Bella estava muito animada. Voltaria para faculdade e finalmente terminaria pelo menos a primeira etapa. Ainda tinha muito que estudar pela frente. Contudo, ficar somente em casa não era muito atrativo para ela, já que gostava de movimentação.
— Bom, agora sim. Vamos. — Disse Bella descendo as escadas segurando alguns livros na mão. E então arrumou tudo dentro de uma enorme bolsa. — Vamos lá, ok? Tá tudo aí, anjinha? — Perguntou Bella se abaixando a altura de Elizabeth.
— Tá sim, mamãe. — Disse a pequena sorrindo.
— Então vamos, porque se não, vamos ser duas atrasadas. — Disse ela saindo de casa, correndo, com a pequena.
Bella a levou até a entrada do colégio e lhe deu vários beijos no rosto, para depois seguir para faculdade. Ela foi andando pelo estacionamento que estava cheio de pessoas. Alguns conhecidos a cumprimentaram com acenos e sorrisos. Mas a verdade era que a maioria de seus amigos estavam agora na sua tão sonhada residência. Ou seja, bem adiantados e em outros horários. Na verdade, todos eles era agora estudantes noturnos.
Bella pegou sua folha com horários e foi olhando enquanto caminhava. Sua distração a fez se chocar com alguém.
— Me desculpa. — Disse ela depressa se agachando pra pegar a folha, mas a pessoa fez o mesmo e então suas mãos se tocaram. Ela levantou os olhos vendo de quem se tratava.
— Bella, sempre desastrada, né? — Disse o lindo loiro com um sorriso convencido no rosto.
— James. — Disse Bella sorrindo sem graça não podendo evitar ficar vermelha.
— Senti saudades da minha aluna preferida. — Disse ele galanteador e Bella pela primeira vez se sentiu incomodada com aquilo.
— Eu tenho que entrar. — Disse ela fazendo um gesto com a mão em direção ao prédio. — Se... Se não vou me atrasar. — Disse ela nervosa e ele deu um sorriso, assentindo. Quando ela deu os primeiros dois passos sentiu o braço dele segurando-a.
— Toma cuidado, ok? — Disse James dando um sorriso sugestivo para ela. — Não queremos você esbarrando por aí. — Disse ele em tom de brincadeira. — A não ser, é claro, que eu seja um sortudo. — Disse ele soltando o braço dela e dando uma piscadela.
Bella andou apressadamente — praticamente correndo — até chegar dentro do prédio. Só quando passou pelas portas, ela se permitiu andar mais devagar e respirar fundo para se acalmar.
Nas primeiras aulas, Bella ainda estava dispersa. Mas a medida que as horas foram passando, ela conseguiu afastar os pensamentos da sua cabeça e se concentrar nas aulas. O que era muito bom, já que afastou também os pensamentos desagradáveis de sua mente. Entretanto, estava sendo algo extremamente monótono ter que reprisar todas as matérias que já tinha visto. Mas ela usou isso em prol de uma colega, auxiliando-a quando ela encontrava dificuldades em compreender o conteúdo. Nos intervalos das aulas ela aproveitou para conversar com alguns professores. E na hora do almoço, ela almoçou com Lauren, uma das garotas que ela tinha auxiliado em coisas banais da matéria que compartilhavam.
Já era tarde quando Bella teve sua ultima aula. E embora tenha sido cansativo seu dia, ela se sentia revigorada. Ela se dirigiu para o colégio para buscar Elizabeth. Ficou uns minutos dentro do carro, pois ainda estava adiantada, aproveitando desse momento para mandar uma mensagem para Rosalie e avisando que precisava falar com ela. Alguns minutos depois, o telefone tocou.
— Bella, oi! — Disse Rosalie de forma carinhosa.
— Rose. — Disse Bella soltando o ar.
— Bella, aconteceu alguma coisa? — Perguntou Rosalie que estava do lado de fora do hospital, pois o sinal ali era melhor.
— Rose, você se lembra do James? — Perguntou Bella abruptamente.
— Bella, esse nome não é estranho, mas sei la. — Disse Rosalie dando os ombros não entendendo nada.
— Rose, pensa, por favor. — Disse Bella olhando para janela. — Ele dá aula na faculdade. Com certeza você deve ter estudado com ele. — Disse Bella bufando.
— Tá! Pera aí. Deixa eu ver...— Disse Rosalie ficando uns segundos em silencio. — Lembrei. — Disse ela estalando os dedos. — Loiro, alto, olhos azuis claro. O colírio das meninas na época. — Disse Rosalie sorrindo com a lembrança. — Mas o que tem isso? — Perguntou ela por fim
— Rose, hoje James falou comigo... E bem, acho que... — Dizia Bella nervosa ao telefone.
— Ah, Bella, fala de uma vez. — Disse Rose impaciente.
— Eu acho que ele estava flertando comigo. — Disse Bella de uma vez e a linha ficou silenciosa por alguns minutos.
— Bella, eu não sei o que dizer. Eu, sei lá, to chocada. — Disse Rose. — Mas tem certeza? Ele sabe que você está casada. Talvez tenha sido só impressão.
— Não, Rose. Sei lá, talvez. Mas sei lá. — Disse Bella passando a mão nos cabelos. — O jeito que ele me olha, como... Eu não sei explicar. Eu já notei alguma coisa uma vez, sabe? Mas meio que eu pensei que fosse coisa da minha cabeça. Mas agora... — Ela fez uma pausa. — Talvez não seja. — Disse Bella encostando a cabeça no banco e fechando os olhos.
— O que vai fazer? — Perguntou Rose olhando para os lados pra se certificar que estava sozinha.
`— Bom, vou evitá-lo. — Disse Bella como se estivesse fazendo uma pergunta, ao invés de afirmar sua resposta.
— Isso. Faz isso. Se ele, mesmo assim, insistir, aí, sim, dá um fora nele. — Disse Rosalie com raiva.
— É isso que eu vou fazer. — Disse Bella mordendo os lábios.
— Vai contar para o Edward? — Perguntou Rosalie ainda olhando para os lados.
— NÃO. — Disse Bella alto. — Me desculpa... Quer dizer, não tem o que contar por enquanto. É só uma suspeita e se forem investidas inofensivas, sei que posso lidar com isso. — Disse Bella meio insegura. — Não tem porque contar para o Edward. Ele é muito ciumento, Rose. E isso pode acabar tomando proporções que não existem. — Disse Bella mais firme.
— Não. Tem razão! Têm caras que sei lá... Gostam disso: de jogar charme mesmo. Vai ver é isso. — Disse Rosalie tranquilamente.
Bella e Rosalie ainda conversaram mais alguns minutos sobre amenidades. Elas ainda tinham contato todos os dias, mas nunca dava para falar tudo. Bella se despediu da amiga assim que ouviu o sinal tocar.
Desceu do carro que estava estacionado no outro lado da rua e atravessou indo até a entrada, chamando atenção de alguns pais. Ela usava uma calça skinny preta, uma sandália de salto alto, também na cor preta. Uma blusa azul social feminina com botões na frente também justa.
Ela cumprimentou as pessoas educadamente enquanto esperava a filha sair. Se abaixando para dar um beijo e um abraço na menina, logo que a viu. Pegou a mochila e a lancheira da mão da menina, estendendo a outra mão para atravessaram a rua. Bella deixou pra trás alguns homens a secando, mas ela nem ao menos percebeu.
Bella foi dirigindo com estremo cuidado, respeitando os limites de velocidade, sempre olhava pelo retrovisor ou para Elizabeth. Ouviu o celular tocar, mas ignorou. Não falava ao celular enquanto dirigia. E quando finalmente o telefone parou de tocar, ela agradeceu mentalmente por isso. A menina contava animada o que tinha feito na escola e Bella ouvia a tudo atentamente. Assim que estacionaram o carro na enorme garagem viram a porta se abrir e Edward saiu agora vestindo roupas confortáveis e com o cabelo molhado denunciando o recente banho.
Bella destravou a porta do carro e logo ele abriu soltando a filha da cadeirinha e pegando o material dela. Bella pegou a bolsa e desceu do carro fechando a porta.
Edward estava sério pelo que ela pode notar. Segurava Elizabeth no colo e esperava Bella na soleira da porta.
— Porque não atendeu o celular? — Perguntou ele parecendo irritado e Bella piscou pelo menos umas duas vezes.
— Porque eu estava dirigindo. — Disse ela tranquilamente.
— Ahan! — Disse ele parecendo envergonhado.
— Agora será que eu ganho um beijo, também? Ou é só essa bonequinha aqui que ganha? — Disse Bella fazendo um biquinho. Edward se aproximou dela e deu um beijo casto que fez com que ambos ficassem com um gosto de quero mais na boca. Mas os olhares que trocaram prometiam muito outros beijos mais tarde.
Eles passaram pela cozinha e Bella sentiu o cheiro bom. Fazia muito tempo que Edward não cozinhava.
— Hum, o cheiro está ótimo. — Disse ela sorrindo e ele sorriu em reposta.
— Quer ajuda? — Perguntou ela.
— Não. Eu do canta. — Disse ele dando um sorriso convencido.
— Ok. Então eu e essa mocinha vamos tomar um banho. — Disse Bella já rebocando a pequena pelos corredores. Edward levou as coisas de ambas pra sala deixando em cima de um pequeno móvel de madeira.
Bella e Elizabeth tomaram banho de banheira bem demorado; mais brincando do que tudo. Bella colocou um vestido longo preto e calçou um chinelo no tom laranja e vestiu a menina já com roupas de dormir bem quentinha. Depois penteou os cabelos dela deixando a pequena fazer o mesmo com ela.
Assim que desceram Bella pegou o material da filha e ficou olhando tudo com atenção vendo se tinha trabalho de casa e se inteirando também do que ela estava estudando. E depois ajudou a pequena com o trabalho da escola. Estavam as duas sentadas no chão da sala enquanto a pequena estava escrevendo, apoiada na mesa de centro. Vez ou outra Bella acariciava os cabelos dela ou falava calmante e de forma carinhosa lhe explicando e respondendo as curiosidades da filha.
Edward ficou um tempo parado somente olhando as mulheres da sua vida. Era uma cena linda de se ver: a cumplicidade das duas, seus sorrisos e o carinho que uma tinha pela outra.
Depois que acabaram de fazer o dever, assistiram desenho juntas dando risadas. Não demorou muito e logo Edward as chamou anunciando que o jantar estava pronto. Edward tinha arrumado uma bonita mesa na sala de jantar. Ele tinha feito Peixe assado e a cara estava ótima. E o cheiro divino.
— Uau. — Disse Bella sorrindo ao ver a mesa. Ele ajudou a filha a se sentar, já que Edward estava sentado na cabeceira. Bella ao lado dele e Elizabeth do outro.
— Será que pode nos servir? Porque nós duas estamos morrendo de fome. — Disse Bella fazendo drama de forma teatral pondo a mão na testa.
Edward riu junto com afilha e então serviu a menina e depois a Bella. Eles deram graças pela comida rapidamente, como era do costume de Bella, algo que ele observado com o tempo de convivência era como o fato dela ser religiosa. Do tipo que ia a missa e vez ou outra estava sempre indo a igreja visitar o padre.
Durante o jantar, Bella e Edward conversaram sobre seu dia. Falaram amenidades e ouviram as perguntas mais criativas da sua filha. Algo que os fazia dar risada. E depois que comeu, Bella ainda repetiu.
— Mamãe, o que é isso? — Disse a menina apontando para o copo.
— Vinho. — Disse Bella dando um gole na bebida. — Mas antes que a senhorita pergunte, não pode beber. — Disse Bella sorrindo e a menina fez um biquinho. — Isso é bebida de adulto. — Disse Bella arqueando uma sobrancelha.
A pequena ficou de bico por alguns minutos, mas logos voltou a comer e tomar seu suco. Durante o restante do jantar ficaram apenas ouvindo a menina falar.
Depois que acabaram o jantar, Bella se ofereceu pra ajudar ele a lavar a louça, mas ele dispensou. Então ela voltou para a sala e assistiu um pouco mais de desenho com Elizabeth até que viu que a menina já apresentava sinais de sono. Então a rebocou para o quarto dela, a ajudando a escovar os dentes e fazendo ela se deitar na cama. De forma insistente a criança pediu para Bella contar uma história. E mal ela tinha começado a contar, viu que ela tinha dormido. Isso a fez sorrir e depois deu um beijo na testa dela dizendo um eu te amo no seu ouvido. Apagou as luzes, saindo do quarto.
Bella desceu as escadas e ouviu uma musica tocando. Era Joss Stone, uma de suas cantoras favoritas. Edward estava sentado no sofá e conforme foi chegando perto, ela viu duas taças de vinho em cima da mesa de centro e a garrafa agora dentro do gelo. Bella se sentou ao lado dele pondo os pés em cima do sofá. Ele então serviu tanto ela quanto a si mesmo. Bella deu um bom gole. Era sua terceira taça, o que a fez sorrir.
— Edward, parece até que quer me embebedar. — Disse ela sorrindo.
— Isso seria interessante. — Disse ele sorrindo torto. — Mas outro dia, talvez. — Disse ele tirando a taça que estava com o liquido pela metade da mão dela e colocando em cima da mesa de centro e voltando a se sentar puxando os pés dela pra ficar no seu colo.
— O que foi? — Perguntou Bella arqueando a sobrancelha.
— Você é linda. — Disse ele massageando os pés dela o que fez ela suspirar e se deitar no sofá.
— Você é lindo. — Disse ela dando um sorriso pra ele.
— Às vezes olho para você e não acredito na sorte que eu tenho. — Disse ele carinhosamente olhando pra ela.
— Eu te amo. — Disse Bella brincando com seus cabelos o olhando.
Edward começou a subir com as mãos massageando as pernas dela e cada vez que ia avançando subia seu longo vestido. Ficou brincando assim com ela, ouvindo suas risadas e suspiros.
Começou a alternar entre mãos e beijos, até que ela o puxou pela blusa, fazendo-o cair em cima dela. Ambos riram e logo começaram a se beijar. A princípio de forma casta, mas logo o beijo se tornou intenso. Estavam fazendo amor com a língua. Não demorou muito para os beijos de Edward vagarem pelo pescoço e colo dela e por fim ambos já se livravam de suas roupas.
Algumas horas depois Bella e Edward estavam deitados no chão, enroscados, com sorrisos no rosto. Estavam suados e exaustos, devido ao recente orgasmo.
— Edward, é uma hora da manhã. — Disse Bella olhando para o relógio em cima da lareira.
— É fácil me perder em você. — Disse ele mordiscando a orelha dela.
— Serio. Vamos dormir. — Disse ela se sentando e jogando os cabelos para trás.
— Como posso pensar em dormi com você aqui nua na minha frente. — Disse Edward acariciando a cintura dela subindo a mão devagar.
— Amor, por favor. — Disse Bella suspirando e ele suspirou alto, mas entendeu.
Eles cataram suas roupas, mas Edward a pegou no colo, fazendo-a soltar um gritinho e então foram pro seu quarto. E obviamente fizeram amor mais uma vez durante o banho. Depois disso caíram na cama e Bella logo dormiu. Contudo, Edward ainda ficou velando o sono dela por alguns minutos.
As semanas passaram rápido. Bella já estava atolada de trabalho, deveres de casa, pesquisas que estavam lhe tirando o sono. Contudo não era só isso que estava lhe perturbando. Tinha algo a mais. Há poucas semanas Bella teve um encontro desagradável.
Bella saía de uma livraria carregando duas sacolas, tinha ido comprar uns livros indicados por seus professores. Ela saía a passos apressados, pois ainda teria que buscar Elizabeth na escola. Assim que levantou seus olhos, deu de cara com Carmem.
— Tia. — Disse ela por costume.
— Já disse para não me chamar assim. — Disse a mulher de forma ríspida.
— O que faz aqui, Carmem? — Perguntou Bella tentando soar firme.
— Tenho assuntos para tratar em Forks. — Disse Carmem simplesmente. — Fiquei sabendo que se casou. — Disse a mulher com um sorriso debochado no rosto. — E pelo que sei foi muito bem. Justo um Cullen. — Disse Carmem arqueando a sobrancelha a avaliando. — Não sei realmente o que ele viu em você. — Disse ela a olhando com desprezo. — Mas eu sempre soube que era um vadia que nem sua mãe. — Disse a mulher com raiva.
— Não fala da minha mãe. — Disse Bella com raiva dando um passo em direção a ela.
— Eu falo a verdade. — Disse a mulher com crueldade. — E a única culpada pela morte dos seus pais é você. — Disse Carmem dando as costas indo em direção ao seu carro.
— Porque faz isso? — Perguntou Bella com os olhos marejados. — Porque me atormenta desse jeito? Porque não some da minha vida de vez? — Perguntou Bella com raiva. — Já fez isso uma vez porque não me deixa em paz.
— Porque a desgraça da minha vida aconteceu quando você entrou nela. — Disse Carmem abrindo a porta do carro e entrando em seguida.
Bella sentiu seus joelhos fraquejarem e se apoiou na porta. Ela respirou fundo para se controlar caminhando até seu quarto.
Edward vinha notando que Bella estava mais ansiosa, mais arisca e que algo a preocupava. Ela estava mais calada; fechada. Comendo pouco e dormindo pouco pelo que ele pode notar nas olheiras. Era madrugada. Bella estava sentada na sala olhando um álbum de fotografia com fotos dela. Várias fotos dela de quando era um bebê pequena com os pais. Tudo marcado com data e legendas. Uma foto chamou sua atenção. Era uma em que sua tia a segurava no colo com um sorriso que fez Bella sentir um arrepio na espinha. Bella logo foi tomada por lembranças de sua infância com sua tia. Era um pesadelo o que vivia com ela. Queria entender porque sua tia a odiava tanto e sem que percebesse uma lagrima solitária escorreu pelo seu rosto.
Edward acordou depois de ter tido um terrível pesadelo envolvendo Bella. Ao olhar pra cama, viu que ela não estava do seu lado. Ele a chamou e não obteve resposta. Viu que não estava no banheiro nem no closet. Deu uma olhada para ver se ela estava no quarto da filha, mas viu que também não estava lá. Por fim desceu as escadas chamando o nome dela sem obter resposta. Até que a viu sentada no sofá. Ele chamou, mas ela não respondeu.
— Bella. — Chamou Edward engolindo em seco a vendo sentada com o olhar perdido segurando um álbum nas mãos. Ele se ajoelhou na frente dela preocupado. — Amor, fala comigo. — Disse ele angustiado até que ela o olhou e piscou algumas vezes e então começou a chorar, sendo abraçada por ele. Durante os minutos seguintes, soluços romperam a garganta dela e ele esperou até que ela se acalmasse. — Amor, o que foi? — Perguntou ele aflito e ela negou com cabeça.
— Não é nada. — Disse ela com voz rouca.
— Não minta pra mim. — Disse ele firme
— Então não pergunte. Aí eu não terei que mentir. — Disse ela séria olhando para ele. Edward então pousou os olhos no álbum de fotografia o olhando com curiosidade, mas Bella capturando o olhar dele, fechou o álbum abruptamente o abraçando com força.
— Como eu posso te ajudar se você não me diz o que está acontecendo?
— Você não pode me ajudar. — Disse Bella de forma monótona.
...
Desde o ocorrido, uma semana tinha se passado. Edward não via sinais de normalidade e isso o estava preocupado. Bella estava distante, não apenas de corpo, como também de espirito. Ela sempre parecia estar alheia a tudo. Continuava não se alimentando devidamente e nem dormindo. As noite eram horríveis pra ambos. Bella sempre tinha pesadelos e acordava gritando ou chorando. E Edward não sabia o que fazer, até porque não sabia o que estava acontecendo.
— Não vai comer? — Perguntou ele a olhando. Ela que estava com o olhar cravado no prato, levantou os olhos e olhou para ele. Ele ficou sério ao perceber as manchas escuras embaixo dos olhos dela.
— Não estou com fome. — Disse ela dando os ombros e então ouviu o barulho alto que a assustou a ela e Elizabeth. Edward largou os talheres na mesa com raiva.
— Filha, vai um minutinho para seu quarto que o papai e a mamãe têm que conversar. — Disse ele tentando se controlar na frente dela e a menina assentiu, saindo da mesa sem dizer nada, deixando os dois sozinhos. — Até quando vai continuar assim? — Perguntou ele ríspido.
— Edward, eu já falei eu só estou estressada. É muita prova, trabalho. — Disse ela dando os ombros.
— Mentira. — Disse ele passando a mão no cabelo. — Me diz a verdade. — Exigiu ele a olhando. — Foi algo que eu fiz? Alguma coisa que eu falei? — Disparou ele as perguntas. — Mais que droga, Bella. Diga alguma coisa. — Gritou ele perdendo a paciência, assustando-a. Ela nunca o tinha visto assim.
— Porque está gritando comigo? — Perguntou Bella com voz chorosa até ela mesma não estava entendendo.
— Me perdoe, meu amor. — Disse Edward se baixando ao lado dela. — Não queria gritar com você, mas eu estou ficando louco aqui. Você me evita, me repele. E isso me mata. — Disse triste.
— Me perdoa. Me desculpa. — Disse Bella chorando.
— Amor, só me diz o que está acontecendo. — Pediu ele mais uma vez.
— Edward, não, por favor. Eu não posso. — Disse ela negando com a cabeça e ele, então, magoado se levantou.
— Parece até que se esqueceu dos nossos votos de casamento. — Disse ele num tom acusatório.
— Não me esqueci. — Disse ela negando com a cabeça. — Mais na teoria é mais fácil eu na prática. — Disse Bella dando um sorriso triste e então se levantou. — Vou buscar Lize. Se não, nós duas vamos nos atrasar. — Disse ela saindo da cozinha o deixando sozinho.
No hospital, toda vez que Edward ficava parado seu pensamentos voltavam pra Bella. Somente quando estava com algum paciente é que se distraía. Seus familiares já estavam percebendo que algo não estava bem. Depois de atender o ultimo paciente antes da hora do almoço, Edward foi procurar por sua cunhada.
— Rose. — Disse Edward parando na porta do consultório dela que já estava aberta.
— Edward, oi! — Disse ela dando um sorriso
— Posso falar com você uns minutos? — Perguntou ele olhando pra linda loira na sua frente já com a barriga evidente da gravidez. Ela vendo a cara dele, assentiu puxando a cadeira e se sentando. Ele fechou a porta e caminhou até a mesa dela se sentando também. — É sobre Bella. — Disse tentando encontrar uma posição confortável e viu que o olhar de Rose o incentivava a continuar. — De umas semanas para cá, eu não sei o que houve, mas ela anda estranha, distante. Não dorme direito, não come e tem me evitado constantemente. Quando perguntou o que está acontecendo, ela simplesmente não me fala. — Disse ele bufando por fim. — Eu pensei que... Bem... — Ele nem chegou a concluir, pois foi interrompido por ela.
— Que eu pudesse te dizer o que tá acontecendo. — Disse ela jogando os cabelos pra trás. — Olha, Edward, eu não fazia ideia de nada disso. Mas agora, pensando bem, eu e Bella não temos nos falado tanto por telefone. Temos trocado mais mensagens. E nas vezes que falei com ela... — Ela fez uma pausa se recordando das ligações. — Bella parecia bem. Quero dizer, pelo menos ela dizia isso. A única coisa que ela falou é que está cheia de trabalho, de provas. — Disse Rosalie e ouviu Edward bufar.
— Mentira. — Disse ele se levantando num ímpeto. — Tem mais coisa. Algo que ela não quer me contar. E isso está atormentando a ela e a mim, também. — Disse ele passando a mão no cabelo.
— Edward, mas foi isso que ela me disse. Agora até eu estou me sentindo péssima por não ter notado que alguma coisa está errada. — Disse Rosalie chateada.
— Rose, por favor, tente lembrar de alguma coisa. Algum comentário. — Pediu ele e Rosalie ficou uns minutos em silencio buscando em sua memoria. Até que sua expressão mudou, de confusão para choque.
— Tem uma coisa. — Disse Rosalie para si mesma, lembrando-se da conversa que teve com a amiga, semanas atrás, sobre James seu professor.
— Que coisa, Rosalie? — Perguntou Edward a olhando e ela arregalou os olhos, não era sua intenção expor sua suspeita alto.
— Edward, não é relevante. — Disse Rosalie nervosa se levantando.
— Então porque ficou nervosa de repente? — Perguntou ele com um olhar intimidador.
— Edward isso é coisa que a Bella tem que dizer. — Disse Rosalie já imaginando que se tratava de James. — Não vou trair a confiança dela. — Disse ela passando por ele e indo até a porta.
— Rosalie, por favor. — Pediu ele implorando segurando o braço dela. Dentro da loira estava uma briga interna, mas ela não diria nada. Primeiro iria conversar com a amiga e verificar o que estava acontecendo.
— Não tenho nada a dizer. — Disse ela por fim se desvencilhando dos braços dele e abrindo a porta num rompante dando de cara com Emmett, que cumprimentou o irmão, mas ele nem ao menos respondeu direito. Saiu pisando firme. Rosalie contou para o noivo o que tinha acontecendo omitindo alguns detalhes, obviamente.
Bella estava cansada, não só fisicamente, mas psicologicamente, também. Estava sobrecarregada e a estadia da sua tia em Forks a deixava tanto surpresa como apreensiva. Podia parecer estupido para muitos, mas a jovem simplesmente tinha medo da tia. Lembrava-se das surras e torturas de quando era criança. De tudo que passou na mão da mulher. Pior que isso era ser lembrada constantemente que era culpada pela morte dos pais. Ela se odiava por isso, pois sabia que era verdade. Como alguém tinha tanta influencia negativa sobre vida de alguém como Carmem?
E para piorar, estava chegando o aniversario de morte dos seus pais e essa nunca era uma data fácil para Bella. E com sua tia na cidade, estava sendo pior. Ela não queria estragar a felicidade de ninguém e nem preocupar alguém com seus medos de criança. Mas ela mesma sabia que aguentar tudo sozinha não estava sendo fácil. Agora ela não se sentia só culpada pela morte dos pais. Como também sentia culpa pelo que estava fazendo com Edward. As palavras dele mais cedo estavam cravadas em sua mente, fazendo Bella se sentir duplamente culpada.
Ela estava na sala de aula, somente de corpo. Sua cabeça estava longe. E se não fosse o fato de já ter visto aquelas matérias, já teria reprovado com toda certeza.
Ela estava em um dos seus intervalos quando o telefone tocou. Era Rosalie e na breve conversa que teve, a amiga questionou sobre o que estava acontecendo. E tudo o que Bella pensou era que tentar se manter omissa não estava ajudando. Ela tentou não preocupar ninguém, mas obviamente o tiro tinha saído pela culatra.
— Rose, é só que... — Bella então começou a chorar incapaz de falar.
— Bella, tem algo a ver com James? — Perguntou Rose. — Eu disse pra você contar para o Edward. — Disse Rosalie num tom acusatório.
— Não. — Disse Bella num fio de voz.
— Olha, eu ligo para Esme e peço pra ela pegar Elizabeth aí. Me espera que eu vou te buscar para conversarmos, ok? — Disse Rosalie.
— Não precisa. Eu estou de carro. — Disse Bella procurando se acalmar.
— Tá. Nós nos encontramos em algum lugar. Vamos naquele café. — Disse Rosalie.
— Tá bom. — Disse Bella suspirando.
— Até mais tarde, Bella. — Disse Rosalie desligando o telefone. Ela estava no estacionamento, olhando para os lados para ver se alguém tinha ouvido. O que ela não percebeu é que Edward estava ali atrás de uma das pilastras e tinha ouvido tudo e pela cabeça dele passavam as piores coisas que se podia imaginar. Talvez agora pudesse entender o comportamento estranho dela, a forma como estava o repelindo. Talvez todo esse comportamento fosse motivado pela culpa da traição, pensou ele. Mas logo balançou a cabeça negativamente. Sua Bella não poderia estar fazendo isso com ele, mas só tinha uma forma de tirar aquilo a limpo.
— James. — Repetiu ele o nome vendo a cunhada entrar no hospital. — Vou descobrir o que está acontecendo. — Disse ele por fim a seguindo.
O dia se passou voando e Edward deixou ordens expressas para secretaria de Rosalie de que se a cunhada dele saísse, ele fosse avisado na mesma hora. Edward tinha remarcado os pacientes e estava na sua sala com vários pensamentos rondando em sua cabeça. Ficou ainda mais intrigado quando recebeu a ligação da mãe para avisar que já tinha pego Elizabeth a pedido de Rosalie. Por parte de Bella, Edward se sentia cada vez mais nervoso. As coisas estava estranhas, fora do comum. As noites em que Bella o evitou com seu comportamento estranho, sua frieza, tudo apontava para essa unica explicação. Embora uma parte dele dizia que não podia ser verdade.
Como tinha sido instruída, assim que Rosalie saiu, a secretaria dela ligou para Edward. Passando alguns minutos, ele saiu de seu consultório. Sentia que estava fazendo um papel ridículo seguindo a cunhada, mas não tinha tempo pra racionalidade agora. Era puro extinto.
Edward seguiu o carro da cunhada e para sua surpresa, seu irmão estava dirigindo. Será que ele sabia de algo? Se perguntava ele internamente. Rosalie não conseguiu despistar Emmett que insistiu em levá-la. O bom foi que o noivo não fez muitas perguntas. Emmett não percebeu que o irmão o seguia, até porque estava preocupado com Rosalie que não falava nada e parecia ansiosa. Ao chegar ao estacionamento da faculdade, desceram a procura de Bella até que para o choque dos dois Bella estava aos beijos com outro homem. Rosalie pôs a mão na boca e Emmett fechou a cara na mesma hora.
Edward parou o carro de qualquer maneira e já estava aponto de se revelar até que viu a pior cena da sua vida. E a confirmação de suas suspeitas: Bella nos braços de outro homem que ele estava certo de que era o tal James. Subiu-lhe uma fúria e sem pensar em nada, ele gritou.
— BELLA. — Gritou ele chamando a atenção dela que se separou bruscamente de James. E mesmo distante seus olhares se encontraram. Rosalie e Emmett olharam de um para outro.
Edward foi correndo na intenção de quebrar a cara dele, mas Emmett foi mais rápido e segurou o irmão por trás.
— ME SOLTA, EMMETT. EU VOU ACABAR COM ELE. — Gritou Edward tentando se livrar do abraço do irmão.
— EDWARD, NÃO. — Gritou Emmett o puxando.
Bella estava em choque, ainda parada. Fez a menção de ir até Edward, mas James a segurou pelo braço a fazendo olhar pra ele. Bella por poucos segundos ficou presa ao olhar dele e sentiu um calafrio na espinha. O mesmo que sentia com sua tia. Edward vendo aquela cena parou de tentar sair e ficou somente parado olhando. Então a raiva, o descontrole, deu lugar para o choque. Bella quebrou o contato visual e repeliu o toque de James. Correndo em direção a Edward, contudo o olhar dele fez ela ficar petrificada no lugar. Era desprezo, decepção.
— Rosalie, leva Isabella. — Disse Emmett de forma ríspida, mal olhando para a cunhada. Edward abriu a porta do carona e entrou batendo com força e logo Emmett arrancou com o carro. Bella estava petrificada, deu mais uma olhada pra trás e tempo de ver um sorriso no rosto de James. Ela estava aérea. Rosalie a guiou até o carro, e também notou o sorrisinho na cara do professor.
— Vamos, Bella. — Disse Rose a abraçando de lado, durante todo o caminho, Bella só repetia que não tinha feito nada. Como um mantra. Parecia que ela nem falava com Rosalie e sim pra si mesma.
Emmett sabia que não iria conseguir lidar com o irmão sozinho. Por isso de ultima hora decidiu ir para a casa dos pais. Ele estacionou o carro de qualquer jeito e o barulho da freada brusca chamou a atenção de Esme, que logo abriu a porta e viu seus dois filhos saindo do carro: um com o estado deplorável.
— Edward. — Disse Esme baixinho olhando para ambos os filhos em busca de resposta.
— Mãe, agora não. — Disse Emmett nervoso. Sem mais delongas, Edward foi em direção ao escritório e se trancou lá. Ele se arrastou até o bar e fez algo que sempre condenou: bebeu. Ele queria esquecer a cena que tinha visto. Apagar aquilo de sua mente. Ele não respondia. Toda vez que alguém batia na porta, ele simplesmente ignorou a todos.
Emmett tinha explicado rapidamente o que tinha acontecido para Esme, Alice e Jasper que não conseguiam acreditar. Na verdade todos estavam certos de que existia uma explicação plausível para aquilo. Emmett no momento somente estava com muita raiva, principalmente de Bella. E não partilhava da teoria dos outros. Aquilo era exatamente o que ele tinha visto: Bella aos beijos com outro homem.
Quando Carlisle chegou em casa, encontrou Jasper e Emmett sentados na sala com caras nada boas. Ouvia Esme chamando o nome de Edward com voz chorosa batendo a porta.
— O que está acontecendo? — Perguntou Carlisle firme e Emmett somente bufou e Jasper deu um breve resumo dos fatos ocorridos. Carlisle ouviu a tudo e silencio até que deixou sua pasta no sofá e foi até a onde a esposa estava.
— Edward, abra essa porta. — Disse o pai batendo na mesma, mais não obtinha resposta. — Edward, abra a porta. — Disse Carlisle mais uma vez. — Esme, pegue a chave reserva. — Disse ele pra mulher, que tão rápido quanto se foi, ela voltou trazendo um molho de chaves na mão. De forma calma, Carlisle começou a procura a chave até que ele abriu a porta. Encontrou o filho sentado no chão, de forma deplorável com duas garrafas vazias ao seu lado. Ele estava com cacos de vidro em uma das mãos e com a outra levava a garrafa aos lábios. Esme fungava baixinho e Carlisle foi até o filho se ajoelhando ao lado dele. Examinando sua mão viu que era um corte superficial, nada com que se preocupar.
— Ela me traiu, pai. — Disse ele chorando como uma criança. — Me traiu. — Repetiu ele voltando a chorar.
sábado, 9 de agosto de 2014
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