Bless my soul, I love you
Take this heart away
Take these arms I'll never use
An' just believe in what my lips have to say
You give me fever
When you kiss me
Fever when you hold me tight
Fever (fever, burn through) in the mornin'
Fever all through the night
(Fever - Little Willie John)
— Você gosta mesmo deste corpo, não é? – perguntei testando a
suavidade de que minha nova voz era capaz.
— Sim, eu gosto. Mas o que eu gosto mesmo é do fato de ser você
dentro dele. E de você me desejar como eu desejo você.
Então ele me beijou de novo. E de novo. E eu me sentia como se
pudesse voar, mesmo que tudo o que eu quisesse fosse fechar minhas asas em
torno dele.
— Como você sabe tão bem o que fazer? – perguntei com uma voz que
me escapava entrecortada enquanto ele beijava meu pescoço e despertava meus
sentidos todos.
— Meu corpo se lembra – ele respondeu, sem parar o que estava
fazendo.
— O meu também. Mas nunca foi assim, como é com você. Minha
hospedeira nunca sentiu o que estou sentindo agora.
— O quê? Desejo? Amor? – perguntou ele, me apertando ainda mais
contra si.
— Os dois combinados. De um jeito que me tira o fôlego e não me
deixa pensar em mais nada. Este corpo pertence a você. Ele responde ao seu
toque como se estivesse encantado.
— Humm – ele balbuciou, respirando o cheiro de minha pele. – Pra
quem não consegue pensar em mais nada, até que você está bem falante. Eu podia
pensar num jeito de deixar você quietinha, mas é bom demais ouvir isso. Pode
continuar.
— Você é lindo – disse eu, enfiando as mãos embaixo de sua
camiseta e puxando-a para cima, forçando-o a levantar os braços para que eu me
livrasse dela.
Corri meus dedos pelos músculos de sua barriga e senti sua pele se
arrepiar e se retesar ao meu toque.
— Você também é linda – disse ele inspirando todo o ar e
deixando-o sair num som delicioso por entre seus lábios. – Minha vez – ele
falou em voz baixa enquanto me colocava na frente do espelho. – Vamos explorar
esse corpo que é só meu. – Essa última palavra, essa frase toda, aliás, soou
surpreendentemente prazerosa aos meus ouvidos.
— Veja que lindo rosto você tem – disse ele passando o nariz pelo
contorno do meu maxilar – E essa boca que eu não posso parar de beijar –
sussurrou, passando a ponta da língua sobre meus lábios. A simples visão desse
gesto no espelho acabou comigo!
Então ele se colocou atrás de mim e, novamente, passou os dedos
por baixo de meus cabelos, afastando-os enquanto roçava minha nuca com as mãos.
— Ruiva — disse ele beijando de leve a curva de meu pescoço,
depois de ter jogado meu cabelo por sobre meu outro ombro. – Eu gosto muito
disso. – Seus dedos se entrelaçaram nos fios vermelhos e compridos, correndo
rápidos até as pontas. – São macios. E você cheira tão bem! Está gostando do
que vê, Estrela?
— Hum – respondi de olhos fechados, incapaz de articular qualquer
som inteligível.
— Porque eu estou ficando muito orgulhoso de mim mesmo com a
escolha que fiz – continuou enquanto desabotoava minha blusa e acariciava meus
ombros, percorrendo-os com dedos hábeis e firmes. – Gosto especialmente dessa
pele. Tão branca e delicada! – Num movimento rápido, mas delicado, Logan me
girou e me abraçou, nossas peles em contato, e foi como se pequenos choques
percorressem meu corpo. Ele afundou o rosto em minha clavícula e inspirou – E
você cheira tão bem, Estrela. É o seu
cheiro. E é exatamente como eu imaginava. Acho que não quero parar de tocar em
você nunca mais – disse ele, correndo os dedos por minhas costas nuas.
— Então não pare – pedi. – Estou pronta. Acha que pode me dar
minhas lembranças agora?
— Oh, sim. Eu posso! – E seus olhos faiscaram com o desejo mais
ardente e poderoso que poderia haver.
— Eu te amo – eu disse, jurando não só este corpo a ele, mas todo
o meu mundo, toda a minha vida.
— Eu também. Pra sempre.
Isso foi muito bom de ouvir, mas com o que me diziam seus olhos,
ele não precisava jurar nada. Eu acreditaria em qualquer coisa que se
refletisse sobre o verde profundo e brilhante onde eu estava mergulhada.
Então ele me tomou nos braços e me levou de volta para o nosso
mundo. Aquele, habitado apenas por nós dois e pelas novas lembranças que me
moldariam e me fariam esquecer as outras.
Logan deitou meu
corpo nos lençóis macios onde eu tinha estado há pouco, e o cheiro tinha uma
mistura descontrolada de nós dois. Assim que seu corpo se afastou do meu, eu o
queria de volta, mas ele não veio. Apenas ficou parado ao pé da cama me
observando, os olhos felinos cravando-se em mim feito garras.
O calor de seu
olhar era intenso demais, então desviei os olhos de seu rosto perfeito,
buscando os músculos definidos de seu torso e o volume acentuado em seu jeans,
reparando na maneira como sua cintura se afinava numa curva onde o cós caía
pouco abaixo de onde devia.
Céus!
Sentei-me na
cama, sorrindo para ele e provocando-o com os olhos e desfiz com elegância o
fecho de meu sutiã, mas não o tirei. Isso produziu o efeito desejado. Ele se
aproximou e se inclinou sobre mim, entrelaçando os polegares nas alças e
descendo-as devagar. Quando deixei a peça descer por meus braços, pude ouvir um
som delicioso sair de seus lábios. Um arquejo baixo e feroz, enquanto seus
olhos se estreitavam. Senti meu corpo responder imediatamente àquele chamado
inarticulado e meus mamilos se intumesceram. Ele me olhou e depois se sentou ao
meu lado, segurando meus seios nas mãos em concha e encarando meus olhos,
enquanto seus polegares circulavam os bicos sensíveis.
Foi minha vez de arquejar, um apelo sem palavras por mais quando
ele passou a língua por minha aréola e me mordeu levemente, fazendo com que um
arrepio poderoso se espalhasse por meu corpo como um leve choque elétrico. Ele
repetiu tudo do outro lado e um gemido fugiu de meus lábios fazendo com que ele
me apertasse em resposta, seus dedos se enterrando com força em minhas costas e
meu corpo sendo comprimido contra o dele, contra a pele macia e cheirosa
esticada sobre seus músculos.
Ele fez com que eu me deitasse e desabotoou meu jeans com um
sorriso novo nos lábios. Eu inclinei meus quadris para facilitar que ele o
puxasse para baixo, fechando meus olhos e me contraindo aos sentir seus dedos
roçarem minha pele quando ele o fez.
Escutei o baque surdo da roupa sendo arremessada longe, mas
mantive meus olhos fechados por causa da intensidade da sensação que tive
quando ele me tocou sobre a calcinha. O calor de sua pele era tão forte que
atravessou o tecido e minha própria pele, instalando-se dentro de mim na forma
de um prazer que era quase uma dor sob seus dedos.
— Tão linda! — ele disse, e sua voz era um estranho carinho
que arranhava.
— Quero ver você — sussurrei, encontrando minha própria voz apenas
depois de um gemido alto abrir caminho para ela.
Logan não disse nada, apenas levantou-se novamente e ficou de pé
ao meu lado. Eu me sentei de frente para ele, deixando meus dedos percorrerem
suas pernas rígidas. Tirei as mãos quando ele próprio abriu o botão do jeans e,
num movimento ágil, deixou que ele deslizasse pra baixo junto com a boxer
branca que ele chutou para o lado.
Aquilo era uma visão. Certamente, eu não sabia nada sobre a arte
humana que ele tanto amava, mas tinha certeza de que aquele homem em minha
frente era algo melhor do que a arte jamais conseguira produzir. E ele me
amava. Era meu. E, obviamente, me desejava.
Uau!
Fechei minha mão firmemente em torno daquela pele mais macia e
mais quente que o resto, deixando meus dedos brincarem na ponta sensível. Um
rosnado primitivo veio rasgando desde o fundo de sua garganta e o som fez minha
pele se arrepiar de desejo.
Nesse momento, eu não podia estar mais feliz por essa hospedeira
experiente que eu tinha recebido. Vivian sabia como agradar um homem, então eu obedeci
aos comandos de meu corpo e deixei meus lábios deslizarem por toda a extensão
macia de pele, substituindo minha mão.
— Estrela! — murmurou ele,
fechando os olhos e jogando a cabeça para trás com a força do gemido que saiu
de seus lábios, uma espécie de rugido quente e cortante que se derreteu dentro
de mim.
Saber que eu conseguia produzir aquele efeito nele, fez com que eu
me sentisse... Dona do mundo! Afundei meus dedos em sua bunda deliciosa e o
puxei para mim, enquanto ele entrelaçava as mãos em meus cabelos. Eu o senti
trêmulo e vulnerável sob meu comando. Aquele homem forte e dono de si estava
inteiramente à minha mercê.
Oh, o poder!,
era embriagador.
Fazer o que eu quisesse de Logan. Mandar nas reações dele.
Controlá-lo. Eu nunca imaginei que isso fosse possível!
Eu me deleitava nessa ideia quando o senti fugir de mim, um leve
puxão em meus cabelos me impedindo de continuar.
Mas o quê...?
— Se você não parar agora,
isso vai acabar mais rápido do que deveria.
Ele se abaixou e arrancou minha calcinha num gesto brusco,
apertando meu corpo com as mãos ao fazê-lo. Então ele levou a pequena peça
encharcada e inútil até o nariz e inspirou.
— Seu cheiro...
Ele voltou para a cama e fez com que eu me deitasse ao lado dele,
deslizando dois dedos para dentro de meu corpo. Eu gemi, não pude evitar
fazê-lo, enquanto ele tomava de volta todo o controle pra si.
Por mim tudo
bem!, pensei enquanto meu corpo se
retorcia ao seu comando.
Senti-me fraca, tonta como se estivesse sob o efeito de algum
sedativo. E um torpor, um formigamento desconhecido, subiu lentamente por minha
pele, se apoderando de meus músculos, irradiando e ao mesmo tempo indo ao
encontro dos dedos dele.
— Pare! — gritei, porque eu
não queria que acabasse e aquilo só podia ser o meu fim.
Logan me fitou, surpreendido, esperando uma resposta que não dei. Fechei
os olhos quando ele tocou meu rosto, respirando fundo para tentar equilibrar
meus sentidos. Então os abri e comecei a me mexer contra seus dedos no meu
próprio ritmo, sentindo o toque lento e contido, adiando ao máximo.
Eu estava trêmula de expectativa, sedenta pela sensação e ao mesmo
tempo temendo sua intensidade, porque aquele era Logan, o homem que eu amava. Éramos
nós. Sendo humanos juntos pela primeira vez.
Por
isso eu queria que fosse lento, queria que fosse eterno. Mas mesmo enquanto Logan me cedia o controle eu não conseguia
mantê-lo, e comecei a me mexer mais rápido, me esfregando nele com cada vez
mais força. E quando ele retomou o ritmo de antes, sabia que eu não queria
realmente que parasse.
— Mais devagar — sussurrei.
— Não — ele disse,
impassível, cruel.
Eu tentei lutar, tirá-lo de dentro de mim, mas não tinha mais
controle de meus membros, de onde terminava meu corpo e começava o dele. Corri
meus dedos pelos músculos de seus braços, a pele deliciosa retesada pelo
movimento de me segurar, de entrar em mim. E quando o polegar dele começou a
fazer círculos concêntricos bem acima de onde seus outros dedos deslizavam sem
descanso, eu fui vencida.
— Ah! — explodi em chamas
luminosas.
Olhei nos olhos dele e eles estavam como eu nunca os tinha visto.
De um verde profundo, claro e arrebatador, quentes e úmidos como uma floresta
tropical.
— Por favor! — implorei.
— Eu sei — ele disse e num
movimento rápido estava dentro de mim.
Minha nossa!
Eu não pensei que isso pudesse ficar melhor!
Senti o peso de seu corpo, o contato de nossas peles, o jeito
delicioso como nossos ventres se chocavam num movimento sincronizado e como seu
cabelo roçava a base de meu pescoço enquanto ele sugava meus seios.
E então tudo começou de novo. O torpor que se apossava de mim, me
deixando sem forças, o desejo desesperado de que aquilo nunca acabasse.
— Pare! — pedi, tonta, mas eu
mesma não conseguia parar. Não conseguia controlar meu desejo e Logan sabia. —
Pare — insisti, baixinho, quase sorrindo das minhas próprias contradições.
— Não — ele rosnou de
volta, segurando meus braços para que eu não o empurrasse.
Senti-o entrar em mim mais rápido. Uma, duas, três vezes... E
então mais forte, mais fundo.
— Ah!
Minha visão se turvou e um pequeno raio de luz prateada se desfez
em pequenos outros raios, enquanto eu era novamente sugada para um lugar à
parte do tempo e do espaço.
Eu queria que aquilo nunca acabasse, então contraí meus músculos
em torno dele, tentando prendê-lo, tentando reter a sensação. Ele levantou os olhos
arregalados para mim, surpreso e extasiado, e seu rosto ficou vermelho e o
verde felino mais selvagem e mais claro enquanto um tremor se apossava de seu
corpo.
— Faça isso de novo — ele
pediu e eu obedeci. Ele afundou em mim de novo e soltou um gemido alto e áspero
antes de seu corpo desabar sobre o meu.
Eu sentia todo o meu corpo palpitar e todos os meus músculos davam
pequenos espasmos. Ele levantou a cabeça e me beijou, passando a mão por meu
rosto onde tinham brotado pequenas gotículas de suor.
— Por que você me pediu pra
parar? — perguntou ele.
— Por que você não parou? — perguntei, obviamente ciente da
resposta.
Ele soltou uma risada de menino levado, uma espécie de lufada de
ar incrédula que se misturava com sua respiração ofegante.
— Você queria mesmo?
— Não — respondi.
— Então...
— Eu só não queria que acabasse — disse, sabendo o quanto parecia
ridícula.
Logan riu, girando o corpo para que eu me deitasse em seu peito.
— Temos muito tempo para
repetir isso quantas vezes você quiser.
Pensei em suas palavras com meu corpo entrelaçado ao dele e meu
ouvido sobre seu coração, que começava lentamente a se desacelerar. Eu não
tinha me dado conta, mas ele tinha razão.
Isso era apenas o começo.
Notas finais do capítulo
Essa é minha primeira experiência hot, por isso, por favor, sejam pacientes e comedidos nas críticas. Eu o fiz para saber se conseguiria fazer algo sexy, mas ainda mantendo o clima da fic e meu estilo de escrita. Espero que gostem e comentem se acertei no meu propósito.
Capa e edição do olho verde by Daniela Martins Fonseca (DaniMandT)
Obrigada por tudo, Dani.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem e façam uma Autora Feliz!!!