sábado, 27 de dezembro de 2014

Capítulo 12 Entre a Luz e as Sombras

Capítulo 12 – Sonhos e Descobertas

Shadows fill an empty heart
As love is fading.
For all the things that we are,
We are not saying.
Can we see beyond the scars
And make it to the dawn?

 (What About Now – Daughtry)


Está muito, muito escuro e eu sei que minha cabeça deveria estar doendo, mas não está. Nada em mim dói, na verdade. Sinto-me onde deveria estar e não estou com medo, estou calma, exceto pela sensação de que o chão está prestes a tremer sob meus pés e se abrir diante de mim, dividindo minha vida. Antes e depois, o pressentimento sussurra pelos cantos.
Você será diferente depois dele. Do terremoto.
Eu me preparo para o que virá e tento descobrir onde estou. É fácil perceber, apesar da escuridão. Meu coração tem estado nestas paredes. Estou no On the Rocks.
Está tudo escuro e sei, com aquele tipo de certeza inquestionável de sonho, que aquele único cliente sentado em uma mesa, de costas para mim, não está lá para uma bebida.
Exceto por aquele homem, o bar está fechado e vazio e Teo grita meu nome do lado de fora, chamando-me para perto dele. Quero ir, mas sei que tenho algo a fazer antes. Então, me aproximo da sombra encapuzada à minha frente e sua dor profunda, cortante, aguda, quase me joga para trás, mas eu firmo meus pés.
            Sobre a mesa estão suas luvas negras e vejo que ele tem as mãos estendidas diante de si, palmas para cima, e suas mãos pálidas estão cobertas de sangue. Primeiro devagar, depois cada vez mais freneticamente, ele começa a esfregá-las em suas roupas, tentando se limpar, e então seu desespero escala a barreira do impossível e ele crava as próprias unhas em sua pele, os dedos de uma mão na palma da outra, tentando se livrar do sangue, mas rasgando-se no processo. Sua respiração está ofegante, irregular, saindo em golfadas dolorosas.
            — Pare, por favor — imploro, e nunca senti necessidade mais premente em toda minha vida. — Você está se machucando!
            Por sobre os ombros, ele olha para mim e seus olhos são negros como a noite. Não apenas escuros. São dois buracos negros sob suas pálpebras. Íris, pupila, esclera... Tudo imerso em trevas sem estrelas.
            — Preciso fazer isso — ele responde, e sua voz também é escura, rasgando talhos de noite pelas paredes. — Se eu não me machucar, vou acabar machucando você.
            Teo ainda está lá fora e seus gritos ficam mais desesperados quando dou a volta na mesa para ficar de frente com o homem-noite. Escuto-o esmurrar a porta com força, como se estivesse prestes a derrubá-la, mas não quero que ele entre. É perigoso aqui. E não sei por qual dos dois homens temo mais. Só sei que quero que a Noite pare de se ferir. Preciso que ele pare.
            — Então me machuque, não me importo. Quero salvar você.
            Em algum lugar longínquo, Paty está cantando e há um cheiro de café e pão quente que invade meus sentidos, mas não me importo com isso agora. Nem temo por ela, porque sei que só eu a estou ouvindo. No mundo do homem-noite, apenas minha voz ecoa minhas últimas palavras.
            Quando as ouve, ele levanta a cabeça surpreso e seu capuz escorrega um pouco para trás. Prendo minha respiração na expectativa de ver seu rosto e só agora percebo o quanto anseio por isso, mas está escuro demais e seus olhos de trevas fazem a luz parecer ainda mais impossível.
            Ele inclina a cabeça de lado num movimento mecânico, estranho, quebrado, mas interrompe o que está fazendo e se levanta, contorna a mesa e para diante de mim. Estendo minhas mãos em busca das dele, caídas ao lado de seu corpo enquanto grossas gotas de sangue desmoronam ruidosamente ao nosso redor. Seus olhos ainda são a única coisa que consigo ver e sei que ele está confuso, chocado, perdido, porque nunca ninguém o amou o suficiente para oferecer sua vida por ele e sempre foi mais fácil acreditar que ninguém jamais poderia. Mas eu estou aqui e ele parece duvidar que isso seja possível.
            Estendo minhas mãos mais uma vez para ele e desta vez ele faz o mesmo, mas não chego a segurá-las. O ar ao nosso redor acaba de súbito, sorvido por nosso espanto. Sua pele não está mais ferida, não há mais sangue em suas mãos.
            Ele as examina, pasmado, primeiro as palmas, depois as costas das mãos, e seus dedos pálidos estão imaculados e trêmulos quando ele agarra as bordas de seu capuz, pronto para empurrar o tecido para trás e finalmente, finalmente, me deixar ver seu rosto. E eu quero isso. Quero muito. Subitamente, é como se nada mais importasse no mundo.
            A luz do sol começa a penetrar pelas janelas, expulsando as trevas de seus olhos. Percebo que tudo está diferente. Teo não está mais lá fora e o bar não está mais vazio, mas não me importo com nada disso. Só o que me importa é saber quem ele é, porque posso ver que ele está sorrindo e sei que é por minha causa e então...

            — Bom dia, flor do dia!
            — Quê!? Aaah! — digo, rolando para o lado e puxando o travesseiro para cobrir meu rosto. Nunca imaginei que pudesse odiar um sorriso de covinhas.
            — Credo! Mau humor matinal, é? E eu que pensei que a Srta. Tudo São Flores acordasse vomitando borboletas!
            — Hum, desculpe — digo, destampando meu rosto e me sentando na cama após me dar conta da minha falta de educação. — É que eu estava tendo um sonho e você chegou numa hora importante.
            — Ai, caramba! Não me diga que você estava tendo um sonho erótico e eu cheguei na hora H? — pergunta Paty, sentando-se ao meu lado, os olhos brilhando de curiosidade.
            — NÃO! — grito. — Eu não estava tendo um sonho erótico!
            — Aham. Agora me conta: você estava sonhando com o Teo, né?
            — Teo estava lá também, mas havia outro homem...
            — Quê!? Você estava tendo um sonho erótico com o Teo e com outro homem? Mas que safadeza!
            — Eu já disse que não estava tendo um sonho erótico!
            Céus! Eu nem sei o que é isso!, pensei, sentindo o sangue esquentar meu rosto de vergonha.
            — E eu já disse “aham”, ou seja, já passamos dessa fase da conversa. Mas agora estou interessada nos detalhes sórdidos. Era o seu ex?
            Meu ex? Ah, certo! Aquele da mentira.
            — Não, não. Eu não sei quem ele era. Eu ia descobrir quando você me acordou.
            — Uh, que devassidão! Isso está ficando mais sujo do que eu imaginava! Vocês estavam mascarados, é? E usavam mais alguma coisa além da máscara?
            — Ai, Paty, por favor, pare com isso. Eu. Não. Estava. Tendo. Um. Sonho. Erótico — digo, cobrindo o rosto com as duas mãos porque não aguento olhar para ela e para aquela sua expressão de eu-sabia-que-você-não-era-santa.
            — Ok. Ok. Não precisa ficar nervosa. Então esses são os seus sonhos normais? Imagina só os eróticos! Só que agora estou num dilema, porque eu meio que queria espremer você até saber os detalhes, mas estou com medo de você ter um aneurisma de tanta vergonha. Acho que todo sangue que você tem no corpo está na sua cara agora — brinca, puxando minhas mãos para olhar para o meu rosto.
            Então, quando percebe como eu estou, ela suaviza a voz daquele jeito que faz comigo às vezes, como se eu fosse uma mocinha ingênua, o que não está muito distante da verdade, pelo menos na parte do “ingênua”.
            — Por que tanta vergonha? Afinal, você está mesmo namorando um gostoso. Quer dizer, é natural.
            Quando ela menciona Teo me sinto corar ainda mais, se é que isso é possível, e me apresso a esclarecer, não sei bem por quê:
            — Teo e eu não... — Nem sequer nos beijamos! — Nós não somos namorados.
            — Não estão namorando? E ele sabe disso, por acaso? Porque o coitado está todo apaixonado. Olha, Branquinha, quando eu percebi que ele estava a fim de você e você dele, saí fora da jogada. Mas você sabe que eu estava a fim. Não gosto da ideia de tê-lo deixado para você só para aí você dar uns amassos nele e depois cuspi-lo fora como um chiclete mastigado. Tem alguma coisa nele, Clara, eu não sei dizer o que é, mas eu sinto que ele é o tipo de cara pra ser levado a sério.
            Eu sei o que é. Sei por que ela se sente assim. Os humanos têm uma espécie de instinto a nosso respeito, algo que repele sentimentos levianos ou paixões passageiras que possam nos distrair ou comprometer. Eles simplesmente sabem que se vão nos dedicar uma parte de seu coração, não deve ser nada menos do que amor permanente e sincero.
            E isso me deixa preocupada.
            — Não pensei que você tivesse gostado tanto assim dele. Achei que você só tinha achado ele atraente.
            — Ah, também não é pra tanto, vai. Não é porque eu estou defendendo o cara que você vai ficar aí pensando que eu estou apaixonada por ele. Deixa eu te dizer uma coisa, minha linda, Patrícia Moraes não se apaixona. Isso é para os fracos – mente Paty, e pela primeira vez percebo o que significa a ruguinha que de vez em quando, como agora, se forma e desaparece rapidamente entre seus olhos. Significa que Patrícia Moraes mente para mim com muito mais frequência do que eu imaginava.
            — Desculpe, se eu soubesse...
            O que eu faria?
            Não faço ideia, já que não consigo evitar a força que me puxa implacavelmente para Teo. Não sei que espécie de amor sinto por ele, mas sei que o amo. Tanto quanto sei que não quero magoar Paty.
            Ah, céus! Alberto devia ter te explicado melhor sobre essa parte.
            E cá estão os pensamentos escorregadios de minha mente para me lembrar de meu “professor”, meu amigo Alberto, aquele que me ensinou tudo o que eu não pude aprender sozinha sobre quem nós somos. Talvez eu devesse ligar para ele. Estou mesmo com saudades.
Talvez seja isso que eu esteja destinada a ser para Teo. O que Alberto foi para mim. Talvez eu esteja confundindo o fato de ele ser meu protegido, de eu precisar orientá-lo, com amor.
Não. Eu sei que o amo.
— Não vou fazer isso, Paty. Não vou mastigá-lo e cuspi-lo fora como chiclete velho, como você disse. Eu gosto muito dele. Só não sei se...
E aqui me interrompo de novo. Como vou dizer a ela que nunca estive apaixonada, que tudo que sei a respeito do amor entre um homem e uma mulher vem da ficção, dos filmes a que assisti, dos livros que li...? Como vou explicar que amo aquele anjo tanto que nem consigo entender, mas que não sei que espécie de amor é esse?
— Entendi. Você não sabe se quer ter um relacionamento com ele, né? Olha, não quero te pressionar nem nada, mas eu acho que a dúvida já é uma espécie de resposta — diz ela, interrompendo meus pensamentos, mas sua observação é tão simples e precisa que chega a me assustar.
— Não quero magoar ninguém. — E é a minha vez de ser simples e precisa.
— Eu sei que não, querida. Você se afogaria numa pocinha de cuspe antes de fazer mal para alguém de propósito, mas a verdade é que você precisa pensar bem no que sente por ele antes que o coitado se encha de ilusões.
— Você acha mesmo que ele está apaixonado por mim?
— Branquinha, se aquele cara não está de quatro por você, talvez a gente devesse checar melhor se ele não é alguma raça nova de cachorro, porque é o que ele parece andando atrás de você.
— Ai, Paty! Você tem um jeito tão debochado de dizer as coisas! — E não consigo evitar a risada breve que me escapa, mas em seguida fico séria novamente. Ainda mais preocupada do que estava antes.
— Olha, vamos lá, não faz essa cara que eu me sinto culpada por estar te dando essa bronquinha. Deixa eu te ajudar. É só você se fazer algumas perguntas. Não responda agora, senão você vai se apressar em dar uma resposta para mim e a resposta deve ser pra você. Só pense a respeito, ok?
Balanço a cabeça afirmativamente, embora não faça ideia do que ela esteja falando.
— Certo. Então pense nisto. Número um: você pensa muito nele? Tipo, consegue imaginá-lo em sua vida daqui a uma semana, um mês, um ano?
Penso nele o tempo todo. E não quero imaginar um mundo em que meus olhos não possam mais vê-lo. Só de pensar que eventualmente isso vá acontecer me faz sentir como se cem pessoas aleatórias tivessem resolvido me dar um soco no estômago. Então até aqui está fácil. Paty olha bem em meus olhos e continua, o modo conselheira amorosa ligado na última potência, ao que parece.
— Está pronta para lidar com os defeitos dele quando eles começarem a surgir? Se bem que eu meio que sei que essa pergunta é estúpida — diz ela, revirando os olhos. — Você justifica os defeitos de todo mundo, até da lambisgoia da Lara. Imagina só se não vai ser assim com os defeitos do gostosão? Acho que ele precisaria te atropelar cinco vezes seguidas para te deixar com raiva. Mas em todo caso, pense nisso.
Nem preciso. Que defeitos um anjo potencial podia ter que fossem suficientes para me repelir?
— Tudo bem — continua ela. — Esta pergunta vai parecer boba, mas é importante. Então pense nela com cuidado. Bom, você sabe que ele é bonito. Não é cega. Mas você o acha realmente atraente? Porque não é a mesma coisa, sabe? — diz Paty, quando sinto minha testa franzir para ela. — O que eu estou perguntando é se você consegue imaginá-lo... E não estou falando de beijinhos e abraços, hein! Você consegue imaginar que, por muito tempo, teoricamente para o resto de sua vida se as coisas derem certo, ele será o cara que... Bom, você consegue imaginá-lo tocando em você? Daquele jeito? Para sempre?
Muito bem, Mrs. Robinson, chegou a hora da verdade.
Fecho os olhos e me lembro do dia em que o conheci, de como sua imagem e sua voz derrubaram todas as minhas defesas. Lembro-me de como me senti quando ele tocou minha mão e de como o calor de seu corpo contra o meu, quando ele me apoiou no dia do ataque, me fez sentir em casa. Eu quero estar nos braços dele. Sim, eu quero muito que ele me toque. Muito mesmo.
Mas daquele jeito?
Tento levar minha imaginação além, para limites que meu cérebro casto nunca chegou realmente a cruzar. Nunca pensei nisso antes. Era simplesmente algo que não fazia parte de minha vida. Não sou uma humana comum. Mas eu amo Teo e preciso entender se é do jeito que uma mulher ama um homem. Uma mulher humana. E um homem humano.
Uh-oh!
Abro meus olhos assustada.
A resposta é.

Não.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Trailer segunda fase Menina Veneno - Amanhecer

MV- Capitulo - 6

                         
           
                                           Se eu tivesse oportunidade eu faria

 Estava delicioso! – digo após terminar com tudo que estava em meu prato – andou assistindo muitos programas culinários! – Edward mantinha um grande sorriso.
Para meu total espanto, Edward não tentou em momento algum saber o que foi conversado na reserva. Não sei se Alice deixou algo escapar por sua mente, mas a mim nada foi perguntado ou insinuado.
Alice me arrastou para o seu quarto, onde eu tomei um banho e enquanto me secava e me vestia ela também se lavou. Algo sobre removermos o fedor de lobo de nossos corpos e já saiu arruma com minha muda de roupa e as suas no cesto, quando desci pude sentir o cheiro de queimado. Alice sempre exagerada e com mania de achar tudo descartável.
 Acredito que se eu somar todas... daria mais de uma década –brincou, tocando meu rosto.
 Vou mantê-lo longe da cozinha e da TV a partir de agora, não quero estar gorda no vestido – brinco beijando-o. – então... qual era a surpresa?
 Vamos ao meu quarto – removeu a louça em sua velocidade de vampiro, quando terminei de me por de pé, ele já estava colocando o prato no secador e voltava ao meu lado, me estendendo a mão.
 Eu preciso escovar os dentes – digo abraçando seu dorso.
Quando abriu a porta notei que não era a mesma, esta era mais grossa e quando fechou em nossas costas, o quarto havia recebido uma camada, uma espécie de revestimento acústico, eu acho.
O quarto também estava ampliado, as duas paredes de vidro desapareceram, dando lugar a de madeira, uma porta larga, com uma parte em vidro, olhei por ela e era mais um cômodo, divido com portas grande de vidro, parecia uma banheira e o outro uma sauna.
Voltei a olhá-lo, Edward estava sentado sobre a grande cama com uma expressão suave, voltei para seu lado, sentando em seu colo, pondo minhas pernas em volta de seu quadril.
 Eles não podem mais nos ouvir?
 Se estiverem prestando atenção... talvez, mas eu testei com o Ale e não pude ouvir seu coração na mesma altura, apesar de ler a mente dele e de Pamela.
 E a sauna e a jacuzzi? – sorri maliciosa.
 Eu preciso me adaptar e pra isso, não posso lhe congelar, optei por enquanto pela sauna e jacuzzi.
 Não precisava destruir seu quarto.
 Não destruí, apenas ampliei, agora temos dois cômodos adicionais e dificilmente os outros nos ouvirão. Queria que não ficasse corada toda vez que sairmos do quarto. – disse brincando com uma mexa do meu cabelo.
 Vamos usar qual agora?
 Agora vamos esperar um pouco, acabou de se alimentar.
 Isso me lembra de escovar os dentes! – digo levantando rápido e correndo para o banheiro.
Quando voltei ao quarto Edward estava deitado descalço e havia removido a blusa de manga longa, seus braços flexionados atrás da cabeça e a TV ligada em umfilme antigo. Pisei na parte de trás do meu tênis, removendo-os com agilidade. Removendo minha blusa junto e ficando com a blusa fina de alça.
Moveu os olhos escondidos superficialmente pela grossa camada de cílios, mas nada falou, subi engatinhando na cama e me aconchegando ao seu dorso malhado. Moveu o braço para me circular e apertou um controle que minutos depois descobri ser o aquecedor.
Edward é um excelente ator, pois manteve seu interesse no filme, mesmo quando infiltrei minha mão por sua camiseta, tocando os fios que corriam por sua barriga, subindo pelo umbigo e arranhando seus cachos no peito, eu queria tocá-lo, beijá-lo e ele mantinha a respiração normal e atenção no filme.
Voltei minha atenção para seu rosto, sorriu e voltou a olhar o filme, suspirei vencida caindo sobre seu braço, o quarto já estava quente e sua temperatura era uma grande ajuda, mas eu realmente sentia calor por meu corpo.
Ameacei resmungar para abaixar o aquecedor, mas sorri tendo uma ideia melhor, fui ao banheiro e com cuidado abri o fecho da minha calça jeans, descendo cuidadosamente por meu corpo, o banheiro também estava aquecido.
Voltei apenas de camiseta e calcinha, não olhei sua reação, apenas deitei, usando seu braço como travesseiro. Ainda me esforcei a acompanhar o filme ou ao menos fingir que sabia o tema, mas essa brincadeira me deixou com sono.
Virei às costas, meus olhos pesando. Ainda pude sentir a mudança de seu peso sobre a cama, ele estava de lado apreciando a visão. Seu riso chegou baixo ao meu ouvido. Contornou seu corpo sobre o meu e cantou minha canção de ninar.
Quando meus olhos abriram, não foi Edward que vi e sim Alice, sentada na ponta da cama, sentei buscando por Edward.
 Ele não esta aqui, resolver caçar um pouco, será rápido. Você dormiu por uma hora.
 O que é isso? – perguntei quando me entregou uma bolsa.
 Ai esta o que vai precisar para a jacuzzi e para a sauna, já entreguei tudo o que Edward precisa. Fique quieta das primeiras sessões, digamos assim. Depois faça o que quiser.
 Você viu alguma coisa? – Alice pareceu pensar um pouco, mas acenou.
 Você com uma grande marca roxa e Charlie vindo atrás do Edward.
 Ah, bem... Isso é o mínimo que pode me acontecer, certo?
 Sim, a melhor das hipóteses, mas foi justamente para evitar isso que ele aceitou o treinamento. – disse rindo ao usar a palavra que usei com Edward.
Voltei minha atenção para a bolsa e nela havia embalagens de biquíni, etiquetados por região. Europa: apenas a parte de baixo, uma calcinha estilo suquini curta. America: as duas partes, grandes e Brasil: as duas partes e minúsculas.
 Aconselho a começar com esse – disse erguendo o biquíni brasileiro, seus olhos perderam o foco por instantes – sim, use esse, mas não tome iniciativas. Apenas sinta, diga o que quiser, mas não o ataque.
 Tudo bem, ele esta sendo bonzinho, então vou me comportar.
 Sim, muito bonzinho. – disse rindo e levantando – vá se arrumar. Ele chega em 10 minutos.
 Ok! – digo levantando e lembro que ainda estou pouco vestida e corro para o banheiro.
Abri a embalagem com calma e removi a peça, a parte de cima de curtininha, minúsculo, mas senti vergonha da parte de baixo, como as brasileiras usam isso em publico? Uma lingerie cobre mais do corpo que isso! Suspirei tirando o que sobrou de minhas roupas e vestindo aquilo.
Em meu corpo foi como se ela tivesse diminuído ainda mais, se isso for possível. Borboletas dançavam com varias aves em meu estomago, minhas pernas tremiam subindo por minha barriga e meu coração batia acelerado. Seria outro principio de ataque de pânico?
 Bella? Esta bem? – Edward perguntou batendo na porta.
 Eu estou, já vou sair. – digo respirando fundo e seguindo para a porta.
Edward estava em pé em frente a porta, seus olhos foram se abrindo, mais e mais a cada segundo, completamente em choque, suas mão subiram para os cabelos, umedeceu os lábios, mordendo em seguida.
 Preciso... pegar.... uma bolsa que Alice me deu – disse gaguejando.
 Eu espero aqui – digo caminhando em sua direção, me inclinando e beijando-o com cuidado.
Libertando-o e seguindo para a porta de madeira da sauna. O reflexo do vidro me permitindo ver seus olhos em meu quadril e a baixo. Edward permaneceu por muito tempo dentro do banheiro, sentei na cama tombando meu corpo sobre o colchão e esperei, mas ganhei um premio merecido quando saiu.
Com apenas uma toalha pequena enrolado na cintura, foi exatamente assim que Edward saiu do banheiro, me ergui com calma enquanto meus olhos esquadrinhavam cada mínimo detalhe, o tecido da sunga aparecendo na lateral, em sua mão um vidro pequeno.
Ergui-me com cuidado, não conseguia confiar em minhas pernas que tremiam com as batidas enérgicas do meu coração. Nossos olhos não se desviaram, até que toquei sua barriga, Edward deu um passo à trás, seu peito se erguia com a respiração forte.
 Não tenha medo – digo me aproximando mais, com minhas mãos espalmadas por sua barriga, subindo pelos fios em seu peito, limpou a garganta.
 Vamos?
Sorri acenando, escorrendo meus dedos por sua palma. Abriu a porta após mexer em uma válvula. Por dentro havia outra porta, uma divisória em vidro grosso separando a sauna da jacuzzi. Abriu esta porta, entrei sentando no largo banco de madeira.
Edward segurou a barra de sua toalha e permaneceu pensativo por alguns segundos, para enfim remover e descansá-la na ponta do banco. Pude me deslumbrar com seu corpo, com uma sunga em um tom escuro de verde, deixando as pernas grossas à mostra com poucos fios cobres e dentro da sunga um enorme volume.
Meu rosto queimou com o sangue em excesso e meu coração falhou duas batidas seguidas e acelerou. Seus olhos pousaram em mim e sorri afetada, sentou ao meu lado com o vidro em mãos.
 Eu vou passar esse óleo por seu corpo, uma forma de medir a força que devo usar, preciso que fique quietinha.
 Eu vou me esforçar – suspirei.
 Deite, eu vou começar por suas pernas – meneei confirmando e deitei, deixando minhas pernas sobre seu colo.
Com lentidão Edward abriu o vidrinho e despejou um pouco do conteúdo em sua palma, esfregando para em seguida passar por meus pés, a pressão era pouco, mas o suficiente para gerar uma onde de calma sobre meus nervos, respirei fundo sorrindo e fechando os olhos.
Seus dedos gélidos subiram por minha panturrilha, sua forma de me tocar, a pressão exercida era mínima, de uma forma natural, que me deixava confusa sobre seu medo em me tocar, Edward sabia o que estava fazendo.
Ao terminar a massagem ate a dobra do meu joelho ele fez o mesmo processo com a outra perna, abri meus olhos e seu olhar estava em meu rosto, sorri piscando, ele sorriu movendo a cabeça em negativa.
Se ergue arrumando minhas pernas sobre o banco e ajoelhou ao meu lado, derramou um pouco do liquido novamente e começou a passar por meu joelho, subindo por minha coxa, ergui a perna lhe dando liberdade para tocar a parte interna.
Quando terminou com minhas pernas a sauna já estava carregada de vapor, meu cabelo molhado, grudado em minha nuca enquanto suor descia por minha testa. Suas mãos gelados por minha barriga e cintura aliviavam, mas também cresciam ondas de calor, meus seios arrepiados, os mamilos rígidos.
Em poucos instantes meu corpo estava novamente tenso, mas deste vez foi pior, eu estava tensa e excitada. Minha respiração acelerada acompanhando meu coração, tudo em minha exigia retribuir, tocá-lo, senti-lo. O aviso de Alice era a única coisa que me mantinha firma, fechei os olhos e minhas mãos em punho.
 Bella? – chamou com carinho e um gemido escapou, suas mãos pararam – eu te machuquei? – perguntou preocupado, apenas acenei por medo de perder o controle – diz o que aconteceu?
 Você. Eu estou tentando não tocá-lo, quando é tudo o que eu mais quero. – sussurro.
O inicio de sorriso surge em seus lábios, com o polegar faz carinho em minha cintura e com a outra mão toca minha testa removendo um pouco do suor e clareando meus pensamentos. Com movimentos metódicos e extremamente lentos ele se aproxima beijando minha testa e tomando meus lábios em seguida.
Sua língua ainda mais gélida por causa do calor que corre por meu corpo. Minhas mãos já corriam por seu braço, enredavam por sua nuca. Meus hormônios gritaram e já me erguia, simplesmente jogando-me sobre ele, sentando em seu colo e aprofundando o beijo recebendo muito em troca.
 Bella? – chamou tentando quebrar o beijo, mas só fiz descer por seu pescoço. O vento forte e então estava sobre o chão, sua mão prendia meus pulsos sobre a cabeça – no meu ritmo, lembra?
 Eu não vou pedir desculpas por isso. Eu estou em chamas e não é culpa da sauna.
 Já estamos tempo suficiente aqui, você esta muito corada. Não quero que passe mal – mudou o assunto.
 Por favor?
Seus olhos dourados sobre os meus, pensativo. Analisando se eu sou confiável ou não. Mais alguns segundos e surgiu a certeza em seus olhos. Suas mãos seguraram as minhas sobre minha cabeça, cobrindo meu corpo com o seu.
Meu coração galopou e gemi sentindo sua temperatura, seu corpo sobre o meu, nossas peles tocando de uma forma quente, combinando o beijo. Movi meu corpo de encontro ao seu, nossas pélvis vibrando com o contato.
Afundei meus dedos entre os seus, apertando com toda minha força, sons fracos e gemidos escapavam todas as vezes em que tentei respirar. Eu não me importaria se todos ouvissem, desde que eu tivesse mais de tudo isso.
Se estou assim com simples caricias, talvez eu desfaleça quando finalmente me entregar a ele. Sua mão desceu por meu quadril, meu ventre pulsava doloroso e já me encontrava rebolando, um ponto em meu centro exigia alivio.
Um rosnado escapou de Edward enquanto moveu sua ereção em mim e algo aconteceu, uma tensão cobriu meu corpo, principalmente da cintura pra baixo até uma dor aguda se tornar prazer e não tive mais ar.
Meus olhos abriram para um quarto pouco iluminado, eu estava na cama de Edward. Girei encontrando Alice sentada na cabeceira ao meu lado, seus dedos corriam sobre um tablet.
 O que aconteceu? – perguntei recebendo de Alice um sorriso.
 Você desmaiou. – disse e sorriu diabólica – o calor da sauna e o seu... orgasmo causaram uma pane no seu organismo. Você dormiu por mais longas duas horas o que nos deixa com meia hora para cuidar do seu vestido de noiva, antes que Charlie exija sua presença em casa.
 E Edward?
 Esta destruindo alguns hectares com Emmett. Ele quase enlouqueceu quando desmaiou, pensou que tinha te matado. Sempre exagerado. Como se eu não fosse ter essa visão a tempo!
 Ele esta bem?
 Sim, Bella. Eu mostrei como acordaria. Agora lave seu rosto, vou buscar o vestido.
Quando levantei notei que vestia uma blusa de Edward, mas não estava com o biquíni. Completamente nua sob a blusa, será que ele removeu o biquíni úmido? Sacudi-me mentalmente e segui para o banheiro, minha roupa dobrada na pia, com preguiça removi sua blusa e entrei na ducha morna.
Quando sai do banheiro Alice estava com um saco plástico enorme em mãos, abriu o zíper com cuidado e tirou um tecido branco. O meu vestido de noiva, aproximei olhando os detalhes em perola e renda, tão delicado e lindo.
 E então?
 Ele é lindo.
 E não morde, pode tocar – disse pondo o vestido em minha frente.
Olhei o reflexo, deslizando a ponta dos dedos sobre o tecido, sentido a suavidade, a renda e os detalhes em perolas. Um pequeno pedaço do inicio do paraíso, como se a batalha daqui a alguns dias não fosse existir ou que todos voltariam inteiros, em um clima de felicidade selado por meu casamento com Edward.
 Eu só tenho medo de estragar, da renda agarrar na minha unha e destruir sua obra.
 Não vai, alem de que terei tempo para arrumar qualquer detalhe. Ele esta do jeito que você queria?
 Sim, Alice. Esta lindo, perfeito para o noivo da década de 20 que eu tenho. – digo virando e a abraçando com cuidado para não amassar o meu vestido.
 Sim, para o Edward eu sei. Quero saber se ele é perfeito para você?
 Sim Alice. Ele é perfeito.
 Já pensei em cada detalhe, mas falta sua aprovação. Disse que queria escolher – disse dando de ombros, guardando o vestido – aqui, tudo o que pensei para a festa – disse me entregando o tablet. – eu precisei me manter ocupada por esses dias e como não pude manter distancia com Jasper.
A primeira foto era de arranjos de flores, a arrumação e distribuição das mesas, dois modelos de bancos feito em madeira, um pequeno altar com madeira entalhada com o brasão Cullen. Decorações que remetiam ao século passado. Alice pensou em cada detalhe e eu me apaixonei por cada um deles.
Conversamos sobre mais alguns detalhes após ela esconder o vestido em seu quarto, deitada na cama disputando um espaço para ver algo em seu tablet, foi desta forma que Edward nos encontrou, seus passos lentos. Os olhos corriam estudando cada parte minha.
Sorri sentindo meu coração galopar, esquecendo Alice e preparativos, me ergui rápido e corri para seus braços, tomando impulso e pulando em seu colo.
– Você demorou – digo sorrindo me apertando em seu colo.
– Fui ameaçado, você esta bem?
– Você me faz bem!
– Já que estou cruelmente sendo ignorada, vou me retirar. Charlie vai ligar em 15 minutos. – disse Alice teatralmente.
Olhei seus passos, esperando até que ela passasse pela porta. Voltei minha atenção para Edward, tomando seu rosto entre minhas mãos. Um sorriso que poderia rasgar meu rosto tomou conta de minha face.
– Você é ainda melhor do que imaginei, eu não sinto dor alguma. Só acordei desorientada por não ter você ao meu lado. Então não começa com lastimas por achar que me fez algum mal – disparo para evitar suas negativas.
– Quando vi você desmaiada, seu coração em um ritmo estranho...
– Foi tudo intenso para que eu entendesse o que aconteceu, mas Alice me explicou... – seus dedos tocaram meu rosto em uma caricia suave –alguém viu meu estado, alem da Alice?
– Eu pedi pra Carlisle examinar seus batimentos.
– Ele me viu daquele jeito? – pergunto sentindo meu sangue se agrupar em minha bochecha, Edward crispou as sobrancelhas e seus lábios enrugaram em um biquinho.
– Jamais permitiria que outro lhe visse nesses trajes. Nunca. – sua voz soando grave, possessiva.
– Então... como eu fui parar nua só com sua blusa?
– Eu coloquei em você e depois tirei o biquíni, com cuidado para não...
– Eu sou sua futura esposa, poderia ter olhado, se eu tivesse oportunidade eu faria... – digo rindo e ele sorri envergonhado.
– O que houve com você? Vou te levar pra casa, antes que Charlie ligue. – mudou a conversa me pondo no chão e me levando para fora do quarto.

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Entre a Luz e as Sombras

Entre a luz e a sombras. Confira já.