domingo, 25 de janeiro de 2015

MV-A - Capítulo 12

Uma mínima parte estava consciente de Charlie beijando minha testa, pondo minha mão sobre a de Edward que mantinha o sorriso glorioso no rosto. Sua outra mão percorreu meu rosto, seus olhos percorreram meu corpo. Repetiu o ato de Charlie antes de nos guiar para o altar, onde o reverendo nos esperava.
Caso me pedisse para repetir o que foi dito pelo reverendo, eu erraria cada mínima vírgula. Toda minha atenção estava em Edward, em nossas mãos unidas, em seu olhar que caia sobre mim, em nossos sorrisos durante todo o discurso e sermão.
Para minha extraordinária sorte, Edward não criou todo um elaborado voto de casamento. Eu não encontrava minha capacidade de falar, apenas gritaria de alegria. Sua mão percorreu o largo bolso de seu palito. Tirando uma pequena caixa e removendo duas grossas alianças.

Seus olhos fixos em minha mão enquanto começava a deslizar a aliança em meu dedo, recitando os votos com um sorriso vitorioso nos lábios – ...para todo o sempre – ouvi o riso de nossos amigos contagiados pelo tom de Edward.

Sua alegria se tornando a minha, transformando minha voz em um eco dos seus sentimentos, com mãos tremulas recitei todo voto, enlaçando nossos dedos ao finalizar com suas palavras – ...para todo o sempre.

Com o livro aberto assinei como Isabella Marie Swan Masen. Edward repetiu os movimentos em seus cabelos ao ver minha assinatura, o sorriso nos lábios durante todo o tempo em que nossas testemunhas assinavam.
Nossos olhares não se desgrudaram, uma mínima parte ouvia o reverendo finalizar a cerimônia. E assim que foi permitido eu já me encontrava abrigada nos braços do meu marido, tendo meus lábios tomados pelos seus em um beijo ardente e apaixonado.
Esquecendo completamente de onde estávamos, como estávamos e apenas explodimos em felicidade. Com a plenitude de nossos sentimentos e certezas. Sendo erguida em seus braços, enquanto apertava os meus por seu pescoço.
Os assovios estrondosos de Emmett e a salva de palmas nos fez retornar a cerimônia. senti meus pés tocarem o chão novamente e afundei meu rosto no peito do meu marido.

Meu marido!
Nunca imaginei sentir tal prazer por apenas uma palavra, e se quer Havia dito em voz alta.

– Eu te amo, minha vida – sussurrou antes de nos guiar para a fila de comprimentos.

Alice removeu o véu e a presilha de meus cabelos, sorrindo para nos e abrindo passagem para os outros convidados nos felicitarem. Em momento algum ficamos sem nos tocar, quando finalmente recebemos as felicitações do ultimo convidado, no caso o próprio reverente que se despediu, pois estava com outro casamento para celebrar, é que finalmente ficamos alguns segundos sozinhos.

– Esta feliz? – perguntou após eu me perder admirando a aliança.

– Certamente não existe pessoa mais feliz no mundo do que eu.

– Do que nos. – disse beijando a aliança em meu dedo. – gostou? – perguntou girando-a.

– É linda, nunca vi igual.

Realmente nunca havia visto nenhuma aliança se quer parecida com a nossa. Tenho certeza de que aquilo era outro diamante. Certamente. Grossa e larga a aliança ocupava boa parte do meu dedo. Lindamente entalhada nela havia o desenho do infinito em outro tipo de pedra. Em um tom vermelho.
Evitei imaginar que estivesse carregando outro pequeno tesouro em meu dedo. Mas era difícil ignorar uma aliança de diamante cravejada de rubi. Sem esquecer o pequeno detalhe internos, nossos nomes marcados na aliança.

– Extremamente exagerado, senhor meu marido. – sussurrei sorrindo.

– Tudo para minha esposa – disse tomando meus lábios.

 A forma como a palavra foi degustada por seus lábios fez meu coração disparar novamente, o brilho nos olhos dourados e o sorriso contagiante poderiam causar dor em um humano. Como se sentisse no topo do mundo. O que me fez imitar suas feições.
Edward me amava com tal intensidade que acredito nunca haver amor maior que o nosso. Antes que pudéssemos nos envolver em nossa bolha, Alice surgiu ao nosso lado pigarreando e tomando o buque de minha mão.

Esta na hora da dança dos noivos! ordenou.

Nos não pudemos pular essa parte? – pedi suplicante para Edward, ignorando-a completamente.

Bella...

Nem pensar, Isabella! – Alice cortou o que Edward diria, tomando a frente e me puxando – todos merecem ver e dançar com você, depois do Edward você ainda vai dançar com Charlie e todos os Cullens.

Os dedos gelados de Edward apertaram minha mão antes que enlaçasse minha cintura. Deixando Alice sem opções alem de me liberar e caminhamos para a pequena pista de dança com os primeiros acordes da valsa.
Respirei profundamente sentindo seus lábios sobre os meus, sorriu me encorajando. Eu sentia os olhares e como esperados éramos o centro da atenção, suavemente seus pés tocaram os meus, forçando-os sobre os seus, piscou sorrindo e nos guiou com maestria.
Em determinado momento meu pai interrompeu nossa dança e Edward removeu meus pés sobre os seus, beijou minha testa e nos deixou sozinhos na pista. Charlie sorriu, mas não me olhou nos olhos.

– Pai?

Charlie suspirou, vi tristeza em suas orbes, assim como algumas lagrimas se acumulando.

– Desculpe. Esse é o seu dia, é importante para você e eu... eu não vou me desculpar pelo que disse antes já que não me arrependo, só não me exclua de sua vida. – suspirou novamente – acho que nunca vou gostar desse garoto...

– Precisa aprender a perdoar, pai...

– Talvez seja melhor esperar alguns longos anos, assim quando resolver me fazer avô, daqui a longos anos – repetiu em tom de deboche – voltaremos a discutir.

– Estamos evoluindo! Já consegue ver Edward como o pai dos seus netos? – brinquei para esconder a tristeza que me abateu.

Eu nunca poderia lhe dar um neto, por um mínimo momento me vi grávida, com uma pequena copia de Edward nos braços, a visão de um bebê sorridente, chamando Charlie de vovô fez romper algumas lagrimas.
Isso nunca aconteceria.

Seus dedos removeram minhas lagrimas – quero que sempre lembre que seu velho vai estar aqui, sempre.

– Eu sei, pai. – digo abraçando-o. – eu te amo.

– Eu também, filha. Sempre vou te amo, criança.

A musica finou e desta vez foi Emmett que surgiu.

– Com licença, Charlie. Pretendo abusar da noiva enquanto o maridão não aparece – disse batendo no peito enquanto acenava para a direção de Edward que dançava com Rosalie.

Após dançar com todos os Cullen, incluindo Jasper que foi receptivo novamente ao estar próximo eu tive meu momento com Ale. Assim que despertou chorou e só quis meu colo, como se já sentisse que nos veríamos por um longo tempo.
Uma musica suave tocava e no ritmo dela o embalei, estava um verdadeiro príncipe com um macacão imitando um terninho. Seus olhos abertos atentos aos meus, seus dedinhos brincavam com o colar, sentei em um dos largos bancos de madeira quando voltou a bocejar.
Um toque suave e gelado despertou minha atenção, Edward sentou ao meu lado, afagando a cabeleira de Ale que fechou os olhos vencido pelo sono. Sorriu tocando seus lábios ao meu.

– Esta cansada?

– Um pouco. Não estava acreditando que falavam a serio sobre a dança.

Eu...

– Que tal me passarem o moleque? – Jacob interrompeu o que Edward diria. – Ele pode pegar manha de colo – disse de forma debochada com a voz afeminada.

– Continue me imitando e ficará do lado de fora – Cindy retrucou e fez perder dois tons. Edward riu descaradamente. – vamos colocá-lo no seu quarto Edward. Soube que tem um excelente isolamento acústico.

Desta vez eu senti meu rosto esquentar, apenas desviei minha atenção ao pequeno bebê em meus braços. Beijando sua testa e sua mãozinha antes de me erguer e entregá-lo para os braços de Jacob.
Voltei meus olhos para Edward que sorria completamente feliz, corri meus dedos por seu pescoço, dedilhando em sua nuca, seus olhos fecharam e suspirou inclinando seu corpo de encontro ao meu. Toques lentos, mas que fizeram meu corpo acender e gemi em sua boca.

– Vamos Bella? – ao ouvir a voz de Alice os dedos gelados pressionaram minha cintura.

– Para onde? – sussurrei sem me afastar de Edward.

– Precisa jogar o buque e se trocar, esta quase na hora do voo.

Sem opções seguimos para um pequeno palco, Alice me devolveu o buque, esperei de costas, Edward sorriu movendo os dedos pelos fios cobres e por um instante esqueci o que deveria fazer.

– Amor? Jogue o buque.

– Oh, claro.

Contei até três e libertei o buque, para minha surpresa usei força demais, fazendo voar para longe das poucas solteiras aglomeradas em baixo do palco. Tendo tempo para ver os últimos segundos da trajetória do buque e sorri. Completamente alheia ao que acontecia, Laura pulou assustada ao receber o buque em sua face, sendo amparada por Charlie.
Seus olhos arregalados voltaram em nossa direção. Apenas sorri ao ver seu constrangimento.

– Agora é a nossa vez, Edward! – Emmett gritou roubando a atenção e empurrando alguns solteiros a nossa frente.

Fui impedida de ver as próximas reações de Laura e Charlie, os dedos de Edward circularam minha cintura, descendo descaradamente sobre o tecido ao deixar-me de lado. Ajoelhado em minha frente, Edward subiu o tecido do vestido, removendo meu salto e infiltrando seus dedos por minha perna, antes de juntar o tecido e me oferecer.
Minhas unhas agarraram o tecido e respirei arduamente quando sem pudor algum afundou o rosto dentro do meu vestido. Seus dedos tocando minha pele, descendo a liga emprestada, beijando minha coxa e dobra do joelho.
Suas mãos firmaram meu corpo quando estremeci. Seus dentes rasparam minha perna erguendo-a para que todos pudessem apreciar seus dentes na liga enquanto a fazia escorregar pelo meu pé. Com uma piscadela jogou a liga com certa violência e para meu total espanto não foi para Emmett e sim para Tyler.
Seus dedos tocaram novamente minha pele, auxiliando meus pés de volta ao salto. Se pôs de pé sorrindo. Assim que uma nova onda de fotos finou, seguimos para a casa Cullen.

– Onde vão? – Cindy e Alice surgiram ao nosso lado.

– Nos trocar.

– Nos ajudamos a Bella.

– Não, Edward irá me ajudar.

– Nos queríamos nos despedir.

– Não se preocupe, Alice. Todos terão a oportunidade, mas neste momento vou com minha esposa.

Sem sermos novamente interrompidos seguimos para o quarto de Edward onde minhas coisas estavam. Procurei por Ale, mas já não estava, suspirei de alivio ao dizer que ele estava com Pamela e Alex. Sobre a cama estava um vestido de tecido leve e reconheci a embalagem da lingerie.

Comecei a remover os enfeites que alcancei em meu cabelo – pode me ajudar aqui?

Em poucos segundo vi as pequenas flores que enfeitavam meu cabelo flutuarem em uma pequena dança até caírem sobre a cama e nossos pés. Desfez a trança e suspirei ao sentir meu cabelo liberto.
Eu estava nervosa e não sabia como agir...
Meus pensamentos foram cortados ao sentir seus dedos pelo tecido e aos poucos senti os botões serem abertos, sua palma aberta tocou-me as costas, deixando a pele arrepiada e meu corpo quente de desejo. Deslizou segurando firme em minha cintura.

– Quer ir até o banheiro ou...

– Não será preciso. – digo puxando a renda para fora do meu ombro. – só.. continue me ajudando. – pedi sentindo meu rosto queimar em conjunto com o resto do meu corpo.

Lentamente vi o tecido escorregar por meu corpo, assim como as anáguas que desciam após uma pequena luta contra os dedos ágeis.
Eu queria olhá-lo, saber como estava reagindo e antes que perdesse a coragem me virei e... céus! Permaneci bestificada com a visão. Seus olhos negros fixos em meu ventre, sua boca entreaberta, seu braços e peito desnudos e me perdi com a bela visão.
Suas mãos contornaram minha cintura.

– Eu vou enlouquecer – sussurrou rouco.

Com as costas da mão subiu toques por meu ventre, entre meus seios, onde brincou com o colar.

– Por favor... eu quero ter essa visão. – lambeu os lábios e me fez gemer com esse simples gesto. – Isabella. Se não fosse todos os convidados, nossas famílias lá fora eu a faria minha agora. Quando... quando eu a possuir quero que esteja apenas com este colar.
           
Corri meus dedos por seu peitoral quando seus lábios cobriram os meus em um beijo lento e ardente. Meus seios rígidos de desejo e pelo contato com seu peito desnudo e gelado.

– Precisamos mesmo viajar? – supliquei.

– Para onde vamos será seguro. E quente. – disse afastando seu corpo do meu.

– Aqui ainda pode ficar mais quente.

– Não me provoque. Não imagina o esforço que faço para não possuí-la neste instante.

Suspirei vendo-o se afastar e pegar uma camiseta em seu guarda-roupa e seguir para a pequena cadeira perto da porta de vidro. Inclinei-me sobre a cama, tomando vestido e colocando-o sobre o olhar atento de Edward.
Guardei o colar com cuidado na caixa e a enrolei em uma pequena toalha de rosto no meio da nécessaire. Troquei o salto por outro menor, enquanto removia os brincos e os coloquei com cuidado sobre a cama de Edward antes de descermos.
Quando passamos para o segundo andar, Jasper e Patrick subiram para levar as malas, fomos recebidos por uma chuva de arroz da qual Edward me protegeu, mas não o impediu de ser bombardeado. Principalmente por Emmett e Jacob.
Havia me despedidos de quase todos, mas havia duas pessoas as quais eu não havia conseguido me despedir adequadamente. E eu nunca assumiria em voz alta que não estou preparada para abrir mão da minha mãe e de Phil.
 Era difícil pensar sobre isso e evitei o máximo que pude, mas eu não saberia se eu voltaria a ter uma conversa com ambos e isso doía, muito. Ver seus olhos marejados me roubou as forças, apenas apertei-a em meus braços. Senti o bolo crescer em minha garganta e não pude impedir o soluço ou poderia me sufocar.

– Eu te amo, mãe. Muito!

– Eu também, bebê. Sempre!

– Cuidem-se direitinho, por favor – digo estendendo minha mão para Phil que apenas nos observava.

– Nos vamos sobreviver, Bê! Seja feliz, minha menina.

– Obrigada por também ser meu pai. – digo olhando em seus olhos e desta vez foi ele quem chorou nos apertando.

– Agora chega de choro, não é exatamente para uma forca que esta indo. – disse rindo e bagunçando meus cabelos.

– E por favor, quero netos com urgência! – minha mãe exigiu e outro soluço rompeu e forcei um sorriso para ambos – mas vá até aquele velho, chorão. – dizia apontando para Charlie.

Completamente afastado de todos, meu pai chutava algumas pedras sem realmente ver o que fazia. Segui a passos despreocupados, buscando uma calma que eu não tinha.

– Oi.

– Já esta tudo pronto?

– Só esperando o carro – dito isso, Jasper passou por nos com o carro de Carlisle.

Voltei minha atenção para Charlie – ele já contou para onde vão?

– Não, só disse que é quente.

– Provavelmente algum paraíso tropical. – resmungou alguma ofensa antes de bufar e me puxar para seus braços.

– Vai ser estranho sem você.

– Consegue sobreviver a Laura e a Cindy? Alguém precisa proteger o Ale. – brinquei para descontrair.

– Aquele menino precisa de uma presença masculina na vida dele. Vou me encarregar disso!

– Só respire fundo, pai e não contrarie. É mais fácil.

– Sim, não contrariar, anotado.

– Te amo – digo beijando sua face molhada, enxuguei suas lagrimas e me acompanhou até o carro e para meu total espanto estendeu a mão para Edward.

– Se acontecer algo a Bella, eu te caço até no inferno. – ameaçou antes de me abraçar mais uma vez e nos voltou às costas.

– Pode me dizer para onde vamos? – perguntei quando já estávamos no carro.

– Um lugar quente e seguro disse antes de dar partida.

Apenas desisti de arrancar a verdade e fechei o cinto esperando o destino.

...

Uma corente quente passou por meu corpo e meus olhos abriram rápido. A claridade me cegou por segundos. Um rosto de anjo cobriu o meu e lábios gelados tomaram os meus, sua boca e língua trouxeram alivio para meu corpo e outro tipo de calor.

– Esta acordada, agora?

– Completamente.

– Precisamos levantar, senhora Masen. Todos já estão desembarcando.

Suspirei descrente de que dormi durante toda a viagem. Não sabia onde estávamos, mas já era noite ou ainda não havia amanhecido. Olhei atenta por todo o aeroporto, algumas palavras eu reconheci, mas não era exatamente o espanhol, as pessoas usavam roupas leves, abraçadas e algumas se beijavam sem vergonha alguma. Só então vi algumas pequenas bandeiras brasileiras.

– Estamos no Brasil? – não reconheci a alegria em minha voz, mas eu estava surpresa e feliz por ter essa oportunidade.

– Sim. Vamos? – disse parando o carrinho com nossas malas.

Assim que passamos pelo portão o ar quente lambeu meu rosto, taxistas já estavam postos, e Edward sinalizou para o mais próximo. Disse algumas frases no que só poderia ser um português fluente. Sem entender nenhuma das frases apenas virei para a janela, vendo a cidade extremamente ilumina em alguns pontos e a ausência em outros, as pessoas vestindo pouca roupa.
A brisa suave tocando meu rosto, trazendo a maresia. Ao longe pude observar o cristo redentor iluminado em tons verdes.

– Bella? – Edward já estava em pé, a porta aberta a minha espera. Disse algo ao motorista quando sai e o abracei. Ambos caminharam levando nossa bagagem. Deixando sobre um píer, em frente a um luxuoso iate.

– Não ficaremos no Rio?

– Não. Mas prometo que lhe mostro a noite carioca. – disse após colocar as malas e vir me buscar, sorri quando tomou-me em seu braços.

Prendi meus cabelos no topo da cabeça, as gotículas que eram arremessadas pela velocidade do iate, lavavam meu rosto e me refrescava. Enquanto sentei o mais próximo dele que guiava atento.
A cidade se tornava minúscula até que em certo ponto sumiu. E eu já estava ficando impaciente.

– Já estamos chegando?

– Falta pouco.

– Para onde estamos indo? – meus olhos buscavam entender o que tinha a diante, a lua iluminava o topo do que poderiam ser ilhas, eu não sabia muito sobre o Brasil, então não consegui distinguir nada.

– Há algumas décadas Carlisle havia comprado uma ilha para Esme. Nos a chamamos de ilha Esme, mas com o passar das décadas e com a legislação brasileira mudando com frequência. Essas terras, assim como a ilha Esme tornou-se parte de Angra dos reis.

– Nossa!

– Em muitas ilhas é proibida a construção, mas Carlisle conseguiu permanecer com a casa e na ilha. Temos um contrato com a secretaria de meio ambiente. A ilha Esme é um refugio para muitas espécies que são vistoriadas de tempos em tempos e como não agredimos o meio ambiente... veja, estamos chegando.


Um ponto de luz era minha única referencia, aos poucos esse ponto crescia e para meu total espanto uma mansão surgiu a nossa frente. A luz nada mais era que um corredor de velas que iluminavam pequenos degraus de madeira por entre a areia e uma pequena faixa de grama até alcançar uma enorme porta de vidro.
Seus braços me circularam, levando-me ao colo para dentro da casa. Enquanto eu apenas sorria vendo a beleza da decoração e simplicidade do ambiente. Removi meus saltos a tempo de ser erguida por Edward.
Atravessamos todo a areia e a casa desta forma, uma porta branca foi chutada por seus pés, uma linda cama metálica e de dossel a nossa frente, delicadamente depositou uma mala ao pequeno baú, também em metal, antes de curvar e me permitir usar minhas pernas.

– Vou buscar as outras malas.

Meus dedos deslizaram no tecido suave do dossel, apenas olhei seu rosto de anjo acenando positivamente, vendo seu dorso largo se afastar. Respirei fundo. A cama reluzia, um pequeno roseiral em metal fazia a armação da cabeceira. O colchão macio e roupa de cama perfumada.
Tudo devidamente preparado para uma noite de núpcias, pensar nessas palavras trouxeram emoções fortes em meu coração que disparou.

– Bella?

Ergui meus olhos para Edward que já depositava a ultima mala no canto do quarto. Sorriu nervoso.

– Quer tomar um banho de mar ou alguns minutos humanos?

– Uma ducha seria perfeita, se me acompanhar...

Edward apenas acenou e estendeu a mão. Escorreguei meus dedos por sua palma, segurando firme em sua mão seguimos para o banheiro, Edward depositou seu relógio sobre a grande e larga pia em mármore verde escuro. Virei em sua direção, vendo seus dedos ágeis abrirem os botões de sua blusa com rapidez.
Ainda com o coração martelando em minha caixa torácica, levei meus dedos ao botão de sua calça. Abrindo o cinto, desabotoando e descendo o zíper. Todo meu corpo convulsionou quando o tecido do meu vestido desceu e seus dedos tomaram o feixe do meu sutiã.
Gememos juntos quando voltamos a selar nossos lábios, minhas mãos forçavam a calça para baixo ao mesmo tempo em que suas mãos abaixavam as alças, removendo o tecido de meus braços. Removi qualquer pudor e vergonha que poderia me impedir e deslizei minha mão por suas carnes firmes, voltando para seu abdômen e descendo pelos cachos até o cós da cueca, sua mão cobriu a minha e gemi entorpecida porque desta vez não afastou meu toque, pelo contrario, apertou minha mão entre a sua, fazendo sua ereção pulsar em minha palma.
Meus pés perderam o chão e cuidadosamente o tecido da minha calcinha foi removido do meu corpo, caminhei em seu colo até a ducha, seus toques suaves em meu corpo, os beijos molhados, toda a intimidade que trocamos em um simples banho fez meu corpo se acender em um calor abrasador.
Eu sabia como isso poderia ser resolvido, ele também, mas não seria no banho. Não me dei ao trabalho de me secar, apenas fechei a ducha, saindo de seus braços e seguindo de volta ao quarto. Encontrando o colar e lutando com o feixe.
Edward estava parado na porta do banheiro, uma toalha cobrindo sua masculinidade, com uma segurança desconhecida caminhei até estar a uma passo de alcança-lo. Tomando a toalha de suas mãos.


– Por favor... eu preciso de você, agora. – supliquei em um sussurro vendo seus olhos famintos percorrerem meu corpo antes que desse fim a distancia entre nossos corpos.

MV-A - Capítulo 11

 Tira essa tromba, Bella...
 Edward já viu este vestido?
 Não. Isso é um mero detalhe. – rebateu pondo os dedos no queixo e me avaliando –esta linda.
Voltei minha atenção para o meu reflexo no grande espelho do quarto de Alice. Assoviei encantada com a visão. Alice faz milagres, há muito tempo não me arrumo adequadamente. Mas ali estava eu! Olhos extremamente marcados e esfumaçados, uma mistura perfeita de cobre e preto.
Meus lábios levemente cobertos por um batom cereja. Meus cabelos caiam em cascatas revoltas por minhas costas, de alguma forma Alice os envolveu em um pequeno trançado de perolas.
Evitei pensar em como isso doeria para ser removido, Rosalie abriu a porta, seu vestido para meu azar era idêntico ao meu, porque precisamos usar o mesmo vestido? O tecido parecia moldado ao seu corpo, a diferença estava no tamanho do decote, o seu era mais discreto, seus cabelos estavam presos de lado, caindo em cachos longos e continham algumas perolas dando um brilho a mais.
 Céus! Estão perfeitas.
Eu estava até alguns segundos atrás, agora eu estou completamente apagada, apenas pensei, não revelei o quanto ridícula me senti e voltei meus olhos para o grande espelho, evitando bufar para o grande decote. Não era exatamente um decote que fosse até o umbigo, mas não era necessário essa fenda entre meus seios. A risada de sino de ambas me fizeram voltar ao foco, sorri sem graça.
 Mostre a Edward minha obra prima, estará deslumbrante amanhã – sua frase certamente não surtiu o efeito que espera, tremi temendo o que ela faria comigo.
Hoje era apenas um ensaio, eu seguiria pelo altar, mas como madrinha. Após invadir minha casa aquele dia, Alice espalhou tudo o que tinha em mente para nossos casamentos na mesa da cozinha. De alguma forma ela já havia preparado praticamente tudo para as duas cerimônias, optando por casar um dia antes do meu, nada do que conversei para convencê-la a um casamento duplo funcionou:
 Este será o casamento, Bella. O primeiro de vocês e o mais importante, deve ser um momento único e exclusivo. Farei o meu no dia anterior, teremos a madrugada para remover o que não será usado em sua cerimônia. E obvio que serei sua madrinha, devo estar presente. – respondeu sem me deixar opções alem de aceitar.
 Desçam, meninas. Eu cuidarei de Alice – Esme surgiu ao nosso lado com o vestido de Alice em seus braços, voltei minha atenção para o presente.
Caminhei tensa para fora do quarto, Rosalie sorriu de forma debochada quando terminamos o primeiro lance de escadas, antes de acelerar os passos e sumir, permaneci descendo devagar. Para encontrar Edward no final do segundo lance. De cabeça baixa com os dedos tamborilando no corrimão.
 Oi. – sussurrei nervosa.
Seus olhos subiram lentamente por meu corpo, vi quando ofegou com os olhos atentos ao meu decote. Suspirando com um pequeno sorriso nos lábios que fez meu coração disparar. Atei minha mão na sua estendida e respirei seu aroma profundamente.
 Esta maravilhosa – sua voz rouca e sua respiração gelada me deixaram alta, seus dedos deslizaram por meus ombros nus. Onde depositou um beijo, meu corpo reagiu de imediato.
 Você também...
Antes que uma conversa surgisse seus lábios tomaram os meus de forma doce, enquanto circulava minha cintura, minhas mãos correram por seus fios cobres e senti a parede gelada em minhas costas. O tecido leve me deixava sentir como se sua mão fria estivesse diretamente em meu quadril o que me fez gemer.
Edward entendeu como um sinal para finalizar o beijo, seus olhos estavam em um tom escuro de dourado com a pupila dilatada, arrepiei-me por completo quando deslizou um dedo por todo o decote.
 Não sei se agradeço ou se esquartejo Alice por isso.
 De acordo com o que entendi, poderá ser pior amanhã – minha voz soou baixa aos meus ouvidos, mas sei que ele pode entender.
 Vindo de Alice eu não duvido. Só em pensar em todos lá fora tenho vontade de fugir com você – retrucou mal humorado, ainda com os olhos em meu decote, enquanto eu tentava remover o batom borrado de seu rosto.
Levou a mão ao bolso da calça social escura, tirando de lá um lenço verde escuro, limpando primeiro meus lábios e depois removeu de seu rosto.
 Muitos?
 Só faltou os mortos... – gemi de pavor...
 Edward? Emmett e Jasper estão lhe esperando. – Rosalie surgiu ao nosso lado, me assustando.
Edward me olhou por inteira, demorando em meus lábios e decote.
 Por favor! – resmungou Rosalie entrando em minha frente – eu cuido dela, agora vá. – ordenou.
Ouvi um rosnado baixo no momento em que Rosalie o empurrou quando voltou a se aproximar para me beijar. A contra gosto Edward se afastou, segui seus passos e vi Emmett surgir ao seu lado, voltou os olhos brincalhões em mim, piscando, antes de voltar usa atenção para Edward que o socou no ombro.
 Tome – aceitei o batom estendido para mim, seus dedos seguiram por meus cachos e vestido – tire o excesso – me estendeu um lenço de papel desta vez – perfeito, vamos –
Seguimos pela mesma direção que Edward e Emmett. O que antes era apenas o escritório e biblioteca de Carlisle agora continha um amplo espaço, as portas de vidro abertas nos permitiam olhar para o jardim, abarrotado de convidados, o zumbido começou assim que a musica suave finou.
Os rapazes já estavam no pequeno altar, mesmo do lado de dentro eu consegui ver o grosso tapeta branco que percorria até o altar. Acredito ter ouvido duas ou três melodias antes de ouvir os passos de Esme. Ela sorriu ao passar por nos, segundos depois foi à vez de Carlisle e Alice surgirem.
Provavelmente minha cara denunciava o quanto admirada eu estava. Alice sorria com uma maquiagem suave e lábios rosados, os cabelos curtos, antes espetados estavam comportadamente demarcados com ondulações, em um penteado que lembrava os da década de 20, mas estavam presos em um coque firme, trançados por uma fina tiara de diamantes.
Seu vestido em tom perola era curto e rodado, dois dedos acima de seus joelhos. Um decote em “V” onde centímetros acima descansava um enorme diamante em formato de asas. Luvas até o pulso em renda francesa, segundo ela e que deixavam seus dedos a mostra.
 Finalmente poderá usá-lo! – Rosalie riu e Alice lhe deu língua.
 Vão que seguiremos vocês em 10 segundos – respondeu segurando firme em Carlisle.
 Tem certeza que não vou cair?
 Você não cai tão facilmente, agora... ande.
Respirei fundo e contei até dois e segui Rosalie. Mantive minha cabeça baixa até a curva que nos deixaria de frente para o altar, meus olhos buscaram por Edward. Evitando olhar os convidados. Rosalie seguiu para o lado de Emmett e segui para Edward que me esperava com a mão estendida.
Seus dedos correram por minhas costas enquanto me auxiliava no pequeno altar, circulando meu quadril de forma possessiva antes de estalar um beijo em meu pescoço. Sem saber ao certo como agir e incomodada com os olhares que eu sentia sobre mim voltei minha atenção para a decoração.
As arvores ganharam uma iluminação por seus grossos troncos, o pequeno altar de madeira continha ricamente entalhada o desenho de belas flores silvestres e pássaros de diversos tamanhos.
Em frente ao pastor Weber dois apoios para joelhos, minha atenção foi roubada pelos dedos ágeis de Edward em meu quadril. Meu sangue aglomerando em minhas bochechas ao sentir seu corpo colar em minhas costas.
Seus dedos perigosamente em meu ventre. Suspirei voltando minha atenção para o céu fechado de Forks, respirando fundo em busca de calma. Meus hormônios gritavam para serem liberados, seu riso soprou alguns fios em meu rosto, antes de seus lábios tocarem meu queixo.
 Nunca 24 horas demoraram tanto para passar – seu halito em minha orelha provocou um pequeno gemido.
Em troca recebi um beijo em minha cabeça antes que voltasse a sua posição, mas manteve uma mão firme em meu quadril. Pude sentir o olhar do reverendo e se possível, corei mais. Para minha sorte, Alice não demorou muito para entrar.
Ou talvez eu estivesse muito centrada em recuperar minha respiração e diminuir meu rubor que só a percebi quando já estava a poucos passos de Jasper. Carlisle beijou-lhe a testa e entregou a mão de Alice sobre a de Jasper.
Ao contrario do que sempre demonstrou, desta vez Jasper manteve os olhos firmes sobre a esposa de uma forma maliciosa, eu conseguia ver sua luta para não degustá-la com os olhos, mas ele fracassava arduamente e quem se divertia com isto era Emmett que muitas vezes levava o punho fechada a boca para morder e cobrir a gargalhada que forçava garganta a acima.
As próximas horas foram passadas como um borrão. Talvez o fato de Edward estar ao meu lado, suas mãos firmes em minha cintura, tentando de alguma forma de convencer a dançar tenham culpa sobre isso.
Eu sentia os olhares, fragmentos das conversas em que eu servia de tópico.
Edward mantinha a postura ereta, impenetrável. Um suave sorriso abria seus lábios e seus dedos apertavam meu quadril, apesar de não dizer e lutar para não demonstrar, algumas linhas em sua testa e as grossas sobrancelhas denunciavam quando “ouvia” algo desagradável.
Uma nova musica começou e antes que eu pudesse impedir já estávamos girando suavemente pela pista improvisada. Uma ideia já permanecia em minha mente por um tempo, algo que latejava de forma crescente.
– Vamos pra outro lugar? – sussurrei contra seus lábios.
Seus olhos firmes correram sobre meu rosto e desceram para o decote, uma leve pressão em meu quadril, antes que crispasse os lábios.
– Não acredito ser uma boa ideia.
– Eu só quero falar com você...
Tocou nossas testas, antes de beijar meu nariz e percorrer seus lábios em meu pescoço, em seguida sussurrou:
– Não imagina o esforço que estou fazendo para não fugir agora mesmo com você, Isabella. Tão tentadora, inebriante... se eu me permitir ir a algum lugar com você, sem testemunhas, talvez não haja casamento amanhã.
– Eu queria pedir uma coisa... mas queria ser a sós! Sobre amanhã... – seus olhos agora confusos e preocupados – não vou pedir nenhum absurdo.
– O que seria?
– Sei que eles podem nos ouvir e não queria que Carlisle se sentisse ofendido com meu pedido.
Edward desistiu da dança, nos fazendo parar próximos as sombras de uma das arvores que justamente estava sem iluminação. Suas sobrancelhas e testas crispadas.
– O que seria? Carlisle não se sentirá ofendido.
– Bom... amanhã, quando formos assinar, bem quando eu for assinar meu nome de casada... – suspirei voltando meus olhos para os convidados, vendo Carlisle abraçado a Esme na outra ponta do jardim, teoricamente alheios a nossa conversa.
– Diga?
– Eu não quero assinar como Isabella Cullen. – sussurrei – quero assinar o seu sobrenome. Será meus documentos oficiais, verdadeiros. Futuramente posso usar o Cullen, eu só... só pensei que esse será nosso casamento, em que terei meus amigos, minha família. Acho justo ter o seu sobrenome quando humano.
Edward permanecia olhando-me, sem nenhuma reação, sua boca ligeiramente aberta, mas não disse nada.
– Claro que se isso atrapalhar a cerimônia ou se você não quiser eu vou entender, atrapalharia as pape...
Fui interrompida por seus lábios exigentes que esmagavam os meus, senti meu corpo ser erguido, sua língua invadiu minha boca, seus toques audaciosos e por um instante esqueci onde estávamos, o que éramos e apenas retribui a cada toque.
Gemendo baixinho quando suas mãos tocaram a base dos meus seios, seus lábios desceram para meu pescoço e abri meus olhos vendo que estávamos abrigados dos olhares, pelo menos humanos, ondulei meu corpo de encontro ao seu ouvindo o rosnado que rasgou seu peito.
Seus olhar faminto me hipnotizou. Ali estava sua decisão. Principalmente quando suas mãos circularam minhas coxas, subindo por minha bunda.
 Eu sei que esta incrível, mas temos que ir – Cindy surgiu ao nosso lado.
 Dá o fora – digo em uma linguagem simples para Cindy.
 Estou encarregada de cuidar de você, Alice me incumbiu, vai ajudar Emmett com as coisas da Alice, Edward! Amanhã ficarão juntinhos, agora vem! – disse tentando me arrancando dos braços de Edward.
Cindy estava alheia ao clima que nos rodeava, Edward mantinha os olhos em um ponto em minhas costas, seus ombros sacudiam e sentia a neblina de suas lufadas de ar, meu vampiro procurava equilíbrio.
 Eu prometo que vou arrancar o braço de quem voltar a fazer isso após nos casarmos – prometi para Edward enquanto era arrastada para onde muitos convidados estavam.
 Eu lhe ajudo!
Resignada permiti que Cindy me arrastasse para a aglomeração, um pequeno punhado de arroz me foi entregue, esperei pacientemente Alice e Jasper surgirem e tentei acertá-los, acenamos enquanto o porshe canário de Alice sumia na estrada.
Vi Emmett arrastando Edward do outro lado, perto da garagem.
 Pra onde eles vão?
 Para o rito de passagem... – respondeu Esme de forma suave.
 Se ele terá uma despedida a Bella também precisa de uma. – exigiu Cindy.
 Nem pensar em despedida de solteira. – Charlie retrucou.
 Eles só vão acampar, Bella. Carlisle irá com eles.
 Vocês vão precisar de ajuda com a decoração...
 Não vamos, não! Alice deixou todas as recomendações e ela voltará amanhã, vá dormir... – Rosalie exigiu.
Voltei meus olhos em busca de Edward, mas já não o encontrei. A festa persistiu enquanto eu fui arrastada para a minha picape, onde Jacob estava a nossa espera. Charlie segui na viatura com Laura e um Ale agitado.
Não posso dizer que realmente dormi, meu sono foi turbulento. Me recordo de uma paisagem tropical, de gritar, de brigar com os Cullen. Edward gritar com os olhos em seu típico choro, mas o que me despertou e foi a única visão e sentimento: foi o rosnado que rasgava meu peito e a necessidade de proteger algo.
 Bella?
Charlie vasculhava o quarto com uma pistola em mãos, Laura já tinha Ale nos braços que chorava a plenos pulmões e Cindy me olhava sonolenta e assustada.
 O que aconteceu, filha?
 Acho que foi um pesadelo.
 Acha? Eu quase fiz xixi na cama por causa do seu grito! – pontuou Cindy caminhando para o meu banheiro.
 Quer conversar?
 Vamos deixar a Bella se higienizar, isso é nervosismo, Charlie. – Laura já havia acalmado Ale que olhava a todos.
Levantei devagar e dei um beijo em sua bochecha corada – desculpe, bebê!
Mais uma vez tudo passou como um borrão, Rosalie surgiu em minha porta. Seus olhos percorreram o meu rosto e pude imaginar o que pensava, Alice me mataria ao ver meu estado. Eu ainda estava com aquele sentimento latejando e por mais que me esforçasse para lembrar do pesadelo mais complicado se tornava a missão.
Não sei qual foi a desculpa usada, mas estava seguindo sozinha para a casa dos Cullen. Ficando decidido que Laura e Cindy iriam com meu pai. Apenas pisquei meus olhos, mas quando voltei a abri-los estava no quarto de Alice.
Suas mãos trabalhavam com agilidade sobre meu rosto, senti o tecido de um roupão cobrindo meu corpo.
 Bom dia, noiva – sussurrou deslizando um pincel por minha sobrancelha.
 Bom dia, Alice.
Havia me tornado uma expectadora, Alice trabalhava em meu rosto e pele, em um determinado momento Rosalie se juntou a ela e fui erguida, uma pequena bancada foi posta em minha frente e sobre ela varias lingeries espalhadas, enquanto buscava encontrar a perfeita, sentia os dois pares de mãos desfilarem por meus cabelos.
 Agora vista a que escolheu, eu vou buscar sua mãe, ela esta chegando. – avisou Rosalie saindo do quarto.
Com cuidado coloquei a pequena calcinha de renda, Alice guardou o sutiã para que eu vestisse quando fosse me trocar para viajar. Emprestou-me um liga, o elástico preto e renda azul marinho que combinava perfeitamente com minha escolha de lingerie.
Não me sentia a vontade em estar apenas de calcinha e liga em frente à Alice, mas era o necessário. Seus dedos ágeis fizeram todo o serviço de vestir-me. Permaneci de cabeça baixa durante todo o processo, desde as poucas anáguas até que o tecido do vestido se moldasse ao meu corpo.
Admirei a renda que cobria meus braços enquanto sentia suas mãos ajustarem e fecharem os botões em minhas costas. Estava tremendo, querendo e temendo olhar meu reflexo. Entrou em minha frente com a pequena caixa de joia, abrindo e me removendo o colar, que com mãos tremulas, eu mesma fechei em torno do meu pescoço.
Arrumei o lindo e pesado diamante no vão entre meus seios. Respirando fundo ergui meu olhar para o meu reflexo, me perdi admirada. As lagrimas nublaram minha visão no inicio, eu estava perfeita. Extremamente a altura do meu noivo.
Meu rosto delicadamente maquiado, olhos demarcados, boca em um tom natural de vermelho, fios curtos disciplinadamente arrumados em uma franja de lado. Tendo a ponto levada a uma pequena trança, dois cachos longos e finos adornavam meu rosto, acompanhando com leveza e beleza um intrincado penteado.
Pequenas flores se espalhavam pelas tranças, pelo que pude ver no espelho de mão que Alice segura em minhas costas, em um lindo padrão. Como uma espécie de renda, sobre os cachos volumosos que terminavam ao meio de minhas costas.
Deixando a mostra alguns dos botões de perolas, percorri todo o reflexo do vestido, o colar descansava em harmonia com o vestido, a renda cobria a maior parte de meu busto, subindo por meus ombros, adornando meus ombros, costas e caindo por meus braços.
O tecido branco e grosso por baixo da renda cobria o mínimo dos meus seios. Em um decote em forma de coração que se fechava em minhas costas alguns centímetros antes do elástico da calcinha. Caindo sobre minhas pernas de forma suave e levemente rodada. A calda se arrastava por alguns centímetros em minhas costas, meus dedos trêmulos percorreram o tecido. Antes que pudesse agradecer tudo o que Alice fez um manto cobriu meu corpo, Alice já puxava meus braços e fechava os botões.
 Sua mãe. – respondeu-me.
 Bella?
 Oi, mãe.
 Oh, Jesus! Está linda, filha. Deixe eu ver o vestido?
 Não disso, eu disse que quero surpreender a todos – Alice entrou em minha frente.
Mamãe não contestou, apenas bufou resignada e me abraçou com Alice atenta aos seus movimentos.  Viemos lhe ver antes, ande Charlie. – gritou.
Meu pai adentrou o quarto em um lindo terno cinza, barba feita e bigode aparado. Cabelos alinhados. Sorri ao vê-lo tão formal.
 Trouxemos um presente como manda a tradição – pontuou erguendo uma pequena caixinha azul.
 Que bom, Bella já tem algo emprestado e algo velho...
 Agora tem algo novo – disse Rosalie abrindo uma caixinha pequena e mostrando um par de delicados brincos, também de diamantes.
 Que alivio, meninas, pois trouxemos o algo azul.  disse retirando a pequena presilha da caixa.
 Colocamos algumas safiras, presentes nossos com o Phil. – disse Charlie.
Tomei em minhas mãos, uma vaga lembrança surgiu em minha mente...
 A vovó sempre usava...
 Sim, você gostava de dormir no colo dela enquanto revirava a presilha em seus dedos...
 Ela usava de propósito. – retrucou Renée.
 Por favor, Alice. – não sabia se seria possível com este penteado, mas eu usaria esse presilha.
 Realmente precisávamos de algo para prender o véu! – rebateu. Trazendo um longo e delicado véu em seus braços.
Rosalie auxiliou prendendo o véu cuidadosamente, sem retirar nenhuma das flores do lugar. Alice colocou todos para fora. Vesti o sapato e voltei a me olhar no grande espelho assim que a capa foi removida, sorri contente com o que vi e virei, encontrando meu pai calado.
 Esta maravilhosa, filha.
 Obrigada, papai.
 Sei que esse não é o momento, mas eu preciso perguntar e sempre vou perguntar. É isso mesmo que você quer? Tem certeza?
Estava claro o ardor em seus olhos o quanto Charlie desejava que eu desistisse de Edward. E isso doía.
Levei minhas mãos ao seu rosto, seus olhos brilhando por um possível choro, talvez em reflexo aos meus.
 Sei que é difícil compreender, pai. Eu mesma não consigo, mas eu amo Edward. Não tenho duvidas dos sentimentos dele. Antes de conhecê-lo eu nunca acreditei sobre almas gêmeas. Eu não consigo ver um caminho sem ele ao meu lado. É como se eu não existisse... – funguei desistindo de prosseguir com minha explicação.
Charlie nada disse, apenas tomou minhas mãos nas suas e beijou, também fungando e nos conduziu para o escritório, de onde sairíamos para o jardim. Alice me entregou o buque de rosas azuis e saltitou seguindo os primeiros acordes da suave musica. Uma versão parecida e mais enérgica da minha canção de ninar.
Esta conversa com Charlie serviu para me fazer firme, destemida sobre minha decisão e com o rosto ereto busquei por Edward assim que ficamos em frente a pequeno altar. Nenhum convidado tomou minha atenção. Eu não vacilei, não houve medo.
Apenas certeza e alegria.
Seus olhos brilhavam e um sorriso verdadeiramente deslumbrante dominava seu rosto. Seus dedos deslizaram por seus cabelos, enquanto umedecia a boca. Sorrindo convencido e confiante.
Sua alegria como a de uma criança em dia de natal e por alguns segundos acreditei que Edward bateria palmas e saltitaria imitando Alice. Imagem que me fez sorrir largo e caminhar a passos firmes até o homem que amo.
Tendo a plena convicção que esta é a melhor escolha da minha vida.

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