quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

MVC - Capítulo 14


Nas minhas duas ultimas semanas de férias viajei para a casa da Pamela. Eu queria vê-la bem, feliz, eu sei que ela não voltaria a ser como antes, mas pelo menos vivendo, seguindo apesar da dor, seria esperançoso para mim. Estranhamente fui bem recebida por sua mãe, fiquei com o pé a trás, a velha nunca escondeu o horror que tem sobre nossa amizade e do nada me recebe de braços abertos, literalmente.


Pamela estava no quarto, subi devagar, a porta aberta e me encostei, silenciosa. O quarto plenamente iluminado, a sacada escancarada, por seu perfil parecia melhor, seus olhos claros, sem sinal de choro, apesar das olheiras. Sua mão deslizando com maestria a caneta tinteiro por seu diário, Pamela e Alex tinham essa mania, era algo deles e que eu nunca pedi explicações, mas sabia que eles já trocaram cartas. Ambos gostam dessa escrita antiga, clássica. Como não queria assustá-la e destruir seu trabalho, permaneci parada esperando que ela sentisse minha presença.

– Esta fazendo o que parada? Entra logo e tranque a porta! – ela estava de volta? Entrei e tranquei a porta. Pamela gira e me recebe de braços abertos e com um sorriso que retribui, não precisei perguntar nada:

– Ele apareceu pra mim! – satisfez minha curiosidade.

– Como? – eu não sabia mais como agir, Pamela levantou me puxou para deitar e se aconchegou em meu peito.

– Se eu contar vão dizer que é coisa da minha imaginação, que eu sonhei, mas foi tão real Bê, foi tão mágico! Ele estava ainda mais lindo, mesmo com seus olhos em uma cor diferente – segurei minhas perguntas, eu queria ouvir tudo – ele estava ainda mais Alex, me pediu pra não chorar, que ele me quer feliz! Que ele será meu anjo. Foi tão bom estar em seus braços.

– Quando foi isso?

– Ontem, estávamos em nosso cantinho, eu ainda estava embrulhada na coberta – me olhou e tentei disfarçar meu semblante preocupado – ele disse que não poderíamos estar “junto” que nossos mundos já não eram mais os mesmos, eu não tive nem um beijo! – disse triste.

– E como ele estava? Ele estava triste por não poderem ficar “juntos”? – tentei acalmar a dor em meu coração. Pamela olha em meus olhos e seca minhas lagrimas.

– Ele pediu pra te dizer “somos três, mas somos um” – meu choro tomou potencia com isso – eu não entendi, mas ele disse que isso a acalmaria – Alex esteve sempre por perto, mesmo com sua nova condição, continuou cuidando de nos duas. Essa era a única explicação para que ele soubesse sobre essa frase, frase que se repete – na verdade é “somos seis, mais somos um” – varias vezes durantes os livros da saga das pedras mágicas, Alex se recusa a ler qualquer coisa que tenha mais de 20 paginas.

Chorei por um tempo, abraçada a Pamela que em determinado momento me acompanhou no choro, nos acalmamos, andamos um pouco pela beira mar, isso sempre nos tranquilizava. Jantamos com seus pais atentos, mantinham seus olhos estudiosos sobre ela, só voltando “ao normal” após ela terminar a comida, tentamos nos distrair, mas a noite não conseguia dormir, não importa o que eu fizesse. Eu precisava ter a certeza e assim que completou 01h da madrugada, desci sorrateira pelas paredes, aterrissando no jardim dos fundos peguei a bicicleta da Pan e segui para o pontal, sabia que ele apareceria. A ansiedade me consumindo, encostei a bike no canto e fiquei na ponta.

– Isso não é hora de estar fora de casa e sozinha! – ouço em minhas costas, meu peito já convulsionava e corri ate ele. Batendo com força em seu peito, ganhando um hematoma.

– Me perdoa...? Se eu pudesse voltar no tempo! – como uma pluma Alex me ergue em seu colo,sentando-nos em um banco e levanta meu queixo.

– Não tenho o que perdoar Bê, eu não me arrependo, mesmo sabendo de tudo, faria de novo. Eu só tenho que me acostumar com isso! – com essa fala me afastei. Sua pele estava mais translucida, como porcelana. Tão gélido quanto Edward, seu rosto perfeito estava ainda mais lindo. Manchas claras em volta dos olhos, seus olhos ainda tinham o tom carmim, claro, mais estava visível. Cintilantes, mostrando que ele havia caçado.

– Desculpe, deve estar sendo horrível! – digo apontando para meu pescoço.

– Eu jamais faria mal a minha irmãzinha! E também cacei bastante nesses últimos dias – sorriu e piscou pra mim.

– Você ficou mesmo com os parentes do Edward? Me conta um pouco como foram as coisas e sobre eles?

– Sim, eles são legais, mais ficam me vigiando o tempo todo – disse fazendo uma careta que sua nova versão tornou-a assustadora – o clima também ajuda um pouco, neve, neve, mais neve e mato – disse rindo, seu sorriso ainda mais encantador e perturbador, entendi perfeitamente o que a Pamela quis dizer com “ainda mais Alex”.

Alex me explicou o que aconteceu com ele quando despertou, contou mais sobre os tios de Edward. Que eu tenho uma concorrente gamada nele que ate hoje não conseguiu nada com ele. Em um certo momento, deitei no banco, apoiando minha cabeça em suas pernas – A minha primeira caçada foi algo diferente. É engraçado Bê, eu não consigo me acostumar! Eu já fiz alguns estragos na casa dos Denalis, Tanya me ajudou muito com essa parte da caça, mas eu realmente fico preocupado com a outra irmã, eu a chamo de garota choque, ele vira uma fera quando faço isso! – ri de suas palhaçadas com o sono começando a se fazer presente, estava meio sonolenta quando uma discussão começou, reconheci a voz de Edward

– ele esta bem Ed... Não me fará mal, para de brigar com ele – dito tentando abrir os olhos. Eu não conseguia focar em nada, acho que já expliquei o quão confusa e incoerente posso ser quando estou com sono.

Quando voltei a mim, estava deitada em minha cama improvisada no quarto da Pan, ela estava na janela escrevendo mais – ele apareceu de novo, sei que ele apareceu pra você!

Incapaz de dissimular algo e sem vontade de mentir, apenas me levantei a abraçando, ficamos assim por imensuráveis minutos, pela janela pude ter o vislumbre de Edward e Alex, lado a lado, escondidos pelas sombras das casas, consegui me convencer que nada impede um amor verdadeiro.

Não importa o que as pessoas façam, que tempestades afastem, que a morte rompa, que a imortalidade dissolva. De uma maneira ou de outra, quando se é real nada destrói...

...e tudo suporta!



Fim!

ç

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentem e façam uma Autora Feliz!!!

Visitas ao Amigas Fanfics

Entre a Luz e as Sombras

Entre a luz e a sombras. Confira já.