Cindy andava em passos incertos e quando
abri a porta do meu quarto, seu coração disparou, ela via o perfil de Bella na
cama, Alice não quis sair do quarto. Pamela e Alex estavam lá fora, olhando
pelas copas das arvores.
Ale dormia virado para Bella, uma mexa
dos cabelos de mogno presos entre seus dedos, Alice enviou a imagem em que
tentava remover o fio dele, recebendo um aperto e principio de choro.
Cindy caminhou ate a cama, olhou de
relance para Alice e voltou os olhos para os dois. Olhava admirada as
semelhanças. Seguiu para a beira da cama e sentou, tocando a mão de Bella.
– É tão branca,
ela esta mesmo bem?
– Sim. Renée,
mãe dela é parte albina.
– O cabelo dela
é mais bonito que o meu! – disse brincando com um cacho de Bella. – o que aconteceu com ela? – disse
deslizando a ponta do indicador na abertura da blusa.
– Ela saiu
escondida para encontrar Victoria, sua irmã é muito corajosa e maluca. Sem um
pingo de amor a vida – disse Alice se erguendo.
– Então ela faz
tudo o que eu ainda não consigo fazer... – riu sapeca.
– Charlie deve
ter feito algo de muito grave em outra vida pra ser tão ferrado nessa! – ouvi Emmett que
soltou uma gargalhada.
– Tem urso aqui
por perto? –
outra gargalhada.
– Não
exatamente, essa é a gargalhada do nosso irmão, ele é escandaloso em alguns
aspectos.
– Então eu vou
gostar dele.
– Eu sou o
gostoso das Swans! – disse
e Rosalie estalou a mão na nuca dele e foi minha vez de prender a gargalhada.
Ela
vai acordar em uma hora, Edward.
Instintivamente olhei para o relógio do
radio 23:05
– Nos precisamos
conversar, Cindy. Charlie e outros humanos não podem saber sobre nos. Então
precisamos inventar uma desculpa para quando Charlie chegar procurando pela Bella.
–
Alice foi direta.
– O que
falaremos?
– Vamos para a
sala. Precisa conhecer o resto da família e depois tomar um banho, você tá
fedendo! – brincou
Alice, enlaçando o braço dela e segui. –
você é mais alta que a Bella.
– Eu posso comer
sopa na sua cabeça.
– Primeira
lição, jamais, em hipótese alguma, faça brincadeiras sobre o meu tamanho. Eu
também sou vampira.
– Se o meu
cunhado não me mete medo, não vai ser você!
– Abusada.
Desciam entre uma conversa fácil, Alice
e Jasper se ocuparam de explicar tudo o que diríamos para Charlie. Como o
esperado, eu seria o grande culpado.
Contaríamos a versão em que uma golpista
tentou me chantagear para receber uma herança da minha família sanguínea.
Levando Ale e depois Bella com ela para
me forçar a voltar, não teríamos um corpo. Por esse motivo, precisaríamos que
ele acredite que eu matei Victoria antes que ela matasse, Bella.
Carlisle pediria ajuda para não vazar
essa noticia, como os agentes gostam de dizer, abafar o caso.
Quanto a Cindy. Contaríamos que ela
encontrou Ale jogado em um galpão vizinho. Que quando estava saindo com Bella
desacordada a encontrei e reconheci o bebê.
Uma pequena camada de suor brotava pela
testa de Bella e caminhei para a cama. Ale ainda dormia atado a mecha de cabelo.
Deslizei meus dedos por sua barriga,
deixando meu braço em torno de suas costelas, este ponto estava com a
temperatura elevada.
– Charlie esta
chegando Edward, seria melhor fingir que esta dormindo – pediu Alice.
Fechei meus olhos e me tornei um
telespectador. Com Cindy andava de um
lado ao outro, em uma fraca tentativa de ludibriar o sono que sentia.
Esme estava em um canto da sala, já
havia feito lanches para ela, segurava os braços de Carlisle com mais forças do
que ele a segurava.
Todos temos certeza que ela não faria
mal para Cindy, e ela compreendeu o que deveria fazer e dizer, assim como não
poderia expressar sobre a paternidade.
Os minutos passaram e pude ouvir o carro de
Charlie entrar na estrada, Laura acompanhava, ela já o acalmava. Enquanto meu
nervosismo nasceu e se instalou em todo meu ser.
Se apenas amando a filha dele ele não me
suporta, agora como assassino seria ainda mais complicado. Isso considerando
que ele vá... abafar o ocorrido. O que eu não acredito.
Ele queria uma desculpa para me prender
e manter distante da filha, eu acabo de lhe dar essa desculpa.
– Faça como sua
filha e finja que tem educação, se não for pelo Doutor, faça pela esposa. Ela é
uma heroína cuidando desses adolescentes, mesmo quando alguns aparentam não
ser!
– Era só o que
me faltava! Minha filha tá ai dentro e toda vez que tenho noticias ruins da
Bella é por estar aqui e por causa daquele branquelo.
– Olha o
preconceito, Charlie. Quantas vezes eu vou ter que conversar sobre Edward e Bella com você?
– Você esta me
distraindo, não vai conseguir. Hoje eu pego esse Edwin.
– É Edward e
você vai acabar careca de tanto negar, fica parecendo um velho gagá fingindo só
para provocá-lo. –
dizia enquanto apertava a companhia e ria da face seria de Charlie. – Sorria homem – disse depositando um
beijo casto na boca de Charlie – sua
filha esta bem.
Quando Esme atendeu estrategicamente a
porta, teve tempo de vê-los de mãos dadas e o rosto de Charlie foi tomado pelo
sangue, corado como a filha.
– Desculpe o
horário, senhora Cullen. Bella não atende o telefone.
– Apenas Esme. Entrem,
por favor. Precisávamos falar com vocês. Estávamos esperando a Bella acordar.
– Ela ainda esta
dormindo? – disse
Charlie buscando por Carlisle.
– Como vai
Charlie, gostaria de conversar com você, venha ate meu escritório? – Laura empurrou
Charlie
– Seja educado – Laura sussurrou,
fazendo Charlie se irritar e seguiu para o lado de Esme.
– Seria de
grande ajuda me resumirem a história, ele esta impaciente. Principalmente por
não conseguirmos nada sobre o bebê...
– Edward recebeu
uma ligação, não gostamos de contar o que houve com a família dele, mas... – deixei de focar
no que Esme dizia a Laura e segui a linha de pensamento de Carlisle.
Ele já havia começado a contar para Charlie,
que ouvia tudo atento, mas pelas linhas de pensamento, ele não estava
satisfeito.
E se havia alguma duvida agora ele não
me aceitaria ao lado da filha, Carlisle ainda não contou sobre o assassinato.
– Como é?
– Eu estou te
pedindo como pai, Edward já passou por situações traumatizantes, todos temos
uma cota...
– E quanto a
Bella? O bebê?
– Ele não pensou
em nada que não fosse a segurança de Bella, ela esta dormindo porque essa
mulher agrediu machucando algumas costelas, mas ela esta bem. Ainda há outra
coisa, quando Edward saía com Bella, ele encontrou uma jovem, essa jovem
encontrou o bebê em um galpão ele reconheceu.
– Onde ela esta?
Preciso do testemunho dela e levar Bella daqui agora.
– Achamos que
ela seja sua filha.
Não
teve outra alternativa Edward, ele estava decidido.
– Tudo bem, pai.
Charlie petrificou no caminhou, em sua
mente alguns xingamentos, pragas e sorria mentalmente de forma irônica,
lembrando de uma conversa com Laura, havia dito sobre filhos perdidos, mas era
apenas um subterfúgio para finar as tentativas de Laura em seduzi-lo.
Antes de qualquer outro pensamento ele
se lamentava por ter perdido o crescimento de mais uma filha.
– Onde ela esta?
– Na cozinha com
Alice, eu tomei a liberdade de colher sangue de ambas – disse entregando
o exame para Charlie.
As mãos tremulas tocaram o envelope
amarelo, as pernas fraquejaram e seu corpo desabou sobre a cadeira ao lado,
quase caindo fora dela.
Lia e relia o papel, seus olhos passando
pela palavra em negrito e maiúscula sem enxergar. Devolveu o envelope para
Carlisle, pedindo em gestos que dissesse o resultado.
– Positivo,
Charlie.
Sua mente fervilha, muitas lembranças,
muitos pensamentos incoerentes, ate que sua mente se tornou muda. Um muro negro
surgiu encobrindo seus pensamentos. Esfregou as mãos sobre o rosto antes de
sentar de forma ereta.
– E Bella ainda
não sabe, certo? Eu quero contar para ela.
– Tudo bem,
Charlie.
– Elas já...
– Cindy pediu
para ver Bella. Mas o resultado apenas você viu.
– Cindy... Como
suspeitaram?
– Realmente é
adequado lhe preparar, eu cheguei a ver uma foto da Bella mais nova. Cindy tem
uma pele branca natural e loira, com muitos cachos.
– Loira?
– Fora isso, ela
é toda sua!
Desceram para a cozinha, onde Alice
finalmente convenceu Cindy de comer, ela estava com sono. Sua atenção voltou
quando Alice levantou indo abraçar Charlie.
– Por favor,
Charlie. Não deixa levarem meu irmão?
Alice dizia de uma forma descarada,
fingindo choro. Uma atriz! Ela sabia da consideração que ele tem por ela, de
não conseguir negar nenhum pedido.
– Eu...
– Por favor?
– Alice, filha.
Deixe para depois...
Charlie em sua ingenuidade depositou um
beijo na testa de Alice e voltou sua atenção para a filha, ela mantinha os
olhos fixos em Charlie, não escondendo alegria ao notar as semelhanças.
– Boa noite? – perguntou
envergonhada, arrumando o cacho atrás da orelha e Charlie lembrou de Bella aos
seis anos fazendo o mesmo movimento.
– Boa noite...
– Esse exame...
– Eu nunca
soube... digo... se eu soube...
– Não esquenta,
minha mãe falou sobre estar bêbada. Eu sempre achei que ela mentia. Que estava
com raiva por você ter mentido, sei lá. Ser casado...
– Eu estava
divorciado, mas não menos bêbado.
– Imaginei...
exatamente como esperava, eu sou uma ótima filha, chata as vezes, mas não
insuportável para não querer me conhecer...
– Eu me sinto
mal por não ter lhe encontrado antes, eu fui imaturo, fiz coisas de que me
arrependo, mas você não esta incluída nelas, só em não ter lhe encontrado, não
ter lhe visto nascer.
– Eu fui um bebê
horrível! Mamãe dizia que não sabia o que fazer pra me calar – disse rindo e
limpando as lagrimas – eu posso te
abraçar? – Charlie apenas abriu os braços e seguiu para a filha.
– Bella sempre
aprontando e me trazendo uma surpresa – Charlie sussurrou beijando a cabeça de
Cindy, fazendo-a rir junto com ele.
Neste momento deixei de prestar atenção
no que diziam, deveria ter feito isso antes, mas as emoções e imagens gritavam
na mente dela, assim como as emoções de ambos afetavam Jasper que não queria se
afastar.
Afundei meu rosto entre os fios mognos
de Bella, o relógio marcando 23:45. Respirei fundo, sugando seu perfume de morangos,
eu poderia viver uma eternidade desta forma.
Como a amo, se houvesse uma forma de me
tornar o que ela precisa, de viver ao seu lado, sem tirá-la a humanidade.
Só quero ser feliz ao seu lado...
Um estalo em minha porta deixou-me
alerta. Charlie entrava com Laura e Cindy ao lado.
– Eles são lindos
juntos...
– disse Cindy.
– Você chegou
agora, então não sabe o que esse garoto já fez sua irmã passar.
– Eles se amam
papai, digo, não sei quanto a Bella, mas esse cara ama muito ela. Ele enfrentou
aquela sanguinária para cuidar da minha irmã. Se isso não for amor...
– E por acaso
sabe o que é amor?
– Ainda não, mas
sou louca pra descobrir, principalmente se for um tão forte quanto o dele.
Espero que ele seja correspondido.
– Sim, Bella ama
Edward. Ela só tem medo de assumir, isso é um mal de família. Espero que seja
diferente com você. –
Laura responde apertando a mão de Charlie.
– Eu vou avisar
a mamãe que estou bem, ela vai surtar quando descobrir que te encontrei! – os pés
saltitantes de Cindy ocuparam espaço por um tempo, ate que Laura e Charlie se
aproximaram, ela foi verificando Ale.
– Olhe Charlie,
ele esta corado, saudável. E atado ao cabelo da Bella.
– E ela
enfaixada... – resmungou.
– Charlie,
poderia ser pior. Já imaginou se Edward não chega a tempo?
– Ele causou
isso!
– Fale baixo,
vai acordá-los e ninguém procura esse tipo de coisa, apenas acontecem. – se colocaram na
porta.
– Desde que esse
garoto se envolveu com minha filha só acontecem desgraças.
– Não diga isso
Charlie, algumas coisas só precisam acontecer.
– Pensa o mesmo
sobre os amigos dela? Aquele acidente no hospital ainda esta atravessado...
– E pensa que
foi o que? Que Edward quebrou as paredes no murro? Roubou o corpo de Pamela e
atravessou como o flash para não ser visto pelas câmeras? Bella precisa da sua
ajuda, Charlie. Enquanto ela não aceitar o que sente por Edward, enquanto ela
não viver o que sente não será feliz.
– Ele não serve
pra ela.
– Como pode
saber? Para alguns o errado é a medida certa. Ele é homem, um rapaz que ama sua
filha a ponto de por a vida em risco, de matar para defendê-la. De abrir mão de
coisas ou pessoas se for necessário.
– Ela conversa
com você...
– Não é preciso
muito, se você guardar seu remorso e olhar para os olhos dele quando vê a
Bella, como ela muda quando ele se aproxima, isso é alma. Defeitos todos nos
temos, não é por ele ser quem é, filho de quem seja que mudará. Ela só precisa
aceitá-lo, assim como você precisa aceitar que esses dois se merecem! – brincou no
final.
Eu realmente preciso saber ate onde
Bella conversou sobre nos com Laura. Este foi o momento em que Ale resolveu
acordar e chorar, muito.
Eu não poderia me fazer de desmaiado.
– Cuida do meu
filho, Edward. Finja que não os viu. – disse Pamela.
Levantei de vagar para não mover Bella,
dando a volta e libertando a mecha de cabelo, segurando Ale embrulhado na
manta, um fedor subiu.
– Como consegue
fazer uma bomba dessa? Eu não sei trocá-lo – sussurrei meu pedido de socorro.
– Eu faço isso,
Edward.
– Laura avisou, e lhe entreguei tomando o devido cuidado de não lhe tocar.
– Meu banheiro e
nesta porta, tem coisas dele lá, eu realmente não sei trocar fraldas...
– Sem problema,
estou acostumada.
Voltei meus olhos para Charlie, agora
seria minha vez, mas estava tão perto de Bella acordar...
– Vamos para a
biblioteca.
– foi o que disse e saiu, me esperando no corredor.
Seguimos em um silencio perturbador,
Charlie não disse nada e aquele muro negro cobriu seus pensamentos. Isso não
era agradável.
Eu não tinha dicas, Alice também não
via, contar as estrelas no terceiro andar estava mais agradável que responder
minhas duvidas.
– O que você
quer com minha filha, Edward?
– Eu amo a Bella,
senhor Swan.
– Quem ama não
faz sofrer, rapaz.
– Em momento
algum tive essa intenção, tudo o que mais quero é fazê-la feliz, viver ao lado
dela.
– E como
pretende fazer isso, a cada despedida?
– Não senhor, eu
demorei a entender que não há distancia para nos. Que mesmo sendo errado, Bella
é minha razão de existir. Não tenho forças para me afastar, mesmo que ela peça.
– Se vê tendo um
futuro ao lado dela? Casando, filhos, problemas familiares, velhice?
Ele pedia por coisa que eu sei que não
poderei dar, isso fez aquele buraco onde deveria ter um coração latente, pesar
e estranhamente latejar.
– Isso é tudo o
que mais quero
– mas não posso dar. Meus olhos arderam no típico choro preso.
Charlie permaneceu me estudando por um
tempo, apenas com olhares fixos sobre os meus, sua mente ainda sendo um local
inacessível.
– Eu não
pretendo levar essa investigação adiante, vou pensar no que fazer e arquivar o
caso, a final não há sequestro.
– Charlie. – digo parando-o a
poucos passos da porta. – eu amo Bella,
mais que eu mesmo. Após tudo não saberei qual é a resposta, mas venho lhe pedir,
como o correto a ser feito. Eu quero me casar com sua filha, me daria à mão
dela?
– Ora seu, você
não... –
seu rosto roxo, sua mão firme no coldre.
– Eu não a toquei
Charlie. Eu respeito Bella, quero-a como minha esposa. – respondi
prontamente.
Não precisaria explicar a ele sobre
porque sua bala chicotearia na parede, em vez de me atravessar o peito, caso
ele resolvesse atirar se eu demorasse a responder. Respirando fundo, Charlie
sentou e voltou a me estudar.
Não sei o que viu em meus olhos, esse
era ou não algo ruim, mas correu as mãos pela nuca e face.
– Bella é
adulta, Edward. Eu poderia me por contra e fazer a vez de sogra nojenta que
Renée certamente não fará com você. Mas esta é uma decisão da Bella. Se ela aceitar...
só posso esperar que sofra uma parada cardiorrespiratória antes que eu a
entregue no altar. –
foi sincero em suas palavras.
– Obrigado,
Charlie.
– Não agradeça
ainda, você feriu minha filha, ela tem o meu sangue rapaz e espero que ela lhe
faça penar.
– Eu vou esperar
o tempo que for preciso.
– Vou levar
Cindy comigo, amanhã conversarei com a mãe dela, faça o favor de deixar que eu
conte sobre isso a Bella.
– Sim, senhor.
– Não fique
sorrindo, quero você fora do seu quarto, Alice cuida dela.
Após as despedidas e averiguar que Alice
cuidaria de Bella, Charlie partiu com sua caçula atada ao seu braço e Laura do
outro lado.
Corri de volta ao meu quarto, faltando 2
minutos para Bella acordar, Ale dormia novamente, desta vez com outra roupa.
Seu coração aumentou a frequência das
batidas, enquanto sua respiração se tornou superficial. Caminhei para o lado de
Ale, não quero que ela tente se mover para vê-lo melhor.
Seus mares chocolates que tanto amo se
abriram, ainda confusos, correndo pelo quarto, ate pousarem em mim e tentar ver
o embrulho na cama.
– Ele esta bem.
–
digo erguendo o bebê.
Encostando sua cabeça na dela, a pequena
mão correu pelo queixo de Bella, mexendo frenético.
Os pensamentos de um bebê são os mais
puros e complexos existentes. Mas assim como eu, Ale já conseguia memorizar
aquele cheiro de morangos, ele não conseguia entender, mas sabia que estar ali
é seguro.
Lagrimas gordas deslizavam, lavando a
face corada de Bella, sugando o perfume
de bebê.
– Vou colocá-lo
na cama, minha temperatura esta infiltrando na roupa. – digo e acena
minimamente. – Carlisle avisou que
poderá ficar sem falar por alguns dias. Ate que o incomodo passe. – digo ao
retornar para seu lado, tomando sua mão entre as minhas. – quando a vi... daquela forma...
Sua mão apertou a minha, seu polegar
batendo duas vezes e voltei meus olhos em sua direção, um sorriso discreto nos
lábios, compreensivos.
– Charlie já
esteve aqui, voltará de manhã... – sua sobrancelha se ergueu – ele me odeia ainda mais. Tivemos que contar
que Victoria era uma golpista que tentou roubar minha herança da família
sanguínea usando você e o bebê...
Seus dedos dançavam em meu pulso, como
uma brincadeira, sua atenção em nossas mãos unidas. Apertou meu polegar e girou
a mão.
Os recém criados
Edward, ela quer saber – Alice enviou o pensamento.
– Enquanto segui
você e o Paul, os recém criados decidiram atacar – seus olhos se
abriram assustados e amedrontados – se
acalme, estamos todos bem. Quando puder se mover lhe apresentarei a alguns
amigos, amigos vampiros. Eles nos ajudaram. Assim como temos o novo integrante
da família... – parei buscando pela mente de Patrick e Tanya.
Muitos saíram para caçar, Kate e Zafrina
seguiram Patrick, Bree e Makenna, assim como os outros Denalis.
– Ainda não
sabemos se Patrick ficará conosco ou conseguirá dobrar Tanya. Ele é persistente
e descarado. –
rugas cresceram no centro de sua testa, a cor sumiu e me assustei.
Ergui-me preparando para chamar
Carlisle, mas ergueu a mão, pedindo um minuto. Seus olhos no teto, sua
respiração descompassada.
Sua outra mão seguindo para as costelas.
Beijei sua testa, tocando onde sua mão estava para diminuir a dor quente.
– Durma mais,
amanhã conversaremos – sua mão atou em minha blusa quando me afastei.
– Fica – sua voz arranhada,
rouca, inaudível para um humano.
– Se prometer
não falar e se mexer, eu fico. – apertou os olhos em um sim.
Aproveitei-me do ocorrido para sentar
mais próximo, deixando uma palma aberta sobre suas costelas, perigosamente
perto da base de seus seios, cuidando para não tocá-los, de forma alguma.
– Queria te
pedir para não tentar nada imprudente pelos próximos dias, Alice ainda não teve
visões, mas... Aro não deixará a morte de Alec sem punição.
Sua mão subiu por meu braço, fechando em
punho na gola da blusa e me puxou, inclinei-me, próximo de seu rosto.
Bella me fitava com olhos marejados, mas
em silencio. Eu desejo tanto entender o que se passa em sua mente.
Que aceitasse o que sente por mim,
acreditando que eu não me afastarei. Deitei meu rosto em seu pescoço, seu calor
me abrigando.
No final, não importa de que forma,
Bella seria minha, transformada ou não. Mas a relutância prevalecia ao pensar
em seu arrependimento.
Agora seriam mais pessoas para se
despedir, viver essa vida sem familiares vivo não se equivale a perder todos
quando eles estão ao seu lado.
Ver que será um perigo para quem mais
ama, são situações pela qual ela deverá passar, a qual consumada não haverá
volta.
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