quarta-feira, 13 de março de 2013

MVLN - Capítulo 20

 MVLN - Capítulo 20 - Mudança de planos

Cheguei aflita ao hospital, eu não podia acreditar que Pan estava tendo o bebê antes do tempo e ainda por se preocupar demais comigo. Eu nunca me perdoaria se algo de mal lhe acontecesse, eu deveria ter ficado...
Mas por outro lado, eu sabia que não poderia ter deixado Edward ser destruído. Como ele foi capaz de estragar minha vida ainda mais? Nem mesmo longe ele me deixava em paz.

Andei apressadamente pelos corredores, seguindo Alice. Jasper tinha ficado do lado de fora, ele ainda não seria confiável em um hospital, e eu não queria me preocupar com Edward no momento.

_ Você sabe mesmo onde está indo? – eu questionei nervosa pela demora.

_ Fique calma Bella, tudo vai dar certo no final. – ela falou tranquila, desejei ter seu dom.

_ Como assim, no final? – eu aumentei um terço o tom da minha voz, Alice não estava ajudando.

Eu queria perguntar o que iria acontecer afinal, eu estava aflita por notícias, mas logo me esqueci de Alice assim que vi Carlisle saindo de uma porta lateral.

_ Por favor Carlisle, me diga o que está acontecendo com eles...

Ele não me respondeu, na verdade, ignorou minha pergunta, me lançando apenas um olhar de compaixão.
_ Faça o que tem que ser feito. – ele se virou para Alice, que saiu numa velocidade sobre-humana. – Fique calma Bella...

_ O que está acontecendo? – eu insisti, mas ele voltou para dentro da sala.
Logo avistei Charlie um pouco mais a frente, sua expressão era de extremo nervosismo, algo totalmente compreensível.
_ Pai? O que está havendo? – eu me aproximei rapidamente.

_ Eu trouxe a Pan, ela está em trabalho de parto Bells... – ele estava agitado – Eu sei que está fora de hora, ela estava nervosa demais... Onde esteve? – disse me puxando para seu lado, assim que viu os outros.

_ Depois pai... Os médicos te disseram algo?

_ Nada ainda, todos trancados naquela sala.

Me sentei ao seu lado, sentindo-me totalmente impotente e culpada. Deixei que as lágrimas corressem por meu rosto, sem me importar em conter os sentimentos. Nada poderia acontecer à eles, eu não podia aceitar, Alex nunca me perdoaria...

Alex? Onde ele estaria agora?

_ Bella? – eu ouvi alguém me chamar, meu corpo respondeu ao som de sua voz.

_ Jake... – eu corri até ele.

Jacob tomou meus lábios num beijo apaixonado e urgente.

_ Que bom que voltou. – ele disse ainda nos meus lábios.

_ Eu te disse. – e ele voltou a devorar minha boca e me senti mal por um instante...
Se antes eu me sentia quebrada, agora eu estava completamente perdida. Beijar Jake não foi mais tão reconfortante como eu pensei que seria, ainda mais sabendo que ele estava nos observando. Sim, eu podia sentir seu olhar e estranhamente até mesmo seu sofrimento me queimar.

O afastei com ternura, eu não queria machucá-lo, mas eu sabia que não era certo continuar com minhas dúvidas. Isso também o faria sofrer, ele merecia tanto alguém completamente dele, sem passado os assombrando. Eu queria ser essa pessoa, e até pensei por um tempo que pudesse ser, mas não, essa não era eu e esse não era meu lugar...

Mas, eu ainda queria que fosse. Eu já não sabia o que fazer, o que pensar...

Vi quando ele me olhou atentamente, me estudando. Sorri para acalmá-lo, eu ainda não tinha tanta certeza quanto queria ter. Que Jake iluminava minha vida, isso eu não tinha dúvida, mas ele trazia sentido para ela...? Essa era a questão.

_ Bella, podemos conversar? – Edward surgiu ao meu lado, eu sabia que ele tinha vindo como um humano normal, afinal Charlie ainda estava ali, mas minha preocupação não me deixou perceber. Jake ficou tenso e me segurou com força.

_ Está de volta? – Jake falou com aspereza.

_ Parece que sim. – foi sua resposta desconcertada.

_ O que foi Edward? – era estranho conversar com ele novamente, olhar em seus olhos, agora dourados novamente, sentir seu cheiro e todas aquelas sensações que ele me causava, mesmo sem minha permissão. Pensei que ele sumiria assim que pousássemos em Seatlle.

_ Pamela está com graves problemas, sua pressão está subindo muito e rápido demais...

_ Eclampsia? – eu perguntei com a voz embargada, me lembrando de ter lido algo num desses livros de grávida. Lembrando de nossa conversa há meses, de sua frase agora irônica.

_ Isso mesmo. Carlisle está conseguindo manter o quadro estável, o bebê acaba de nascer e foi levado para UTI neonatal, ele ficará na incubadora por um tempo, até que atinja a maturidade pulmonar e ganhe peso. Pamela não esta reagindo aos estímulos, seu coração não suportará por muito tempo... – ele despejou tudo até travar.

_ Fala logo Edward.

_ Alex vai tirá-la daqui e transformá-la.

_ Mas e Charles Alexander...? – minha cabeça tentava acompanhar todas as informações, eu nem sabia o que pensar. Me apoiei em Jake.

_ Nós vamos dar um jeito dele ficar com você. – ele disse por fim.

Comigo? Eu nem sabia o que pensar a respeito. É claro que eu cuidaria dele, com todo amor e da melhor forma possível. Eu só temia por Pan, o que ela acharia disso tudo? Como seria nossas vidas daqui para frente? Tudo tinha mudado de repente, todos nossos planos mandados para o espaço...

_ O bando já foi informado? – Edward se colocou ao meu lado, ainda com um expressão triste.

_ Missão cumprida, sang... – eu o interrompi, antes que Charlie ouvisse algo que não deveria.
Forcei para não questionar mais nada, eu sabia que depois teria minhas respostas. Mas agora não era o momento.

_ Leve Bella e Charlie para ver o bebê, assim que Carlisle me der o sinal... eu aviso – ele disse para Jake saindo.

Meu consciente estava no automático,me defendendo do que acontecia. Segui para meu pai e não esperei porcaria alguma de sinal, segurei em sua mão e segui para o berçário. Charlie veio ao meu lado, havia poucos bebês uma enfermeira trazia um pequeno anjo em uma incubadora. Charlie soltou um som estrangulado, voltei meus olhos para ele, ele ergueu a mão batendo no vidro delicadamente. A enfermeira ergueu os olhos falou algo para as outras e se encarregaram do bebê, a primeira enfermeira deu a volta e veio para a porta, sorriu doce e triste para nos.

_ Querem vê-lo?

_ Vamos lá vê-lo pai? – eu chamei. Meu pai descongelou após eu chacoalhá-lo. Ele estava realmente abalado, acho que estava sendo pesado para todos nós.

Nos levou para um cômodo onde passamos por um processo de limpeza e nos colocaram as roupas adequadas. Entramos no berçário, Charlie congelou nos primeiros passos, olhei pela pequena caixa de vidro que uma enfermeira apontou, e lá estava ele. Segui a passos incertos, me pondo em frente à pequena caixa com meu pequenino, Charles é tão frágil...

O corpinho coberto apenas por uma frauda, fios presos em seu pezinho, outro colado de sua barriga, subindo por seu pescoço ate seu nariz. Meus olhos marejados me atrapalhavam por um tempo a vê-lo. Uma mexa grosa em sua fronte era o único vestígio de cabelo, loiro, quase branco, tão perfeito…

Suas pequenas mãozinhas se fechavam fortemente uma contra a outra, me passando a impressão de uma oração. Seus olhos se abriam apertados, tentando entender o mundo a sua volta, mas logo eram fechados novamente, provavelmente pela claridade excessiva.

Ele era quieto, calmo... Apaixonei-me por cada uma de suas feições, por cada gesto quase imperceptível que ele fazia. Era impossível dizer com quem ele se parecia, mas eu podia jurar que tinha um pouco de cada um de meus grandes amigos.

Aquele pedacinho de gente, ainda tão frágil, teria que passar por coisas que eu desconhecia. Ele teria que ser forte, mas nós iríamos conseguir. Olhei para a enfermeira em uma pedido mudo de toca-lo, ela acenou e com muito cuidado introduzi minha mão, tocando suas mãos, seus dedinhos pequenos seguraram meu dedo, sem força.

_ Você tem a mim bebê... Não se preocupe ok? Eu sempre vou estar aqui, nós estaremos juntos nessa... Apenas cresça e fique forte, e quando você já estiver bem, a dinha vai ter dado um jeito nas coisas. – mesmo com aquele plástico que me impedia de sentir seu toque por completo, eu sabia que estávamos conectados.

Senti o toque de Charlie em meu ombro, Charles abriu os olhos, tinham um tom incerto entre verde e azul, um tom cinza. Quando ergui meus olhos pude ver os Cullen do lado de fora, Jake estava no canto do vidro, o mais afastado dos Cullens. Sorri para ele que deu aquele sorriso debochado e deu de ombros, sorriu olhando para o bebê. Voltei meus olhos para o pequenino que parecia me olhar... sua respiração suave.

_ Eu te amo meu bem... – eu falei deixando uma lágrima espessa cair sobre o vidro, embaçando minha visão momentaneamente. Fiquei ali com Charles até que um tumulto se formou do lado de fora. Jake correu até mim.

_ Uma bomba estourou fiquem aqui! – disse Jake na porta do berçário.

– As pessoas estão desmaiando aí fora, estamos seguros. – disse a enfermeira.

_ Pan? – Charlie correu até a porta, a abrindo com ferocidade.

Corri atrás dele, seguida por Jake. Acho que isso estava fora dos planos... Meu pai abriu a porta que separava a ala das salas de cirurgia. A maioria das pessoas estava desmaiada por terem sidos atingidos pelos destroços. Vi quando meu pai amarrou sua blusa sobre o nariz e Jake fez o mesmo comigo. Algumas pessoas corriam com máscaras, todas fazendo o caminho contrário ao nosso. Trazendo pacientes pelos braços, alguns gritavam de dor.

_ Charlie, vamos sair daqui... – Jake tentava detê-lo.

_ Não antes de achar a Pan. – ele estava determinado.

Vi Carlisle deitado no chão, provavelmente fingindo um desmaio também. Isso seria cômico, se a situação não fosse trágica. De esgueira vi Jacob dar uma leve risada, também observando a cena. Provavelmente esta seria a sala em que Pan estava. Tudo estava destruído, Carlisle se mexeu lentamente, vi que cobria outra pessoa com seu corpo.

_ É aqui. – eu falei rápido,indo ate Carlisle.

Vi o rosto de meu pai empalidecer e sua respiração se acelerar, e quando menos se espera, o Charlie preocupado cede o lugar para o Chefe Swan... Meu pai se adiantou e ajudou Carlisle a levantar. Aquilo tinha tornado tudo real para mim, provavelmente Pan estava agonizando de dor, se transformando em uma vampira sob o olhar atento de Alex em algum lugar seguro.

Imediatamente ele começa a fazer perguntas, me doía saber que por mais que ele se esforçasse, no final suas investigações fossem fracassar e provavelmente viria uma má notícia junto com elas. Eu saberia de toda a verdade, e mais uma vez, eu precisaria escondê-las de quem eu amo.

_ Vamos Bells... – Jake me puxou pela mão – Precisamos continuar com o plano. – ele falou entendendo minha preocupação com Charlie.

_ Mas como...? Os Quileutes não tem uma regra quanto a isso...? Ele pode simplesmente transformá-la? – eu deixei minha dúvida fluir, uma vez que já estávamos sozinhos.

_ Sam permitiu... – ele disse a contragosto, visivelmente irritado com a escolha – Foi um pedido de Emily e Kim.

Certamente eu precisaria agradecê-las por isso. Minha cabeça começava a doer, e muito. Estava perdida, no olho de um furacão, sabendo que não importa qual caminho eu seguir, sairei ferida e magoando os outros, tendo a certeza que Charles Alexander será o único protegido desta história.

Jake suavemente segurou minha mão quando o pessoal do pronto socorro invadiu o cômodo. Meu pai veio para meu lado, me abraçou e começou a me rebocar para a ala segura. Entendo que meu estado de letargia devia ao fato de não haver vestígio da minha amiga. Eu quero vê-lo, mas preciso saber do nosso bebê.

– Temos que voltar ao berçário... – sussurrei.

Meus pés seguiram pelo caminho,quando nos aproximamos, pude ver Esme e Rosálie dentro do berçário, ajudando as poucas enfermeiras que ficaram, enquanto muitas estavam cuidando dos feridos. Eu quero saber o que exatamente aconteceu, mas não podia sair de perto de Charlie, não poderia sair de perto do bebê.

Caminhei para o mesmo local que a enfermeira havia me levado, com cuidado para que os outros pais não me vissem passar e invadissem o berçário. Entrei devagar, Esme sorriu docemente, enquanto terminava de limpar um bebê, Rosalie sorria para meu afilhado. Me aproximei tocando-o com cuidado.

– Não se preocupe Bella. Ele será bem cuidado – disse com um sorriso diferente, como se estivesse admirando o bem mais precioso da Terra.

– Como assim? – Rosalie olhou para os lados discretamente.

– Pamela está em nossa casa, poderíamos cuidar dele até que ela esteja sobre controle – disse sorrindo para meu afilhado.

– Não. Eu sou a madrinha, eu cuidarei, eu não confio em vocês. Não é porque voltaram que tem minha confiança, vocês não vão brincar com o futuro do meu afilhado – rosnei.
Eu não vou deixar que façam o mesmo com meu afilhado, que o façam amá-los e depois sumam sem olhar para trás, sem se importar em destruí-lo. Rosalie me olhava firmemente, duvidando de minhas palavras. Ergui meu queixo em desafio, Rosálie gaguejou algumas frases, mas não disse nada e Esme a puxou para cuidar de outro bebê.

– Não se preocupe meu amor, vou cuidar de você – digo sorrindo para meu afilhado – você vai ficar aqui um pouco e logo vem comigo! – digo tocando seu rostinho e fez uma careta piscando os olhinhos.
Ouvi a batida no vidro, meu pai me chamava, seu rosto abatido. Alguns policias e Jake estavam ao seu lado. Dei uma última olhada em meu anjinho e sai. Não gostei de deixá-lo com Rosalie, mas precisei sair. Meu pai estendeu a mão me puxando para seu lado. Deixou-me com a certeza que agora seria a mentira para Charlie e mais um segredo para minha conta.

– Bella... Não conseguimos encontrar Pamela nos destroços, o resultado sobre ela saiu primeiro por termos Carlisle, ele está cuidando dos feridos... – os policias assim como meu pai pensaram que meu silêncio e choro era devido ao choque, mas na verdade...

É a minha dor e culpa, culpa por tudo que causei aos meus amigos, o que continuarei causando ao meu pai, sei que ele nunca desistirá dela. Principalmente por Charles Alexander, Charlie me abraçou forte quando comecei a soluçar. Escondi meu rosto em seu peito e tentei me conter, voltar ao meu equilíbrio.

– É melhor avisar a família... – meu corpo retesou com a frase. Meu pai percebeu e afagou meu braço.

– Vamos fazer isso agora mesmo – um arrepio cortou minha espinha, olhei para meu pai e ele me deu um beijo na testa.

Eu não queria deixar Charles sozinho, principalmente no meio do caos que ainda reinava no hospital. Após incontáveis minutos e a enfermeira nos garantir que ficaria com a atenção voltada para meu pequeno que permiti ser removida do hospital. Os Cullen já não estavam mais, pelo menos no berçário...

Entrar em minha casa e não ouvir a voz de Pan... foi cortante, eu não queria ter que falar com os pais dela, ter que suportar a mãe dela, mas era preciso e Charlie jamais permitiria que eles não tomassem conhecimento do que aparenta acontecer. Charlie ligou diretamente para Renée explicou tudo, eles decidiram que ela contaria.

Enquanto meu pais terminavam de conversar me voltei para a saída, eu preciso ver a Pan, preciso conversar com Alex. Preciso ouvir seus conselhos. Disparei em direção a casa Cullen. Assim que eu fiz a curva para a estrada o vulto de um lobo surgiu em minha frente, Jake e Embry. Abaixei o vidro e fui direta.

– Vou ver Alex e Pan, preciso falar com ele – Jake lobo se pôs na frente da picape, eles não me permitiriam passar? – Jacob Black, você é meu namorado, mas se você se atrever a tentar me mandar, não será por muito tempo, saia da minha frente! – rosnei.

Jake lobo caminhou para o lado da picape, fez um choramingo e foi para a mata, desci da picape e esperei ele voltar, não demorou um minuto e ele já estava em minha frente. Me abraçou e sentou-me no banco da picape.

– Desculpe Bells, mas é perigoso... sua amiga está se transformando, eu não sei como funciona isso, mas há mais vampiros com eles, outros de olhos dourados – disse dando de ombros e meu coração falhou duas batidas, Jake me olhou interrogativo.

– Eu sei Jake, mas eu preciso, o futuro do meu afilhado depende desta conversa, meu pai está conversando com minha mãe, ela contará aos pais da Pan sobre o desaparecimento dela, eu tenho medo da mãe dela tentar algo contra o bebê... – disparei antes que ele me questionasse.

Jake me abraçou e me deu um selinho, se afastou rápido e olhou para a estrada, Alice e Jasper estavam parados no meio da estrada, Jake bufou e me deu espaço para voltar a picape. Liguei o motor novamente, ele encostou na janela com um sorriso forçado.

Vou te esperar aqui! – disse e o segurei antes de se afastar.

– Eu estarei segura, não se preocupe – Jake me puxou e me deu um beijo, depois fui liberada para prosseguir.

Dirigi para a cassa Cullen com Alice e Jasper ao lado da picape, eles pareciam caminhar, eu conseguia vê-los como se andassem, mas eu estava a 40kh, estacionei de atrás de um Renault na frente da casa. Alice veio para o meu lado, mas Jasper se pôs a nossa frente. Ainda distante, mas percebi que queria falar e parei. Ele sorriu acenando.

– Eu gostaria de me desculpar pelo ocorrido, mesmo que eu não consigo me perdoar pelo meu ataque...

– Não precisa Jasper... eu sei que não teve culpa, essa é a natureza vampiro, sei que lutam contra o que é ser um vampiro, Felix foi muito explicito – digo sorrindo para tranquilizá-lo. - você é incrível! – digo esticando minha mão.

– Eu que tenho que lhe agradecer – disse tocando levemente minha mão – obrigada por trazer minha senhora de volta – disse dando um grande sorriso e piscando para Alice.

Soltou minha mão e Alice seguiu para seu lado e eu fui atrás, eles pareciam conversar, os lábios de Alice moviam-se rápidos. Ignorei esse fato e segui com eles, a casa estava exatamente como me lembrava, nenhuma mudança, como se não houvesse passado um dia se quer. Na sala estavam Esme, Emmett e as irmãs Denali. Faltava uma e ela descia neste momento com os outros dois Denali, eles traziam malas.

– Esta tudo aqui! – disse Tanya.

– Obrigada Tanya – ouvi Edward. E virei na direção de sua voz, ele estava no canto da sala, meio escondido pela pilastra. Virei minha atenção para Alice e ela sorriu.

– Vou levá-la – disse e segurou minha mão, caminhamos para as escadas, cumprimentei os outros dois Denali por obrigação, já que ainda estavam descendo as escadas como humanos achando que me assustariam.

Seguimos pelo corredor, dando acesso para um dos quartos vagos. Alice bateu na porta e esperou alguns segundos antes de me permitir entrar. Sorriu e voltou para o corredor, olhei da porta e Alex estava me olhando, acenou para que eu terminasse de entrar. Sua mão atada a de Pamela.

Voltei meus olhos para ela enquanto fechava a porta, minha amiga estava com a postura rígida, era visível seu maxilar trincado. Os olhos fortemente fechados, me aproximei devagar. Afaguei os cabelos de Alex, tentando segurar minhas lágrimas. Ele ergueu os olhos quando ouviu meu fungado. Seus olhos... seus olhos estavam vermelhos. Respirei fundo e tentei começar a conversa.

– Charles está bem... – digo baixinho e quem reage é Pamela, ela gira a mão – o... como isso aconteceu? – digo me sentando ao lado de Pamela e toco seu braço. Alex faz uma careta para a porta e depois revira os olhos e bufa.

– Idiotas... – sussurrou tão baixo que ainda tenho dúvidas de ter ouvido - Victória não conseguiu saber sobre você e foi um pouco descuidada, ela se aproximou da casa, conseguimos afastá-la, mas ela me fez chocar com Jacob. Jasper conseguiu segurá-la por segundos e afastar da casa, mas... foi o bastante para assustar Pamela....

Meu choro rompeu novamente e me levantei, seguindo para o outro lado da cama e me agachando, deitando ao lado da minha amiga. Eu causei isso, tantas coisas poderiam ser evitadas... eu estrago tudo o que toco... meu choro foi aumentando o padrão, soluços começavam a atrapalhar minha respiração. Puxei o braço de Pan e chorei colada a ela.

Perdoa-me?... Por que... eu nunca vou.... conseguir me perdoar! – com muito custo consegui dizer, sua mão apertou a minha com força, doendo um pouco – eu... estraguei... sua vida... de novo... – me sinto ser erguida, Alex me puxava e me sentou em seu colo fazendo malabarismo, pois não libertei a mão de Pamela.

– Não é sua culpa Bella, você não procurou por isso... O erro foi nosso, principalmente meu... eu não consegui defendê-la. – Pamela se contorceu – vamos conversar lá embaixo, assim ela não poderá ouvir... – sussurrou em meu ouvido e me pôs de pé.

Ele separou nossas mãos, seguiu para o lado dela e sussurrou em seu ouvido. Logo depois a beijou e virei o rosto para esse momento, eu não mereço ser amiga deles... limpei minhas lagrimas caminhando para a porta, senti o toque de Alex em meu ombro quando passamos para o corredor.

– Aqui ela ainda pode ouvir... vamos para o escritório lá de baixo – disse me guiando para a escada, todos estavam na sala, esparramados pelas poltronas e sofás. Ela continuava ali. Minha língua coçou para saber o motivo de estarem ali. Acho que a encarei de mais, pois levantou seguindo para a varanda.

– Bella? – Esme me chamou – seu pai ligou para a reserva, Jacob foi tranquilizá-lo. Desculpe dizer isso, mas não pode demorar. Ele virá para cá.

– Pamela não irá conter-se por muito tempo – disse Jasper com a expressão agonizante, ele estava ajudando a Pamela e sorri para ele.

– Não pretendo demorar. – digo áspera de mais.

Voltei minha atenção para Alex. Quando entramos no escritório ele fez questão de fechar a porta. Sentei no primeiro banco que vi, minhas pernas tremiam. Alex sentou em minha frente após puxar uma cadeira da enorme mesa. Segurou minhas mãos e esperou que eu me acalmasse.

– Bella... eu preciso que seja forte, não se culpe.

– Como? Eu estraguei a vida de vocês... eu destruí a Pamela duplamente...

– Não veja assim Bella... tente ver pelo meu lado, pelo lado que Pamela verá... pelo menos espero... você nos uniu pela eternidade... – sua voz estava embargada por um choro que não romperia por seus olhos...

– Ela nunca me perdoará por tirá-la o direito de cuidar de Charles Alexander, o direito de amamentá-lo...

– Ela perdoará sim, entenda que ela... morreria... Bella... Alice teve varias visões com Pamela... em todas ela... morria– estudei seu rosto, ele não parecia mentir... mesmo eu indo para Volterra, termos nos arriscado... ela continuou mentindo pra mim. Meus soluços entregavam minha dor.

– Como faremos? Temos que organizar... pra quando derem Pamela como... morta. Charlie e Renée ficaram encarregados de falar com os pais de vocês... sua mãe gostará de conhecer o neto... – sorri – você já o viu?

– Não – disse com um leve sorriso. – eu esperei por um sinal do Carlisle, quando destruí a sala, a enfermeira já havia levado para o berçário. O cheiro estava forte de mais...

– Isso não será problema por muito tempo, ele é lindo e ficará forte logo, eu prometo que cuidarei bem dele até que possam ir vê-lo, não conversei com as enfermeiras, mas no máximo um mês não é? Ele precisa ganhar um pouco de peso – digo enquanto me acalmo e seco as lagrimas.

– Precisamos conversar sobre isso. – disse ficando sério. – mandaremos um advogado de confiança de Jasper para sua casa, ele deve passar ainda hoje.

– Não entendi.

– Alice teve muitas visões Bella. Entre elas teve a dos meus sogros ganhando a guarda do meu filho por pagar grandes subornos...

– Desgraçados! Isso nunca! – como podem?

– Também não queremos isso. Pedi a ajuda de Edward para fabricarmos uma falsa carta de Pamela para os avós franceses. Pedindo auxilio, dizendo que ela não se sentia bem e tinha medo de acontecer algo e os pais tentarem tirar nosso filho de você. Alice viu que os avós mandariam auxílio para vocês e que esta intromissão seria o suficiente.

– Quando ele estiver em minha guarda será melhor para vocês... Pamela poderá vê-lo quando bem entender...

– Na verdade... – me interrompeu – não poderemos.

– Como não? Pamela exigirá ver o filho!

– Eu sei... por isso Rosalie está no hospital...

– O que ela está fazendo lá? Dá pra parar de enrolação Alex?! – exijo me erguendo.

– Vou levar Pamela ainda em transformação.

– Como é? Acho que não ouvi direito – digo completamente confusa.

– Vamos levá-la... ela será uma recém criada e será perigoso tê-la tão perto de vocês, não sabemos como ela poderá reagir, Esme e Rosalie acham que o extinto materno será a principal característica dela, devido aos cuidados com você e pela gravidez.

A minha ficha começava a cair, as malas... maldita! Segui para a porta puxando com violência. O que ela pensa que é, que todos eles pensam, passei ventando pelos cômodos.

– Onde estão as malas? – todos se ergueram.

– Bella... – começou Edward.

Eu perguntei onde estão as malas – digo fulminando a Denali.

– Bella não... – disse Alex me puxando – nós precisamos ir.

– Vocês não vão a lugar algum – digo alguns tons mais alto – eu quero falar com a minha amiga, ela precisa ver o filho.

– Bella, Pamela seria um perigo para o bebê – disse Alice.

– Pamela não mataria o próprio filho! – grito para eles. Senti uma onda de calmaria. Virei minha atenção para Jasper – pare – sibilei. – traga as malas – sibilei para Alex.

Ela precisa se adaptar primeiro Bella... – ouço a Denali.

– Cale a boca – grito raivosa – quem pensa que é para falar sobre a MINHA AMIGA? E para você é Isabella.

– Bella por Deus... entenda? – começou Alex.

– Entenda é o cacete! – grito quando tenta me segurar – vocês não vão a lugar algum – as malditas lagrimas começavam a brotar novamente – eu sei que sou culpada, que acabei com a vida de vocês, mas não podem fazer isso comigo, com o bebê... – ouvi um estalo Jacob estava em sua forma lupina na porta aberta. Irina deu um passo em sua direção sua irmã a segurou e seu corpo caiu causando um grande estalo.

Não ousem tocar no Jacob – grito, meu grito foi o que bastou para que Jacob entrasse quebrando a porta.
– Está tudo bem... Bella está alterada com a noticia da mudança. – disse Edward e Jacob me olhou com seus grandes olhos de lobo.

– Você sabia? – pergunto com a voz embargada, ele virou o rosto em meia volta e entendi isso como um “desconfiava” voltei minha atenção para Alex. – eu sei que eu errei e muito com vocês, mas...

– Não é isso Bella... não tem nada a ver com você... você não é culpada por nada...

– Claro... – digo me afastando – eu não sirvo – digo olhando para o andar de cima e me viro.

– Bella – Edward se põe em minha frente – por favor...

– Não toque em mim! – digo puxando meus braços. – espero poder vê-la antes que eu morra! Ou pelo menos apareçam para ver o filho de vocês, se não se distraírem por muito tempo – digo já ao lado do que restou da porta, olhando diretamente para Alex.

Meu corpo sacudia com o choro, meus nervoso estavam destruídos, minha cabeça voltou a doer, mas desta vez foi ainda mais forte, quando estava perto da minha picape vejo Rosalie chegar, seu sorriso rasgando a face, mas foi sumindo assim que viu os outros lobos perto da minha picape e me viu e com Jacob descendo as escadas ao meu lado. Seus olhos voltaram para as escadas e não me voltei para saber qual deles estava ali.

– Pode dirigir pra mim Jake? – não reconheci minha voz.

Jake voltou a cabeça para meu lado e lambeu minha mão. Seguiu ao meu lado até chegar perto da picape, voltando a sua forma humana e se vestindo em minha frente. Os outros lobos ficaram em uma espécie de formação, só agora reparei que era Embry e Jared. Jacob enlaçou-me e me levou para o outro lado da picape, puder notar por minha visão periférica que muitos deles estavam nos degraus.

– Podem ir, avisem o Sam – disse Jake já do lado do motorista. Os dois lobos latiram e uivaram alto e dispararam pela mata – quer ir pra casa ou outro lugar? – teve a delicadeza de me perguntar.

– Me leva para o nosso lugar, para onde quiser, mas me tira daqui...– digo soluçando. Jake lançou um olhar para os degraus e seu corpo ficou tenso, me aconcheguei em seu peito descoberto, que foi molhado por minhas lágrimas. Seu corpo relaxou e ele ligou o motor.

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