– Se acalme,
Edward!
As vozes ainda distantes me
puxavam para a consciência, meu corpo repousava em algo macio, mas havia o
toque frio, vários na verdade.
– Carlisle? –
os cabelos loiros e nariz reto foram os primeiros a entrarem em foco.
Sorriu ao me ouvir e seu braço
cobriu minha visão. Senti algo ser colado em minha pele. Assim que foi liberto
trouxe meu braço ao alcance dos meus olhos. Um pequeno adesivo estava colado
sobre minha veia.
Voltei a olhá-lo e vários
tubos com meu sangue eram guardados em um pequena caixa, que por sua vez era
guardada em sua maleta. Com o balançar da cama notei que Edward se aproximava
nervoso, Pamela estava encostada a parede, sorriu e retribui.
– Que bom que
acordou, precisa se alimentar. Sua pressão esta baixa.
Acenei antes de forçar meu
corpo a sentar, Edward já me tinha em seus braços auxiliando meu equilíbrio.
Queria saber o motivo para remover essa quantidade de sangue, mas imaginei que
seria melhor continuar no escuro.
Pamela chiou caminhando em nossa direção – É a saúde dela, parem com esse tipo de
conversa. Ela também precisa ouvir.
– O que estavam
discutindo? – pedi a Edward.
Eu ainda não podia acompanhar
seus super sentidos, se havia algo, alem da gravidez, errado com minha saúde eu
tenho o direito de saber.
– Nada de mais,
Bella. Só pensei em comprar os equipamentos que faltam para que somente
Carlisle manipule seu sangue.
– Vou pedir
urgência e até esta madrugada eu terei os resultados.
– Talvez não passe
de uma anemia, afinal você esta muito branca para quem esteve no Brasil! –
Pamela manteve um sorriso enquanto dizia, um sorriso que eu reconheci
imediatamente.
Ato que me fez corar e abaixar
a cabeça, ouvi o riso suave de Edward. Era bom ouvi-lo, quanto tempo levaria
para eu ver e ouvir esse sorriso?
– Bom, eu vou
buscar o seu jantar que a Esme estava preparando, daqui a pouco eu volto –
dizia saindo logo assim que Carlisle saiu.
– Tudo bem.
Toquei a enorme e gelada mão
de meu marido quando a porta do quarto finalmente foi fechada – desculpe.
Seus lábios tocaram minha
pele, arrepiando os fios em minha nuca. Mais cedo que o esperado se afastou, me
encontrei sozinha na cama enquanto assisti seus passos pelo quarto.
Respirei fundo me ajustando aos
cobertores enquanto buscava por coragem, não sabia como falar, mas o correto
era eu falar, não Carlisle e tenho certeza que algo será apontado nos exames.
– Edward estão
todos em casa?
Com o olhar confuso sentou ao me lado, tomando
minha mão entre as suas, apertei em retribuição. – agora, somente Esme e Pamela. Os outros foram caçar.
Menos mal.
– Eu preciso te
contar uma coisa. Eu demorei a perceber e provavelmente não teria percebido se
não fosse o calendário no quarto do hotel – arrumou seu corpo sobre a cama,
olhos atentos em meu rosto. – o ultimo
dia do meu ciclo foi quatro dias antes de nos casarmos.
Sorriu beijando minha mão – não há como um atraso lhe causar esse mal estar, Bella. Eu acho.
– Não é o atraso,
mas o que causou o atraso – sussurrei.
Diversas expressões passaram
por seu rosto enquanto o sorriso desaparecia, até tornar-se uma mascara.
Suspirei vendo, literalmente, petrificado. Com medo levei sua mão a minha
barriga, sua mão espalmada em meu baixo ventre.
Muitos minutos passaram até
finalmente piscar, seus olhos entraram em foco, desta vez em minha barriga,
seus dedos repuxaram o tecido do vestido. Em extrema lentidão se aproximou até
nossos rostos tocarem.
– Bella, eu sou um
vampiro. – a seriedade em sua voz me amedrontou.
– Eu sei –
sussurrei, ainda mais baixo.
– Eu não posso...
– Tenho certeza
que sentiu seu sêmen em mim. – seus olhos voltaram a minha barriga.
Sabia que estaria tão confuso
quanto eu, afinal ate o momento não sabíamos dessa possibilidade, tudo tão
novo... ajoelhei sobre a cama, segurando em seu pescoço, enquanto esgueirava
uma mão por sua calça, deslizando o zíper.
Quando vi o sorriso em seus
lábios percebi que Edward não havia levado a serio minhas palavras, imaginando
ser apenas um plano para seduzi-lo, forcei sua boxer libertando seu membro
rígido.
Girou o rosto em direção a
porta, provavelmente ouvindo a mente de Esme e Pamela, suspirei me inclinando
sobre seu membro e tomado-o a boca. Gemeu alto, arrastando o som enquanto seu
corpo tombou sobre a cama que segundos depois tremeu e rangeu.
Eu não estava preparada e ele
se quer me informou, provavelmente tão surpreso com minha atitude e toda a
conversa quanto eu estou, por isso engasguei, sem a velocidade para me afastar
dos jatos gelados que banharam minha boca, escorrendo por meu queixo e molhando
meu peito.
Suguei o ar por minha boca
quando os inesperados jatos terminaram de descer por minha garganta, vendo a
expressão chocada do meu marido. Sua mão cobriu a minha que continuava
contornando seu membro, toquei sua mão com meus dedos melados com seu liquido.
Seus olhos faltavam saltar das
orbes, ele estava apavorado, tocando meu queixo, removendo seu sêmen,
esfregando entre seus dedos.
– O que eu fiz?! –
pavor o dominava, levantou da cama encarando as mãos.
Uma pequena parte minha estava
memorizando a cena de Edward encarando as mãos sujas enquanto seu membro ainda
mantinha a rigidez. Levantei limpando minha boca com a costas da mão.
Sabia que Edward não estaria me ouvindo, estava claro em
seu rosto. Dei mais um passo e ele se afastou.
– Me perdoe –
sussurrou de olhos baixos enquanto arrumava sua roupa, fechando o zíper.
– Perdoar? –
ainda confusa fui guiada para o banheiro.
Sem um novo olhar, Edward
removeu minha roupa. Lavou-me com extremo cuidado, essa era a minha vez de não
ter reação. Deixei-me ser cuidada com uma criancinha, quando saímos do banheiro
Alice estava no quarto, fui passada para seus braços.
– Vou me limpar e
estarei lá. – disse para Alice.
– O que esta
acontecendo?
Alice e Edward ignoraram minha
pergunta e fui a contragosto arrastada até a porta do escritório. Quando Alice
abriu a porta os grandes sofás não estavam mais lá, mas sim despojados na
varanda, a grande mesa estava muito próxima da estante de livros e onde ela um
dia esteve havia uma parafernalha de equipamentos médicos, Carlisle terminou de
mexer em um e veio ao meu encontro.
Alice apenas me libertou
quando me pôs sobre a maca, saindo em seguida, Edward lhe dava passagem.
– Isso é realmente
possível?
– É o que vamos
descobrir – nenhum dos dois me olhavam.
Edward mantinha os olhos em
Carlisle que segurava um par de luvas, um pouco tarde entendi que conversavam,
já que seus lábios tremiam a cada mover de sobrancelha de Carlisle. A cada
momento se tornava difícil manter meus batimentos calmos, o medo crescia me
assustando.
– Preciso que
retire sua peça intima, Bella. Farei uma transvaginal. – disse quando
Edward cobriu minhas pernas com um lençol.
Fiz tudo o que pediu, estava
incomodada vendo-o preparar o parelho que iria introduzir em mim, olhei para
Edward que mantinha os olhos no grande monitor ao meu lado. Ignorei o incomodo
quando começou a introduzir o aparelho, sentia meu rosto queimar. Olhei um
ponto no teto, queria que todo o tormento acabasse, sabia que havia algo errado
quando senti o aparelho girar em mim.
– Por quê? Tem que
aparecer!
– Não, sei. Mas
pelo ponto negro há algo.
Edward estava raivoso. Seus
dentes começavam aparecer, Carlisle concentrado na tela enquanto girava o
aparelho. Buscando entender o que acontecia também encarei a tela, não conseguia
ver nada alem de uma mancha negra.
– Não deveria
aparecer algum grãozinho?
– Não é humano, a
bolsa se tornou um manto protetor.
Os dois trocaram olhares – o que estão discutindo?
Carlisle removeu o aparelho.
– Estava pensando
sobre agulhas...
– Agulhas? Não!
Isso pode machucá-lo.
– Talvez.
– Ninguém vai
espetar o meu bebê.
– Não sabemos se é
realmente um bebê – Carlisle retrucou tocando minha barriga exposta,
apertando os lados e meu ventre.
Foi quando senti. Olhei
assustada para ele, isso... – eu não fiz
isso!
Como para nos provar, eu senti
novamente. Voltei meus olhos para minha barriga completamente plana, sabia o
suficiente de bebês para ter a certeza que se não fosse gêmeos, eu não deveria
sentir o bebê mexer e eu não tinha barriga de grávida de gêmeos.
Meu bebê é forte, forte como o
pai.
– Esta doendo? –
Edward parecia desesperado, removendo lagrimas que não havia percebido
derramar.
– Ele mexeu!
– Não há duvidas
que se trata de um feto.
Eles continuavam a conversar,
mas estava encantada de mais tocando meu ventre para notar, minha mente viajava
em um futuro, o mesmo quadro pintado enquanto dançava com meu pai no casamento.
Ele seria vovô mais rápido que
imaginava, me via carregando um bebezinho gorducho, uma miniatura de Edward.
– O mais rápido
possível, eu não vou arriscar com a vida dela.
– Com a vida de
quem – perguntei perdida no assunto.
– Preciso que
relaxe, Carlisle vai tirar isso de você.
Demorei alguns minutos para
entender que falavam do nosso bebê.
– Jamais abortaria
nosso filho.
– Isso não é um
bebê humano, Isabella. Se realmente for um bebê.
– É o nosso filho.
– murmurei apavorada vendo-os procurar por algo.
Queria acreditar que era alguma pegadinha de mal, gosto.
Edward não teria coragem de fazer isso. Mas quando o vi se aproximar com coisas
metálicas na mão eu não tive duvida.
Eu não senti, mas o grito
surgiu, forte, desesperador. Os dois vampiros a minha frente congelaram. Com um
piscar Pamela estava ao meu lado, Alex do outro.
Escorreguei fora da maca,
abraçando minha amiga e irmã.
– Me tira daqui –
implorei.
– Bella? –
pediu Edward se aproximando.
– Não! –
choraminguem, me escondendo atrás de Pamela. – se você não o quer, eu quero.
– Da o fora,
Cullen – Pamela rosnou e senti o calor.
Não precisava ver para saber
que uma labareda impedia Edward de se aproximar.
– Crianças, por
favor...
– Vamos, Bella. –
Rosalie surgiu ao meu lado – ninguém vai
tirá-lo de você.
– Parece que terei
distrações antes do esperado! – Emmett invadiu o escritório com todos os
outros.
Apenas me deixei ser guiada
por Rosalie.
Essa era a primeira vez que
entrava em seu quarto. A decoração feminina e sofisticada, o quarto para um rei
e rainha. A grande cama com dossel ocupava o meio do quarto, uma enorme e
rústica estante ocupava a parede maior, uma parte para livros e revistas
antigas, a outro era dividida em compartimentos, onde pude ver o brilho de
algumas joias.
Alex entrava pela porta de
vidro da varanda com um sofá espaçoso que poderia ser uma cama.
– Não consegue
disfarçar sua surpresa, magrela! Rose gosta de tudo em ordem. – Emmett comentou
deslizando o braço em meu ombro. – seja
bem vinda.
– Espera, eu não
quero atrapalhar...
– Não estará e
será mais seguro para vocês permanecerem aqui.
– Vamos cuidar de
vocês. – concluiu Pamela deixando uma pequena mala sobre o sofá.
– Venha, precisa
descansar, já esta tarde!
Rosalie removia as roupas de
cama e após muitas objeções resolvi aceitar e me aconcheguei no colchão macio,
a temperatura baixa dos lençóis me causaram arrepios, apertei o edredom por meu
corpo e deslizei minha mão por meu ventre.
Libertando mais lagrimas ao
lembrar das reações de Edward e Carlisle.
Quando se pensa em uma estória
de amor, em um relacionamento, um casamento. Todos, e eu me incluo, pensamos
que tudo será incrível, um lindo conto da Disney.
Você cresce sendo enfeitiçado
pelo final feliz das animações, sorri e chora com as comedias românticas. É
ensinada desde de pequena que quando encontrar o amor tudo será um eterno mar
de rosas. Que nada no mundo vá atrapalhar sua felicidade e a da pessoa que ama.
Mas esqueceram de nos ensinar
que, assim como os momentos felizes haverá discussões, desencontros, confusões
e decepções.
Você conviverá com a pessoa que
ama, mas esta pessoa poder ser o seu completo oposto. Neste momento, quando
tudo der errado, quando seu príncipe agir como um sapo e você se sentir ou agir
como a bruxa má que entenderá o que é amar, o que é relacionamento.
Mas acima de tudo, entender que
são nos piores momentos que sabemos se é amor, que construímos um casamento.
Era assim comigo. A muito que
descobri que meu príncipe, tem um sapo escondido, assim como eu posso ser pior
que a bruxa má, mas nosso amor sempre foi mais forte que tudo, nos unindo.
Mas desta vez havia algo mais
forte, mais intenso e fundamental para nos, assim como nosso ponto de
equilíbrio. Nosso filho, meu filho.
E quanto a isso não há o que
discutir.
Eu te amo, bebê!
Suspirei sentindo o novo chute,
fechando meus olhos molhados de choro. Completamente decidida a ter meu bebê,
mesmo que isso me custe à vida.
A claridade do ambiente foi me
despertando aos poucos, meus olhos pesados de sono lutavam para voltar a se
fecharem. Retirei os fios que cobriam meu rosto. Meu corpo completamente
aquecido e enrolado no edredom.
Um pequeno filme dos
acontecimentos de ontem passaram por minha mente, a tristeza fez meu coração
latejar e perder uma batida, pisquei os olhos tentando conter as lagrimas
enquanto alisava meu ventre.
Criando coragem para me erguer,
um movimento em minha visão capturou minha atenção.
Edward estava sentado no sofá,
em frente a mim. Serio, as mãos segurando o queixo, mas quando se mexeu em
minha direção alguém cobriu minha visão.
Segundos mais tarde pude ver a
silhueta de Rosalie em minha frente. Impedindo a aproximação de Edward. Ouvi o
ranger de dentes quando ambos se moveram novamente.
– Saia. Eu vou conversar com minha esposa - insistiu.
– Se ela quiser.
– Bella...
Desviei meus olhos de ambos,
minha mão em meu ventre. Eu queria conversar, mas também havia o medo de que
fosse apenas um truque para me levar. Olhei para seu rosto pálido, de
expressões sofridas e olheiras roxas.
Rosalie bufou, me olhou e sorriu
– eu vou esperar do lado de fora. – me
avisou e passou batendo no ombro de Edward, que sorria. – tira esse sorriso, o quarto esta cercado.
Acompanhei seus passos lentos, sentou próximo,
mas sem me tocar. Não aguentei a força do nosso olhar e encarei minhas mãos, os
minutos passavam. Meu peito se apertava sem suportar essa situação.
Suas mãos cobriram as minhas,
beijando-as e se inclinando, deitando sobre minhas pernas, seu corpo sacudia
levemente, como se estivesse chorando aos soluços.
– Por favor, me ouça Bella? Eu te amo.
– Eu te amo mais.
– Entenda que não estou sendo cruel ao dizer
isso, mas...
– Não me peça isso, Edward – chorei.
– Isso vai matá-la.
– Mas é nosso filho.
– Não sabemos o que pode ser, e se for mais
vampiro que humano... Eu não quero te perder, Bella. Não quero voltar a passar
por tudo isso.
– Não vai.
Ergueu o corpo tremulo e nos
uniu. – sua saúde já esta afetada... Se
quiser tanto ser mãe... Nos poderíamos fazer isso! Podemos ir a um banco de
doadores...
Afastei-me olhando-o surpresa – Você prefere que eu tenha o filho de
outro do que o nosso.
– Eu prefiro você viva.
– Eu estou viva, Edward. Como jamais pensei.
Com o homem que amo, com nossas famílias, felizes. Descobrindo que posso lhe
dar um filho.
Edward não me respondeu, de
olhos baixos, brincando com meus dedos, beijando minha palma. Onde deixou uma
pequena caixa.
– Feliz aniversario. – suspirou.
Após tudo meu aniversario foi
varrido da minha mente, calada abri a caixa encontrando um broxe de ouro, um
leão dormindo.
– É lindo, obrigada!
Seu rosnado quebrou o silencio
do quarto, Edward se erguia irritado, olhos fechados e mãos em punhos. Rosalie
entrou acompanhada de Pamela e Alex, os dois nervosos.
– Quanto tempo? – perguntou Pamela.
– 10 minutos, eu fico ao lado dela. – Alice
interrompeu surgindo no quarto e me estendeu a mão. – vocês não podem ficar e convenhamos, Rosalie. Seria muito estranho se
você resolvesse ser à sombra da Bella.
– Quem esta vindo? – pedi ao ser
completamente ignorada.
– Os Quileutes avisaram Charlie sobre sua
volta, já que ele estará com sua irmã e a Laura aqui em 9 minutos!
– Acho melhor não contarem ao Charlie... as
coisas que pesquisamos não são agradáveis para humanos ouvirem.
– Como?
– O que o Alex quis dizer, é que não sabemos
como será essa gestação, não é um bebê humano, a gestação pode ser diferente...
– Alice explicou me deixando de pé.
– Tudo bem, não falarei nada.
– Vamos para a sala, vocês chegaram ontem o
que torna seu cansaço aceitável. – avisou Alice me ajudando a caminhar no
corredor. Ainda pude ouvir o rosnado de Rosalie, antes que ela passasse por
nos.
Provavelmente, eu deveria ser a
mais nervosa naquela sala, mas não era a realidade. Eu estava no sofá maior com
Alice de um lado, sentada sobre as pernas e tocando alguns dos meus fios,
enquanto Edward sentava do meu outro lado, segurando minha mão com delicadeza.
Todos estavam tensos, Esme
sorriu complacente, Carlisle estava preparado para encenar sua ida ao hospital.
Seus lábios se moviam rápido, até que todos pararam e olharam para a porta.
Carlisle seguiu assim que a
campainha tocou. – bom, dia Charlie!
– Desculpe vir assim tão cedo... –
começou.
– Mas ele estava se corroendo para ver a
Bella. – ouvi Laura terminar.
– Por favor, entrem, Bella já esta na sala.
Levantei seguindo até meu pai
que parou assim que me viu.
– Oi? – seus braços me apertaram com
tanta força que quase reclamei, mas preferi degustar de cada segundo.
Esse poderia ser o ultimo
abraço.
– Senti sua falta, Bells – me permiti
devolver o aperto e respirar fundo, deitando minha cabeça em seu ombro.
– Eu também, papai.
– Tem espaço pra mais quatro ai? – Cindy
quebrou o momento.
– Claro!
Cindy e Laura foram gentis e
rápidas em seus abraços, mas o que me surpreendeu foi Jacob, ele estava na
mesma altura de Edward agora, talvez mais o que tornava o bebê em seus braços
ainda mais delicado.
– Oi, príncipe! – sussurro atenta a Ale – não vai parar de crescer, Jake? –
impliquei após ter Ale seguro em meus braços.
– E você consegue ser mais branquela que o
normal! – retrucou antes de olhar em minhas costas.
– Por favor, sentem-se? – o toque frio em
meu ombro e a voz de sino quebrou o contato com minha família.
A mão gordinha de Ale se atou
ao meu cabelo, sua cabeleira loira estava mais densa e com fios arrepiados,
quase um topete. Sorri inalando seu perfume de bebê, me acomodando no sofá
novamente.
A lagrima escapou, molhando
nossos dedos unidos. Não soube compreender todas as emoções que percorriam meu
ser, mas ver Ale em meus braços, saber que daqui a meses poderia ser o meu
filho, e que talvez eu não possa estar presente, que Pamela passa por essa dor
todos os dias....
O deslizar do dedo frio em meu
rosto, roubou minha atenção, Edward sorria complacente, meneando a cabeça em
direção a Charlie. Meu pai mantinha as sobrancelhas crispadas, olhar confuso
entre Ale e eu.
– Desculpe, eu não ouvi. O que disse?
– Perguntei sobre vocês? Vão morar com
Carlisle e Esme ou vão esperar pelo alojamento da faculdade?
– Não vamos para a faculdade, agora. – digo
permitindo que Ale ficasse em pé em meu colo.
Charlie pareceu não gostar e
pude sentir os olhares em mim – vocês
fazem bem! Aproveitem esse primeiro ano de casados se conhecendo melhor, as
faculdades não criarão pernas... – Laura ajudou ao perceber.
– Bells se for pelo menino...
– Não, pai. Edward nos presenteou no Brasil,
e eu não quero perder os primeiros anos do Ale.
As ideias surgiam rápidas em
minha mente e esperava estar filtrando adequadamente, Edward olhou-me confuso,
olhando para Alice, mas eu sabia que a presença de Jacob atrapalharia.
– Como assim? – pediu Cindy com olhos
atentos e curiosos – qual presente?
– Bem, Edward nos presenteou com um Iate, eu
gostei do passeio pela costa brasileira. Seria bom passar esse tempo juntos,
dar a volta no pacifico até estarmos de volta ao Brasil – Edward manteve os
olhos em mim.
A compreensão vindo rápida,
acenou sorrindo. Beijou minha cabeça.
– Uau!
– Ale ainda precisa de algumas vacinas, mas
acho que Carlisle consegue – Laura foi a primeira a se recompor, estava
pensativa, mas sorriu no final.
Por segurança evitei olhar
para meu pai e Jacob, sabia que apesar de estar perfeitos nesse teatro que
criei, Jacob não havia acredito e sentiu a tensão inicial e se fixou nela. Eu
podia sentir seus olhos e seu incomodo em não poder me encurralar e arrancar
toda a verdade.
Assim que toda a estória
inicial se dissipou, Pamela e Laura finalmente chegaram ao tópico que, acredito
eu, era o foco inicial: minha lua de mel no Brasil. Nenhuma pergunta indiscreta
foi feita pois me recusei a sair da sala, levantando apenas para me sentar ao
lado de Charlie quando Edward fingiu uma ida ao banheiro.
Cada Cullen usou do teatro
humano para se retirar da sala, mas sabia que eles estavam conversando sobre
minhas ideias, na verdade Jacob me transmitia essa certeza. Seus olhos sempre
focados no corredor.
– Você sempre foi, mas... não sei, Bells!
Esta pálida demais.
– O sol no Brasil é muito forte, pai. Saiamos
mais a noite!
– Sabe, eu tenho me acostumado com o
pirralho. Talvez...
– Eu o quero. Devo isso a Pamela e ao Alex, que
espécie de madrinha eu seria se não cuidasse dele?
Foi uma manhã longa, mas que
aproveite cada momento. Charlie estava feliz e apesar de seus esforços flagrei
suas mãos buscando por Laura, seus olhos brilhando e fiquei em paz ao ver que
era retribuído. Cindy manteve-se como a sombra de Jacob, foi divertido ver como
interagiam, entre o afeto e a implicância. Laura sendo uma diplomata entre os
três.
Suprimi o choro quando voltou
a me abraçar – te amo, pai. – seus
braços me apertaram com mais força.
– Eu também, pequena. Lembre-se do que me
prometeu. – engoli em seco e trinquei os dentes forçando um sorriso que
escondesse a dor.
Jacob foi o ultimo da fila e
seu olhar estava tenso – você não me
enganou, Bells. Eu volto para saber a verdade – disse antes de se afastar.
– Pode deixar que vamos arrumar algumas malas
dele e traremos hoje ainda – Cindy gritou
antes de colocar o capacete.
Ela seguiu com Jacob e Charlie
foi com Laura. Novas lagrimas foram derramadas quando o carro sumiu na ultima
curva, voltei para dentro. – que tal
vermos a mamãe? – sussurrei para Alex que mordia a própria mão – os dentinhos já estão fazendo cócegas,
meu amor?
Pamela surgiu sorrindo de
braços erguidos em busca do filho e lhe entreguei. Alex me abraçou em um
agradecimento. Rosalie voltou a estar ao meu lado e houve uma troca de rosnados
entre ela e Edward.
– Que tal todos conversarmos antes do
cachorro voltar?
– Rose! – Esme repreendeu e preferi
ignorar, Jacob dizia coisas piores.
– Foi uma boa jogada, Bella. – Jasper
sorriu ao lado de Alice.
– Ela é tão maquiavélica que talvez seja por
isso que Edward não leia a mente dela... – Emmett deu de ombros quando
todos olharam para ele – o que? Edward é
muito inocente. – ergueu as duas mãos.
– O importante é que manteremos Charlie longe
durante esse período! – Jasper não disse gestação.
E após minutos em que
conversavam notei que apenas Pamela, Alex e Rosalie tratavam minha gravidez
como algo natural, enquanto os outros a muito custo diziam feto. Concentrei-me
em Ale que tentava morder o próprio pé, girando sobre o sofá.
Só quando o motor da moto fez
Ale se calar, percebi que todos os outros estavam quietos. Jacob entrou sem que
lhe abrissem a porta. Ainda estava com a mesma roupa. Mas uma grande mochila
infantil nas costas, jogando para Alex. Caminhou meneando para os Cullen,
sentou rígido ao meu lado.
– Então, vai me contar a verdade?
– Jake...
– Esse não é um momento, Jacob. – Edward parou em nossa
frente.
– Mesmo? Você certamente se empenhou em
transformara Bella em uma mentirosa nessa lua de mel – debochou. – mas eu a conheço. E sabemos muito bem que
a única verdade que ela disse essa manhã foi a de amar o pai.
– Jake...
Seus olhos negros me gelavam a alma. Não conseguiríamos esconder
e não via problemas em lhe contar.
– Eu estou grávida.
Jacob retribuiu o olhar e por um momento imaginei que ele
teria alguma reação, mas permaneceu olhando.
– Nos não... quer dizer... – olhou para
Edward, que rosnou bufando em seguida e corei intensamente ao perceber que ele
havia lembrando da noite no penhasco. – Bells...
– Edward é o pai.
– Sem querer ofender, Bells. Mas sanguessugas
não dão cria. Eles estão tecnicamente mortos.
– Homens precisam apenas de sangue nas
veias... Edward caçava com mais frequência.
Eu podia ver o quanto Jacob se
empenhava para raciocinar e não agir, seus dedos estalando, o maxilar trincado
e seus olhos cerrados deixavam claro.
– E esta faltando algo para Carlisle te
ajudar?
– Me ajudar em que? – esta era minha vez
de ficar confusa.
– A tirar essa coisa.
– Essa coisa é o meu bebê.
– Isso é um sanguessuga, como os outros.
– Não. É o meu filho. – Jacob olhou-me como se
eu fosse um ser de outro mundo.
– Tá brincando né? – o sorriso foi
desaparecendo quando viu a seriedade em meu rosto
– isso vai matar
você, é um sanguessuga feito pai...
– Não...
– Que você é idiota, eu sei. Mas vai deixar
isso matar a humana que diz amar, nos sabemos o que é isso... – seu corpo
cobria a visão de Edward. Pamela entregou Ale para Esme que se saiu da sala,
enquanto ela e Rosalie faziam uma barreira em minha frente. – você não quer! Então tira isso dela.
– Não é tão simples – Jasper murmurou.
– Ah, qual é! A Barbie e a chamas? Por favor,
somos em vários! Bella? Sai da frente.
O calor chegou ao meu corpo – consegue se regenerar do fogo, lobo?
Estou gostando menos de você, agora. – e o calor aumentou.
– Você não é burra, Bells. Sabe que isso é um
chupador de sangue que vai acabar com você.
O que aconteceu após foi
confuso, Alex cobriu meu corpo e pude ver entre os fios dourados a forma de
Emmett a nossa frente, a casa tremeu e lascas de madeiras passavam por nos, a
claridade invadia o ambiente, enquanto a poeira subia e cobria toda a sala.
– Os Quileutes não vão gostar nada disso. –
Alex retrucou olhando para o buraco na sala, um rosnado de Jacob me fez
encolher.
Todos voltaram para a sala, um
longo uivo rompeu o silencio. Uivo que foi respondido por outro, minutos depois
outro mais longe e não gostei das expressões que dominavam a todos.
Isso não é bom sinal – verbalizou Emmett
estalando os dedos. – é melhor chamar o
Carlisle o mais rápido.
Pamela afastou os fios longos do rosto e murmurou uma
desculpa, virando para os outros – Como era mesmo o contrato?
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