terça-feira, 11 de março de 2014

MVE - Capítulo 14

As palavras decididas e aos meus ouvidos amargas de Bella removeram meus sentidos por alguns estantes, seus passos se distanciando.
Sendo apenas capaz de ver seu rosto pela mente de Alice. Bella caminhava cansada, mas decidida em direção a porta, seus olhos seguiram para a sala. Tanya se mexeu desconfortável ao Bella olhá-la com raiva.

Não é uma boa hora, Tanya. – pedi ao ver sua decisão de conversar com Bella.

Ela esta confundindo nossa ligação e silencio não é a resposta adequada. – respondeu ao mesmo tempo em que Bella chamava por Emmett.

Por mais irritante e perigoso que Emmett possa parecer com seu tamanho, era nítido a segurança que ele passava para Bella.
Talvez seu desprendimento com sua segurança e a forma neutra que a tratava aguçavam esse sentimento por ele.
Não é agradável ver que meu irmão respondão, exagerado em muitos aspectos, às vezes na ausência de educação para com as mulheres consiga a confiança da mulher que eu amo, enquanto eu me esforço para que ela ao menos olhe em meu rosto sem remorso.
Ouvi as mentes dos amigos de Carlisle se aproximando, assim como a visão de Alice sobre Charles e Makenna vindo ao termino da tarde.
Ergui-me seguindo para o corredor, vendo Bella entrar no carro de Emmett e partir para La Push, para Jacob. E um gosto amargo do veneno se espalhou por minha boca.

Este vidro é difícil de conseguir e não temos tempo para concertos – Rosalie disse das escadas.

Voltei meus olhos para o vidro e meus dedos estavam afundando no vidro, que pela pressão começava a estalar.
Desci ao seu lado para a sala, onde Esme recepcionava Liam, Shiobhan e Maggie.
O tempo que levamos para explicar aos três nossa situação e o risco que corríamos, foi o tempo para Carlisle e Emmett voltarem.
Carlisle deixou a cargo deles a escolha de permanecer ao nosso lado, em uma possível morte ou não se envolverem e agradeci ao ouvi-los confirmar que permaneceriam e lutariam conosco.

Apenas me resta acreditar que não teremos muitas baixas, ficaremos bem – entoou e Carlisle sorriu.

Shiobhan sabia que a luta seria inevitável, mas se esforçaria com o pensamento de estarmos bem, com este pensamento entoado, nos restava acreditar.
Uma obra de seu dom, apesar de que ela não o trata como um dom, mas sim como pensamento positivo.

Mais ligações foram feitas e Alice via a todo o momento novos amigos lutando ao nosso lado, a cada momento a partir de hoje, um nômade e ou clã se juntaria a nos.
Ate mesmo as amazonas, que de forma alguma se afastavam de sua floresta no Brasil. As três viriam.
Ter zafrina com seu dom seria imprescindível. Sem Alec para nos imobilizar e tendo zafrina com sem dom de ilusão conseguiríamos incapacitar Jane e os volturis não teriam como exterminar todos nos.
Ficaria a certeza de baixas, de ambos os lados. Mas desta vez teríamos sobreviventes.
Começamos a treinar de forma correta para lutar contra os recém criados com ajuda de Jasper e contra os Volturi com ajuda de Carlisle e Aleazar.
Em dado momento Alex e Pamela se juntaram, vindo com Seth. Suas linhas de pensamento invadiram minha mente e soco de Emmett me acertou, me arremessando do outro lado da clareira.

Qual é Edward?

Bella esta em perigo, ela foi para Seattle com Paul. – Pamela entrou na clareira segundo depois de sua voz nos alcançar.

Parece que ela tem pistas sobre Victoria e o bebê. – ouvi Seth que surgiu ao meu lado.

Não – o grito de Alice invadiu minha mente assim como sua visão.

Tente, Alice?

Eu não consigo, esta mudando! Ela vai morrer. Eles morreram...

Dá pra dividir?

Eu vou trazer os dois.

Não, Edward! – disse após uma imagem fosca de um recém criado atacando Pamela. Ela não pode ir com você – os recém criados estão vindo, não temos muito tempo. Precisamos nos dividir, alguns atrás da Bella e Victoria, o restante para a luta.

Eu vou atrás da Bella. Você fica Pamela – digo olhando para Alex que compreendeu o sentido em minhas palavras.

Trás o meu filho, Edward. Trás minha amiga? – respondeu segurando Pamela pelo ombro quando ela fez menção de vir ao meu lado.

 – Temos que agir agora! – retrucou para Alex.

Eu vou com você, Edward. – Seth se pronunciou, tocando meu ombro – conseguiremos as coordenadas com Paul.

Vamos acabar rápido! – disse zafrina com seu sotaque.

            Não esperei por mais, zafrina seria o suficiente para exterminar os recém criados, minhas preocupações são quanto as visões de Alice. Para a segurança da minha mente que nada daquilo aconteça com Bella.
Seth se transformou, mostrando o caminho seguido por ambos, em dado momento consegui sentir o cheiro de Bella. A ligação mental voltou e pude ver por Seth tudo o que acontecia. Jacob vinha a nosso encontro, enquanto Sam e os outros lobos montavam guarda pela reserva e cuidavam dos novos transformados.

Espero que esteja feliz sanguessuga, enquanto seus amiguinhos se aproximam mais garotos se transformam.

O pensamento hostil de Jacob chegou e sua raiva era imensa que apenas Sam o controlava.
Uma linha de pensamento, ainda mais hostil surgiu na mente de ambos os lobos, Jacob surgiu ao nosso lado, enquanto Leah mostrava os recém criados cortando o rio, se aproximando de uma das clareiras, vi outros lobos chegarem a clareira, onde minha família e amigos já estavam a espera.
Liam e Maggie não gostaram da aproximação, mas as amazonas e Shibhan não mostraram preocupação quanto aos lobos.
Em dado momento a ligação foi quebrada, assim como meu dom, há limites para o dom dos lobos.
 Mas houve um porem, Jacob restabeleceu sua ligação direta com Sam, reforçando a ligação de Seth.

Pode tentar ignorar o quanto quiser, Black. Você é um Alfa e seu sangue não deixa esquecer, herdeiro de Ephraim.

Um rosnado escapou, mas ele também entendia isso e sabia que não conseguiria domar seu lobo Alfa que aos poucos exigia sua matilha. Seu respeito por Sam era única causa de seu silencio.

– Eles estão por aqui!

Eu poderia espancar Paul por alguns segundos? – pedi, só para ter certeza sobre não destruir o tratado.

– Nada disso, sanguessuga. Eu sempre quis socar sua cara, mas por causa do tratado fiquei n’água. Eu faço essa honra – virou o rosto, rosnando um pouco.

A noite já havia caído quando alcançamos Seattle, o cheiro de ambos estava espalhado pela cidade, mas com os lobos conseguimos alcançar rápido o galpão.
 O cheiro de carne podre estava no lugar, imagens de Victoria arremessando Bella surgiu em minha mente.
Sua ânsia de vingança de matar Bella cegou Victoria para nossa aproximação, Paul lutava com Riley que, apesar da cara deformada ainda tinha forças para rebater as pancadas de Paul.

– Tá esperando o que para chegarem, mulherzinhas?

– Se acontecer algo com Bella, Paul...

– Então é melhor apressar o trote.

Eu não esperei por mais e disparei, atravessando o galpão sem delicadeza, esmagando o braço de Victoria que segurava o pescoço de Bella.
Seu corpo frágil caiu em meus braços como se fosse uma boneca de pano, as marcas roxas dos dedos de Victoria em torno de seu pescoço.
Havia batimento, mas baixo. Seu coração estava fraco.
O veneno pastava grosso em minha boca, meus caninos já a mostra e meu corpo curvado sobre seu corpo.

Ela vai te odiar, aqueles bastardos estarão mortos quando ela acordar! – o pensamento invadiu minha mente, assim como as imagens.

Ale no colo de uma jovem, meus olhos voltaram para Bella. Tão idênticas... apenas o cabelo as diferenciavam. Mais uma imagem invadiu minha mente antes que o barulho dos membros de Victoria serem arrancados.

– Dá a autorização, jake? Todos sabem que você é o Alfa por direito, ela não vai sobreviver desse jeito. – ouvi Seth.

Esta tão mal assim, Edward? – Jacob falou ao meu lado, em sua forma humana.

Sim, Jacob. Há outro problema, Victoria deixou o bebê com uma humana, no alto das montanhas, sem proteção... – as palavras lutavam para sair.

Eu não...

Eu não sei o que fazer...

– Seu pai é medico cara. Ela tá respirando e do jeito que é birrenta, duvido que morra sem saber daquele moleque primeiro. – Paul disse ainda focado na pira em que queimava o corpo de Victoria.

Seth vai com você atrás do pirralho e da mulher que tá com ele, eu vou cuidar da Bella, enquanto Carlisle não chega.

Eu cuido das pistas. – disse Paul.

Meu peito se contraia só em pensar na possibilidade de me afastar de Bella. Mas o menino... e aquela garota...

Tome, ligue para Carlisle, vamos Seth. – digo entregando meu celular para Paul e depositando o corpo de Bella no colo de Jacob.

Minhas mãos relutavam em se afastar, desejando fincar os pés ali e não a soltar enquanto não voltar a ver aqueles mares de chocolate brilhando novamente.
 Depositei um beijo casto em seus lábios antes de me afastar, preferi correr o mais rápido que pude, pois não teria forças para me afastar caso sentisse seu cheiro de morango, ouvir seu coração fraco.

– Ela ficará bem, Edward. A Bella é forte!

Obrigado, Seth.

– Vamos encontrá-los antes que ela acorde.

Meus pés flutuavam sobre o terreno que deixava de ser asfaltado, tornando terra, galhos e em fim, neve.
Parei em um dos picos, uma grande parte da Reserva Olimpic circulava Seattle, Victoria em momento algum deixou em sua mente uma imagem da montanha, apenas o bebê, a humana e neve, muito neve.
Fechando os olhos para me concentrar melhor, busquei por barulhos, choros, pedidos de socorro. Nada. Então o vento.
Com ele uma fragrância, tão dominante quanto a de Bella, mas com um diferencial, esse que não me afetou como quando a conheci.
 E o cheiro de Ale.

Na outra montanha, Seth!

Não me dei ao trabalho de desviar, apenas corri, tomando o impulso antes de saltar, Seth se aproveitou e pulou em minhas costas, após enviar imagens do que fazia.
Jacob se transformou, mandando imagens de Bella, ainda desacordada, mas o coração um pouco mais forte.
Ela lutava para viver.
Mais uma prova da hierarquia Quileute de Jacob surgiu novamente, todo o bando invadiu a mente de Seth.

Qual é o seu problema, animal? – Jared rosnou na mente de Seth.

travas a ele, Cullen. Seth não pensa antes de agir. – ouvi Sam.

Moleque idiota, ele poderia te matar! – Leah rosnou, libertando alguns xingamentos para o irmão.

Como se eles não soubessem que você não me fará mal algum.

Apenas ignorei as conversar seguintes, enquanto pousava no centro de uma rua, por sorte, pouco iluminada, Seth desceu de minhas costas no mesmo instantes e seguimos para a outra montanha.
Pelo caminho consegui sentir os rastros de Victoria, o cheiro da humana e o de Ale. Um coração batia fraco, enquanto o do bebê galopava, um choro sofrido, com pausas, ele estava mal.

Rápido Seth.

Quando finalmente alcancei, havia apenas um monte vermelho, feito pelo casaco, a humana estava desmaiada, hipotermia. Jogados em uma gruta de difícil acesso.

Se transforme, Seth. Eles precisam do seu calor, antes de seguirmos.

Pedi, quebrando uma parte da rocha, pulando em seguida, tomando a humana desprotegida nos braços, mesmo desmaiada ela mantinha os braços em volta de Ale, que chorava, os lábios começando a ficar roxo.

Mantenha ele no meio, aqueça o rosto, mãos e pulso. Alise as costas, precisamos cuidar para o sangue não voltar depressa para o coração.

Após alguns minutos o choro sofrido de Ale finou, pegue todos ao colo.

Isso tá esquisito, cara! – brincou.

Precisamos descer, sair da neve. Será melhor para eles.

Quase a margem da estrada que parei, ajudando Seth a acomodar a jovem sobre seu colo, deixamos Ale sobre suas pernas esticadas, assim manteria ambos aquecidos.

Edward, ela parece muito com a Bella! – disse removendo o cabelo do rosto da jovem.

Os cabelos dourados e ondulados que ate o momento encobriam o rosto, escorregaram pelos dedos de Seth, deixando a mostra o rosto em forma de coração, um sorriso escapou ao constatar que esta era uma versão mais jovem de minha Bella.
Talvez fosse um pouco mais assustador para todos quando ela abrisse os grandes olhos castanhos chocolates dos Swans... oh!

Acho que Charlie terá uma grande surpresa.

Olhos dos Swans, certo?

Tão certo quanto amo a irmã dela.

Aquele xerife fajuto. Andou ciscando e não deixa a gente fazer o mesmo!

Quando o coração da jovem voltou a bater forte seguimos para Forks, Pamela e Alex nos alcançando no caminho.

Como esta meu filho? – pediu já removendo o garoto dos braços de Seth que não se importou com a falta de cuidados.

Puta merda! – Alex gritou ao olhar para a jovem – olha isso Pamela? Se eu não tivesse visto Bella agora...

Deus pai! É idêntica. Só o cabelo...

A pele normal...

Ao menos essa versão da Bella gosta de sol!

– Como ela esta?

Alex me enviou varias imagens de Bella, Carlisle cuidando das costelas. Do pescoço. Sobre a desculpa que contaríamos para Charlie, para a policia. Estavam apenas esperando nossa chegada para começarmos o plano.

– Temos mais vampiros, Seth. Volte para a reserva e conte para o Sam.

– Tudo bem! – disse me entregando a garota.

– Vou correr antes que ela acorde ou volte a congelar!

A construção da casa surgiu a minha frente, mas Alice, Emmett e Rosalie se pôs a nossa frente. Imagens de uma visão de Alice surgiu. Makenna perderia o controle com Ale e Esme seria afetada pelo sangue da jovem.

– Eu também não consegui acreditar... – eu pensei em perguntar sobre Jasper – ele não será afeta... o problema é que eu não consigo ver o que acontece depois, o futuro dela some, como os dos lobos, e apenas Jacob esta aqui.

 Um sorriso surgiu em meus lábios, não foi certo de minha parte agir dessa forma, mas se ela for o imprinting de Jacob, eu teria mais chances de ter minha Bella.

– Edward? – Carlisle surgiu de braços abertos para segurar a jovem.

Esme e Makenna estavam no jardim dos fundos com Kate e Zafrina. Seguimos para a biblioteca, agora equipada para cuidar do bebê e da jovem, depositei-a sobre a maca e segui para meu quarto, onde Bella dormia.
Jacob estava encostado ao batente da porta de vidro. Apenas acenou e retribui.

– Se a recém criada não mudar para a alimentação de vocês, na melhor das hipóteses, ela vai embora com os outros... – Jacob respondeu enviando imagens da luta com os recém criados.

Foi simples, fácil. Zafrina cegou todos os recém criados, enquanto os outros os esquartejavam, Bree permaneceu escondida durante toda a luta, era praticamente uma criança, ao menos estava assustada como uma. Sem um único conhecimento do que era e as consequências dos atos.

– Ela não foi informada antes de se transformar...

– A bruxinha não sabia e não atacou ninguém.

– Não é muito aceitável compará-la com Alice, pela clarividência e seria melhor não chamá-la de bruxinha, apesar de agir como uma às vezes – sussurrei a ultima parte.

– Eu ainda consigo ouvir. – respondeu neutra – e terá retorno.

– Eu vou ajudar Sam com os novatos, depois eu volto. Ela parece que não vai acordar tão cedo. E para todos os efeitos eu nem estive por perto quando tudo aconteceu... volto com o Charlie.

Avisou antes de pular por minha porta, pousando como lobo na floresta em frente. Ele tentou por muito tempo, mas estava incomodado.
Seu lobo pedia passagem e não era por causa dos vários vampiros na sala. Ele só não queria descobrir o motivo. Não enquanto Bella estiver fraca.
O celular de Bella começou a apitar, removi do bolso com zíper, Laura. Não poderíamos comunicar, não enquanto a garota não acorda. Deixei tocar. Desliguei o telefone.
Uma parte do tecido de sua blusa erguido deixava a gaze em torno de seu tronco a mostra. Não quebrou, mas precisaria ficar imobilizada por um tempo.
Uma forma de lembrá-la de não se mexer. O pescoço com marcas roxas, seria difícil explicar isso ao Charlie.

– Elas são tão idênticas, Charlie fez um belo trabalho! Ela vai acordar daqui a minutos, ajude Carlisle, enquanto eu maquio os hematomas da Bella. – Alice se pôs ao lado de Bella, abrindo uma maleta e removendo vários equipamentos.

– Ela não vai...

– Não, só a garota... Charlie não sabe sobre ela...

– Foi o que imaginei, ele é correto para permitir que um filho cresça sem reconhecimento e sua presença. Ainda mais por Bella.

Com a certeza que Bella não acordaria agora sai para a biblioteca, onde a jovem começava a despertar. Os olhos piscavam frenéticos, tentava se acostumar a luz.

– Eu posso ler a mente dela – as palavras escaparam antes que eu pudesse freá-las.

Ela pode ouvir, mas a confusão em sua mente não permitiu que entendesse o que eu disse. Carlisle sorriu para mim e depois para a jovem que se ergueu, mesmo quando ele pediu para não fazer.

– O bebê? Onde ele esta? Aquela criatura... – pediu apavorada.

– Calma, o bebê esta bem. Fique calma.

– A sua pele, não toque em mim! Onde ele esta?

– Jasper? – chamei em um tom baixo.

Com o dom de Jasper em seu corpo, ela foi capaz de acreditar no que Carlisle dizia.

– Eu vou te contar o que aconteceu, mas precisa ficar calma e depois você me conta como parou onde lhe encontraram – Carlisle disse de forma pausada, pedindo com gestos que ela volte a sentar na maca.

Os olhos chocolates varreram a biblioteca e pararam sobre os meus, preferi manter o silencio, enquanto me estudava. Sem pudor.

Isso é mal de família ou os tempos mudaram á esse ponto?

– Este é Edward, meu filho. Ele e a namorada foram atrás do bebê – em sua mente ela automaticamente nos classificou como os pais do bebê, mas não disse nada. Ate que...

– Não havia como me encontrarem com vida... – suas mãos foram para um bisturi ao lado e atirou em Carlisle.

Sua intenção era a perna, para que ele levasse a mão, sua linha de pensamento era rápida, ela já estava virando o bisturi na palma de Carlisle. Onde o bisturi estalou, virando pequenos pedaços.

– Eu sabia. Você é um deles! O que querem comigo? Ele é só um bebê. – sua forma de falar parecia com Bella.

Mesmo com a voz um pouco mais grave e não soando com toda a raiva que ela lutava para expressar, ela ainda parecia muito com Bella. Era uma versão menos feroz da minha Bella. Como se uma aparentasse doçura e fosse perigosa e a outra muito perigosa, mas doce.

– Deixe-me tentar, pai. Acho que consigo lidar...

– Você também é?

– Não exatamente, pode ver por nossos olhos. Nos alimentamos de animais, ursos, leão da montanha, em grande maioria de cervos. – digo sem realmente olhá-la. Mas permitindo que ela olhasse em meus olhos.

– Então se diferenciam assim, bonzinhos com olhos dourados, maus com olhos vermelhos?

– Não... nos alimentamos de sangue animal porque não gostamos do que somos – sua sobrancelha enrugou – não foi nossa escolha ser isso, fomos obrigados como aconteceu com meu pai e para o resto da família foi por estarmos morrendo...

– Família? – disse com ar de deboche.

– Família. Nossa família se ama e não gostaríamos de destruir outras, mas muitos de nos se alimentam de sangue humano, mas não são de fato maus... minhas palavras eram medidas tanto para não assustar ela como para não ofender os amigos de Carlisle que mesmo tendo suas famílias e clãs não deixaram de se alimentar de humanos.

– Porque aquela estripadora me pegou? Mesmo falando sobre manter o nadador calado, ela sempre me ameaçava, dizia algo como “vou matar as duas, malditas versões”?

– Nos explicamos o que somos, gostaria de ouvir o que aconteceu com você antes de responder essa pergunta.

– Tudo bem, você tem um voto. Ainda não tentou rasgar meu pescoço... eu estava voltando pra casa nessa madrugada, tinha acompanhado uma amiga até perto de La Push, ela ficaria na casa de amigos da família. Quando estava voltando para a casa da minha madrinha em Seattle essa criatura arrancou o capo do meu carro e me tirou dele com cadeira e tudo. Acho que me confundiu com alguém porque a cara dela não foi legal, apesar de ter sido a mais suave que me ofereceu – sussurrou essa parte lembrando de tudo. – bom, entre me ameaçar e me arremessar de um lado ao outro, ela exigiu que eu cuidasse do bebê. Ele estava sujo, chorando muito, e...

A cena seguinte foi cortante, Victoria já havia matado outras pessoas,o sangue delas escorrendo pelo galpão, os corpos mutilados... entreguei um lenço para ela.

– Eu já entendi seu ponto, para que veja que estou falando a verdade vou explicar uma coisa. Alguns de nos temos dons extras, eu por exemplo. Leio mentes. E já vi mais do que o necessário na sua, sinto muito por ter passado por tudo aquilo. Victoria era maquiavélica, vingativa. Foi por isso que ela foi atrás de você, ela confundiu seu cheiro com o da minha... namorada. Bella quase morreu ano passado por causa do parceiro dela, eu o matei e ela quis se vingar tentando matar a minha...

– Mas o que eu tenho a ver com sua namorada, eu não sou vampira!

– Bom... Bella não é vampira – como vocês transam? – a pergunta girou em sua mente – eu vi a força da estripadora... essa garota é louca! – movi desconfortável com sua linha de pensamentos que se tornavam mais gritantes a cada segundo – ohh merda, ele disse que...

– Tá ouvindo tudo? – meneei confirmando – foi mal. Mas é loucura tudo isso...

Agora era a parte delicada, não sabia se deveria falar com ela ou com Bella primeiro, ou talvez Charlie...

– O que eu tenho a ver com sua namorada?

– Carlisle conversará com você agora.

– Eu queria fazer algumas perguntas, se não se importar. Qual o seu nome?

– Cindy Carter

– Só um sobrenome?

– Eu não tenho pai – respondeu desviando os olhos.

– Temos duvidas, aceitaria que removesse uma amostra do seu sangue?

– Dá pra para de enrolação ou eu vou embora.

Ate o gênio, pelo visto.

– Você e a Bella são muito parecidas, apenas o cabelo a voz e a forma de agir diferencia...

– Acha que podemos ser irmãs? – pela visão de Carlisle e por Jasper vi que ela esta feliz com essa hipótese.

Lembranças incoerentes envolvendo conversas com a mãe sobre seu pai invadiam sua mente, a mãe nunca quis contar, ela havia tentado de varias formas.

– Acreditamos que sim.

– Essa Bella? Esta aqui?

– Ela esta descansando, foi ferida...

– Posso vê-la?

– Alice? – pedi.

– Ela não vai acordar agora e já terminei com a maquiagem.

– Primeiro quero tirar uma amostra do seu sangue, Cindy

– Já tirou o dela?

– O que mais tem nessa casa é amostra do sangue dela.

– Ela é encrenqueira? – perguntou rindo.

– Acho que Charlie pensa assim... – respondeu rindo. Enquanto aplicava a seringa na veia.

– Charlie é o meu possível pai?

– Temos que lhe informa de uma condição que sofremos, como vampiros, Cindy. Nos vampiros temos uma cantante. Quando o sangue de tal humano se torna forte para nossos instintos, como se ele cantasse nos convidando a prová-lo.

– Parece coisa de desenho animado – riu.

– Poderia ser... mas quando somos novos  nessa vida é difícil, quando temos experiência conseguimos controlar, como acontece com Bella e comigo. Antes eu apenas resistia, mas passei um dia inteiro acreditando que ela havia morrido, desde então o cheiro do sangue dela não me afeta.

Começava a entender onde eu queria chegar – eu sou a cantante de algum vampiro da sua família?

– Sim, minha mãe Esme, ela é alguns anos mais nova que eu nessa vida, mas ama a todos como filhos e se quer se alterou quando pedimos para sair e entrarmos com você. Ela jamais faria mal a você.

– Onde ela esta?

– Na sala, se acostumando com seu cheiro.

Automaticamente, cheirou suas roupas.

– Eca! Porque eu to fedendo a cachorro? Eu não gosto de cachorro, sua mãe tem um péssimo gosto! – dizia batendo o casaco tentando remover pelos e contive uma gargalhada.

– Vamos ate Bella?


Espero que eles sejam minha família.

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