Segui para dentro da casa com Tanya ao
meu lado, sua forma de agir lembrando Alice e Edward, ela estava preparada para
saltar sobre quem tentasse me atacar.
Sua mão poderia tocar a minha em um
breve descuido, tamanha aproximação. Tanya ou as irmãs não pareciam incomodas
com minha presença.
Mas diferente do que imaginei, elas não
me guiaram para a sala, Tanya sutilmente guiou-me para o jardim dos fundos.
O extenso jardim estava um pouco
destruído e as arvores na margem gramada foram arrancadas. Vultos se chocavam
causando um estrondo, nada comparado com o barulho no jogo de beisebol que
presenciei.
Emmett lutava com outro vampiro de sua
altura, mas franzino se comparado a ele. Os cabelos batiam em onda na linha dos
ombros, sua forma de se mover era graciosa, ele poderia estar com uma espada
não mão para combater o adversário.
– Mantenha o
foco, Emmett. – ouvi
Eleazar.
Muitos vampiros e vampiras estavam
sentados, alguns com a roupa manchada pela terra escura outros apenas sentados
assistindo.
Meus olhos ficaram presos nas três
mulheres que se vestiam como índias. Uma de cabelos revoltos e a outra com
longos cabelos negros trançados a terceira estava deitada no chão gramado, mas os cabelos
pareciam tão negros quanto as outras, a pele com um bronzeado que garotas
ficavam doentes para ter.
A de cabelos lisos voltou sua atenção em
mim, corei a ser flagrada. Diferente do que esperava recebi um pequeno sorriso.
Então um grande barulho invadiu meus
ouvidos me fazendo encolher, antes que eu pudesse prender um grito pavoroso
fugiu por minha garganta quando um rosnado ecoou ao meu lado.
Precisei de muitos minutos para
processar o que havia acontecido. Emmett estava em posição de ataque em minha
frente, cobrindo meu corpo de quem tentava me atacar.
– Era disso que
eu estava falando!
– Isso não é
brincadeira, Garret. – Tanya rebatei com um pequeno rosnado.
– Ao menos serviu
para ver que ele estava atento. Apesar de ser lento.
– Não use a
Bella como exemplo –
a frase mal pode ser compreendida ao ser acompanhada por outro rosnado. Emmett
se endireitou, posicionando-se do meu lado.
– Prazer em
conhecê-la, senhorita Swan. – o vampiro que antes lutava com Emmett
estendeu a mão. Olhei para Emmett e ele revirou os olhos. – por favor, senhorita.
– Prazer.
– Eu estava
apenas testando a atenção de Emmett. Espero não ter lhe assustado ao extremo.
– Só me avise
antes de repetir o gesto. Meus ouvidos agradecem.
Após o acontecimento, me permiti sentar
e esperar Edward, enquanto assistia aos treinos. Eram muitos vampiros e alguns
dobraram a distancia entre eles e eu.
Uma movimentação na casa e um estalo
alto. Como um móvel quebrando.
– Bella? – Edward surgiu,
seus olhos dourados, mas continha manchas cinzas em volto dos olhos.
– Eu disse que
estava tudo bem, não precisávamos sair daquela forma. – disse Alice
sorrindo.
– Poderíamos ter
continuado, mas preferiu cantar musicas inadequadas a todo o momento.
– Porque eu
queria surpresa, Bella quer falar com você.
– Ergui e segui
com Edward para a beira do rio.
– Podemos ir a
outro lugar, se preferir.
– Esta bom aqui.
– Já pensou...?
– Sim. Eu levei
um tempo pra entender tudo, para aceitar. Precisou que pessoas de fora
dissessem para que eu enxergasse tudo o que fiz, que continuava fazendo. – digo virando em
sua direção.
Edward mantinha as mãos em punho sobe a
rocha que estava encostado. Sorriu suave, com passos incertos segui para sua
frente. Toquei sua mão, segurando dentro das minhas.
– O medo de
passar pela dor que senti quando foi embora me impedia de ver com clareza, de
pensar no que você passou, esse medo me fez criar mais um casulo, um muro para
impedir que tudo voltasse e a cada dia ao seu lado eu buscava uma maneira de
afastá-lo e nesse meio eu fiz coisas desagraveis, que feriram a nos dois, que
feriram minha família e a sua. Nos colocando onde estamos. Nas ultimas semanas
eu não sabia qual era a maior parte em mim, a Bella assustada e temerosa ou a
que te ama sem amarras. – as lagrimas já estavam rolando e precisei de um
minuto pra fazer o que eu queria.
– Amo-te
como um bicho, simplesmente.
De
um amor sem mistério e sem virtude
Com
um desejo maciço e permanente.
E
de te amar assim, muito e amiúde
É
que um dia em teu corpo de repente
Ei
de morrer de amar mais do que pude.
A ultima parte do poema saiu com muita
dificuldade, às lagrimas e o soluços lutavam para sair antes, roubando o
fôlego.
Desta forma apenas acenei em positivo,
sentindo o chão fugir e seus braços a minha volta.
Sua boca tomando a minha em um beijo
diferente, suas mãos se infiltraram por minha blusa, tocando minha pele. Um
gemido de prazer percorreu meu corpo, causando vibrações entre minhas pernas.
Um assovio e gritos, comandados por
Emmett cortaram todo o clima, Edward removei as mãos de minha pele, mas o
sorriso permaneceu eu seu rosto radiante.
– Eu... – cobri seus lábios,
eu não queria promessas, queria ações.
– Apenas me faça
sua e seremos felizes – sussurrei o mais baixo que pude.
– Aê irmãozinho!
Isso foi sexy! –
Emmett gritou.
– Quando eu for
uma vampira eu posso bater nele?
– Por favor,
faça isso! – Edward
passou seus braços por meu corpo, seguimos de volta para a casa. – você sente mesmo o que esta no poema.
– Sim, não
poderia existir um melhor para me descrever. Eu te amo tanto e tão intensamente
que às vezes me sinto perdida, como se não coubesse em mim o que sinto. – digo encostando
em seu peito.
Quando chegamos à porta lateral que dava
acesso a sala e a biblioteca o corpo de Edward reteceu. Seus braços me
apertaram com força. Voltei meu rosto para o seu e ele estava em uma mascara de
dor.
– Aro decidiu.
Em algumas semanas.