domingo, 25 de janeiro de 2015

MV-A - Capítulo 11

 Tira essa tromba, Bella...
 Edward já viu este vestido?
 Não. Isso é um mero detalhe. – rebateu pondo os dedos no queixo e me avaliando –esta linda.
Voltei minha atenção para o meu reflexo no grande espelho do quarto de Alice. Assoviei encantada com a visão. Alice faz milagres, há muito tempo não me arrumo adequadamente. Mas ali estava eu! Olhos extremamente marcados e esfumaçados, uma mistura perfeita de cobre e preto.
Meus lábios levemente cobertos por um batom cereja. Meus cabelos caiam em cascatas revoltas por minhas costas, de alguma forma Alice os envolveu em um pequeno trançado de perolas.
Evitei pensar em como isso doeria para ser removido, Rosalie abriu a porta, seu vestido para meu azar era idêntico ao meu, porque precisamos usar o mesmo vestido? O tecido parecia moldado ao seu corpo, a diferença estava no tamanho do decote, o seu era mais discreto, seus cabelos estavam presos de lado, caindo em cachos longos e continham algumas perolas dando um brilho a mais.
 Céus! Estão perfeitas.
Eu estava até alguns segundos atrás, agora eu estou completamente apagada, apenas pensei, não revelei o quanto ridícula me senti e voltei meus olhos para o grande espelho, evitando bufar para o grande decote. Não era exatamente um decote que fosse até o umbigo, mas não era necessário essa fenda entre meus seios. A risada de sino de ambas me fizeram voltar ao foco, sorri sem graça.
 Mostre a Edward minha obra prima, estará deslumbrante amanhã – sua frase certamente não surtiu o efeito que espera, tremi temendo o que ela faria comigo.
Hoje era apenas um ensaio, eu seguiria pelo altar, mas como madrinha. Após invadir minha casa aquele dia, Alice espalhou tudo o que tinha em mente para nossos casamentos na mesa da cozinha. De alguma forma ela já havia preparado praticamente tudo para as duas cerimônias, optando por casar um dia antes do meu, nada do que conversei para convencê-la a um casamento duplo funcionou:
 Este será o casamento, Bella. O primeiro de vocês e o mais importante, deve ser um momento único e exclusivo. Farei o meu no dia anterior, teremos a madrugada para remover o que não será usado em sua cerimônia. E obvio que serei sua madrinha, devo estar presente. – respondeu sem me deixar opções alem de aceitar.
 Desçam, meninas. Eu cuidarei de Alice – Esme surgiu ao nosso lado com o vestido de Alice em seus braços, voltei minha atenção para o presente.
Caminhei tensa para fora do quarto, Rosalie sorriu de forma debochada quando terminamos o primeiro lance de escadas, antes de acelerar os passos e sumir, permaneci descendo devagar. Para encontrar Edward no final do segundo lance. De cabeça baixa com os dedos tamborilando no corrimão.
 Oi. – sussurrei nervosa.
Seus olhos subiram lentamente por meu corpo, vi quando ofegou com os olhos atentos ao meu decote. Suspirando com um pequeno sorriso nos lábios que fez meu coração disparar. Atei minha mão na sua estendida e respirei seu aroma profundamente.
 Esta maravilhosa – sua voz rouca e sua respiração gelada me deixaram alta, seus dedos deslizaram por meus ombros nus. Onde depositou um beijo, meu corpo reagiu de imediato.
 Você também...
Antes que uma conversa surgisse seus lábios tomaram os meus de forma doce, enquanto circulava minha cintura, minhas mãos correram por seus fios cobres e senti a parede gelada em minhas costas. O tecido leve me deixava sentir como se sua mão fria estivesse diretamente em meu quadril o que me fez gemer.
Edward entendeu como um sinal para finalizar o beijo, seus olhos estavam em um tom escuro de dourado com a pupila dilatada, arrepiei-me por completo quando deslizou um dedo por todo o decote.
 Não sei se agradeço ou se esquartejo Alice por isso.
 De acordo com o que entendi, poderá ser pior amanhã – minha voz soou baixa aos meus ouvidos, mas sei que ele pode entender.
 Vindo de Alice eu não duvido. Só em pensar em todos lá fora tenho vontade de fugir com você – retrucou mal humorado, ainda com os olhos em meu decote, enquanto eu tentava remover o batom borrado de seu rosto.
Levou a mão ao bolso da calça social escura, tirando de lá um lenço verde escuro, limpando primeiro meus lábios e depois removeu de seu rosto.
 Muitos?
 Só faltou os mortos... – gemi de pavor...
 Edward? Emmett e Jasper estão lhe esperando. – Rosalie surgiu ao nosso lado, me assustando.
Edward me olhou por inteira, demorando em meus lábios e decote.
 Por favor! – resmungou Rosalie entrando em minha frente – eu cuido dela, agora vá. – ordenou.
Ouvi um rosnado baixo no momento em que Rosalie o empurrou quando voltou a se aproximar para me beijar. A contra gosto Edward se afastou, segui seus passos e vi Emmett surgir ao seu lado, voltou os olhos brincalhões em mim, piscando, antes de voltar usa atenção para Edward que o socou no ombro.
 Tome – aceitei o batom estendido para mim, seus dedos seguiram por meus cachos e vestido – tire o excesso – me estendeu um lenço de papel desta vez – perfeito, vamos –
Seguimos pela mesma direção que Edward e Emmett. O que antes era apenas o escritório e biblioteca de Carlisle agora continha um amplo espaço, as portas de vidro abertas nos permitiam olhar para o jardim, abarrotado de convidados, o zumbido começou assim que a musica suave finou.
Os rapazes já estavam no pequeno altar, mesmo do lado de dentro eu consegui ver o grosso tapeta branco que percorria até o altar. Acredito ter ouvido duas ou três melodias antes de ouvir os passos de Esme. Ela sorriu ao passar por nos, segundos depois foi à vez de Carlisle e Alice surgirem.
Provavelmente minha cara denunciava o quanto admirada eu estava. Alice sorria com uma maquiagem suave e lábios rosados, os cabelos curtos, antes espetados estavam comportadamente demarcados com ondulações, em um penteado que lembrava os da década de 20, mas estavam presos em um coque firme, trançados por uma fina tiara de diamantes.
Seu vestido em tom perola era curto e rodado, dois dedos acima de seus joelhos. Um decote em “V” onde centímetros acima descansava um enorme diamante em formato de asas. Luvas até o pulso em renda francesa, segundo ela e que deixavam seus dedos a mostra.
 Finalmente poderá usá-lo! – Rosalie riu e Alice lhe deu língua.
 Vão que seguiremos vocês em 10 segundos – respondeu segurando firme em Carlisle.
 Tem certeza que não vou cair?
 Você não cai tão facilmente, agora... ande.
Respirei fundo e contei até dois e segui Rosalie. Mantive minha cabeça baixa até a curva que nos deixaria de frente para o altar, meus olhos buscaram por Edward. Evitando olhar os convidados. Rosalie seguiu para o lado de Emmett e segui para Edward que me esperava com a mão estendida.
Seus dedos correram por minhas costas enquanto me auxiliava no pequeno altar, circulando meu quadril de forma possessiva antes de estalar um beijo em meu pescoço. Sem saber ao certo como agir e incomodada com os olhares que eu sentia sobre mim voltei minha atenção para a decoração.
As arvores ganharam uma iluminação por seus grossos troncos, o pequeno altar de madeira continha ricamente entalhada o desenho de belas flores silvestres e pássaros de diversos tamanhos.
Em frente ao pastor Weber dois apoios para joelhos, minha atenção foi roubada pelos dedos ágeis de Edward em meu quadril. Meu sangue aglomerando em minhas bochechas ao sentir seu corpo colar em minhas costas.
Seus dedos perigosamente em meu ventre. Suspirei voltando minha atenção para o céu fechado de Forks, respirando fundo em busca de calma. Meus hormônios gritavam para serem liberados, seu riso soprou alguns fios em meu rosto, antes de seus lábios tocarem meu queixo.
 Nunca 24 horas demoraram tanto para passar – seu halito em minha orelha provocou um pequeno gemido.
Em troca recebi um beijo em minha cabeça antes que voltasse a sua posição, mas manteve uma mão firme em meu quadril. Pude sentir o olhar do reverendo e se possível, corei mais. Para minha sorte, Alice não demorou muito para entrar.
Ou talvez eu estivesse muito centrada em recuperar minha respiração e diminuir meu rubor que só a percebi quando já estava a poucos passos de Jasper. Carlisle beijou-lhe a testa e entregou a mão de Alice sobre a de Jasper.
Ao contrario do que sempre demonstrou, desta vez Jasper manteve os olhos firmes sobre a esposa de uma forma maliciosa, eu conseguia ver sua luta para não degustá-la com os olhos, mas ele fracassava arduamente e quem se divertia com isto era Emmett que muitas vezes levava o punho fechada a boca para morder e cobrir a gargalhada que forçava garganta a acima.
As próximas horas foram passadas como um borrão. Talvez o fato de Edward estar ao meu lado, suas mãos firmes em minha cintura, tentando de alguma forma de convencer a dançar tenham culpa sobre isso.
Eu sentia os olhares, fragmentos das conversas em que eu servia de tópico.
Edward mantinha a postura ereta, impenetrável. Um suave sorriso abria seus lábios e seus dedos apertavam meu quadril, apesar de não dizer e lutar para não demonstrar, algumas linhas em sua testa e as grossas sobrancelhas denunciavam quando “ouvia” algo desagradável.
Uma nova musica começou e antes que eu pudesse impedir já estávamos girando suavemente pela pista improvisada. Uma ideia já permanecia em minha mente por um tempo, algo que latejava de forma crescente.
– Vamos pra outro lugar? – sussurrei contra seus lábios.
Seus olhos firmes correram sobre meu rosto e desceram para o decote, uma leve pressão em meu quadril, antes que crispasse os lábios.
– Não acredito ser uma boa ideia.
– Eu só quero falar com você...
Tocou nossas testas, antes de beijar meu nariz e percorrer seus lábios em meu pescoço, em seguida sussurrou:
– Não imagina o esforço que estou fazendo para não fugir agora mesmo com você, Isabella. Tão tentadora, inebriante... se eu me permitir ir a algum lugar com você, sem testemunhas, talvez não haja casamento amanhã.
– Eu queria pedir uma coisa... mas queria ser a sós! Sobre amanhã... – seus olhos agora confusos e preocupados – não vou pedir nenhum absurdo.
– O que seria?
– Sei que eles podem nos ouvir e não queria que Carlisle se sentisse ofendido com meu pedido.
Edward desistiu da dança, nos fazendo parar próximos as sombras de uma das arvores que justamente estava sem iluminação. Suas sobrancelhas e testas crispadas.
– O que seria? Carlisle não se sentirá ofendido.
– Bom... amanhã, quando formos assinar, bem quando eu for assinar meu nome de casada... – suspirei voltando meus olhos para os convidados, vendo Carlisle abraçado a Esme na outra ponta do jardim, teoricamente alheios a nossa conversa.
– Diga?
– Eu não quero assinar como Isabella Cullen. – sussurrei – quero assinar o seu sobrenome. Será meus documentos oficiais, verdadeiros. Futuramente posso usar o Cullen, eu só... só pensei que esse será nosso casamento, em que terei meus amigos, minha família. Acho justo ter o seu sobrenome quando humano.
Edward permanecia olhando-me, sem nenhuma reação, sua boca ligeiramente aberta, mas não disse nada.
– Claro que se isso atrapalhar a cerimônia ou se você não quiser eu vou entender, atrapalharia as pape...
Fui interrompida por seus lábios exigentes que esmagavam os meus, senti meu corpo ser erguido, sua língua invadiu minha boca, seus toques audaciosos e por um instante esqueci onde estávamos, o que éramos e apenas retribui a cada toque.
Gemendo baixinho quando suas mãos tocaram a base dos meus seios, seus lábios desceram para meu pescoço e abri meus olhos vendo que estávamos abrigados dos olhares, pelo menos humanos, ondulei meu corpo de encontro ao seu ouvindo o rosnado que rasgou seu peito.
Seus olhar faminto me hipnotizou. Ali estava sua decisão. Principalmente quando suas mãos circularam minhas coxas, subindo por minha bunda.
 Eu sei que esta incrível, mas temos que ir – Cindy surgiu ao nosso lado.
 Dá o fora – digo em uma linguagem simples para Cindy.
 Estou encarregada de cuidar de você, Alice me incumbiu, vai ajudar Emmett com as coisas da Alice, Edward! Amanhã ficarão juntinhos, agora vem! – disse tentando me arrancando dos braços de Edward.
Cindy estava alheia ao clima que nos rodeava, Edward mantinha os olhos em um ponto em minhas costas, seus ombros sacudiam e sentia a neblina de suas lufadas de ar, meu vampiro procurava equilíbrio.
 Eu prometo que vou arrancar o braço de quem voltar a fazer isso após nos casarmos – prometi para Edward enquanto era arrastada para onde muitos convidados estavam.
 Eu lhe ajudo!
Resignada permiti que Cindy me arrastasse para a aglomeração, um pequeno punhado de arroz me foi entregue, esperei pacientemente Alice e Jasper surgirem e tentei acertá-los, acenamos enquanto o porshe canário de Alice sumia na estrada.
Vi Emmett arrastando Edward do outro lado, perto da garagem.
 Pra onde eles vão?
 Para o rito de passagem... – respondeu Esme de forma suave.
 Se ele terá uma despedida a Bella também precisa de uma. – exigiu Cindy.
 Nem pensar em despedida de solteira. – Charlie retrucou.
 Eles só vão acampar, Bella. Carlisle irá com eles.
 Vocês vão precisar de ajuda com a decoração...
 Não vamos, não! Alice deixou todas as recomendações e ela voltará amanhã, vá dormir... – Rosalie exigiu.
Voltei meus olhos em busca de Edward, mas já não o encontrei. A festa persistiu enquanto eu fui arrastada para a minha picape, onde Jacob estava a nossa espera. Charlie segui na viatura com Laura e um Ale agitado.
Não posso dizer que realmente dormi, meu sono foi turbulento. Me recordo de uma paisagem tropical, de gritar, de brigar com os Cullen. Edward gritar com os olhos em seu típico choro, mas o que me despertou e foi a única visão e sentimento: foi o rosnado que rasgava meu peito e a necessidade de proteger algo.
 Bella?
Charlie vasculhava o quarto com uma pistola em mãos, Laura já tinha Ale nos braços que chorava a plenos pulmões e Cindy me olhava sonolenta e assustada.
 O que aconteceu, filha?
 Acho que foi um pesadelo.
 Acha? Eu quase fiz xixi na cama por causa do seu grito! – pontuou Cindy caminhando para o meu banheiro.
 Quer conversar?
 Vamos deixar a Bella se higienizar, isso é nervosismo, Charlie. – Laura já havia acalmado Ale que olhava a todos.
Levantei devagar e dei um beijo em sua bochecha corada – desculpe, bebê!
Mais uma vez tudo passou como um borrão, Rosalie surgiu em minha porta. Seus olhos percorreram o meu rosto e pude imaginar o que pensava, Alice me mataria ao ver meu estado. Eu ainda estava com aquele sentimento latejando e por mais que me esforçasse para lembrar do pesadelo mais complicado se tornava a missão.
Não sei qual foi a desculpa usada, mas estava seguindo sozinha para a casa dos Cullen. Ficando decidido que Laura e Cindy iriam com meu pai. Apenas pisquei meus olhos, mas quando voltei a abri-los estava no quarto de Alice.
Suas mãos trabalhavam com agilidade sobre meu rosto, senti o tecido de um roupão cobrindo meu corpo.
 Bom dia, noiva – sussurrou deslizando um pincel por minha sobrancelha.
 Bom dia, Alice.
Havia me tornado uma expectadora, Alice trabalhava em meu rosto e pele, em um determinado momento Rosalie se juntou a ela e fui erguida, uma pequena bancada foi posta em minha frente e sobre ela varias lingeries espalhadas, enquanto buscava encontrar a perfeita, sentia os dois pares de mãos desfilarem por meus cabelos.
 Agora vista a que escolheu, eu vou buscar sua mãe, ela esta chegando. – avisou Rosalie saindo do quarto.
Com cuidado coloquei a pequena calcinha de renda, Alice guardou o sutiã para que eu vestisse quando fosse me trocar para viajar. Emprestou-me um liga, o elástico preto e renda azul marinho que combinava perfeitamente com minha escolha de lingerie.
Não me sentia a vontade em estar apenas de calcinha e liga em frente à Alice, mas era o necessário. Seus dedos ágeis fizeram todo o serviço de vestir-me. Permaneci de cabeça baixa durante todo o processo, desde as poucas anáguas até que o tecido do vestido se moldasse ao meu corpo.
Admirei a renda que cobria meus braços enquanto sentia suas mãos ajustarem e fecharem os botões em minhas costas. Estava tremendo, querendo e temendo olhar meu reflexo. Entrou em minha frente com a pequena caixa de joia, abrindo e me removendo o colar, que com mãos tremulas, eu mesma fechei em torno do meu pescoço.
Arrumei o lindo e pesado diamante no vão entre meus seios. Respirando fundo ergui meu olhar para o meu reflexo, me perdi admirada. As lagrimas nublaram minha visão no inicio, eu estava perfeita. Extremamente a altura do meu noivo.
Meu rosto delicadamente maquiado, olhos demarcados, boca em um tom natural de vermelho, fios curtos disciplinadamente arrumados em uma franja de lado. Tendo a ponto levada a uma pequena trança, dois cachos longos e finos adornavam meu rosto, acompanhando com leveza e beleza um intrincado penteado.
Pequenas flores se espalhavam pelas tranças, pelo que pude ver no espelho de mão que Alice segura em minhas costas, em um lindo padrão. Como uma espécie de renda, sobre os cachos volumosos que terminavam ao meio de minhas costas.
Deixando a mostra alguns dos botões de perolas, percorri todo o reflexo do vestido, o colar descansava em harmonia com o vestido, a renda cobria a maior parte de meu busto, subindo por meus ombros, adornando meus ombros, costas e caindo por meus braços.
O tecido branco e grosso por baixo da renda cobria o mínimo dos meus seios. Em um decote em forma de coração que se fechava em minhas costas alguns centímetros antes do elástico da calcinha. Caindo sobre minhas pernas de forma suave e levemente rodada. A calda se arrastava por alguns centímetros em minhas costas, meus dedos trêmulos percorreram o tecido. Antes que pudesse agradecer tudo o que Alice fez um manto cobriu meu corpo, Alice já puxava meus braços e fechava os botões.
 Sua mãe. – respondeu-me.
 Bella?
 Oi, mãe.
 Oh, Jesus! Está linda, filha. Deixe eu ver o vestido?
 Não disso, eu disse que quero surpreender a todos – Alice entrou em minha frente.
Mamãe não contestou, apenas bufou resignada e me abraçou com Alice atenta aos seus movimentos.  Viemos lhe ver antes, ande Charlie. – gritou.
Meu pai adentrou o quarto em um lindo terno cinza, barba feita e bigode aparado. Cabelos alinhados. Sorri ao vê-lo tão formal.
 Trouxemos um presente como manda a tradição – pontuou erguendo uma pequena caixinha azul.
 Que bom, Bella já tem algo emprestado e algo velho...
 Agora tem algo novo – disse Rosalie abrindo uma caixinha pequena e mostrando um par de delicados brincos, também de diamantes.
 Que alivio, meninas, pois trouxemos o algo azul.  disse retirando a pequena presilha da caixa.
 Colocamos algumas safiras, presentes nossos com o Phil. – disse Charlie.
Tomei em minhas mãos, uma vaga lembrança surgiu em minha mente...
 A vovó sempre usava...
 Sim, você gostava de dormir no colo dela enquanto revirava a presilha em seus dedos...
 Ela usava de propósito. – retrucou Renée.
 Por favor, Alice. – não sabia se seria possível com este penteado, mas eu usaria esse presilha.
 Realmente precisávamos de algo para prender o véu! – rebateu. Trazendo um longo e delicado véu em seus braços.
Rosalie auxiliou prendendo o véu cuidadosamente, sem retirar nenhuma das flores do lugar. Alice colocou todos para fora. Vesti o sapato e voltei a me olhar no grande espelho assim que a capa foi removida, sorri contente com o que vi e virei, encontrando meu pai calado.
 Esta maravilhosa, filha.
 Obrigada, papai.
 Sei que esse não é o momento, mas eu preciso perguntar e sempre vou perguntar. É isso mesmo que você quer? Tem certeza?
Estava claro o ardor em seus olhos o quanto Charlie desejava que eu desistisse de Edward. E isso doía.
Levei minhas mãos ao seu rosto, seus olhos brilhando por um possível choro, talvez em reflexo aos meus.
 Sei que é difícil compreender, pai. Eu mesma não consigo, mas eu amo Edward. Não tenho duvidas dos sentimentos dele. Antes de conhecê-lo eu nunca acreditei sobre almas gêmeas. Eu não consigo ver um caminho sem ele ao meu lado. É como se eu não existisse... – funguei desistindo de prosseguir com minha explicação.
Charlie nada disse, apenas tomou minhas mãos nas suas e beijou, também fungando e nos conduziu para o escritório, de onde sairíamos para o jardim. Alice me entregou o buque de rosas azuis e saltitou seguindo os primeiros acordes da suave musica. Uma versão parecida e mais enérgica da minha canção de ninar.
Esta conversa com Charlie serviu para me fazer firme, destemida sobre minha decisão e com o rosto ereto busquei por Edward assim que ficamos em frente a pequeno altar. Nenhum convidado tomou minha atenção. Eu não vacilei, não houve medo.
Apenas certeza e alegria.
Seus olhos brilhavam e um sorriso verdadeiramente deslumbrante dominava seu rosto. Seus dedos deslizaram por seus cabelos, enquanto umedecia a boca. Sorrindo convencido e confiante.
Sua alegria como a de uma criança em dia de natal e por alguns segundos acreditei que Edward bateria palmas e saltitaria imitando Alice. Imagem que me fez sorrir largo e caminhar a passos firmes até o homem que amo.
Tendo a plena convicção que esta é a melhor escolha da minha vida.

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