sábado, 15 de março de 2014

MVE- Capítulo 15

Cindy andava em passos incertos e quando abri a porta do meu quarto, seu coração disparou, ela via o perfil de Bella na cama, Alice não quis sair do quarto. Pamela e Alex estavam lá fora, olhando pelas copas das arvores.
Ale dormia virado para Bella, uma mexa dos cabelos de mogno presos entre seus dedos, Alice enviou a imagem em que tentava remover o fio dele, recebendo um aperto e principio de choro.
Cindy caminhou ate a cama, olhou de relance para Alice e voltou os olhos para os dois. Olhava admirada as semelhanças. Seguiu para a beira da cama e sentou, tocando a mão de Bella.

– É tão branca, ela esta mesmo bem?

– Sim. Renée, mãe dela é parte albina.

– O cabelo dela é mais bonito que o meu! – disse brincando com um cacho de Bella. – o que aconteceu com ela? – disse deslizando a ponta do indicador na abertura da blusa.

– Ela saiu escondida para encontrar Victoria, sua irmã é muito corajosa e maluca. Sem um pingo de amor a vida – disse Alice se erguendo.

– Então ela faz tudo o que eu ainda não consigo fazer... – riu sapeca.

– Charlie deve ter feito algo de muito grave em outra vida pra ser tão ferrado nessa! – ouvi Emmett que soltou uma gargalhada.

– Tem urso aqui por perto? – outra gargalhada.

– Não exatamente, essa é a gargalhada do nosso irmão, ele é escandaloso em alguns aspectos.

– Então eu vou gostar dele.

– Eu sou o gostoso das Swans! – disse e Rosalie estalou a mão na nuca dele e foi minha vez de prender a gargalhada.

Ela vai acordar em uma hora, Edward.

Instintivamente olhei para o relógio do radio 23:05

– Nos precisamos conversar, Cindy. Charlie e outros humanos não podem saber sobre nos. Então precisamos inventar uma desculpa para quando Charlie chegar procurando pela Bella. – Alice foi direta.

– O que falaremos?

– Vamos para a sala. Precisa conhecer o resto da família e depois tomar um banho, você tá fedendo! – brincou Alice, enlaçando o braço dela e segui. – você é mais alta que a Bella.

– Eu posso comer sopa na sua cabeça.

– Primeira lição, jamais, em hipótese alguma, faça brincadeiras sobre o meu tamanho. Eu também sou vampira.

– Se o meu cunhado não me mete medo, não vai ser você!

– Abusada.

Desciam entre uma conversa fácil, Alice e Jasper se ocuparam de explicar tudo o que diríamos para Charlie. Como o esperado, eu seria o grande culpado.
Contaríamos a versão em que uma golpista tentou me chantagear para receber uma herança da minha família sanguínea.
Levando Ale e depois Bella com ela para me forçar a voltar, não teríamos um corpo. Por esse motivo, precisaríamos que ele acredite que eu matei Victoria antes que ela matasse, Bella.

Carlisle pediria ajuda para não vazar essa noticia, como os agentes gostam de dizer, abafar o caso.
Quanto a Cindy. Contaríamos que ela encontrou Ale jogado em um galpão vizinho. Que quando estava saindo com Bella desacordada a encontrei e reconheci o bebê.
Uma pequena camada de suor brotava pela testa de Bella e caminhei para a cama. Ale ainda dormia atado a mecha de cabelo.
Deslizei meus dedos por sua barriga, deixando meu braço em torno de suas costelas, este ponto estava com a temperatura elevada.

– Charlie esta chegando Edward, seria melhor fingir que esta dormindo – pediu Alice.

Fechei meus olhos e me tornei um telespectador.   Com Cindy andava de um lado ao outro, em uma fraca tentativa de ludibriar o sono que sentia.
Esme estava em um canto da sala, já havia feito lanches para ela, segurava os braços de Carlisle com mais forças do que ele a segurava.
Todos temos certeza que ela não faria mal para Cindy, e ela compreendeu o que deveria fazer e dizer, assim como não poderia expressar sobre a paternidade.

 Os minutos passaram e pude ouvir o carro de Charlie entrar na estrada, Laura acompanhava, ela já o acalmava. Enquanto meu nervosismo nasceu e se instalou em todo meu ser.
Se apenas amando a filha dele ele não me suporta, agora como assassino seria ainda mais complicado. Isso considerando que ele vá... abafar o ocorrido. O que eu não acredito.
Ele queria uma desculpa para me prender e manter distante da filha, eu acabo de lhe dar essa desculpa.

– Faça como sua filha e finja que tem educação, se não for pelo Doutor, faça pela esposa. Ela é uma heroína cuidando desses adolescentes, mesmo quando alguns aparentam não ser!

– Era só o que me faltava! Minha filha tá ai dentro e toda vez que tenho noticias ruins da Bella é por estar aqui e por causa daquele branquelo.

– Olha o preconceito, Charlie. Quantas vezes eu vou ter que conversar sobre Edward e Bella com você?

– Você esta me distraindo, não vai conseguir. Hoje eu pego esse Edwin.

– É Edward e você vai acabar careca de tanto negar, fica parecendo um velho gagá fingindo só para provocá-lo. – dizia enquanto apertava a companhia e ria da face seria de Charlie. – Sorria homem – disse depositando um beijo casto na boca de Charlie – sua filha esta bem.

Quando Esme atendeu estrategicamente a porta, teve tempo de vê-los de mãos dadas e o rosto de Charlie foi tomado pelo sangue, corado como a filha.

– Desculpe o horário, senhora Cullen. Bella não atende o telefone.

– Apenas Esme. Entrem, por favor. Precisávamos falar com vocês. Estávamos esperando a Bella acordar.

– Ela ainda esta dormindo? – disse Charlie buscando por Carlisle.

– Como vai Charlie, gostaria de conversar com você, venha ate meu escritório? – Laura empurrou Charlie

– Seja educado – Laura sussurrou, fazendo Charlie se irritar e seguiu para o lado de Esme.

– Seria de grande ajuda me resumirem a história, ele esta impaciente. Principalmente por não conseguirmos nada sobre o bebê...

– Edward recebeu uma ligação, não gostamos de contar o que houve com a família dele, mas... – deixei de focar no que Esme dizia a Laura e segui a linha de pensamento de Carlisle.

Ele já havia começado a contar para Charlie, que ouvia tudo atento, mas pelas linhas de pensamento, ele não estava satisfeito.
E se havia alguma duvida agora ele não me aceitaria ao lado da filha, Carlisle ainda não contou sobre o assassinato.

– Como é?

– Eu estou te pedindo como pai, Edward já passou por situações traumatizantes, todos temos uma cota...

– E quanto a Bella? O bebê?

– Ele não pensou em nada que não fosse a segurança de Bella, ela esta dormindo porque essa mulher agrediu machucando algumas costelas, mas ela esta bem. Ainda há outra coisa, quando Edward saía com Bella, ele encontrou uma jovem, essa jovem encontrou o bebê em um galpão ele reconheceu.

– Onde ela esta? Preciso do testemunho dela e levar Bella daqui agora.

– Achamos que ela seja sua filha.

Não teve outra alternativa Edward, ele estava decidido.

– Tudo bem, pai.

Charlie petrificou no caminhou, em sua mente alguns xingamentos, pragas e sorria mentalmente de forma irônica, lembrando de uma conversa com Laura, havia dito sobre filhos perdidos, mas era apenas um subterfúgio para finar as tentativas de Laura em seduzi-lo.
Antes de qualquer outro pensamento ele se lamentava por ter perdido o crescimento de mais uma filha.

– Onde ela esta?

– Na cozinha com Alice, eu tomei a liberdade de colher sangue de ambas – disse entregando o exame para Charlie.

As mãos tremulas tocaram o envelope amarelo, as pernas fraquejaram e seu corpo desabou sobre a cadeira ao lado, quase caindo fora dela.
Lia e relia o papel, seus olhos passando pela palavra em negrito e maiúscula sem enxergar. Devolveu o envelope para Carlisle, pedindo em gestos que dissesse o resultado.

– Positivo, Charlie.

Sua mente fervilha, muitas lembranças, muitos pensamentos incoerentes, ate que sua mente se tornou muda. Um muro negro surgiu encobrindo seus pensamentos. Esfregou as mãos sobre o rosto antes de sentar de forma ereta.

– E Bella ainda não sabe, certo? Eu quero contar para ela.

– Tudo bem, Charlie.

– Elas já...

– Cindy pediu para ver Bella. Mas o resultado apenas você viu.

– Cindy... Como suspeitaram?

– Realmente é adequado lhe preparar, eu cheguei a ver uma foto da Bella mais nova. Cindy tem uma pele branca natural e loira, com muitos cachos.

– Loira?

– Fora isso, ela é toda sua!

Desceram para a cozinha, onde Alice finalmente convenceu Cindy de comer, ela estava com sono. Sua atenção voltou quando Alice levantou indo abraçar Charlie.

– Por favor, Charlie. Não deixa levarem meu irmão?

Alice dizia de uma forma descarada, fingindo choro. Uma atriz! Ela sabia da consideração que ele tem por ela, de não conseguir negar nenhum pedido.

– Eu...

– Por favor?

– Alice, filha. Deixe para depois...

Charlie em sua ingenuidade depositou um beijo na testa de Alice e voltou sua atenção para a filha, ela mantinha os olhos fixos em Charlie, não escondendo alegria ao notar as semelhanças.

– Boa noite? – perguntou envergonhada, arrumando o cacho atrás da orelha e Charlie lembrou de Bella aos seis anos fazendo o mesmo movimento.

– Boa noite...

– Esse exame...

– Eu nunca soube... digo... se eu soube...

– Não esquenta, minha mãe falou sobre estar bêbada. Eu sempre achei que ela mentia. Que estava com raiva por você ter mentido, sei lá. Ser casado...

– Eu estava divorciado, mas não menos bêbado.

– Imaginei... exatamente como esperava, eu sou uma ótima filha, chata as vezes, mas não insuportável para não querer me conhecer...

– Eu me sinto mal por não ter lhe encontrado antes, eu fui imaturo, fiz coisas de que me arrependo, mas você não esta incluída nelas, só em não ter lhe encontrado, não ter lhe visto nascer.

– Eu fui um bebê horrível! Mamãe dizia que não sabia o que fazer pra me calar – disse rindo e limpando as lagrimas – eu posso te abraçar? – Charlie apenas abriu os braços e seguiu para a filha.

– Bella sempre aprontando e me trazendo uma surpresa – Charlie sussurrou beijando a cabeça de Cindy, fazendo-a rir junto com ele.

Neste momento deixei de prestar atenção no que diziam, deveria ter feito isso antes, mas as emoções e imagens gritavam na mente dela, assim como as emoções de ambos afetavam Jasper que não queria se afastar.

Afundei meu rosto entre os fios mognos de Bella, o relógio marcando 23:45. Respirei fundo, sugando seu perfume de morangos, eu poderia viver uma eternidade desta forma.
Como a amo, se houvesse uma forma de me tornar o que ela precisa, de viver ao seu lado, sem tirá-la a humanidade.
Só quero ser feliz ao seu lado...

Um estalo em minha porta deixou-me alerta. Charlie entrava com Laura e Cindy ao lado.

– Eles são lindos juntos... – disse Cindy.

– Você chegou agora, então não sabe o que esse garoto já fez sua irmã passar.

– Eles se amam papai, digo, não sei quanto a Bella, mas esse cara ama muito ela. Ele enfrentou aquela sanguinária para cuidar da minha irmã. Se isso não for amor...

– E por acaso sabe o que é amor?

– Ainda não, mas sou louca pra descobrir, principalmente se for um tão forte quanto o dele. Espero que ele seja correspondido.

– Sim, Bella ama Edward. Ela só tem medo de assumir, isso é um mal de família. Espero que seja diferente com você. – Laura responde apertando a mão de Charlie.

– Eu vou avisar a mamãe que estou bem, ela vai surtar quando descobrir que te encontrei! – os pés saltitantes de Cindy ocuparam espaço por um tempo, ate que Laura e Charlie se aproximaram, ela foi verificando Ale.

– Olhe Charlie, ele esta corado, saudável. E atado ao cabelo da Bella.

– E ela enfaixada... – resmungou.

– Charlie, poderia ser pior. Já imaginou se Edward não chega a tempo?

– Ele causou isso!

– Fale baixo, vai acordá-los e ninguém procura esse tipo de coisa, apenas acontecem. – se colocaram na porta.

– Desde que esse garoto se envolveu com minha filha só acontecem desgraças.

– Não diga isso Charlie, algumas coisas só precisam acontecer.

– Pensa o mesmo sobre os amigos dela? Aquele acidente no hospital ainda esta atravessado...

– E pensa que foi o que? Que Edward quebrou as paredes no murro? Roubou o corpo de Pamela e atravessou como o flash para não ser visto pelas câmeras? Bella precisa da sua ajuda, Charlie. Enquanto ela não aceitar o que sente por Edward, enquanto ela não viver o que sente não será feliz.

– Ele não serve pra ela.

– Como pode saber? Para alguns o errado é a medida certa. Ele é homem, um rapaz que ama sua filha a ponto de por a vida em risco, de matar para defendê-la. De abrir mão de coisas ou pessoas se for necessário.

– Ela conversa com você...

– Não é preciso muito, se você guardar seu remorso e olhar para os olhos dele quando vê a Bella, como ela muda quando ele se aproxima, isso é alma. Defeitos todos nos temos, não é por ele ser quem é, filho de quem seja que mudará. Ela só precisa aceitá-lo, assim como você precisa aceitar que esses dois se merecem! – brincou no final.

Eu realmente preciso saber ate onde Bella conversou sobre nos com Laura. Este foi o momento em que Ale resolveu acordar e chorar, muito.
Eu não poderia me fazer de desmaiado.

– Cuida do meu filho, Edward. Finja que não os viu. – disse Pamela.

Levantei de vagar para não mover Bella, dando a volta e libertando a mecha de cabelo, segurando Ale embrulhado na manta, um fedor subiu.

– Como consegue fazer uma bomba dessa? Eu não sei trocá-lo – sussurrei meu pedido de socorro.

– Eu faço isso, Edward. – Laura avisou, e lhe entreguei tomando o devido cuidado de não lhe tocar.

– Meu banheiro e nesta porta, tem coisas dele lá, eu realmente não sei trocar fraldas...

– Sem problema, estou acostumada.

Voltei meus olhos para Charlie, agora seria minha vez, mas estava tão perto de Bella acordar...

– Vamos para a biblioteca. – foi o que disse e saiu, me esperando no corredor.

Seguimos em um silencio perturbador, Charlie não disse nada e aquele muro negro cobriu seus pensamentos. Isso não era agradável.
Eu não tinha dicas, Alice também não via, contar as estrelas no terceiro andar estava mais agradável que responder minhas duvidas.

– O que você quer com minha filha, Edward?

– Eu amo a Bella, senhor Swan.

– Quem ama não faz sofrer, rapaz.

– Em momento algum tive essa intenção, tudo o que mais quero é fazê-la feliz, viver ao lado dela.

– E como pretende fazer isso, a cada despedida?

– Não senhor, eu demorei a entender que não há distancia para nos. Que mesmo sendo errado, Bella é minha razão de existir. Não tenho forças para me afastar, mesmo que ela peça.

– Se vê tendo um futuro ao lado dela? Casando, filhos, problemas familiares, velhice?

Ele pedia por coisa que eu sei que não poderei dar, isso fez aquele buraco onde deveria ter um coração latente, pesar e estranhamente latejar.

– Isso é tudo o que mais quero – mas não posso dar. Meus olhos arderam no típico choro preso.

Charlie permaneceu me estudando por um tempo, apenas com olhares fixos sobre os meus, sua mente ainda sendo um local inacessível.

– Eu não pretendo levar essa investigação adiante, vou pensar no que fazer e arquivar o caso, a final não há sequestro.

– Charlie. – digo parando-o a poucos passos da porta. – eu amo Bella, mais que eu mesmo. Após tudo não saberei qual é a resposta, mas venho lhe pedir, como o correto a ser feito. Eu quero me casar com sua filha, me daria à mão dela?

– Ora seu, você não... – seu rosto roxo, sua mão firme no coldre.

– Eu não a toquei Charlie. Eu respeito Bella, quero-a como minha esposa. – respondi prontamente.

Não precisaria explicar a ele sobre porque sua bala chicotearia na parede, em vez de me atravessar o peito, caso ele resolvesse atirar se eu demorasse a responder. Respirando fundo, Charlie sentou e voltou a me estudar.
Não sei o que viu em meus olhos, esse era ou não algo ruim, mas correu as mãos pela nuca e face.

– Bella é adulta, Edward. Eu poderia me por contra e fazer a vez de sogra nojenta que Renée certamente não fará com você. Mas esta é uma decisão da Bella. Se ela aceitar... só posso esperar que sofra uma parada cardiorrespiratória antes que eu a entregue no altar. – foi sincero em suas palavras.

– Obrigado, Charlie.

– Não agradeça ainda, você feriu minha filha, ela tem o meu sangue rapaz e espero que ela lhe faça penar.

– Eu vou esperar o tempo que for preciso.

– Vou levar Cindy comigo, amanhã conversarei com a mãe dela, faça o favor de deixar que eu conte sobre isso a Bella.

– Sim, senhor.

– Não fique sorrindo, quero você fora do seu quarto, Alice cuida dela.

Após as despedidas e averiguar que Alice cuidaria de Bella, Charlie partiu com sua caçula atada ao seu braço e Laura do outro lado.
Corri de volta ao meu quarto, faltando 2 minutos para Bella acordar, Ale dormia novamente, desta vez com outra roupa.

Seu coração aumentou a frequência das batidas, enquanto sua respiração se tornou superficial. Caminhei para o lado de Ale, não quero que ela tente se mover para vê-lo melhor.
Seus mares chocolates que tanto amo se abriram, ainda confusos, correndo pelo quarto, ate pousarem em mim e tentar ver o embrulho na cama.

– Ele esta bem. – digo erguendo o bebê.

Encostando sua cabeça na dela, a pequena mão correu pelo queixo de Bella, mexendo frenético.
Os pensamentos de um bebê são os mais puros e complexos existentes. Mas assim como eu, Ale já conseguia memorizar aquele cheiro de morangos, ele não conseguia entender, mas sabia que estar ali é seguro.
Lagrimas gordas deslizavam, lavando a face  corada de Bella, sugando o perfume de bebê.

– Vou colocá-lo na cama, minha temperatura esta infiltrando na roupa. – digo e acena minimamente. – Carlisle avisou que poderá ficar sem falar por alguns dias. Ate que o incomodo passe. – digo ao retornar para seu lado, tomando sua mão entre as minhas. – quando a vi... daquela forma...

Sua mão apertou a minha, seu polegar batendo duas vezes e voltei meus olhos em sua direção, um sorriso discreto nos lábios, compreensivos.

– Charlie já esteve aqui, voltará de manhã... – sua sobrancelha se ergueu – ele me odeia ainda mais. Tivemos que contar que Victoria era uma golpista que tentou roubar minha herança da família sanguínea usando você e o bebê...

Seus dedos dançavam em meu pulso, como uma brincadeira, sua atenção em nossas mãos unidas. Apertou meu polegar e girou a mão.

Os recém criados Edward, ela quer saber – Alice enviou o pensamento.

– Enquanto segui você e o Paul, os recém criados decidiram atacar – seus olhos se abriram assustados e amedrontados – se acalme, estamos todos bem. Quando puder se mover lhe apresentarei a alguns amigos, amigos vampiros. Eles nos ajudaram. Assim como temos o novo integrante da família... – parei buscando pela mente de Patrick e Tanya.

Muitos saíram para caçar, Kate e Zafrina seguiram Patrick, Bree e Makenna, assim como os outros Denalis.

– Ainda não sabemos se Patrick ficará conosco ou conseguirá dobrar Tanya. Ele é persistente e descarado. – rugas cresceram no centro de sua testa, a cor sumiu e me assustei.

Ergui-me preparando para chamar Carlisle, mas ergueu a mão, pedindo um minuto. Seus olhos no teto, sua respiração descompassada.
Sua outra mão seguindo para as costelas. Beijei sua testa, tocando onde sua mão estava para diminuir a dor quente.

– Durma mais, amanhã conversaremos – sua mão atou em minha blusa quando me afastei.

– Fica – sua voz arranhada, rouca, inaudível para um humano.

– Se prometer não falar e se mexer, eu fico. – apertou os olhos em um sim.

Aproveitei-me do ocorrido para sentar mais próximo, deixando uma palma aberta sobre suas costelas, perigosamente perto da base de seus seios, cuidando para não tocá-los, de forma alguma.

– Queria te pedir para não tentar nada imprudente pelos próximos dias, Alice ainda não teve visões, mas... Aro não deixará a morte de Alec sem punição.

Sua mão subiu por meu braço, fechando em punho na gola da blusa e me puxou, inclinei-me, próximo de seu rosto.
Bella me fitava com olhos marejados, mas em silencio. Eu desejo tanto entender o que se passa em sua mente.
Que aceitasse o que sente por mim, acreditando que eu não me afastarei. Deitei meu rosto em seu pescoço, seu calor me abrigando.

No final, não importa de que forma, Bella seria minha, transformada ou não. Mas a relutância prevalecia ao pensar em seu arrependimento.
Agora seriam mais pessoas para se despedir, viver essa vida sem familiares vivo não se equivale a perder todos quando eles estão ao seu lado.

Ver que será um perigo para quem mais ama, são situações pela qual ela deverá passar, a qual consumada não haverá volta.

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