sábado, 22 de março de 2014

CD2 - Capítulo 4



Capítulo 4 - Mães

And everyday
There's a brand new baby born
And everyway
There's enough to keep you warm
And it's okay
And I'm glad to say
That I'm alive

And I don't care much for words of doom
If it's love you got, well I've got the room
It's a simple thing
That came to me when I found you
I'm alive
I'm alive
I wanna take all that life has got to give
All I need is someone to share it with
I've got love
And love is all I really need to live

(I’m Alive – Neil Diamond)

Peg

           
            Dois anos.
            Hoje faz dois anos que John nasceu e mudou todas as coisas a meu respeito. Existe algo muito peculiar em ser mãe, mas você não sente até que seu filho esteja em seus braços.
            Você pode sonhar com ele vividamente, mesmo sem nunca tê-lo visto, pode maravilhar-se com as possibilidades, preocupar-se constantemente e de forma doentia, mesmo enquanto ele ainda está seguro em seu ventre... Você sabe que o ama e que tudo o que está mudando em sua vida vale a pena por causa disso, mesmo que você já fosse imensamente feliz antes. Mesmo que o medo de não conseguir fazer as coisas direito seja tanto que às vezes cegue sua felicidade.
            Mas então acontece, toda espera, toda ilusão acabam, e ele finalmente está em seus braços. Você abre os olhos e o mundo é um lugar novo. Você é algo inteiramente novo. Não importa o que aconteça a partir dali, você é mãe, sempre será, isso nunca será apagado. E aquele ser com quem você vinha sonhando e que já amava sem conhecer, é definitivamente real e não mais apenas uma ideia. Você só entende isso de verdade naquele momento, quando pequenos olhos se voltam para os seus e espelham todos os dias de um futuro que você quer, mais do que tudo, ter.
            Subitamente, todas as emoções já tão difíceis de lidar se potencializam. Alegria, amor, medo e ansiedade passam a girar como bolas de vidro, lisas e potencialmente quebráveis e cortantes, dentro do seu estômago, subindo pela sua garganta e ardendo em seus olhos. E você chora. O tempo todo. É um horror!
            Talvez sejam os hormônios, talvez seja apenas o fato de que tudo gira em torno de um novo eixo, de uma parte sua que está fora de você, dependendo dos seus cuidados, mas estando totalmente fora de seu controle ao mesmo tempo. Eu não sei. Mas é furiosamente dolorido e prazeroso ao mesmo tempo. Ainda me lembro da primeira vez que aconteceu comigo, logo na primeira semana.
            Eu estava tentando amamentá-lo e doía. Embora tivesse sido lindo ver a vida fluindo de mim e nutrindo meu bebê, naquele momento eu estava sofrendo e tudo o que eu queria era que ele acabasse logo, porque a minha pele estava sensível e eu estava com medo de que rachasse. Meu filho estava se alimentando. De mim. E eu queria que ele parasse.
            Eu sou uma mãe em potencial, como um tipo de abelha rainha na minha espécie. Se não tivesse me tornado uma Alma aculturada como me tornei, eventualmente meu destino seria dar a vida para que milhares de seres como eu pudessem viver em meu lugar. É doloroso. Quase brutal. Mas Almas são abnegadas. Mães são abnegadas. Ou pelo menos deveriam ser. E lá estava eu, uma Alma, uma mãe, preocupada em evitar uma dor que garantia a subsistência do meu filho.
            Para alguém como eu, a sensação de estar sendo egoísta é algo terrível. Aciona um gatilho doloroso de angústia e culpa com o qual eu não podia lidar naquele momento. Não quando todas as minhas emoções estavam andando com pequeninos pés ensaboados nas bordas de penhascos imaginários.
            E então eu caí, direto e com gosto no Vale do Choro Convulsivo, como Melanie brincou depois quando soube. Acho que chorei por uma hora inteira talvez e, eventualmente, John começou a chorar também, o que, obviamente, me fez sentir pior. Quando Ian entrou no quarto, eu estava imersa numa onda de culpa sem sentido e num choro descontrolado que fazia coro com o do bebê que eu tentava acalmar.
            — O que aconteceu? — ele perguntou.
            O pobre homem parecia tão assustado que eu tive pena, mas eu mal conseguia falar para explicar o que estava acontecendo. Então, ele começou a conjecturar.
            — John está doente?
            Balancei a cabeça negativamente, tentando engolir as lágrimas e me controlar um pouco. Ian respirou aliviado.
            — Ele está bem — disse com voz trêmula, antes que ele começasse a pensar em outra coisa e ficasse mais preocupado.
            — Então é você que não está bem — ele concluiu.
            — Não... Sim... Eu estou! É só que... Ah, eu me sinto péssima, mas está tudo bem comigo.
            — Você está péssima, mas está bem? — assombrou-se, um vinco se formando entre suas sobrancelhas e uma pitada de divertimento escapando pelas frestas de sua preocupação. Ele também tinha um ar tão cansado que mal parecia ele mesmo, os olhos azuis repletos de um misto de sentimentos tão conflituosos quanto os meus.
            — É — confirmei hesitante. — Só estou me sentindo triste, mas estou feliz também — E com dor, mas eu não diria isso a ele! — Você entende?
            — Sim... Eu acho. Mas acho que devíamos checar com alguém que entendesse melhor, talvez... Não sei... Vou chamar Estrela. E alguém experiente... Trudy. Isso! Vou chamar a Trudy também. Acho que ela pode ajudar.
            Ian começou o movimento de sair, mas não parecia decidido como sempre. Voltou para perto de mim e me analisou, como se soubesse — e ele sempre sabia — que não era de fato algo físico, algo que Estrela pudesse resolver. Mas ele também não parecia crer que pudesse resolver aquilo ele mesmo, e isso era um tanto quanto inédito. Ian era o tipo de pessoa que via um problema à sua frente e não se encolhia assustado, simplesmente cogitava uma solução e ia em busca dela. Apenas isso.
            Eu estava tão acostumada com que as coisas fossem dessa maneira, com Ian sendo sempre forte e cheio de iniciativa, que quando ele parecia perdido eu me assustava um pouco. Foi então que percebi: chorar por ser egoísta era uma das coisas mais egoístas que eu podia fazer naquele momento.
            Quer dizer, aquilo tudo era novidade para ele também. Ian não tinha passado pela gravidez, pelas alterações hormonais nem por nada daquilo de que eu podia me queixar, mas tinha sua própria cota de coisas com que lidar. E eu acho que quando se é um homem vivendo num mundo como este, pode-se chegar facilmente à conclusão de que ser pai é algo impossível, senão inaceitável. Como você vai cuidar de um bebê? Como vai protegê-lo? É Ian é um tipo muito protetor. Para dizer o mínimo.
            E, então, ali estava ele: pai de primeira viagem do filho recém-nascido de uma alienígena completamente alterada, cercado de choro por todos os lados e sem nenhuma ideia do que fazer. Bem, é preciso reconhecer que isso não é algo que alguém enfrente todos os dias. Ou alguma vez na vida, para ser mais exata. E embora Ian fosse muito bom em se adaptar às reescritas constantes das linhas de sua vida, resiliência tinha limite, especialmente quando se estava há algumas noites sem dormir direito.
            Quando me pus na situação dele, tudo me pareceu tão surreal que tive que rir. Eu estava banhada em lágrimas, com um bebê berrando em meus braços e rindo. Ir de um extremo a outro em poucos segundos: outro bônus de um corpo inundado por hormônios bagunçados.
            Observei a expressão de Ian oscilar gradualmente entre preocupação, ultraje e divertimento. Ele me conhecia bem o suficiente, sabia que o centro da tempestade já tinha se dispersado, então simplesmente pegou John dos meus braços e disse:
            — Eu até diria que esse choro todo molhou nosso filho, mas pelo cheiro acho que é outra coisa.
            Oh, céus!, pensei. Eu sequer tinha percebido que esse era o motivo do choro de John. Acho que havia algo de seriamente errado comigo naquele dia.
            — Deixe que eu troco — pedi.
            — Não, você está cansada. Ou... er... não sei bem o que você está. Será que pode me dizer o que foi aquilo?
            Aquelas duas pessoas paradas ali não éramos nós. Ian era seguro e calmo e eu não tinha ataques de choro aleatórios. Eu não tinha ataques de choro. Fim. Conversar e contar a ele a verdade me parecia a melhor maneira de nos fazer sentir um pouco mais próximos do nosso normal, então eu contei.
            — Ah, Peg! — disse Ian me abraçando. John já tinha se acalmado e adormecido naquele momento e nós dois estávamos deitados lado a lado, concentrados um no outro, como gostávamos de fazer. Já fazia alguns dias que não conseguíamos ficar assim, e eu estava aproveitando.
            — Eu sei, eu sei. Não estou me comportando como eu mesma. Desculpe. É só que não consegui evitar. Isso tudo pode ser bem enlouquecedor às vezes.
            — Na verdade, você está se comportando exatamente como você mesma. Salvo a crise de choro, é bem do seu feitio achar que se preocupar um pouco consigo é uma tragédia — disse ele, sorrindo de um jeito insultantemente bonito e meio complacente. Ele me olhou daquele seu jeito amoroso de sempre e me beijou com carinho. — Você, literalmente, não é desse mundo, Peregrina. É o ser menos egoísta que eu já conheci, e ainda assim é capaz de achar que não está sendo abnegada o suficiente. Eu não entendo tanto assim dessas coisas de mulheres, mas acho que isso deve ser normal. Tudo o que temos que fazer é perguntar a Estrela o que fazer para melhorar sua dor e, se ela não souber, eu tenho certeza de que Trudy pode ajudar.
            — Não chame Estrela — eu disse. — Ela tem passado todo o tempo que pode aqui comigo e está cansada. Logan precisou praticamente arrastá-la para que dormisse um pouco. E eu não quero incomodar Trudy. As pessoas já estão suficientemente incomodadas com as vezes que John chora durante a noite e as acorda.
            — Isso aconteceu uma vez, não foram vezes. E ele é um bebezinho recém-nascido, pelo amor de Deus! Gente fala — alguns pelos cotovelos —, cachorros latem e bebês choram em horas impróprias. É como as coisas são. Não é como se as pessoas tivessem que acordar cedo para trabalhar o dia todo aqui, certo?
            — Mas Lacey...
            — Lacey. Não Trudy. Nem ninguém, na verdade. Só Lacey, que é quem menos trabalha por aqui e não perde uma oportunidade de nos atacar. Você tem que viver com o fato de que ela nos odeia, mas, até aí... Bom, ela odeia todo mundo com exceção de Candy e da megera da Maggie. De resto, todos têm se desdobrado em cuidados com John e você. E Trudy é nossa amiga. Ela adora você.
            Era verdade. Todos estavam sendo tão solícitos e carinhosos, que quando John não fosse mais tão novinho, eu até podia imaginar naquele momento que seu berço seria levado de quarto em quarto, algo que se confirmaria depois. Um bebê trazia vida e uma nova alegria para esse lugar outrora triste. E eu era muito grata por isso, pelo amor que as pessoas dedicavam a ele. Fosse como fosse, este sempre seria o lar dele.
            Então, mais tarde naquele dia, Trudy, Estrela e Sunny vieram conversar comigo. Eu estava tremendamente constrangida, sentindo-me uma criança imatura e despreparada. Nem uma semana havia se passado e eu já estava tendo uma crise, como se as dezenas de livros sobre maternidade que eu li não fizessem a menor diferença.
            — Ah, querida! — riu Trudy. — Você não pode estudar para ser mãe. É para isso que existem as amigas.
            Eu simplesmente não conseguia acreditar que estivesse me comportando daquela maneira. Fazia com que eu me sentisse incrivelmente frágil e dependente. E embora eu tivesse tido minha cota de ambas as sensações, primeiro quando cheguei aqui com Mel, e depois mais tarde me adaptando ao corpo de Pet, aquilo simplesmente não era confortável. Mas então alguma coisa aconteceu.
            Em algum ponto ao longo da conversa, não éramos mais três Almas e uma humana, éramos apenas mulheres que dividiam histórias. Trudy nos contou coisas sobre sua filha Rose, que tinha morrido há muito tempo, antes da invasão, de leucemia. Nós evitávamos falar sobre ela, porque sempre deixava Trudy e Geoffrey tristes, além disso, fazia com que eu me lembrasse de Walt. Eu sequer conseguia imaginar o que seria passar por tudo aquilo com uma filha e não queria pensar que coisas ruins pudessem acontecer.
            Entretanto, naquele dia, a doença, a perda e a saudade não eram o que mais importava. Naquele dia, Rose era vida e lembranças boas, e os grandes olhos escuros, iguais aos de Sunny que foram o porquê da ligação entre elas ter nascido. John era uma alegria que nos unia ainda mais, e Lindsay era um sonho bom que logo estaria aqui. Para todas nós, todo aquele amor de repente parecia apenas... natural. Como algo que sempre tinha estado ali.
            Foi quando eu aprendi que mães são sempre mães e que não importa quanta dor você possa sentir, o amor sempre vale mais. Foi quando eu entendi que todas passam pelas mesmas dúvidas, pelas mesmas incertezas, e pelo mesmo medo paralisante de que não seja permitido à balança da vida permanecer muito tempo pendendo para a felicidade absoluta de ter seu filho ao seu lado, mas que essa felicidade sempre arranja um jeito de enganar a balança, mesmo quando não parece possível.
            Pude ver isso quando Trudy falava de Rose com alegria e amor, ou quando ela acariciava os cabelos de Sunny de um jeito despreocupado enquanto contava suas histórias, trazendo-a quase inconscientemente para dentro de seu coração ferido que se reconstruía um pouco quando minha alma-irmã sorria para ela.
            Foi o que eu vi novamente quando, meses depois, Estrela teve suas próprias dúvidas e as dividiu conosco, mesmo que estivesse, assim como eu tinha estado, envergonhada de que os outros pensassem que ela não conseguia cuidar da própria filha ou fazer as coisas do jeito que diziam que era certo. No fim, cada uma de nós encontrava sua maneira e descobria a mesma coisa: medo faz parte da caminhada e você nunca vai achar que encontrou o caminho, mas continua mesmo assim, porque é o que precisa fazer.
            Então nós fizemos o que tínhamos que fazer e vivemos devagar, descobrindo os passos à medida que eles estavam sob nossos pés. Ian e eu, Estrela e Logan, meus amigos e minha família. A família que eu escolhi e que me escolheu e que agora se preocupava em decorar paredes de pedra com balões e papel colorido.
            Era meio ridículo de tão lindo.
            Você pode viver uma dezena de vidas em todos os planetas conhecidos, que nada te prepara para a avalanche de sentimentos que te invadem quando vê uma caverna decorada com motivos infantis.
            — Ei, Peg, você gostou? — disse Jamie, correndo em minha direção. — Foi Kate que fez.
            — Ficou lindo! — respondi, abraçando Kate e depois Jamie.
            Os dois estavam muito animados. Acho que todos estávamos. Eu podia ver as pessoas sorrindo e seus semblantes relaxados preenchiam a praça central. Era um mundo novo agora, erguido a partir da união que John, de certa forma, simbolizava. E dentre as tradições humanas que tinham ficado para trás, estávamos resgatando algumas que agora seriam só nossas. Estávamos construindo novas lembranças para o nosso novo mundo. Decidimos isso quando os bebês chegaram e vínhamos tentando manter com cada pessoa.
            Estrela se aproximou trazendo John e, logo atrás dela, Kyle trazia Lindsay. Quando completaram o primeiro ano eram muito pequenos para entender o que era uma festa, mas desta vez eles soltaram gritinhos de empolgação e começaram a espernear no colo dos dois, tentando se soltar. John, mais velho e um pouco mais firme nas próprias pernas, correu e passou por baixo da grande mesa improvisada, indo direto até os balões que Jeb terminava de encher.
            Ele pegou alguns e correu de volta para mim, tirando o mais bonito e colorido do bando e me oferecendo.
            — Mamãe, “pa voxê”. Vem lá de “xima tamém”.
            Ele estava se referindo ao céu. Ian dizia a ele que eu tinha vindo de lá, e John tinha verdadeira fascinação pela ideia. Ele simplesmente amava qualquer coisa que tivesse a ver com as alturas, como balões que voam com o vento, por exemplo, mas às vezes se confundia com as palavras “ir” e “vir”.
            Lindsay também tinha descido do colo de Kyle e estava correndo alvoroçada, os dois jogavam balões um para o outro sob a “supervisão” entusiasmada dos filhos de Lucina, enquanto eu olhava para o meu presente que “vinha lá de cima”: aquele balão colorido que eu segurava com carinho, impedindo de voar com o vento para todo canto. Eu teria que segurar meu filho também, quando ele quisesse voar.
            Eu amava esse mundo só nosso, mas sentia que iria para sempre me ressentir do fato de que meu filho não teria um mundo inteiro para si, o mundo que ele quisesse ter quando pudesse voar. Não enquanto quisesse ficar conosco. Nenhum de nós fazia ideia de como seria a vida lá fora para os novos humanos, esses cujos pais Almas não permitiriam que fossem hospedeiros, bebês como John e Lindsay, mas sabíamos que nós, sua família, jamais poderíamos sair daqui.
            Eu queria que ele voasse, é claro que queria! Faria qualquer coisa para que ele vivesse feliz, inclusive libertá-lo, inclusive viver longe dele. Mas ele era meu filho. Meu. Como eu poderia suportar que ele partisse?
            Não havia nada mais irritante em se ser humana do que os paradoxos perturbadores que cercam a experiência. Às vezes eu queria apenas não pensar nessas coisas e viver exclusivamente no presente, bem aqui onde meu filho é só um bebê que só sai de perto de mim para ir para o colo das pessoas que amo. Exatamente aqui, onde sou tão feliz.
            Trudy vivia me dizendo que as coisas nunca mudam, mães são sempre a mesma coisa, não importa que estejamos em um mundo totalmente diferente. E ela tinha razão. Eu sempre desejaria poder dar mais a ele do que ele tinha, e sempre me preocuparia que não fosse o suficiente. Eu seria sempre a mãe dele, por tudo quanto isso significava: o amor infinito, o medo eterno e intrínseco de que ele não fosse feliz... Tudo.
            Na balança desconhecida que equilibra nossas emoções, no entanto, eu podia dizer que a felicidade pesava mais. A vida não era perfeita. Provavelmente nunca seria. Mas eu não precisava de uma vida perfeita enquanto tivesse a minha, enquanto tivesse este mundo e estas pessoas. Porque essa era uma vida em que balões coloridos podiam ir e vir do céu.
            Mesmo que fosse apenas por agora.

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