sexta-feira, 3 de abril de 2015

MVA - Capitulo - 15

                                                                                     Fase 2: Eu te amo mais

– Se acalme, Edward!

As vozes ainda distantes me puxavam para a consciência, meu corpo repousava em algo macio, mas havia o toque frio, vários na verdade.

– Carlisle? – os cabelos loiros e nariz reto foram os primeiros a entrarem em foco.

Sorriu ao me ouvir e seu braço cobriu minha visão. Senti algo ser colado em minha pele. Assim que foi liberto trouxe meu braço ao alcance dos meus olhos. Um pequeno adesivo estava colado sobre minha veia.
Voltei a olhá-lo e vários tubos com meu sangue eram guardados em um pequena caixa, que por sua vez era guardada em sua maleta. Com o balançar da cama notei que Edward se aproximava nervoso, Pamela estava encostada a parede, sorriu e retribui.

– Que bom que acordou, precisa se alimentar. Sua pressão esta baixa.

Acenei antes de forçar meu corpo a sentar, Edward já me tinha em seus braços auxiliando meu equilíbrio. Queria saber o motivo para remover essa quantidade de sangue, mas imaginei que seria melhor continuar no escuro.

Pamela chiou caminhando em nossa direção – É a saúde dela, parem com esse tipo de conversa. Ela também precisa ouvir.

– O que estavam discutindo? – pedi a Edward.

Eu ainda não podia acompanhar seus super sentidos, se havia algo, alem da gravidez, errado com minha saúde eu tenho o direito de saber.

– Nada de mais, Bella. Só pensei em comprar os equipamentos que faltam para que somente Carlisle manipule seu sangue.

– Vou pedir urgência e até esta madrugada eu terei os resultados.

– Talvez não passe de uma anemia, afinal você esta muito branca para quem esteve no Brasil! – Pamela manteve um sorriso enquanto dizia, um sorriso que eu reconheci imediatamente.

Ato que me fez corar e abaixar a cabeça, ouvi o riso suave de Edward. Era bom ouvi-lo, quanto tempo levaria para eu ver e ouvir esse sorriso?

– Bom, eu vou buscar o seu jantar que a Esme estava preparando, daqui a pouco eu volto – dizia saindo logo assim que Carlisle saiu.

– Tudo bem.

Toquei a enorme e gelada mão de meu marido quando a porta do quarto finalmente foi fechada – desculpe.

Seus lábios tocaram minha pele, arrepiando os fios em minha nuca. Mais cedo que o esperado se afastou, me encontrei sozinha na cama enquanto assisti seus passos pelo quarto.
            Respirei fundo me ajustando aos cobertores enquanto buscava por coragem, não sabia como falar, mas o correto era eu falar, não Carlisle e tenho certeza que algo será apontado nos exames.

– Edward estão todos em casa?

 Com o olhar confuso sentou ao me lado, tomando minha mão entre as suas, apertei em retribuição. – agora, somente Esme e Pamela. Os outros foram caçar.

Menos mal.

– Eu preciso te contar uma coisa. Eu demorei a perceber e provavelmente não teria percebido se não fosse o calendário no quarto do hotel – arrumou seu corpo sobre a cama, olhos atentos em meu rosto. – o ultimo dia do meu ciclo foi quatro dias antes de nos casarmos.

Sorriu beijando minha mão – não há como um atraso lhe causar esse mal estar, Bella. Eu acho.

– Não é o atraso, mas o que causou o atraso – sussurrei.

Diversas expressões passaram por seu rosto enquanto o sorriso desaparecia, até tornar-se uma mascara. Suspirei vendo, literalmente, petrificado. Com medo levei sua mão a minha barriga, sua mão espalmada em meu baixo ventre.
Muitos minutos passaram até finalmente piscar, seus olhos entraram em foco, desta vez em minha barriga, seus dedos repuxaram o tecido do vestido. Em extrema lentidão se aproximou até nossos rostos tocarem.

– Bella, eu sou um vampiro. – a seriedade em sua voz me amedrontou.

– Eu sei – sussurrei, ainda mais baixo.

– Eu não posso...

– Tenho certeza que sentiu seu sêmen em mim. – seus olhos voltaram a minha barriga.

Sabia que estaria tão confuso quanto eu, afinal ate o momento não sabíamos dessa possibilidade, tudo tão novo... ajoelhei sobre a cama, segurando em seu pescoço, enquanto esgueirava uma mão por sua calça, deslizando o zíper.
Quando vi o sorriso em seus lábios percebi que Edward não havia levado a serio minhas palavras, imaginando ser apenas um plano para seduzi-lo, forcei sua boxer libertando seu membro rígido.
Girou o rosto em direção a porta, provavelmente ouvindo a mente de Esme e Pamela, suspirei me inclinando sobre seu membro e tomado-o a boca. Gemeu alto, arrastando o som enquanto seu corpo tombou sobre a cama que segundos depois tremeu e rangeu.
Eu não estava preparada e ele se quer me informou, provavelmente tão surpreso com minha atitude e toda a conversa quanto eu estou, por isso engasguei, sem a velocidade para me afastar dos jatos gelados que banharam minha boca, escorrendo por meu queixo e molhando meu peito.
Suguei o ar por minha boca quando os inesperados jatos terminaram de descer por minha garganta, vendo a expressão chocada do meu marido. Sua mão cobriu a minha que continuava contornando seu membro, toquei sua mão com meus dedos melados com seu liquido.
Seus olhos faltavam saltar das orbes, ele estava apavorado, tocando meu queixo, removendo seu sêmen, esfregando entre seus dedos.

– O que eu fiz?! – pavor o dominava, levantou da cama encarando as mãos.

Uma pequena parte minha estava memorizando a cena de Edward encarando as mãos sujas enquanto seu membro ainda mantinha a rigidez. Levantei limpando minha boca com a costas da mão.
Sabia que Edward não estaria me ouvindo, estava claro em seu rosto. Dei mais um passo e ele se afastou.

– Me perdoe – sussurrou de olhos baixos enquanto arrumava sua roupa, fechando o zíper.

– Perdoar? – ainda confusa fui guiada para o banheiro.

Sem um novo olhar, Edward removeu minha roupa. Lavou-me com extremo cuidado, essa era a minha vez de não ter reação. Deixei-me ser cuidada com uma criancinha, quando saímos do banheiro Alice estava no quarto, fui passada para seus braços.

– Vou me limpar e estarei lá. – disse para Alice.

– O que esta acontecendo?

Alice e Edward ignoraram minha pergunta e fui a contragosto arrastada até a porta do escritório. Quando Alice abriu a porta os grandes sofás não estavam mais lá, mas sim despojados na varanda, a grande mesa estava muito próxima da estante de livros e onde ela um dia esteve havia uma parafernalha de equipamentos médicos, Carlisle terminou de mexer em um e veio ao meu encontro.
Alice apenas me libertou quando me pôs sobre a maca, saindo em seguida, Edward lhe dava passagem.

– Isso é realmente possível?

– É o que vamos descobrir – nenhum dos dois me olhavam.

Edward mantinha os olhos em Carlisle que segurava um par de luvas, um pouco tarde entendi que conversavam, já que seus lábios tremiam a cada mover de sobrancelha de Carlisle. A cada momento se tornava difícil manter meus batimentos calmos, o medo crescia me assustando.

– Preciso que retire sua peça intima, Bella. Farei uma transvaginal. – disse quando Edward cobriu minhas pernas com um lençol.

Fiz tudo o que pediu, estava incomodada vendo-o preparar o parelho que iria introduzir em mim, olhei para Edward que mantinha os olhos no grande monitor ao meu lado. Ignorei o incomodo quando começou a introduzir o aparelho, sentia meu rosto queimar. Olhei um ponto no teto, queria que todo o tormento acabasse, sabia que havia algo errado quando senti o aparelho girar em mim.

– Por quê? Tem que aparecer!

– Não, sei. Mas pelo ponto negro há algo.

Edward estava raivoso. Seus dentes começavam aparecer, Carlisle concentrado na tela enquanto girava o aparelho. Buscando entender o que acontecia também encarei a tela, não conseguia ver nada alem de uma mancha negra.

– Não deveria aparecer algum grãozinho?

– Não é humano, a bolsa se tornou um manto protetor.

Os dois trocaram olhares – o que estão discutindo?

Carlisle removeu o aparelho.

– Estava pensando sobre agulhas...

– Agulhas? Não! Isso pode machucá-lo.

– Talvez.

– Ninguém vai espetar o meu bebê.

– Não sabemos se é realmente um bebê – Carlisle retrucou tocando minha barriga exposta, apertando os lados e meu ventre.

Foi quando senti. Olhei assustada para ele, isso... – eu não fiz isso!

Como para nos provar, eu senti novamente. Voltei meus olhos para minha barriga completamente plana, sabia o suficiente de bebês para ter a certeza que se não fosse gêmeos, eu não deveria sentir o bebê mexer e eu não tinha barriga de grávida de gêmeos.
Meu bebê é forte, forte como o pai.

– Esta doendo? – Edward parecia desesperado, removendo lagrimas que não havia percebido derramar.

– Ele mexeu!

– Não há duvidas que se trata de um feto.

Eles continuavam a conversar, mas estava encantada de mais tocando meu ventre para notar, minha mente viajava em um futuro, o mesmo quadro pintado enquanto dançava com meu pai no casamento.
Ele seria vovô mais rápido que imaginava, me via carregando um bebezinho gorducho, uma miniatura de Edward.

– O mais rápido possível, eu não vou arriscar com a vida dela.

– Com a vida de quem – perguntei perdida no assunto.

– Preciso que relaxe, Carlisle vai tirar isso de você.

Demorei alguns minutos para entender que falavam do nosso bebê.

– Jamais abortaria nosso filho.

– Isso não é um bebê humano, Isabella. Se realmente for um bebê.

– É o nosso filho. – murmurei apavorada vendo-os procurar por algo.

Queria acreditar que era alguma pegadinha de mal, gosto. Edward não teria coragem de fazer isso. Mas quando o vi se aproximar com coisas metálicas na mão eu não tive duvida.
Eu não senti, mas o grito surgiu, forte, desesperador. Os dois vampiros a minha frente congelaram. Com um piscar Pamela estava ao meu lado, Alex do outro.
Escorreguei fora da maca, abraçando minha amiga e irmã.

– Me tira daqui – implorei.

– Bella? – pediu Edward se aproximando.

– Não! – choraminguem, me escondendo atrás de Pamela. – se você não o quer, eu quero.

– Da o fora, Cullen – Pamela rosnou e senti o calor.

Não precisava ver para saber que uma labareda impedia Edward de se aproximar.

– Crianças, por favor...

– Vamos, Bella. – Rosalie surgiu ao meu lado – ninguém vai tirá-lo de você.

– Parece que terei distrações antes do esperado! – Emmett invadiu o escritório com todos os outros.

Apenas me deixei ser guiada por Rosalie.

Essa era a primeira vez que entrava em seu quarto. A decoração feminina e sofisticada, o quarto para um rei e rainha. A grande cama com dossel ocupava o meio do quarto, uma enorme e rústica estante ocupava a parede maior, uma parte para livros e revistas antigas, a outro era dividida em compartimentos, onde pude ver o brilho de algumas joias.
Alex entrava pela porta de vidro da varanda com um sofá espaçoso que poderia ser uma cama.

– Não consegue disfarçar sua surpresa, magrela! Rose gosta de tudo em ordem. – Emmett comentou deslizando o braço em meu ombro. – seja bem vinda.

– Espera, eu não quero atrapalhar...

– Não estará e será mais seguro para vocês permanecerem aqui.

– Vamos cuidar de vocês. – concluiu Pamela deixando uma pequena mala sobre o sofá.

– Venha, precisa descansar, já esta tarde!

Rosalie removia as roupas de cama e após muitas objeções resolvi aceitar e me aconcheguei no colchão macio, a temperatura baixa dos lençóis me causaram arrepios, apertei o edredom por meu corpo e deslizei minha mão por meu ventre.
Libertando mais lagrimas ao lembrar das reações de Edward e Carlisle.
Quando se pensa em uma estória de amor, em um relacionamento, um casamento. Todos, e eu me incluo, pensamos que tudo será incrível, um lindo conto da Disney.
Você cresce sendo enfeitiçado pelo final feliz das animações, sorri e chora com as comedias românticas. É ensinada desde de pequena que quando encontrar o amor tudo será um eterno mar de rosas. Que nada no mundo vá atrapalhar sua felicidade e a da pessoa que ama.
Mas esqueceram de nos ensinar que, assim como os momentos felizes haverá discussões, desencontros, confusões e decepções.
Você conviverá com a pessoa que ama, mas esta pessoa poder ser o seu completo oposto. Neste momento, quando tudo der errado, quando seu príncipe agir como um sapo e você se sentir ou agir como a bruxa má que entenderá o que é amar, o que é relacionamento.
Mas acima de tudo, entender que são nos piores momentos que sabemos se é amor, que construímos um casamento.
Era assim comigo. A muito que descobri que meu príncipe, tem um sapo escondido, assim como eu posso ser pior que a bruxa má, mas nosso amor sempre foi mais forte que tudo, nos unindo.
Mas desta vez havia algo mais forte, mais intenso e fundamental para nos, assim como nosso ponto de equilíbrio. Nosso filho, meu filho.
E quanto a isso não há o que discutir.
Eu te amo, bebê!
Suspirei sentindo o novo chute, fechando meus olhos molhados de choro. Completamente decidida a ter meu bebê, mesmo que isso me custe à vida.

A claridade do ambiente foi me despertando aos poucos, meus olhos pesados de sono lutavam para voltar a se fecharem. Retirei os fios que cobriam meu rosto. Meu corpo completamente aquecido e enrolado no edredom.
Um pequeno filme dos acontecimentos de ontem passaram por minha mente, a tristeza fez meu coração latejar e perder uma batida, pisquei os olhos tentando conter as lagrimas enquanto alisava meu ventre.
Criando coragem para me erguer, um movimento em minha visão capturou minha atenção.
Edward estava sentado no sofá, em frente a mim. Serio, as mãos segurando o queixo, mas quando se mexeu em minha direção alguém cobriu minha visão.
Segundos mais tarde pude ver a silhueta de Rosalie em minha frente. Impedindo a aproximação de Edward. Ouvi o ranger de dentes quando ambos se moveram novamente.

Saia. Eu vou conversar com minha esposa - insistiu.

Se ela quiser.

Bella...

Desviei meus olhos de ambos, minha mão em meu ventre. Eu queria conversar, mas também havia o medo de que fosse apenas um truque para me levar. Olhei para seu rosto pálido, de expressões sofridas e olheiras roxas.

Rosalie bufou, me olhou e sorriu – eu vou esperar do lado de fora. – me avisou e passou batendo no ombro de Edward, que sorria. – tira esse sorriso, o quarto esta cercado.

 Acompanhei seus passos lentos, sentou próximo, mas sem me tocar. Não aguentei a força do nosso olhar e encarei minhas mãos, os minutos passavam. Meu peito se apertava sem suportar essa situação.
Suas mãos cobriram as minhas, beijando-as e se inclinando, deitando sobre minhas pernas, seu corpo sacudia levemente, como se estivesse chorando aos soluços.

Por favor, me ouça Bella? Eu te amo.

Eu te amo mais.

Entenda que não estou sendo cruel ao dizer isso, mas...

Não me peça isso, Edward – chorei.

Isso vai matá-la.

Mas é nosso filho.

Não sabemos o que pode ser, e se for mais vampiro que humano... Eu não quero te perder, Bella. Não quero voltar a passar por tudo isso.

Não vai.

Ergueu o corpo tremulo e nos uniu. – sua saúde já esta afetada... Se quiser tanto ser mãe... Nos poderíamos fazer isso! Podemos ir a um banco de doadores...

 Afastei-me olhando-o surpresa – Você prefere que eu tenha o filho de outro do que o nosso.

Eu prefiro você viva.

Eu estou viva, Edward. Como jamais pensei. Com o homem que amo, com nossas famílias, felizes. Descobrindo que posso lhe dar um filho.

Edward não me respondeu, de olhos baixos, brincando com meus dedos, beijando minha palma. Onde deixou uma pequena caixa.

Feliz aniversario. – suspirou.

Após tudo meu aniversario foi varrido da minha mente, calada abri a caixa encontrando um broxe de ouro, um leão dormindo.

É lindo, obrigada!

Seu rosnado quebrou o silencio do quarto, Edward se erguia irritado, olhos fechados e mãos em punhos. Rosalie entrou acompanhada de Pamela e Alex, os dois nervosos.

Quanto tempo? – perguntou Pamela.

10 minutos, eu fico ao lado dela. – Alice interrompeu surgindo no quarto e me estendeu a mão. – vocês não podem ficar e convenhamos, Rosalie. Seria muito estranho se você resolvesse ser à sombra da Bella.

Quem esta vindo? – pedi ao ser completamente ignorada.

Os Quileutes avisaram Charlie sobre sua volta, já que ele estará com sua irmã e a Laura aqui em 9 minutos!

Acho melhor não contarem ao Charlie... as coisas que pesquisamos não são agradáveis para humanos ouvirem.

Como?

O que o Alex quis dizer, é que não sabemos como será essa gestação, não é um bebê humano, a gestação pode ser diferente... – Alice explicou me deixando de pé.

Tudo bem, não falarei nada.

Vamos para a sala, vocês chegaram ontem o que torna seu cansaço aceitável. – avisou Alice me ajudando a caminhar no corredor. Ainda pude ouvir o rosnado de Rosalie, antes que ela passasse por nos.

Provavelmente, eu deveria ser a mais nervosa naquela sala, mas não era a realidade. Eu estava no sofá maior com Alice de um lado, sentada sobre as pernas e tocando alguns dos meus fios, enquanto Edward sentava do meu outro lado, segurando minha mão com delicadeza.
Todos estavam tensos, Esme sorriu complacente, Carlisle estava preparado para encenar sua ida ao hospital. Seus lábios se moviam rápido, até que todos pararam e olharam para a porta.

Carlisle seguiu assim que a campainha tocou. – bom, dia Charlie!

Desculpe vir assim tão cedo... – começou.

Mas ele estava se corroendo para ver a Bella. – ouvi Laura terminar.

Por favor, entrem, Bella já esta na sala.

Levantei seguindo até meu pai que parou assim que me viu.

Oi? – seus braços me apertaram com tanta força que quase reclamei, mas preferi degustar de cada segundo.

Esse poderia ser o ultimo abraço.

Senti sua falta, Bells – me permiti devolver o aperto e respirar fundo, deitando minha cabeça em seu ombro.

Eu também, papai.

Tem espaço pra mais quatro ai? – Cindy quebrou o momento.

Claro!

Cindy e Laura foram gentis e rápidas em seus abraços, mas o que me surpreendeu foi Jacob, ele estava na mesma altura de Edward agora, talvez mais o que tornava o bebê em seus braços ainda mais delicado.

Oi, príncipe! – sussurro atenta a Ale – não vai parar de crescer, Jake? – impliquei após ter Ale seguro em meus braços.

E você consegue ser mais branquela que o normal! – retrucou antes de olhar em minhas costas.

Por favor, sentem-se? – o toque frio em meu ombro e a voz de sino quebrou o contato com minha família.

A mão gordinha de Ale se atou ao meu cabelo, sua cabeleira loira estava mais densa e com fios arrepiados, quase um topete. Sorri inalando seu perfume de bebê, me acomodando no sofá novamente.
A lagrima escapou, molhando nossos dedos unidos. Não soube compreender todas as emoções que percorriam meu ser, mas ver Ale em meus braços, saber que daqui a meses poderia ser o meu filho, e que talvez eu não possa estar presente, que Pamela passa por essa dor todos os dias....
O deslizar do dedo frio em meu rosto, roubou minha atenção, Edward sorria complacente, meneando a cabeça em direção a Charlie. Meu pai mantinha as sobrancelhas crispadas, olhar confuso entre Ale e eu.

Desculpe, eu não ouvi. O que disse?

Perguntei sobre vocês? Vão morar com Carlisle e Esme ou vão esperar pelo alojamento da faculdade?

Não vamos para a faculdade, agora. – digo permitindo que Ale ficasse em pé em meu colo.

Charlie pareceu não gostar e pude sentir os olhares em mim – vocês fazem bem! Aproveitem esse primeiro ano de casados se conhecendo melhor, as faculdades não criarão pernas... – Laura ajudou ao perceber.

Bells se for pelo menino...

Não, pai. Edward nos presenteou no Brasil, e eu não quero perder os primeiros anos do Ale.

As ideias surgiam rápidas em minha mente e esperava estar filtrando adequadamente, Edward olhou-me confuso, olhando para Alice, mas eu sabia que a presença de Jacob atrapalharia.

Como assim? – pediu Cindy com olhos atentos e curiosos – qual presente?

Bem, Edward nos presenteou com um Iate, eu gostei do passeio pela costa brasileira. Seria bom passar esse tempo juntos, dar a volta no pacifico até estarmos de volta ao Brasil – Edward manteve os olhos em mim.

A compreensão vindo rápida, acenou sorrindo. Beijou minha cabeça.

Uau!

Ale ainda precisa de algumas vacinas, mas acho que Carlisle consegue – Laura foi a primeira a se recompor, estava pensativa, mas sorriu no final.

Por segurança evitei olhar para meu pai e Jacob, sabia que apesar de estar perfeitos nesse teatro que criei, Jacob não havia acredito e sentiu a tensão inicial e se fixou nela. Eu podia sentir seus olhos e seu incomodo em não poder me encurralar e arrancar toda a verdade.
Assim que toda a estória inicial se dissipou, Pamela e Laura finalmente chegaram ao tópico que, acredito eu, era o foco inicial: minha lua de mel no Brasil. Nenhuma pergunta indiscreta foi feita pois me recusei a sair da sala, levantando apenas para me sentar ao lado de Charlie quando Edward fingiu uma ida ao banheiro.
Cada Cullen usou do teatro humano para se retirar da sala, mas sabia que eles estavam conversando sobre minhas ideias, na verdade Jacob me transmitia essa certeza. Seus olhos sempre focados no corredor.

Você sempre foi, mas... não sei, Bells! Esta pálida demais.

O sol no Brasil é muito forte, pai. Saiamos mais a noite!

Sabe, eu tenho me acostumado com o pirralho. Talvez...

Eu o quero. Devo isso a Pamela e ao Alex, que espécie de madrinha eu seria se não cuidasse dele?

Foi uma manhã longa, mas que aproveite cada momento. Charlie estava feliz e apesar de seus esforços flagrei suas mãos buscando por Laura, seus olhos brilhando e fiquei em paz ao ver que era retribuído. Cindy manteve-se como a sombra de Jacob, foi divertido ver como interagiam, entre o afeto e a implicância. Laura sendo uma diplomata entre os três.

Suprimi o choro quando voltou a me abraçar – te amo, pai. – seus braços me apertaram com mais força.

Eu também, pequena. Lembre-se do que me prometeu. – engoli em seco e trinquei os dentes forçando um sorriso que escondesse a dor.

Jacob foi o ultimo da fila e seu olhar estava tenso – você não me enganou, Bells. Eu volto para saber a verdade – disse antes de se afastar.

Pode deixar que vamos arrumar algumas malas dele e traremos hoje ainda – Cindy gritou  antes de colocar o capacete.

Ela seguiu com Jacob e Charlie foi com Laura. Novas lagrimas foram derramadas quando o carro sumiu na ultima curva, voltei para dentro. – que tal vermos a mamãe? – sussurrei para Alex que mordia a própria mão – os dentinhos já estão fazendo cócegas, meu amor?

Pamela surgiu sorrindo de braços erguidos em busca do filho e lhe entreguei. Alex me abraçou em um agradecimento. Rosalie voltou a estar ao meu lado e houve uma troca de rosnados entre ela e Edward.

Que tal todos conversarmos antes do cachorro voltar?

Rose! – Esme repreendeu e preferi ignorar, Jacob dizia coisas piores.

Foi uma boa jogada, Bella. – Jasper sorriu ao lado de Alice.

Ela é tão maquiavélica que talvez seja por isso que Edward não leia a mente dela... – Emmett deu de ombros quando todos olharam para ele – o que? Edward é muito inocente. – ergueu as duas mãos.
  O importante é que manteremos Charlie longe durante esse período! – Jasper não disse gestação.

E após minutos em que conversavam notei que apenas Pamela, Alex e Rosalie tratavam minha gravidez como algo natural, enquanto os outros a muito custo diziam feto. Concentrei-me em Ale que tentava morder o próprio pé, girando sobre o sofá.
Só quando o motor da moto fez Ale se calar, percebi que todos os outros estavam quietos. Jacob entrou sem que lhe abrissem a porta. Ainda estava com a mesma roupa. Mas uma grande mochila infantil nas costas, jogando para Alex. Caminhou meneando para os Cullen, sentou rígido ao meu lado.

Então, vai me contar a verdade?

Jake...

Esse não é um momento, Jacob. Edward parou em nossa frente.

Mesmo? Você certamente se empenhou em transformara Bella em uma mentirosa nessa lua de mel – debochou. – mas eu a conheço. E sabemos muito bem que a única verdade que ela disse essa manhã foi a de amar o pai.

Jake...

Seus olhos negros me gelavam a alma. Não conseguiríamos esconder e não via problemas em lhe contar.

Eu estou grávida.

Jacob retribuiu o olhar e por um momento imaginei que ele teria alguma reação, mas permaneceu olhando.

Nos não... quer dizer... – olhou para Edward, que rosnou bufando em seguida e corei intensamente ao perceber que ele havia lembrando da noite no penhasco. – Bells...

Edward é o pai.

Sem querer ofender, Bells. Mas sanguessugas não dão cria. Eles estão tecnicamente mortos.

Homens precisam apenas de sangue nas veias... Edward caçava com mais frequência.

Eu podia ver o quanto Jacob se empenhava para raciocinar e não agir, seus dedos estalando, o maxilar trincado e seus olhos cerrados deixavam claro.

E esta faltando algo para Carlisle te ajudar?

Me ajudar em que? – esta era minha vez de ficar confusa.

A tirar essa coisa.

Essa coisa é o meu bebê.

Isso é um sanguessuga, como os outros.

Não. É o meu filho. Jacob olhou-me como se eu fosse um ser de outro mundo.

Tá brincando né? – o sorriso foi desaparecendo quando viu a seriedade em meu rosto

– isso vai matar você, é um sanguessuga feito pai...

Não...

Que você é idiota, eu sei. Mas vai deixar isso matar a humana que diz amar, nos sabemos o que é isso... – seu corpo cobria a visão de Edward. Pamela entregou Ale para Esme que se saiu da sala, enquanto ela e Rosalie faziam uma barreira em minha frente. – você não quer! Então tira isso dela.

Não é tão simples – Jasper murmurou.

Ah, qual é! A Barbie e a chamas? Por favor, somos em vários! Bella? Sai da frente.

O calor chegou ao meu corpo – consegue se regenerar do fogo, lobo? Estou gostando menos de você, agora. – e o calor aumentou.

Você não é burra, Bells. Sabe que isso é um chupador de sangue que vai acabar com você.

O que aconteceu após foi confuso, Alex cobriu meu corpo e pude ver entre os fios dourados a forma de Emmett a nossa frente, a casa tremeu e lascas de madeiras passavam por nos, a claridade invadia o ambiente, enquanto a poeira subia e cobria toda a sala.

Os Quileutes não vão gostar nada disso. – Alex retrucou olhando para o buraco na sala, um rosnado de Jacob me fez encolher.

Todos voltaram para a sala, um longo uivo rompeu o silencio. Uivo que foi respondido por outro, minutos depois outro mais longe e não gostei das expressões que dominavam a todos.

 Isso não é bom sinal – verbalizou Emmett estalando os dedos. – é melhor chamar o Carlisle o mais rápido.

Pamela afastou os fios longos do rosto e murmurou uma desculpa, virando para os outros Como era mesmo o contrato?


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