MVLN – Capítulo 12
Capítulo 12 - Pilares
Três semanas!
Foram três semanas esperando e procurando noticias de Jacob.
Eu não conseguia falar com ele por dois dias, ate que ele me ligou, disse que
ainda estava doente, que não poderia vir e quando disse que iria vê-lo, ele não
permitiu, disse que era melhor não. Que viria falar comigo. Claro que não
acreditei em suas palavras e permaneci insistindo, Charlie chegou a brigar
comigo!
Nas primeiras semanas o telefone ate tocava, Billy sempre
dizia que Jake estava dormindo, no banho, com os curandeiros, nunca me
permitindo conversar com ele, isso estava me deixando furiosa. Qual o problema
em ir ate ele, afinal se fosse pra me contagiar, já teria acontecido.
Minha mudança foi visível, Pamela não dizia nada, apenas
ficando muda me observando. No colégio, ainda não dirigi a palavra para Mike,
toda vez que o vejo tenho vontade de arrebentar a carinha de bebê dele, ele já
percebeu e veio varias vezes me pedir desculpas e em todas o deixei sozinho.
Minha raiva ainda esta alta, mandando em mim.
Eu não poderia pilotar por ai. Pamela logo entraria no
sétimo mês, não poderia deixá-la sozinha e os ataques de ursos estavam
aumentando. Meu único momento sozinha era as horas em que passo nessa porcaria
de loja de camp, o horário que mais me esforço para não entrar na picape e voar
para La Push.
– É serio cara, eles são enorme!
– Eu falei pra você não comer aquele cogumelo! Eram só
ursos, você deixou alguma comida a mostra, simples. Não surta por isso! – pude
ouvir quando levei mais alguns suplementos para eles.
– Então gata, esta sabendo de algo sobre esses ursos? –
perguntou o mais alto, se inclinando para olhar em meus olhos.
– Lobos, eu disse lobos, um era preto e enorme! – disse o
outro assustado, ele parecia tentar convencer o outro a não acampar.
– Meu pai é o xerife e seja o que for, urso ou lobo esta
atacando, nada concentrado, mas seu amigo esta certo, se equipem e esperem um
pouco – digo passando os enlatados.
– Ta ok, chefe Swan sempre esta certo! – disse sorrindo e
pagando.
– Valeu gata Swan! – disse o outro dando uma piscadela,
completamente feliz por se livrar de um acampamento.
– Só falta mais um casal – disse Mike ao meu lado – eu cuido
deles, pode ir. Essa chuva vai atrapalhar bastante, sem movimento podemos
fechar cedo. Me desculpe pelo que disse naquela noite. Eu... Não sou assim, me
desculpe de verdade? – pediu com cara de cachorro.
Suspirei resignada, agora a merda já esta feita e desculpas
não farão voltar ao normal! Acho que meus olhos expressaram mais do que deviam,
Mike me olhou cabisbaixo – tudo bem Mike, agora já foi. Eu vou indo então!
– Ok, eu pedirei desculpas para o Jacob – disse quando me
virei.
Entrei me jogando na picape, Jacob... Eu não aguentava mais
ficar sem noticias, ainda não era 16hs, Alex ainda esta com Pamela e meu pai só
chegaria depois das 20hs por causa desses ursos. Sem pestanejar peguei a
estrada para La Push. Em poucos minutos já estava em frente à casa.
– Oi Billy, preciso ver o jake.
– Eu disse que lhe avisaria, ele não esta aqui, esta com os
curandeiros – disse Billy, mas não acreditei em uma única palavra.
– Tudo bem, posso esperar aqui na varanda mesmo! – digo me
sentando.
– É melhor você ir embora – disse rude, estranhei sua forma,
mas permaneci onde estava.
Me arrumei, sentando da maneira mais confortável que tinha
na sacada e esperei, Billy percebeu que não daria o braço a torcer e entrou.
Apesar de suas fracas tentativas de girar o telefone fixo pré-histórico deles
sem que eu ouvisse, eu consegui entender que ele estava chamando alguém ou o
próprio jake pra me despachar ou talvez ligando para Charlie.
A chuva tornou-se mais forte, Billy em momento algum me
convidou a entrar e também não quis, entrei em minha picape e permaneci
esperando. Liguei o som em uma estação qualquer de noticias e fiquei esperando,
após algumas dezenas de noticias políticas e policias que senti um baque em
minha picape, Jacob esmurrou a porta.
Por alguns segundos permaneci parada, estudando sua nova
fisionomia. O véu negro sobre sua cabeça já não existia. Seus cabelos estavam
com maquina 2, seu rosto mais proeminente, ainda mais másculo e selvagem. Sua
pele parecia ainda mais morena, desci meus olhos e percebi que estava sem
blusa, debaixo de uma torrente. Isso me fez descongelar, Jacob estava doente
não poderia ficar na chuva.
– O que tem na cabeça de sair na chuva, ainda mais
desprotegido? – brigo ao sair da picape.
– O que esta fazendo aqui?
– Se não percebeu eu vim te ver! – digo estendendo a mão
para toca-lo e ele se afasta – você... você fez uma tatuagem? Essa não é a
mesma dos....
– Ande logo Jacob – ouvi Sam em minhas costas.
– Você já viu que estou bem, pode voltar pra casa – disse
rude, mas seus olhos... Ele não queria isso.
– Espera – segurei seu braço quando passou por mim. Sua pele
estava em chamas – porque esta me tratando assim?
– Faz o que eu disse – disse seco.
– Então é isso? Eu agonizando por noticias suas e você com o
Sam e o bando dele?
– O Sam não tem nada haver com isso...
– Não tem? Olhe pra você? Você cortou o cabelo, fez uma
tatuagem, não me deu noticias. Tratando-me mal e esta se vestindo igual a eles!
– O que eu faço é problema meu, eles não tem culpa!
– E quem é o culpado por você estar assim? Eu não fui, nem
teria como!
– Que culpar alguém? Culpe seus chupadores de sangue, seus
amados Cullens – vacilei um passo, suas palavras foram piores que socos.
– Não sei do qu... – forcei as palavras a saírem, os pilares
estavam rachando.
– Pare de fingir, de mentir! Não fale de mentiras comigo,
quando você não faz outra coisa alem de proteger sanguessugas, é fácil pra
alguem que tem um como amigo, que teve como namorado, só vai embora – trinquei
meus dentes para não gritar com a dor em meu peito, forcei meus olhos para não
chorar.
– Eu sou uma idiota – rosnei olhando pra ele – você não é
diferente de ninguém! Só mais um que promete e não cumpre – seus olhos se
arregalaram e no outro segundo já estava ao meu lado. Puxou minhas mãos
agarradas ao meu peito, que se quer havia percebido fazer isso.
– Eu não devia falar assim com você, me desculpe, mas....
Essa é a única forma de manter minha promeça, eu vou mantê-la segura. Não
podemos ficar juntos.
– Você prometeu que não me deixaria – a maldita suplica
escapou. Me agarrei ao seu dorso quente, tomando consciência do frio que esta
fazendo, minhas roupas encharcadas – eu sei que não progredi muito, mas...
– Eu não sou mais como antes Bella, eu não posso, eu não sou
bom pra você! – me afastei ao reconhecer as palavras.
– Você? Você realmente disse isso, não sou eu é você? Eu
expliquei tudo a você, eu disse que estava quebrada pra sempre, você insistiu
pra isso – nossa patética discussão foi interrompida pelo bando – já entendi o
recado, volta pro seu bando, não se preocupe comigo.
Voltei para a picape engolindo o choro, como eu sou
estúpida! Pensar que ele seria diferente. Fiz o caminho sem perceber nada,
estacionando de qualquer jeito. Não foi surpresa encontrar Charlie em casa,
parecia querer espumar de raiva, seja o que for passou quando viu meu rosto.
– Como ele esta? – perguntou Pamela.
– Bem – minha voz estava morta novamente – passeando com Sam
e a turma, vou tomar um banho e já desço pra fazer o jantar – digo subindo as
escadas.
– Não precisa, tio Charlie comprou pizza, chocolate e comida
saudável pra grávida, toma banho sem pressa – disse, mas o sem pressa era, pode
chorar a vontade, manterei seu pai longe de alcance.
Fiz exatamente isso, chorei por tudo, por cada palavra que
Jacob me disse, pela semelhança entre as palavras dele, após quase acabar com a
água quente, sai do banho, cavouquei o fundo do guarda roupa por um conjunto de
moletons velhos e pequenos, na verdade estão na medida certa, afinal, eram dos
meus 13 anos, antes de me recusar a voltar aqui. Como eram gigantes na época,
só ficaram pequenos na manga, pegando nos pulsos e tornozelos.
Desci para o teatro de filha inteira e comi um pedaço de
pizza com um copo gigante de coca-cola. Os olhares de Charlie já estavam me
incomodando, ele me estudava, esperando a Bella da primeira semana. Isso não
voltaria a acontecer, eu não sofreria por eles, não mais. Após o jantar fiz uma
hora na sala para acalmá-lo, conversei com Pamela.
– Tio Charlie ainda esta lá em baixo, você quer me contar o
que houve? – perguntou sem jeito, mas extremamente curiosa.
– Não aconteceu nada, ele só... Me deu o fora – digo com um
sorriso amargurado.
– Como assim, aquela fofura batalhou tanto pra fazer isso?
Tem alguma coisa errada nisso Bells...
– Não tem, ele é do bando agora! Esta com Sam.
– Mesmo assim... – disse deitando em minha cama e me puxando
para seu colo, aceitei de imediato.
– Ele sabe sobre os... Cullens, ele me acusou de protegê-los
- então minha ficha caiu – oh meu Deus Pan! Ele falou sobre o Alex, ele disse que
era fácil por eu ser amiga de um! – Pamela me olhou espantada, o medo por Alex
estampado em sua face.
– O que houve? – perguntou Alex entrando por minha janela e
quase me matando de susto.
– Amor – chiou Pamela com as mãos estendidas para ele. Ela se
mexeu rápido e agora meu afilhado esta requebrando em sua barriga. Mesmo longe
era visível os chutes.
– Fica calmo bebê – isso só piorou, ele parecia reconhecer a
voz do pai e portanto, quanto mais Alex falasse mais ele chutaria.
– Você não esta ajudando, é melhor cantar, quem sabe ele
acalma – digo dando de ombros, com meus olhos fixos em Pamela que tentava
disfarçar as caretas de dor.
– Minhas costelas não são o melhor alojamento, filho! –
disse se esticando – ele tá enorme, to começando a achar que não terei
passagem.
– Calma, logo ele para, vamos fazer o que a Bê disse? – ele
a acomodou na cama dela e começou a cantar, Pamela sorriu me mostrando que o
bebê estava se acalmando.
Cheguei perto da minha janela e fiquei encostada, esperando
Pamela dormir para que eu pudesse conversar com Alex sem alterá-la. A canção
também estava me acalmando, mas não a ponto de me fazer dormir. Eu não quero
dormir, sei que assim que fechar os olhos, será para afundar em um pesadelo.
Puxei um cobertor e me apoiei na janela, com uma perna
pendurada. Fiquei olhando para uma coruja na copa da arvore em frente a minha
janela, se eu me esticasse poderia tocá-la e também beijar o chão. Alex puxou a
cadeira de balanço ate perto da janela, de uma forma que pudéssemos conversar
próximos, mas sem que alguém pudesse vê-lo, mas duvido que vissem com a
penumbra que esta o quarto e esperou ate que eu falasse.
– Eu... tive uma discussão com Jacob... Você esteve em La
Push nos períodos em que a Pan esteve por lá? – Alex me olhou sem entender.
– Não, os... outros tem uma espécie de tratado com eles, não
podemos entrar nas terras deles, eles não me explicaram, mas tem haver com os
Blacks, mas porque a pergunta? – olhei para Pamela – ela esta dormindo, estou
prestando atenção nos batimentos.
– Ele falou comigo como se soubesse sobre você, sobre você
ser um vampiro.
– Seria impossível Bê, eu nunca pus os pés em La Push!
Principalmente agora, as pessoas se machucam com mais frequência na praia, não
é o melhor lugar pra mim. Como ele foi?
– Como qualquer cara quando não quer uma garota, a frase do
“não foi você, sou eu” ou o pior, “a culpa é sua” – digo dando de ombros, Alex
removeu as lagrimas em minha bochecha e juro que ouvi um rosnado, havia algo
entre as arvores do outro lado da rua, em frente a casa. Forcei minhas orbes,
mas nada..
– Talvez seja uma fase, coisa de adolescente, quantas vezes
eu e a Pamela brigamos? – ele levantou e me embrulhou no cobertor e voltou
comigo para a cadeira de balanço – logo tudo volta ao normal, aposto que amanhã
mesmo ele estará aqui, louco pra falar com você e te pedir desculpas!
– Alex?
– Sim?
– O que estava na campina?
– Nada com o que se deva preocupar!
– Você esta seguro pra poder andar por ai e voltar inteiro
para a Pamela?
– Sim, não se preocupe, sempre estarei protegendo vocês...
– Não prometa, não quero me decepcionar com você... – digo
me aconchegando em seu colo.
– Certo ou errado eu nunca me afastaria de vocês, “somos
três mais somos um” – sussurrou sorrindo ao beijar minha testa – durma, não vou
deixar que os pesadelos te atormentem!
Quando abri meu olhos, Pamela voltava do banho, sorriu pra
mim e começou a se arrumar, marchei para o banheiro. Quando sai pude escutar a
voz de Charlie. Ele parecia irritado, me curvei um pouco e escutei a conversa.
– Não me interessa Billy – uma pausa – não me importa, ele
correu atrás dela ate conseguir o que queria, ele não pode e não vai tratá-la
dessa forma... – outra pausa e longa – seu filho tem ate amanhã pra conversar
direito com minha filha, se ele não aparecer vou busca-lo com minha 12,
entendeu? – disse e socou o telefone no gancho.
O que é uma doze mesmo? São tantas armas, mas nunca vi essa,
talvez seja bem destrutiva, já que não sabia dessa. Meu pai me conhece bem! Preferi
ignorar isso e ignorar o fato do meu pai estar cuidando da minha vida ou não
vida amorosa em vez de deixar que eu me vire e voltei para o quarto, terminando
de me arrumar. Tomamos café com Charlie me estudando, esperando que eu desabe,
no colégio foi suportável. Todos ainda estavam no clima dos chutes do meu
afilhado.
A tarde Pamela me ocupou com a decoração para o quarto, a
minha cama seria desmontada para a colocarmos o berço, já que a dela é bicama.
Ela trocou a roupa de cama, enquanto eu desmontava a minha cama. Deixamos tudo
no canto para meu pai descer com ela, mas nossos planos foram por água a baixo,
ele teve que ficar de plantão.
Alex chegou salvando a pátria, ele parecia preocupado, sua
testa fincada, mesmo tentando disfarçar ao nos ajudar com a arrumação. Eles
decidiram sair, Pamela foi se arrumar e ele ficou ao meu lado, queria me contar
algo, mas sem Pamela por perto. Parei com o jantar do Charlie e me voltei para
ele.
– Fala logo.
– Er... eu tive um encontro diferente hoje. Talvez seja um
grande erro, mas... – ele se aproximou como se estive preocupado que alguém
ouvisse – eu conversei com Jacob, só tenha a mente aberta - eu não consegui
entender a dele, mas confirmei com a cabeça.
Permanecemos em um duelo de olhares, era notório que havia
muito mais que isso, mas seja o que for, ele não poderia falar ou preferiu que
Jacob me contasse. Bufei e voltei a preparar a carne assada com batatas. Pamela
gritou um estou pronta e ele subiu, seja pra onde for, seria pela floresta que
eles passariam, ate que pudessem voltar a civilização, sem que ele fosse
reconhecido.
Deixei tudo assando e segui para um banho, agora sem nada
para me ocupar as conversas voltavam para me amedrontar, eu não queria pensar,
peguei um dos livros da Pamela e segui para a cozinha, o titulo era “O Segredo
de Cibele” de Juliet Marillier.
– De fato, eu vivo num castelo – repliquei eu, sentindo-me
na obrigação de mencioná-lo. – Mas não há nenhum príncipe por lá, o telhado tem
buracos e os assoalhos estão desmoronando. Como Murat. de certa maneira é uma
joia, único.*
Minha leitura foi interrompida por batidas na porta.
Levantei e verifiquei pelo olho mágico. Jacob esta na porta, olhando para todos
os lados. Abri a porta sem muita vontade. Ele sorriu sem jeito e foi entrando
sem que eu o convidasse.
– Faltou algum insulto? – pergunto soando mais áspera do que
imaginei, ele mexia no nariz, incomodado com algum cheiro olhou para a casa,
veio ate a porta onde ainda estou parada e a fecha, me puxando, me desvencilhei
de seus braços e segui para a cozinha.
– Me desculpe? Eu não queria dizer aquilo, não tenho o
direito, mas eu não sou mais o mesmo... –disse mexendo no nariz, segui para as
janelas da cozinha e as abriu.
– É visível isso – digo desligando o fogo, a carne já estava
assada.
– Não é só por isso, eu preciso andar com os rapazes, eles
me ajudaram com isso.... – ajudar com o que? Roubando meu amigo e namorado e
deixando um idiota aprendiz de ogro no lugar? Ele pareceu capitar meus
pensamentos – eles não têm culpa, eu... você lembra do passeio na praia, quando
te contei sobre as lendas?
– As lendas dos... espíritos? - seu rosto se iluminou – eu
não me lembro direito, você foi bem assustador ... – tento disfarça, quando nem
lembro se era mesmo espíritos, acho que ainda tenho aquele livro! Ele pareceu
perceber minha fracassada tentativa de mentir.
– Da pra perceber... eu não posso te contar, não é
permitido, apesar de já ter contado tudo a você, naquele dia.
– Seja o que for, não dá pra ser usado como desculpa pra me
tratar daquela forma.
– Eu sei – disse se aproximando – você estava tão
determinada, eu estava tão irritado com as coisas que descobri – disse olhando
para as escadas – eu não tive intenção, eu não queria te magoar – disse
segurando pousando suas mãos por meu rosto, tão quentes.
– Mas magoou...
– Isso foi o mesmo que me ferir – sussurrou perto dos meus
lábios. Olhei para seus olhos, pareciam sinceros, suspirei vencida – eu não
quero ficar longe de você.
– Não tem que ficar, acima de tudo é meu amigo, lembra? –
ele sorriu antes de me beijar, retribui ao beijo.
Jacob contornou meu corpo com cuidado, prendendo suas mãos
na base das minhas costas e nuca, me unindo a ele, precisei me esticar para que
ele não ficasse tão curvado. Seus lábios ferviam tocando delicadamente os meus,
sua língua contornou meu lábio inferior e arfei com a temperatura. Muito quente
e com isso invadiu, tocando em cada parte, demoradamente, quando nossas línguas
se tocaram, gememos juntos.
– Ainda melhor – sussurrou mordendo meu lábio inferior, sua
voz em um sorriso – pena que não posso ficar – disse nos separando.
– Porque?
– Eu sai escondido.
– Pensei que tivesse sido coagido pela 12 do meu pai – digo
rindo.
– Ele realmente falou serio, a 12 poderia ser fatal, dependendo
de onde ele mirar – disse rindo e beijando meu pescoço – pensa em tudo o que eu
disse? Tente lembrar?
– Porque não me diz de uma vez?
– Eu não posso, não é permitido, mas se você descobrisse...
não teríamos problema, mas enquanto isso, não poderei me aproximar.
– Vem pra cá?
– Como?
– Morar aqui comigo?
– É realmente tentador, mas isso não acaba assim. Isso me
acompanharia pra onde quer que eu fosse – seu rosto se contorceu em dor.
– Mesmo se... fugíssemos? Pelo menos por um tempo?
– Você faria mesmo isso? – perguntou me abraçando.
– Sim – digo me apertando ao seu dorço.
Jake me ergue sobre a mesa, me apoia nela e me abraça,
forte. Encosta sua testa na minha, segurando novamente meu rosto e apoio minhas
mãos em seus pulsos, nos beijamos novamente. Desta vez Jake foi diferente,
existia ânsia, desejo, sua forma de me segurar foi possessiva, segurei em sua
nuca e tentei retribuir a altura, sua mão apertou minha coxa na mesma hora em
que alguém limpava a garganta.
– Estão se entendendo bem ate de mais Jacob? – nos separamos
rápidos, assustado. Senti meu rosto queimar.
– Desculpe chefe, eu... me empolguei, desculpe? – pedia sem
olhar para Charlie.
– Só contenha seus hormônios Black, estou novo para ter
netos – disse me olhando e desejei um buraco pra me afundar.
– Eu já estava de saída – cumprimentou Charlie – pensa no
que te falei? – disse e me deu um selinho, envergonhado com a presença de
Charlie.
– Eu te acompanho ate a porta – digo tentando fugir do
momento, Jake sorriu e seguiu rápido pela mata ao lado, não me lembro dele ser
tão rápido assim! Quando voltei para a cozinha Charlie já estava se servindo de
carne e arroz, me olhou com a sobrancelha erguida – só jante quieto – digo
arrumando o meu prato.
– E a Pamela?
– Estou aqui tio, quis deixar o casalzinho conversando –
disse Pamela descendo as escadas e assim jantamos em silencio, apesar dos
olhares de Charlie e Pamela para comigo. As palavras de Jake ainda martelavam
em minha mente, eu não conseguia me lembrar da conversa, mas sei que o livro
sobre os Quileutes estava guardado. Eu faria uso dele.
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