– Quando vai? – Cindy suspirou afastando
minimamente o rosto do pescoço de Jacob. –
tente descobrir sem arrumar confusão.
Jacob sorriu apertando-a mais
ao seu corpo. Sentando-a sobre a moto –
eu vou descobrir a verdade.
– Acha que papai vai insistir em procurá-los?
– Não sei. Ela esta muito pálida. Charlie
percebeu isso. Qualquer um com bons olhos perceberia. – afastou alguns
cachos do rosto dela antes de beijar o queixo e se afastar – eu deveria ir, Charlie não gostou de me ver acelerar.
Puxou-o pelo pescoço – imagine se ele soubesse que já corri
montada em um lobo maior que um cavalo, sem rédeas e arreio.
Jacob riu, vendo o carro de
Laura surgir no final da rua. Ajudando-a descer da moto seguiram lentamente
para a varanda.
– Que bom que ainda esta aqui, Jacob. Poderia
aproveitar que a casa dos Cullens é caminho para La Push e levar a mala do Ale?
– Por mim já teria ido. – retrucou
Charlie em voz baixa – vá ajudar Laura
com a mala, Cindy. – ordenou puxando Jacob pelo ombro até a sala. – então Jacob. O que acha que a Bella tem?
– Ela só esta pálida, Charlie.
– Ela esta escondendo alguma coisa, acha que
Edward possa... ser violento com ela?
Nem mesmo Charlie conseguia
acreditar no que disse, mas nenhuma das suposições fazia algum sentido e em todo
o momento que esteve com Bella não encontrou nenhum hematoma.
– Não, ele é completamente apaixonado por
ela, alem é claro, você é um policial – Jacob retrucou em tom de
brincadeira. – conhecemos a Bells, ela
falará. De uma forma ou de outra ela sempre acaba contando.
Charlie olhou em direção as
escadas, suspirando e encarou Jacob –
quero lhe pedir algo. Eu te vi crescer, é como um filho pra mim. Vejo sinceridade
nos seus sentimentos e apesar de irritado. – suspirou novamente se dando
por vencido – sei que isso acabará ao
menos da mesma forma que Bells e o Cullen.
– Ela também é uma Cullen agora...
– Não me interrompa – ralhou – só quero lhe pedir para não afastá-la de
mim. – Charlie não conseguia dizer mais do que isso.
Mas fora o suficiente para
Jacob entender.
– Eu jamais farei isso, Charlie. Você e meu
velho não podem ficar longe dos nossos olhos e eu não sou louco de tentar levar
a Cindy, ela me mataria. Ela tem verdadeira adoração por você.
Charlie meneou a cabeça,
dispersando o choro e sentou em sua poltrona antes de apertar o controle e
sintonizar em mais um jogo. Jacob sorriu permanecendo de pé ao ouvir Cindy
sussurrar que a mala estava pronta.
– Vou te esperar em La Push, vou pedir ajuda
da Laura pra escapar, assim nos podemos aproveitar a gruta. – sussurrou
maliciosa tocando os lábios quentes do namorado antes de enredar os dedos finos
e pequenos pela nuca dele que estremeceu apertando a cintura fina e tomando-a
em um beijo quente.
– É melhor você ir. – sussurrou removendo
a mão pequena do cós da sua calça – ou
eu não responderei por mim...
Cindy sorriu mordendo os lábios de forma provocativa,
piscando enquanto acariciava a ereção de Jacob que gemeu. – Guarde essa disposição para quando chegarmos à gruta, vamos precisar
dela.
Antes que ele pudesse
apertá-la de encontro a sua ereção, Cindy já havia se afastado e nada poderia
fazer sem chamar a atenção de Charlie que andava perto da janela ainda decidindo
sobre espioná-los.
Com a mala nas costas arrumou
a ereção em suas calças e respirou fundo, montando na moto e seguindo a casa
dos Cullen. O caminho rápido e já removia a mala das costas, entrando sem
esperar que abrissem a porta, o silencio agourento sendo quebrado por dois
corações que batiam saudáveis.
Como uma pequena comitiva todos
os Cullen rodeavam Bella de alguma forma. Sentou após entregar as roupas ao pai
do bebê.
– Então, vai me contar a verdade?
Jacob via a pele clara, a
tensão em cada Cullen e a forma como se moviam de acordo com Bella. Algo que o
incomodava.
– Jake...
– Esse não é um momento, Jacob. – Edward parou em frente.
Ler a mente de Jacob era
fácil, ele permitia seus pensamentos escorregaram por sua mente, da mesma forma
que Emmett, apenas não os verbalizava com qualquer um. Jacob via a mentira em
Bella, um sorriso de escárnio escapou de seus lábios.
– Mesmo? Você certamente se empenhou em
transformar a Bella em uma mentirosa nessa lua de mel – debochou. – mas eu a conheço. E sabemos muito bem que
a única verdade que ela disse essa manhã foi a de amar o pai.
– Jake...
Seus olhos negros e sem
gentileza miraram Bella, estava decidido a ter a verdade e não pararia.
– Eu estou grávida.
A frase não fazia efeito em
sua mente, permanecendo a olhar para Bella. Acreditava ser alguma piada para
tirar o foco do assunto real, mas acompanhou a mão que deslizou pelo ventre,
vendo o afago sua mente começou a trabalhar. Completamente crente de que esse
filho não era de Edward. Lembrou-se da noite em que tiveram certa intimidade,
não havia maneiras de ser seu.
– Nos não... quer dizer... – olhou para
Edward, sem conseguir manter as lembranças afastadas, mas esta não seria a
primeira vez que repassava a lembrança para ele. Estava completamente confuso,
não conseguia imaginar Bella traindo Edward. Ainda mais na lua de mel. – Bells...
– Edward é o pai.
– Sem querer ofender, Bells, mas sanguessugas
não dão cria. Eles estão tecnicamente mortos.
– Homens precisam apenas de sangue nas
veias... Edward caçava com mais frequência.
Aos poucos os pensamentos se
ordenavam, não sabia ser possível, mas o raciocínio de Isabella era plausível.
Quando a compreensão do que a amiga carregava chegou ele, apenas trincou os
dentes confuso por ainda não ter retirado a aberração.
– E esta faltando algo para Carlisle te
ajudar?
– Me ajudar em que?
– A tirar essa coisa.
– Essa coisa é o meu bebê.
– Isso é um sanguessuga, como os outros.
Não conseguia acreditar que
ela tratava o que carregava no ventre como um bebê.
– Não. É o meu filho.
– Tá brincando, né? – o sorriso foi
desaparecendo quando viu a seriedade em seu rosto. – isso
vai matar você, é um sanguessuga feito pai...
– Não...
Apesar da aparência abatida, era
visível o maxilar tenso, as bochechas tomando um tom rosado pela raiva, as
sobrancelhas crispadas e pequenas linhas na testa, o tempo fora pouco, mas
Bella já tinha a extinto correndo por suas veias. Ela já era uma mãe, uma mãe
que não viveria para ver a cria. Consternado com as escolhas da amiga e
completamente confuso por Edward ainda não ter resolvido o problema, se ergueu
avançando sobre ele.
– Que você é idiota, eu sei. Mas vai deixar
isso matar a humana que diz amar, nos sabemos o que é isso... – viu o
vampiro tremer, os olhos escuros e ombros caído não comoviam Jacob, na verdade
o deixaram mais apreensivo sobre Bella e a criatura em seu ventre. Ignorando
completamente o movimento em suas costas. –
você não quer! Então tira isso dela.
– Não é tão simples. – Jasper murmurou.
Isso chamou a atenção de Jacob
que finalmente reparou nas posições de todos, confuso sobre Rosalie estar ao
lado de Cindy em uma barreira.
– Ah, qual é! A Barbie e a chamas? Por favor,
somos em vários! Bella? Sai da frente.
Um pequeno brilho surgiu nas
mãos de Pamela, crescendo em esfera, até alcançar o tamanho de um ovo de
avestruz e quebrar, transformando-se em labaredas. Uma pequena fogueira em cada
mão.
– consegue se
regenerar do fogo, lobo? Estou gostando menos de você, agora. – e as chamas
quase alcançaram o rosto de Jacob.
– Você não é burra, Bells. Sabe que isso é um
chupador de sangue que vai acabar com você.
Ao dar um passo em direção a
Isabella, Jacob cometara um grande erro. Assim que Edward percebeu a intenção
de Pamela apenas puxou Jacob pelo braço. Removendo-o da mira, mas antes que
pudessem se recobrar, ela e Rosalie cercaram Jacob.
Ao ser encurralado Jacob se
transformou, arremessando Rosalie pelo jardim. Pamela tentou novamente feri-lo
com fogo, mas Edward a segurou.
– Bella o amo, não faça isso. –
repreendeu. – Vá, Jacob.
Jacob em sua forma lupina rosnou
furioso ao ver uma parte da pata dianteira queimada. Jasper segurava Rosalie
arrastando-a de volta a casa.
Todos voltaram para a sala, um
longo uivo rompeu o silencio. As lembranças vinham frescas, alimentadas pela
raiva e não pode parar ao ver seus companheiros compartilharem de sua mente. Os
uivos surgiram, convidando a todos.
Seu sangue fervia
nas veias, ainda dominado pelo desespero e incredulidade permitia que todos
assistissem suas lembranças, sentissem seu asco. As vozes faziam coros com seus
sentimentos, alguns como Seth e Quil ainda permaneciam descrentes.
– Isso é algo
perigoso. – Sam sussurrou na mente de todos ao surgir por detrás da pedra.
Já estavam reunidos próximos a reserva Quileute. – o que ela carrega não será humano, e não
será domado.
– Eu não acredito
que vou dizer isso, mas jake... talvez a Bella tenha... – Quil não teve
coragem de finalizar a frase.
– Não sei o que é
mais ridículo, a Swan certinha traindo um vampiro ou essa suposição descabida.
Seria terrível para os humanos, caso os frios se reproduzissem. – Leah
pontuou antes de se sentar a meio caminho de Sam e Jacob.
– Eles se amam,
Leah. Ela não faria isso.
– Estamos falando
da humana que namora um vampiro. – retrucou Paul.
– Seja como for, o
que ela carrega será um perigo para a tribo, para nos e a humanidade.
Precisamos exterminar.
– Serão longos
meses de espera. – murmurou Jacob.
Todos voltaram os olhos para o
lobo marrom avermelhado, Seth fungou abaixando a enorme cabeça, Quil se
afastou, fora preciso alguns segundos para que Jacob compreendesse a natureza
das palavras de Sam.
– Aquilo ainda esta
nas primeiras semanas na barriga dela, nem da pra ver direito. – Jacob
aproximou-se de Sam – ela é uma humana,
Sam... não...
– Isabella tomou as
decisões que a levaram a ser um perigo para nossos descendentes.
– Ela ainda é
humana, Sam!
– Sacrifícios
precisam ser feitos, como Alfa não permitirei que esse monstro nasça para levar
nossa tribo e nossos amigos para a morte.
– Quando iremos
atrás dela? – Leah ergueu-se de sobre suas patas traseiras.
– Avisaremos ao
conselho e invadiremos o terreno dos Cullens. – ordenou Sam com seu tom de Alfa.
Girou as patas, voltando a sua
forma humana e seguindo pelo trilho de volta a estrada da reserva, seguido de
perto pelos outros. Jacob ainda permanecia estagnado em sua forma de lobo, Seth
surgiu em sua frente. O sorriso complacente fez seu cérebro estalar, ódio o
dominou.
– Volte ao normal,
jake. – sussurrou batendo na pata do lobo – precisamos de uma boa desculpa no conselho, cara. – sua voz quase
não fora ouvida pelo lobo.
Com os músculos rígidos, Jacob
precisou, pela primeira vez, forçar seu lobo a reagir, suando para voltar à
forma humana. Seth apenas segurou o amigo, arrastando-o pela direção seguida
por Sam e o bando.
Mesmo com diálogos sussurrados
e muitas ideias, nenhuma parecia adequada para frear Sam ou ao menos permitir
um segundo olhar do conselho sobre Bella e sua condição humana. Não se
importava em permitir que as lagrimas molhassem seu rosto. Chorar nunca lhe foi
apresentado como um ato vergonho por ser homem.
Essa era sua válvula de
escape. Os dedos corriam pelo cabelo curto em desespero ao ver as costas dos
companheiros. Seu corpo tremia, seu lobo chorava por Bella e por Cindy. Ao
pensar em sua imprinted, o choro lhe sufocou.
Como seria olhar para Cindy
sabendo que esteve presente na morte de sua irmã? Como conseguiria viver com o
peso da morte de Bella? Seu primeiro amor, sua amiga, sua irmã.
Todos os olhos voltados a sua
reação, Billy em momento algum disfarçou a preocupação com o filho, que mesmo
de corpo presente já não ouvia as palavras do conselho. Enquanto uma votação
era iniciada sobre exterminar o que crescia no ventre de Isabella no
nascimento, caso ele sobreviva por muito tempo ou finalizar antes que a
criatura ganhasse forças, Jacob segurava sua cabeça com ambas às mãos com certa
brutalidade.
– Vamos repassar
os comandos antes de seguirmos até os Cullen. – essa fora a única frase que
Jacob ouviu.
Removendo-o do estupor que se
encontrava, mirando em desespero os passos firmes de Sam e o bando, Quil olhou
o amigo em um pedido de desculpas, Jared abaixou a cabeça envergonhado, Seth
apertou os ombros do amigo que tinha como irmão e na maioria das vezes, como
exemplo.
– Não quero semear
a discórdia, jake. Mas você tem o poder e eu vou estar ao seu lado nisso, Black
– murmurou se afastando.
Seu olhar abaixou para o pai, após sentir o toque do
metal em sua perna, Billy sorriu para o filho, tocou a pequena linha que agora
era a cicatriz da queimadura. – Não sei
o que seria de mim caso perdesse uma de suas irmãs... Não conseguirei olhar
para meu amigo sabendo que tenho culpa sobre a morte de sua única filha. Não é
uma exclusividade de apenas uma geração. Todos os Black passam por provações.
Lentamente as palavras
entravam por sua mente debilitada, olhou pela sala vendo que muitos do conselho
observavam a conversa de pai e filho. Com passos determinados atravessou a
sala, gritando por Sam.
O sol já descia o horizonte,
sumindo entre as montanhas, o tom escuro acompanhado de pesadas nuvens negras
cobria boa parte do céu. Não queria essa nova responsabilidade, preferindo uma
conversa antes de optar por sua única alternativa.
– Sei que já foi
apresentado ao conselho, mas Sam. Não precisamos matar a Bella. Podemos esperar
aquilo nascer...
– Jacob, Isabella
carrega a cria de um frio, ela não vai sobreviver.
– Carlisle e
Edward querem aquilo fora dela, só precisamos ajudar.
– Fala serio,
jake! Seus sentimentos pelas Swans te tornou cego. E amiguinho deles. –
Paul gracejou em divertimento.
– Não é cego, é
sensato. Podemos esperar, afinal o Carlisle é medico, obvio que sabe fazer uma
cesariana. – insistiu Seth aprumando o corpo ao lado de Jacob.
– A decisão já foi
tomada, você só tem que decidir em ficar aqui ou nos acompanhar para matar o
que ela carrega.
– Não precisamos
matar a Bella. – implorou.
Todo o calor da discussão e
concentração dos demais companheiros não permitiu que prestassem atenção ao
passo suave ou ouvissem a aproximação do coração humano. Mas o farfalhar das
folhas amassadas pela cesta com quitutes preparados por Emily que rolaram pelo
chão até os pés do bando foi o suficiente para que varias cabeças virassem.
O rosto bronzeado e angelical
estava uma mascara de dor e infelicidade.
Cindy ouvira pouco da conversa, mas o suficiente para lhe
tirar a paz, horrorizada voltou os olhos úmidos para Jacob. Quando passos foram
dados em sua direção, apenas se afastou com a mesma quantidade.
– Jacob... eu ouvi
errado?
– Droga. –
resmungou Paul.
– Porque querem
matar minha irmã? Jake?
– A segurança da
tribo esta afetada e... – Sam tentou explicar, mas Cindy ergueu a mão, sua
atenção devotada apenas para Jacob.
– Jacob? Era da
minha irmã? Da Bella? – o ar desolado e expressões que denunciavam sua fraqueza
e covardia diante dos fatos fez Cindy enraivecer. – justo você....
– Cindy..? Eu não
quero isso.
– Então não
permita!
– Não é tão
simples.
Ela não via no rosto moreno
alguma determinação em impedir a matilha, dor? Sim, mas a resignação dos olhos
negros a decepcionou. Seus dedos correram para o bolso da saia, um dos números
de acesso rápido era o de Edward, apertou a tecla e esperou que de onde o aparelho estava Edward pudesse
ouvir.
– O que minha irmã
fez a vocês, porque a querem morta? Em Jacob? Justo você! – apesar do
esforço feito, sua voz não alcançava o tom esperado. Mas não fora Sam ou Jacob
que lhe respondeu.
– A questão Cindy,
não é sua irmã, mas o que esta dentro dela. Não me diga que ela não lhe contou?
Ela carrega um filhote de frio no ventre. Um monstro como os Cullen. Isso não
pode viver, e como ela morrerá de toda forma... – a fala fria e o dar de
ombros de Leah foi uma visão asquerosa. O afeto que ela sentia pela loba esvaiu
neste momento.
– Eu não vou
permitir isso, os Cullen não permitirão.
Com dedos firmes, Cindy removeu o aparelho do bolso,
vendo que a chamada permanecia. –
conseguiu ouvir? – o choro quebrou sua voz.
Vários olhos cresceram em sua direção, assim como
rosnados. – não tocarão nela, saia daí agora,
Cindy.
A voz determinada de Edward
chegou aos ouvidos de todos, e em um rompante, Leah e Paul avançaram em direção
á Cindy. O lobo marrom avermelhado surgiu e seus dentes afiados afundaram na
carne de Paul. Arremessando o corpo ainda não completamente transformado sobre
a loba branca.
Os olhos atentos de Cindy
disparava por cada lobo a sua frente, os rosnados, as patas que afundavam sobre
o chão pedregoso a mantinha encolhida e assustada alguns passos atrás do lobo a
sua frente que virava da esquerda á direita.
Entendendo o suficiente que um
derradeiro dialogo ocorria quando Sam caminhou em direção a ambos e os outros
lobos se curvavam, assim como Jacob parecia iniciar o mesmo movimento.
Sem medir o perigo que poderia
enfrentar, Cindy tocou os pelos de seu lobo. Jamais escondera o fascínio pelo
lobo, a lembrança de adormecer entre os fios grossos e quentes, após uma
calorosa noite de amor a trazia a plenitude e vê-lo encolhido, ganindo de dor a
fez colar sobre o dorso que sua pequena estatura permitia.
Os músculos tensos relaxaram
por segundos, antes de voltarem a se atrofiarem, as patas afundaram, sentindo o
tremor que lhe percorrerá o corpo, olhou para o chão. As pequenas pedras
subiam, girando e dançando na terra que tremia, afundou os dedos nos pelos com
mais intensidade, ofegando ao voltar os olhos para o lobo que em sua visão
parecia ter dobrado de tamanho.
O lobo rosnou, fazendo sua
espinha gelar. A certeza sobre a nova altura de jake veio a o ver Sam menor que
ele, a cabeça levemente inclinada. Olhando-o de baixo para cima.
Um rosnado e um bater de cabeças,
antes que o lobo marrom avermelhado virasse o tronco, apoiando as pernas de
Cindy com o focinho, que subiu por seu dorso, segurando-se da forma a qual
estava familiarizada.
De olhos fechados deitou sobre
o dorso quente, abriu minimamente os olhos, fechando-os novamente ao ver o lobo
saltar sobre o rio, derrapando ao tocar a pedra úmida do lado do terreno dos
Cullen.
Antes que o lobo voltasse a
trotar libertou-o do aperto, deslizando pelo dorso. Ainda estava magoada. Sem
pudor o lobo deu lugar ao homem, desviou os olhos para o rio a sua frente, ao
sentir o coração perder uma batida ao contemplar o corpo másculo caminhar em
sua direção.
Fungou lutando contra o amor
que sentia, não poderia esquecer o mal que ele parecia inclinado a exercer contra
sua família.
– Não. Não se
aproxime. – suplicou.
– Cindy?
– Você faria... –
olhou com a vista embasada pelas lagrimas –
você faria... não faria nada para detê-los se eu não ouvisse, não é?
– Estava tentando
fazer com quem reconsiderassem, eu não quero o mal da Bella, não quero o seu –
caminhou e mais uma vez a pequena mão se ergueu o parando.
– Eu esperava mais
de você... é da minha irmã que falavam. Da... da garota que um dia você amou. Não
me toca. – exigiu quando o viu finar a distancia entre eles.
Apesar de batalhar com o
desejo ao sentir o corpo tocar o seu, Cindy fraquejou. A nova altura de seu
lobo permitia que tombasse a cabeça em sei abdômen, sua pele bronzeada exalava
um perfume que a seduzia rapidamente.
– Eu só não queria
tomar a resolução que terminei tomando, não queria uma briga com o bando, ter
de voltar às costas a minha família. Mas agora...
– O que quer
dizer?
– Que sou um Alfa,
sem matilha. Um Alfa como meu avô e meu bisavô. Não sei quando poderei voltar à
reserva – murmurou tocando os fios dourados – só tenho você, por favor não se negue a mim.
– Eu jamais
conseguiria, meu lobo. Por mais que eu esteja magoada com essa atitude do
bando, eu não consigo ficar longe de você.
O casto tocar de lábios foi o
bastante para que ambos esquecessem dos acontecimentos anteriores, de onde
estavam, as línguas deslizavam pelos lábios, em toques íntimos que
transformavam o sangue em suas veias em lava.
Uma pequena gota de suor deslizou da nuca até alcançar a mão firme em
sua cintura.
Não havia pudor ou recato
quando Jacob lhe tocava. Por isso ajudou a mão que lhe afava a barriga a ter
acesso aos seios fartos, deixando-se apoiar no tronco da arvore centenária.
Gemendo ao sentir a língua que a pouco lhe roubara o ar tomar seu mamilo
intumescido.
Sentir o vibrar do membro
ereto em sua coxa lhe fez gemer novamente, buscando espaço entre os corpos para
retirar a saia, que mesmo erguida e dobrada em seu quadril, causava o mesmo
desconforto que sua calcinha úmida.
Assim como em todas às vezes,
Jacob tomou essa função para si. A imagem de suas mãos morenas cobrindo e
desnudando a pele levemente bronzeada era inigualável. Ouvir o suspirar afetado
de sua amada enquanto beijava-lhe o ventre ao descer o tecido molhado o
enlouquecia e desta vez não fora diferente.
Assim como o sorriso encantado
de Cindy ao ver os olhos negros tornarem-se grandes de desejo e que mesmo assim
não lhe rasgara peça alguma, em nenhuma vez. Suspiraram em sincronia ao estarem
unidos, para Cindy era enlouquecedor o calor, estremecendo dee prazer com o
calor que cobria sua pele e seu interior.
Para Jacob era um trabalho
diário manter-se ativo para lhe dar prazer quando a pele morna abrasava o calor
de seu membro. Era como mergulhar em nascente. Sentindo-se vivo e completamente
humano. Apenas dela e não existia nada no mundo alem deles.
Toda a situação e o turbilhão
de emoções fez com que o momento fosse intenso, a nova dimensão de seus corpos
fez o ato sublime ganhar novas proporções, com batimentos ainda acelerados os
sons surgiam lentamente.
O êxtase do momento sumindo
dos olhos dando lugar a preocupação quando os uivos ganhavam volume, cada vez
mais próximo. Com pressa separaram seus corpos, a pressa em vesti-la
atrapalhando o ato das quatro mãos, o barulho da terra esmagada por patas fez
Jacob se afastar, dando lugar ao lobo, cobrindo a visão do corpo nu de Cindy
que lutava com os botões de sua blusa e saia.
O misterioso silencio em sua
mente de Alfa deu lugar as vozes familiares, as imagens surgiam, confusas.
Atrapalhando sua compreensão. Quil era o mais próximo, saltou parando ao seu
lado.
– Finalmente te
encontrei, cara. Eu to te ouvindo? Que louco... – mas o monologo fora interrompido com o pequeno lobo areia que
derrapou sobre o lodo, trombando com violência.
– Eu voltei a te
ouvir, Quil?
– O que fazem aqui?
– Acha que eu ia
ficar lá? O Sam é legal, mas prefiro outro Alfa. – Seth mostrou a língua presa entre os caninos.
– Fiquei preocupado
com os Cullen, sua ultima visita não foi a melhor...
– Ai do nada eu
parei de ouvir o bando, o Quil e agora to ouvindo os dois!
– Acho que isso
significa que é o nosso Alfa – Quil não escondeu o medo que cresceu em sua
mente.
A imagem da Pequena Claire
correndo pela praia inundou a mente dos três lobos.
– Não sei como
reverter essa situação, Quil.
– Ela é seu
impreting, cara. Eles não podem impedir e jake é o Alfa por direito. Sam e a
raiva dele não podem se pôr contra um lobo e sua escolhida.
Cindy, agora composta caminhou
apoiando o peso do corpo sobre seu lobo, admirando o quadro a sua frente, dois
lobos sentados em suas patas, atentos como dois filhotes cercando o pai. ambos
moveram a cabeça em uma reverencia, antes de voltarem atenção ao Alfa.
Jacob lambeu sua mão antes de
se afastar e voltar a forma humana, sorriu beijando-lhe a testa.
– Acho que tenho
minha própria gangue agora, vamos para a casa dos Cullen, quando terminarmos
vou levá-la.
– A picape ficou
na casa da Emily...
– Ligaremos da
casa dos Cullen.
O caminho feito em poucas
passadas, o céu já tomara o tom escuro e uma lua cheia iluminava o caminho.
Quando saltaram o caminho do rio indo ao jardim dos fundos Edward e Jasper já
os esperava.
– Ouça e veja, Cullen.
– Vou buscar roupas para você. – foram as
únicas palavras de Edward após ver cada uma das conversas em sua mente. – Bella esta dormindo, entrem em silencio.
– Edward? – Jasper sentia a tensão e o
ódio emanando do irmão e dos lobos.
– Todos na sala, Jasper.
Disparou pelos cômodos, Bella
ainda permanecia sobre os cuidados de Rosalie e Pamela. Os olhos atentos em
seus passos, quando inclinou o corpo sobre Bella e lhe tocou a face corada e
suada, sorriu.
A tarde havia sido tumultuada
e quando estavam desistindo de conseguir alimento que permanecesse no estomago
de Bella, Carlisle chegou com uma sopa de legumes e carnes. O pouco que comera
foi o suficiente para lhe trazer a cor.
Beijou a testa sentindo a
temperatura, voltando sua atenção ao closet do casal, pegando uma das blusas e
calças de Emmett antes de voltar a sala. Seth estava relaxado em uma das
poltronas com Cindy ao lado. Quil encostado em uma das paredes e reconhecendo a
mente de Jacob no banheiro social.
Toda a explicação fora feita em poucos
segundos, muitos sentimentos mesclados e por alguns míseros minutos, Quil temeu
por seus irmãos ao ver ódio nos olhos dourados dos vampiros em sua frente.
– Essa nossa definição muda tudo, jake.
– Seth tem razão, Jacob. – Carlisle adiantou
– não queremos quebrar o acordo e peço
desculpas pela falta das minhas filhas. Elas têm levado a ferro a proteção da
Bella.
– Ainda terei oportunidade de retribuir o
carinho, não se preocupe por pouco! – ironizou, sorrindo debochado em
direção as escadas.
Sorrindo ao ouvir o bufar de
Rosalie – vai sonhando, vira-lata.
– Vocês estão esquecendo que para o Sam não
existe mais o trato e eu não viro as costas para uma briga...
– Mas podemos evitar, assim como Carlisle
conversou com Ephraim, conversaremos com Jacob. – Esme censurou Emmett que
apenas deu de ombros e erguendo as duas mãos.
Jacob ainda sentia o incomodo
pelos atos humanos dos Cullen. – então
decide reizinho? – o deboche de Emmett lhe fez apenas girar os olhos.
– Como Carlisle dizia – Edward lançou um
olhar de aviso para Emmett, ele lia o desconforto em ser Alfa. – temos que rever os termos do acordo e
reforçar com a tribo, com dois Alfas, as decisões precisaram ser revisadas.
Jacob olhou para Cindy que
começava a mostrar sonolência, apoiando parcialmente seu peso sobre Seth.
– Vou levar Cindy para casa e voltarei à
reserva.
– Jake?
– Vocês ficam para ajudar a proteção da
Bella. Ela é humana.
Tomando Cindy nos braços
caminhou para fora da casa Cullen, seguido por Edward – eu os levo. Será seguro voltar à reserva sem ela.
O silencio foi o protagonista
do percurso, deixando Cindy adormecida nos braços de Jacob em frente à casa de
Charlie que reconheceu o som limpo do volvo, estranhando o fato e do genro
apenas manobrar na rua estreita e voltar.
– O que houve jake?
– O pneu da picape furou e como ela dormiu no
meio do caminho preferi pedir ajuda ao Cullen.
– Porque Edward não entrou?
– Ele não estava com a Bella no carro. –
fora sua única resposta.
Sem esperar por uma aprovação,
que não viria, Jacob subiu as escadas, levando e deitando-a sobre a cama,
tocando o rosto suave. – jake?
– Oi, minha vida?
– Preciso ir à farmácia...
– Já esta em casa – suas orbes sonolentas
giraram em busca de foco, mas o sono ocupava sua mente e corpo.
– Precisamos da pílula do dia seguinte.
– Eu trago de madrugada, preciso ir antes que
Charlie venha aqui. – beijou os lábios rosados, seguindo até a janela e
verificando o trinco e destravando a janela.
Charlie esperava ao pé da
escada com Laura ao lado, após um pequeno interrogatório conseguiu escapar
ileso, seguindo pela rua até ter a certeza de estar fora do alcance dos olhos
atentos e astutos de Charlie.
Caminhar de volta a La Push
trouxe sentimentos que nunca estiveram com ele. Apesar de agora ser o que todos
esperavam, ser um Alfa não lhe trouxe satisfação e ao seu ponto, de acordo com
os sentimentos, lhe afastou de seu lar.
Neste momento sentia que
entendia como um turista pensava, a ironia fez uma lagrima surgir, sacudiu
enorme cabeça, vendo sua lagrima cair distancia de seu corpo. sendo esquecida,
abandonada junto com seus sentimentos de homem.
O terreno Quileute surgindo,
reconheceu Jared em sua forma lupina, não ouvia sua mente. Fato que perturbou o
lobo que assistiu o amigo continuar sua jornada sem interferir, até ouvir a voz
dos outros companheiros e disparou para alcançar Jacob.
Com uma calma desconhecida
seguiu até a casa do velho Ateara, vendo-o na varanda ao lado de Sue e seu pai.
A mão que lhe fora pesada sobre o ombro freou seu avanço. Sam não sabia o que
poderia acontecer, mas a discussão anterior não poderia voltar, ainda sentia
ser o Alfa, mas havia algo com Jacob.
Algo que desde a partida para
a casa dos Cullen, Billy, Ateara e alguns do conselho entendiam como uma benção
equivalente a maldição que os esperava quando a criatura nascesse.
– Vamos conversar de igual para igual, Sam.
A nova reunião acontecendo na
casa do Ateara, todos sabiam da nova posição de Jacob, de como Quil e Seth
acidentalmente tornaram-se membros de seu pequeno bando ao tomarem a decisão de
seguir Jacob até os Cullen.
– Bella é humana, não sabemos sobre a
criatura e que muito provavelmente ela morrerá se levar a gestação à diante,
mas nossa tribo, nossos espíritos guerreiros surgiram da determinação em
proteger a todos dos frios. – Sue iniciou ponderando tudo o que já foi
discutido.
– Como já havia dito, não seremos muito
diferentes deles se invadirmos a casa para matar uma humana. – Billy
reforçou as palavras de Sue.
O amanhecer surgia quando a
sentença foi dada, algo que não agradou aos Black, mas era o máximo que
consegui arranca por meio de uma votação justa entre o conselho, afinal seu
pai, Sue e Ateara eram os conhecidos de Charlie.
Aquela era uma trégua. Estava
feliz por conseguir salvar, teoricamente, Isabella. Mas sendo fria ou humana, a
partir daquele momento os laços estavam com dias contados. Ela jamais o
perdoaria.
– Filho?
– Eu só vou a farmácia, pai. E buscar os
garotos.
...
– Precisamos explicar para a Bella o que esta
acontecendo. – Pamela retrucou pela vigésima vez.
– Ela já esta sobrecarregada...
– Pamela tem razão, filho.
– Jacob não vai esconder nada e Cindy parece
saber muita coisa.
– Deixem-me a sós.
Rosalie apenas levantou da cama para se
prostrar sobre o divã em frente. Ignorando-o enquanto folheia uma revista da
década de 20. Com suaves toques no rosto corado, Isabella lentamente
despertava. Sorrindo em meio a um bocejo.
– Bom dia!
– Bom dia, esta bem?
– Acho que sim.
– Precisamos conversar...
Vendo os olhos âmbares
tristes, aprumou o corpo, apoiando as costas sobre a cabeceira da cama.
– O que aconteceu? – perguntou olhando de
Edward a Rosalie.
– Jacob voltou enquanto esteve dormindo.
– Vocês discutiram?
Com atenção Isabella bebeu de
cada palavra, sentia seu estomago embrulhar enquanto as resoluções invadiam seu
ser, os dedos enredando a carne do ventre. Seu corpo balançando com os soluços,
a pele a poucos minutos corada encontrava-se branca.
A ânsia veio forte, pôs a mão
na boca e fechou os olhos, não conseguiria chegar ao banheiro, vomitando
violentamente. Para sua surpresa o som em ecos de seu engasgo ocupou o cômodo,
o corpo frio de Edward lhe amparava permitindo que se ajoelhasse em frente a
privada, uma palma estrategicamente em sua nuca, enquanto Rosalie segurava os
fios longos.
Sem ganas apenas deixou o
corpo dolorido sobre o marido, chorando baixo. – não podem matar meu bebê...
– Precisamos de ajuda...
– Já exigimos demais dos nossos amigos, os
Quileutes sabem como lutamos.
– Não estava falando deles, Carlisle vai...
– Não.
– O que? – poucas eram as frases que
entravam em sua mente abalada, mas persistia em compreender a conversa.
– Marcus havia marcado uma reunião com um
chefe de clã de cada país ou continente, por nosso histórico, Carlisle foi o
escolhido para representar os Estados Unidos. Ele e Esme embarcariam dentro de
alguns dias com Tanya e Peter para Volterra...
– Jamais imaginei que pediria ou diria isso,
Edward. Mas por favor, por nosso filho, pelo amor que sente por mim. Peça ajuda
aos volturi, eu imploro.