sábado, 5 de janeiro de 2013

50T - Capítulo 1

Era para ser uma tarde legal com o namorado, mas Anabel estava sentada como uma idiota em frente ao computador fazendo o trabalho dele, enquanto o próprio estava jogando vídeo game com os amigos.

Qual é o problema dos homens? Eles nunca amadurecem?


Na opinião dela vídeo game é coisa para criança e não para um homem de vinte e dois anos. Claro que nem o namorado muito menos os amigos babacas concordam com ela.

Os dois haviam se conhecido no ensino médio aos quinze anos e logo começaram a namorar.

Para ele era natural pedir ajuda nos trabalhos e ela nunca havia negado. Só não imaginava que o hábito persistira até a faculdade.

Ela havia decidido cursar Letras e estava no oitavo período, mais dois e teria a sua merecida graduação. Já Henrique, o namorado folgado, mesmo com a sua ajuda tinha sido retido no Ensino Médio e só havia entrado na faculdade bem depois dela. Ele cursava Administração e naquele momento ela fazia um trabalho de uma matéria em comum, Estatística.

Anabel não tinha mais essa matéria que, graças a Deus havia cursado logo no primeiro período. Estava se esforçando ao máximo para resolver todo o exercício e poder curtir com o namorado, mas parecia que ele tinha outros planos.

__ Bel, vou sair um pouco e já volto.

Isso já era demais, Anabel começou a se irritar. Ele ia sair e ela ia fazer o trabalho dele.

__ Como assim sair Henrique? Você deveria ficar e me ajudar com o SEU trabalho.

Ela escutou vários risinhos na sala e Henrique ficou imediatamente vermelho. Ele fechou a porta do quarto e falou bem baixinho.

__ Se você não queria fazer para mim deveria ter dito que eu pediria à outra pessoa. Sabia que a Carla estava louquinha para me ajudar.

Sempre a mesma ameaça de pedir à outra pessoa. Anabel estava cansada daquilo.

__ Ótimo! Chame – a. Eu estou indo embora.

Ia deixar o quarto mais ele impediu. Henrique sabe que nenhuma outra garota ia fazer para ele o que Anabel fazia, ele só estava na faculdade ainda porque ela ajudava, então colocou açúcar na voz e apaziguou as coisas com a namorada.

__ Amor, desculpe. Eu só quero relaxar um pouco com meus amigos, passo o tempo todo estudando e trabalhando. Mereço não?

Anabel considerou o que ele disse. Era verdade que ele trabalhava na oficina de um tio e isso era com certeza muito cansativo, não se esforçava muito na faculdade mas comparecia a todas as aulas e merecia algum crédito por isso.

A questão era se ela considerava justo ficar ali e acabar o trabalho para ele, enquanto o folgado ia se divertir. Ela não trabalhava, seu pai pagava tudo, então não poderia dizer que estava tão cansada assim.

__ Tudo bem.

__ Sério? Dava para ver que ele nem cabia em si de tanta alegria.

__ Eu estou fazendo tudo sozinha até agora e acho que não preciso de sua ajuda.

Henrique abraçou a namorada com real entusiasmo e deu um selinho rápido. Correu para a porta e logo Anabel ouviu o motor de um carro.

Estava sozinha na casa dele e sentindo uma besta.

Recomeçou o exercício e cerca de quarenta minutos depois sentiu fome. Já namorava o cretino tempo suficiente para ter acesso a tudo na casa. Henrique morava sozinho há dois anos e a casa era tipicamente masculina. Ao entrar na cozinha Anabel gemeu em agonia. Era impossível achar alguma louça limpa e na geladeira só tinha cerveja. Ela vasculhou todos os armários até encontrar um macarrão instantâneo.

Enquanto a água fervia ela começou a pensar em arrumar tudo. Uma parte dentro dela no entanto, resmungou o quanto ela era idiota. Ia fazer o que agora? Faxinar a casa?

Pegou o macarrão pronto e foi para a sala, teve mais um desgosto, ela tinha arrumado aquele cômodo assim que havia chegado e agora parecia que porcos haviam comido ali.

Achou um lugar limpo e sentou procurando o controle da televisão. Logo percebeu que o jogo estava pausado e ela não poderia mexer.

Anabel suspirou triste e comeu sem esperar mais nada daquela noite.

Quando estava indo para a cozinha depositar o seu prato na pilha de louça suja escutou o celular tocar sua música preferida, I am a slave for you de Britney Spears. Era da época de sua adolescência e ela tinha boas recordações. Agora a palavra slave fazia ela pensar se não era isso exatamente o que ela era.

Atendeu o celular depois de deixar ele tocar por vários minutos, devia ser importante pois a pessoa não desistiu.

__ Alô.

__ E aí namorada perfeita e boba, já acabou?

__ Oi para você também Renata e não acabei ainda.

Renata era sua melhor amiga, se conheciam desde sempre, sua mãe costumava dizer que a amizade das duas tinha começado na maternidade.

__ Pretende acabar ainda hoje? O Henrique não pode acabar isso e deixar você livre um pouco para sair com sua amiga?

__ Ah. Ele saiu Rê.

Silêncio, ela podia imaginar os olhos da amiga girando e a cara de desgosto dela. Renata e Henrique nunca se deram bem.

__ Ele saiu com os amigos e você ficou aí com todo o trabalho. Bel será que só você não enxerga que ele faz você de boba.

__ Parece pior do que realmente é.

__ Você quer que seja melhor.

O celular vibrou na mão de Anabel e ela viu que era seu namorado, talvez ele estivesse voltando ou quisesse convidá-la para sair.

__ Rê vou colocar você na espera, ele está ligando.

__ Não precisa atender ele vai dizer que aconteceu algo e então, vai demorar um pouco.

__ Você critica muito ele, já volto.

__ Oi amor.

__ Porra Anabel, por que demorou tanto?

Ele só tratava ela assim na frente dos amigos. Era para impressioná – los ela pensava.

__ Estava ocupada com seu trabalho.

Estava mau humorada, tinha defendido ele e recebia esse tipo de tratamento.

__ Tanto faz. O pneu do carro furou então eu vou demorar. Não precisa me esperar, quando acabar tranca a porta e leva a chave, estou com a reserva.

Ele desligou enquanto ela ficava de boca aberta. Pneu furado era a desculpa mais esfarrapada de todas e ele estava com a chave reserva. Por que levou a reserva se ele só ia dar uma volta.

Lembrou da Renata na espera e segurando as lágrimas voltou a ligação da amiga.

__ E então, qual foi a desculpa?

__ Pneu furado.

Ela estava segurando o choro e sua amiga sabia disso.

__ Olha eu vou falar claro e pode ficar com raiva de mim, mas amigo é aquele que avisa e não quem passa a mão na cabeça. Ele nunca gostou de verdade de você, estão juntos porque você é boazinha demais.

__ Ele sempre “deu em cima” de todo mundo e só não veio com gracinha para cima de mim por que eu ameaço ele. Provavelmente ele está com alguma piranha agora enquanto você faz tudo aí sozinha. Ele sabe que se deixar até a casa você limpa pra ele. É um completo idiota sem futuro que só te enrola e você acredita.

Anabel não aguentou tanta verdade e desligou o celular. Um minuto depois chegou a seguinte mensagem.

“Se acha que eu estou errada, checa o histórico do computador dele.”

Ela não faria isso. Não era uma pessoa invasiva e sempre cumpria suas promessas. Havia prometido acabar o trabalho e ir embora, então faria exatamente isso.

Sentou em frente o computador, nenhuma página da internet estava aberta.

Recomeçou a trabalhar e uma hora e meia depois estava salvando tudo no desktop do computador dele.

O problema era que sua amiga havia plantado a sementinha da desconfiança e ela na verdade concordava com a amiga. Fazia muito tempo que ela achava que havia algo errado no seu namoro.

Depois de passar alguns minutos relutando abriu o navegador. Foi para a página do Google. Normal.

Clicou no histórico e quase caiu da cadeira quando abriu algumas das páginas. Vários sites pôrnos. Bom, normal isso também ela pensava. Homem gosta dessas coisas.

Algumas páginas porém, não eram de sites pornográficos. Eram perfis de mulheres, dezenas delas, isso a deixou incomodada. Para que ele via esses perfis? Ela começou a navegar neles, eram mulheres incrivelmente bonitas e jovens.

Uma ideia passou pela cabeça dela. Ela não sabia a senha do facebook do seu namorado, mas poderia tentar algumas palavras.

Clicou no link da página e teve uma surpresa. Abriu direto no perfil dele. Ele ou não havia fechado quando usou da última vez ou deixava a senha salva para não ter o trabalho de digitar sempre que ia acessar o site. Considerando a preguiça dele, a segunda opção era a mais provável.

Estava tudo normal, ela tinha adicionado ele no próprio perfil, então sabia quais eram seus amigos e com quem ele falava.

Outra ideia ocorreu a ela. O histórico de conversas do facebook.

Clicou e viu que ele mantinha conversas somente com as mulheres adicionadas ali.

Já que estava fazendo tudo contra a própria natureza decidiu ver uma das conversas. Escolheu uma tal de Amanda, era com quem ele mais falava.

Antes não tivesse feito nada daquilo. Era preferível não saber o que estava escrito ali. Quem procura acha e ela havia encontrado muita coisa.

A conversa girava em torno de dois assuntos: sexo e Anabel.

Eles coversavam sobre tudo relacionado a sexo, suas preferências, fantasias, coisas que já haviam feito, locais onde já haviam transado, o que queriam fazer um com o outro e sobre os encontros deles. Eles já haviam se encontrado várias vezes e havia um encontro marcado para aquela noite. Ele estava com ela, no motel.

O que mais havia doído em Anabel no entanto, era o que falavam dela. Ele reclamava que ela não se arrumava da maneira que ele gostava, não era boa na cama, não ousava em nada, era boazinha demais e várias outras coisas. Dizia que só estava com ela por conveniência e a tal da Amanda ria e dava razão para ele.

Todas as conversas com as outras mulheres tinham os mesmo assuntos e quase o mesmo conteúdo. Ele já havia saido com todas e sempre falava dela como uma coitadinha.

Chorou por vários minutos e quando sentiu que suas lágrimas haviam acabado desligou o computador. Mecanicamente, quase sem perceber, pegou suas coisas e fechou a casa.

Nem percebeu quando entrou no ônibus e foi para a casa da Renata. A amiga tinha razão, ela era um idiota crédula e Henrique era um otário que a estava enganando havia muito tempo.

Isso era o pior, ser enganada por alguém como ele. Ela ainda gostava dele e queria se matar por isso.

De repente ela percebeu que uma parte dela adormecida há muito tempo começou a sussurrar a palavra vingança. Ela naquele momento só queria chorar no ombro de alguém.

Anabel acordou quase dez horas da manhã. Isso era bom porque a essa altura ninguém estaria em casa a não ser a empregada. Sua mãe era professora no sistema público e seu pai era dono de uma loja de roupas no centro da cidade. Não eram ricos, mas podiam pagar sua faculdade e manter uma empregada fixa.

Depois de tomar um bom banho e colocar uma roupa leve ela saiu do quarto e foi recebida por uma dona Joana sorridente pronta para fazer o que ela quisesse para o café da manhã. Seu lado mordaz e vingativo pensou em pedir cianureto, não para ela, convidaria Henrique para o café da manhã.

Enquanto comia seu cereal ela repassava a conversa que havia tido com sua amiga noite passada, haviam conversado até as três da manhã e Renata havia dado apenas um conselho:

“Olhe para os lados. Conheça novas pessoas.”

Talvez devesse fazer exatamente isso. Ela namorava com Henrique há sete anos, ele havia sido o primeiro e Deus a livrasse dele ser o único.

Renata disse para ela terminar com ele imediatamente, não era um conselho e sim uma ordem.

Não era isso que ela queria. A parte que sussurrava vingança tinha deixado de ser pequena e havia passado a ser a parte dominante.

Acabou de comer e foi para seu quarto. Parou em frente ao espelho e começou a pensar nas queixas do quase ex namorado.

Primeiro sua aparência. Tinha o cabelo castanho claro, olhos cor de mel, era magra e sua pele levemente queimada pelo Sol. Não se achava um primor de beleza, porém não era feia.

Quanto a ser ruim na cama, não poderia saber se ele estava certo. Ele tinha sido o primeiro e único. Ela fazia as coisas do jeito que ele havia ensinado.

Abriu seu guarda roupa e avaliou o que tinha dentro. Vários vestidos, shorts, saias, blusinhas de todos os modelos e calças jeans. Tinha várias sandálias com quase todos os tipo de saltos. Ela franziu a testa ao pensar que nesse ponto ele estava certo em parte, ela não se arrumava direito. Apesar de ter várias roupas ela só usavas jeans e blusinhas básicas na faculdade, além de seu inseparavel tênis. O único ponto era que ela se vestia assim porque o próprio Henrique dizia sentir ciúmes quando ela se arrumava.

Anabel sentou na cama e começou a pensar em que vestiria para ir à faculdade a noite. Não queria nem saber da opinião de Henrique.

Seu lado vingativo projetou a imagem dela de vestido e salto alto.

Estava entediada, tudo da faculdade estava pronto e ela não tinha nada para fazer. Ou melhor tinha, mas não faria. Henrique havia pedido para ela imprimir e encadernar um trabalho para ele.

Anabel descobriu que um dia de folga era muito bom. Inventaria uma desculpa depois.

Fazia tempo que ela não navegava apenas para curtir. Uma olhadinha na internet manteria ela ocupada por algum tempo.

Mais um vez sentiu o comichão da curiosidade. Um dos sites que Henrique frequentava era BDSM, ela não era idiota sabia o que era isso. Qualquer garota que tivesse lido a trilogia 50 tons sabia.

Após cinco horas na frente do computador ela estava chocada com a quantidade de coisas que havia descoberto. Henrique gostava daquilo?

A cada busca por um termo, ela aprendia algo novo e aparecia um novo termo para buscar.

Ela havia almoçado na frente do computador e simplesmente não conseguia sair dali.

Depois de passar por várias páginas, quase sem perceber havia chegado ao bate bapo do Uol, tema sexo/sadomasoquismo, sala 26.

Tinha que escolher um nickname, mas qual? Curiosa era apropriado pensou.

Depois de alguns minutos:

DOMINADOR: Boa noite menina, fale-me qual a sua curiosidade?

Curiosa: nem sei direito.....todo o tema é instigante

DOMINADOR: Mas o que te chama a atenção ser dominada ou dominar? rs


__Anabel, está dormindo filha?

Ela desligou rápido o computador e foi atender sua mãe.

__ Desde quando você tranca a porta?

__ Desculpe mãe, foi sem querer.

__ Bom. Henrique está querendo falar com você.

Anabel olhou para o relógio em forma de gatinho que tinha em cima da mesa. Marcava seis e meia. Ela havia passado quase o dia todo na frente do computador e nem havia percebido.

Estava amarrotada, não havia escovado os dentes depois do almoço e ainda estava tremula com a pergunta do anônimo no bate papo.

__ Filha você está bem?

__ Só um mal estar. Descansei bastante e agora está tudo bem mãe.

Na sala Henrique esperava Anabel todo arrumado pronto para ir a faculdade. Ele aproveitava a carona do pai dela, para ir e para voltar. De repente Anabel se irritou com tudo aquilo. Era hora de acabar com a folga dele.

__ Desculpa Henrique, mas não vou hoje.

Ele encarou Anabel por alguns minutos. Ela estava sossegada quanto a faltar, mas ele tinha que ir. Ela não sabia, mas constantemente ele saía no meio da aula e voltava sem que ela percebesse.

__ Nossa podia ter avisado!

__ Obrigada por se preocupar comigo e perguntar o motivo de eu não ir.

__ Desculpa amor. O que você tem?

__ Estou com um mal estar repentino.

__ Quem sabe na “facu”l você se distrai e passa.

Anabel estava tendo uma sensação nova. Era prazeroso vê-lo quase implorar para ela ir e não deixá-lo a pé.

__ Tenho certeza que você consegue carona com outra pessoa. Vou pegar a sua chave.

Anabel entregou a chave para um Henrique atordoado. Era lógico que ele não tinha carona. Azar o dele. Quem sabe Amanda o leve a faculdade.

Henrique saiu devagar e meio sem rumo. Ainda olhou para ela da porta, esperançoso, então recorreu a sua velha arma.

__ Sabe que tenho uma amiga que vem correndo se eu chamar.

__ Está esperando o que então?

Anabel fechou a porta na cara do quase ex namorado e sorriu. Aquela parte dela que queria vingança começou a planejar o próximo passo.

Olhou para o relógio da sala, quase sete horas. Se ela corresse chegaria na faculdade na metade do primeiro tempo. Faria isso.

No quarto escolheu um vestido de verão, florido e de alças. Não era curto, mas ficava bem no corpo dela. Escolheu um par de sandálias brancas de salto médio. Deixou os cabelos soltos e fez uma maquiagem leve. Gostou do efeito, tinha ficado bonita sem parecer vulgar.

Quando chamou seu pai para levá-la, todos na casa a encararam. Anabel achou que sua mãe fosse criticar. Ela não sabia que intimamente sua mãe agradecia a Deus pela mudança da filha.

Ela chegou na faculdade exatamente as oito da noite. Desceu do carro devagar, aproveitando os olhares de admiração masculina que estava recebendo.

Se despediu do pai e começou a andar em direção a sua sala que ficava no segundo piso.

Claro que todos ficaram olhando, até mesmo sua professora.

Renata não perdeu tempo e foi sentar perto da amiga.

__ Até que enfim você acordou.

__ É amiga. Acordei mesmo.

A aula transcorria como sempre mas, algo acontecia com Anabel.

Ela não conseguia focar sua atenção.

Ecoava na sua cabeça a pergunta do “DOMINADOR”.

O que chamava sua atenção? Dominar ou ser dominada?

Nem sabia por que tinha parado nisso. A verdade era que o assunto a atraia mesmo antes de saber das traições de Henrique. Antes mesmo da trilogia Cinquenta tons.

Achava interessante um casal se relacionar de uma forma onde um tinha que confiar plenamente no outro. Gostava da ideia de jogar e fantasiar. Tinha que admitir que a ideia que mais gostava era a de ser dominada.

Parecia contraditório que ela num namoro onde era feita de capacho gostassse da ideia de ser dominada. O normal seria querer dominar alguém, mas sempre que pensava na ameaça boba de Henrique e de como ele quase implorava pela sua ajuda sentia que o dominava.

Se conversasse de novo com o tal dominador, sabia exatamente o que ia responder.

Deus o que ela estava pensando? Conversar de novo com ele? Ela queria?

Sorrindo sozinha ela admitiu que queria muito matar mais da sua curiosidade.

__ Ei sonhadora. Não vai embora hoje?

Estava tão distraida com os próprios botões que nem havia percebido que a aula terminara.

__ Estava pensando.

__ Percebi. Conta aí as suas divagações.

Anabel sorriu e fez que não com a cabeça. Sempre contava tudo. Agora, a nova Anabel, manteria em segredo seu desejos..

Quando chegou no estacionamento seu pai já a esperava e antes de ela entrar no carro viu Henrique subir numa moto.

Não dava para ver quem estava com ele e ela decidiu que não interessava.

Quando chegou em casa foi direto para o notebook, queria conversar com o mesmo cara, mas sabia que seria quase impossível encontrá-lo no chat. De qualquer forma ela queria somente conversar e tanto fazia com quem.

Ao abrir o notebook teve uma surpresa agradável. Ela havia fechado com pressa, sem desligar. Estava parado no chat em que ela havia navegado. Claro que se ela tentasse conversar ali teria que atualizar a página. A surpresa foi que ele, “o dominador” havia deixado seu email.


“ É falta de educação demorar tanto para responder. Não gosto disso, acho que você precisa de alguém que a eduque. Meu email: dominador32@hotmail.com.”

Ela deveria ir dormir. Estava cansada das tensões do dia e queria descansar, mas a curiosidade era maior.

Abriu o msn e adicionou o tal dominador.

Ele estava online. Ela sentiu um apertar em seu ventre. A sensação era nova, assim como o friozinho em sua barriga.

Meia hora e ele não puxou assunto. Ele a achava mal educada, seria bom se desculpar.

Sua parte vingativa sorriu com ironia e sussurrou que ela não ia se desculpar. Ia dar um rumo a sua vingança.

Anabel diz:

Desculpe por sair sem responder ou me despedir. Minha mãe estava chamando.


DOMINADOR diz:

Desculpas aceitas. Quantos anos você tem para correr quando sua mãe chama?


Anabel diz:

22 anos e você?


DOMINADOR diz:

Você não é muito atenta. Olha no meu email.


Anabel diz:

Está sendo mal educado agora, 32 poderia ser qualquer coisa.


DOMINADOR diz:

É mesmo. O que por exemplo?


Anabel diz:

Sei lá. Agora não sei o que dizer L


DOMINADOR diz:

É uma criança mesmo. Poupemos o meu tempo e o seu. Não costumo sair com garotas da sua idade, nem satisfazer curiosidade de baunilha.


Anabel diz:

É mesmo? E por que puxou assunto comigo no site e deixou seu email?


DOMINADOR diz:

Não faço ideia. Acho que estava entendiado.


Anabel diz:

Então deve ter razão. Se você estava entediado no chat de um assunto do qual faz parte, acho que não estou mais curiosa. Vou ficar entediada também se você matar minha curiosidade.

Anabel respirou fundo. Havia acabado de acusar um estranho de deixá-la entediada. Seu outro lado porém esfregou as mãos e começou a pensar em chicotes. Estava virando uma vadia.

DOMINADOR diz:

Soa como um desafio. Coloque sua foto. Não vou conversar com uma pessoa que usa a imagem de um pato amarelo.

Ela colocou a foto pensando se deveria estar fazendo aquilo. Ao mesmo tempo ele colocou uma foto também.

Nossa ! Anabel viu um o rosto de um homem moreno, cabelos ondulados e profundos olhos negros. Ele estava sorrindo. Um sorriso de fazer qualquer uma molhar a calcinha. Era o homem mais bonito que ela tinha visto.

DOMINADOR diz:

Até que você é bonitinha.


Anabel diz:

Você é um gato.


DOMINADOR diz:

Eu sei rsrsrsrsr

Ele era um gato e completamente convencido.

DOMINADOR diz:

Antes de começar a satisfazer sua curiosidade reponda a pergunta que te fiz no chat. Sou um dominador e procuro subs. Não quero conversinha mole. Quero algo real.


Anabel pensou um pouco. Ele queria realidade, se ela continuasse com aquilo ia acabar amarrada numa cama sendo dominada por ele.

De repente se deu conta que era exatamente isso que queria.

Anabel diz:

Quero ser dominada.


DOMINADOR diz:

Estou ao seu dispor rsrsrsrs

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