segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

MVE - Capítulo 11



A viajem até Volterra tinha sido estranha. Ao contrário do que imaginei, não usamos aviões, jatinhos ou nada do tipo. Fomos apenas com nossa rapidez natural, usando a calada da noite como aliada.


Eu, Alice e Jasper estávamos no centro do grande grupo que nos acompanhava, vigiados de perto, como se voltar fosse uma opção plausível...

Recusava-me a olhar para os lados, para trás. Estava sendo duro dar cada passo, ver tudo que mais amava ficando para trás. Não queria encarar os olhos de meus irmãos, ver ali toda aquela mesma dor, e assistir o que minhas escolhas tinham causado a todos.

A única felicidade que eu tinha, e o que eu tentava usar como consolo, era o fato de ter visto Victória ser arrastada por Demetri com ordens claras e expressas de dar-lhe o fim que merecia. E por mais que aquilo não tivesse vindo por minhas mãos, como tantas vezes planejei, ao menos me garantia que Bella, Ale e Charlie estariam a salvo.

Tentei me concentrar nas mentes a minha volta, minha intenção era usar tudo que eu encontrasse ali a nosso favor. Eu precisava aguçar ainda mais meu dom, deixá-lo aberto a todo momento, atento a tudo.

Aro ainda estava cuidadoso, ele sabia quais eram as minhas intenções e por isso se policiava. Mas eu também sabia, que por mais atencioso que ele pudesse ser, uma hora eu teria que descobrir algo útil, e eu usaria isso.

Caius e Marcus nada mais eram do que meros fantoches nas mãos de seu líder. Ambiciosos e desejosos de todo o poder, mais covardes demais para tentar consegui-lo. Se viam dependentes do dom de Aro, e por isso, incapazes de desafiá-lo.

Chegamos ao castelo num silencio profundo, e eu torcia para que fosse sempre assim, menos insuportável. Porém, como eu já deveria imaginar, nada poderia ser tão fácil.

– Espero que sejam felizes em sua nova morada! – Aro disse com sua animação habitual.

– E úteis. – acrescentou “despretensiosamente” Caius. Sua mente gritava pela oportunidade que ele via jogada em seu colo, acreditando que se não fossemos úteis, mas ao contrário, trouxéssemos muitos problemas à guarda, isso pudesse ser usado contra Aro.

Eu me recusava a enxergar toda aquela podridão como um lar, nunca seria afinal. Meu lugar era ao lado de Bella, da minha família... Senti um leve toque de Alice em minhas mãos, eu sabia que ela tentava me ajudar. Talvez antecipando meu colapso.

– Nós seremos. – ela afirmou.

Tudo ali era estranho a mim e aos meus costumes. As pessoas exalavam frieza, maldade. As mentes sempre perturbadas em busca de algo por si próprias, pelo seu próprio prazer ou luxo.

O cheiro de sangue humano estava impregnado em cada pedra que cobria o chão ou as paredes, deixando claro as atrocidades que estávamos prestes a conhecer.

Jane nos guiou para os andares superiores da antiga construção, nos mostrando os aposentos que mais se pareciam com masmorras. Cada um teve seu próprio, despertando certa confusão em Alice e Jasper.

– Nós não precisamos de um terceiro. – Jasper logo acrescentou.

– Ordens de Aro. Por favor, não o faça se arrepender logo em sua primeira noite. – ela disse secamente, se preparando para descer novamente as escadas. – Ele os espera no salão principal em poucos minutos.

Alice soltou um longo gemido quando viu a loira se virar novamente.

– Ele vai jogar baixo. – ela logo verbalizou seus pensamentos.

– E nós vamos entrar na dança, ok? – Jasper se prontificou a garantir que Alice não arranjasse nenhuma briga desnecessária, finalizando seu breve comentário com um beijo casto.

Cada vez que eu assistia ao que eles estavam passando, mais minha culpa aumentava. E no final eu era apenas um fardo cheio, carregado demais pelas minhas próprias escolhas estúpidas ou inconsequentes.

Eu sabia que não havia outro caminho para mim. Eu amaria Bella de toda forma, eu seria incapaz de conter isso de toda forma, tudo tinha sido inevitável para nós.

E isso fazia meu peito se comprimir em dor e um urro de raiva ser espremido em minha garganta, sim, eu queria gritar o quão injusto tudo aquilo era.

Deixei minha bagagem jogada em qualquer canto daquele quarto e saí para esperar meus irmãos. Alice logo apareceu e Jasper veio em seguida. Descemos as escadas em silencio.

Infelizmente, às vezes, o dom de Alice não era bem vindo. E naquele momento era isso que estava acontecendo.

Eu enxergava através de sua mente o montante de corpos jogados de qualquer forma num canto, rostos ensanguentados e sorridentes. Um verdadeiro filme de terror, porém que se tornaria real em poucos minutos.

– O que foi, Alice? O que você viu? – Jasper insistia com sua amada, sempre atencioso e preocupado.

Porém, minha irmã mantinha uma expressão de puro pavor, ela simplesmente me implorava por ajuda, Jasper não poderia participar daquilo, ele ainda era fraco demais para tanto.

– Não é nada importante... – ela tentou convencê-lo, mas Jaz não aceitou sua desculpa.

– Na verdade é sim. – eu resolvi intervir. Infelizmente ele teria que saber e enfrentar, estávamos no território inimigo e Jasper precisaria aprender a lidar com isso.

– O que é, Edward? – ele perguntou alarmado, enquanto Alice continuava com sua súplica mental.

– Estamos prestes a presenciar uma chacina. – eufalei sem rodeios.

Mas apenas eu sabia o quanto tudo aquilo estava acabando comigo... Se algo acontecesse a Jasper, tecnicamente a culpa seria minha, certo?

– Você precisará ser forte...

Jasper se enrijeceu.

– Vai ficar tudo bem... – Alice tocou seu rosto – Eu estarei aqui...

Por um breve momento eu pensei que ele fosse correr de volta para o quarto, eu via a dúvida em cada pensamento seu, mas no fim, ele optou por encarar seu medo.

– Vamos. – ele disse convicto, fazendo Alice suspirar fundo e seguir em seu encalço.

Atravessamos a enorme porta do salão principal, e fomos recepcionados por Aro que parecia estar em deleite todas as vezes que colocava seus olhos sobre Alice.

– Preparamos um jantar especial para a noite de hoje! – ele disse como se falasse de um banquete a ser servido a qualquer momento. Por sua mente eu entendia que o que ele mais queria era ver nossos hábitos alimentares completamente modificados, acreditando que aquilo nos separaria de vez da nossa família.

– Não estamos com sede, obrigada. – Alice disse educadamente, mas só eu sabia o quanto ela estava desesperada – Gostaríamos de voltar para o nosso quarto, descansar um pouco.

_ Descansar? – Aro disse divertido, arrancando risadas gerais.

– A mente. – eu completei após ver o olhar suplicante de minha irmã.

– Seria muito ruim se vocês não participassem, preparei tudo isso com um grande afinco... – ele fazia seu teatro – E além do mais, ele já será servido.

Como que instantaneamente começamos a ouvir o montante de passos em nossa direção... Pessoas alegres, cheias de vida, acreditando estar participando de um passeio turístico... Eu via pela mente de Jasper sua loucura sedenta, os corações pulsando, bombeando o sangue fresco por todo o corpo...

O cheiro era devastador... Misturado a todo aquele impregnado no castelo... Sangue humano.

A garganta estava seca, ardia e queimava, como estar em brasas... Mas eu já estava acostumado aquilo. Jasper era o problema em potencial.

Alice segurava sua mão firmemente, enquanto ele lutava para manter o rosto de cada um da nossa família em mente. Eu não poderia dizer que ele não estivesse lutando bravamente, mas ainda sim eu tinha minhas dúvidas se ele conseguiria ou não.

A grande porta se abriu, dando passagem ao aglomerado de pessoas, jovens, idosos, crianças, nada seria poupado. Quando o portal se fechou num estrondo eu soube que era o fim.

– Não respire... Não olhe! – eu falei para Jasper, esperando que isso pudesse ajudar de alguma forma.

Ele fechou seus olhos, no mesmo momento em que os vampiros da guarda atacaram impiedosamente. Em todos os meus inúmeros anos de vida eu nunca tinha presenciado tal atrocidade...

Ver um vampiro se alimentar de sangue humano era terrível. Olhar para a vítima e ver toda a vida se esvaindo... Mas quando isso era feito de forma tão brutal e impiedosa, como se aquelas pessoas não fossem nada mais do que um mero pedaço de carne, era ainda pior.

Todos ali pareciam animais, ferozes. Sugando a vida e os sonhos de dezenas. Vigiando suas presas, cercando, brigando entre si. Até mesmo Aro perdia toda sua magnitude, ali era nada mais era do que um predador covarde.

Os gritos ensurdecedores acabavam por tirar meu apetite... E nesse momento eu me surpreendi comigo mesmo, eu me enxergava diferente daqueles pobres seres sem alma...

Por alguns minutos esqueci de Jasper e de sua mente, e só me dei conta disso quando Alice me chamou desesperada.

Jaz estava irreconhecível. Seus olhos estavam focados apenas no pescoço de um jovem rapaz de cabelos negros, encarando com urgência as presas afiadas de Jane afundarem em seu pescoço. Ele iria lá, isso era certo. Alice tentava o impedir... em vão...

Quando dei por mim o reflexo falou mais alto, e eu simplesmente pulei sobre as costas de Jasper, o derrubando pela surpresa. Eu tinha plena consciente de que se ele estivesse ciente do meu ataque eu não teria chances, mas não poderia permitir que ele se rendesse assim tão fácil.

Ele se debateu, tentando se levantar, e eu fazia ainda mais força para mantê-lo preso ao chão. Comecei a ouvir o barulho do piso embaixo de nós cedendo, rachando-se. Mesmo assim seus olhos não desfocavam a cena de Jane, e eu aproveitei desse descuido para agarrar seu pescoço, o prendendo por completo.

– Alice? – eu gritei, sem poder ver onde ela estava.

E em poucos segundos, ainda assim muito para um vampiro, Alice estava ao meu lado, me ajudando a rebocar Jasper dali. Ele se balançava com as presas a mostra, enquanto Alice mantinha uma expressão de dor no rosto.

– Vai ficar tudo bem... – ela repetia debilmente – Você vai conseguir...

Subimos novamente para os quartos, e apenas muito tempo depois Jasper conseguiu voltar a si por completo.

Ele estava envergonhado e deprimido, Alice desolada e eu, bem, eu estava ainda mais carregado de culpa. E esse tinha sido apenas o nosso primeiro dia ali...

...

O tempo ali se passava lentamente e tudo piorava quando eu lembrava da felicidade que tinha experimentado ao lado de Bella.

Tentava evitar verbalizar toda minha depressão, e lutava para estar cada vez mais integrado à rotina do castelo. Com o tempo, Aro aceitou o fato de que não mais participaríamos de suas cenas de horror, e nos permitia sair para caçar, embora nunca deixasse de nos convidar para apreciar o “banquete”.

Eu não sabia ao certo quantas semanas tinham se passado, havia parado de contar a fim de não me torturar mais. Porém, por mais que eu lutasse para manter as memórias afastadas de mim, elas sempre me perseguiam, enchendo minha cabeça de momentos que talvez eu nunca mais tivesse a sorte de repetir.

Alice monitorava a segurança de Bella através de suas visões, e eu monitorava os pensamentos de Alice. E a tristeza me aplacava todas as vezes que eu via Bella sofrer por mim, bem como o ciúmes, quando eu a assistia tentar seguir sua vida.

...

E algumas semanas depois, quando eu já estava começando a me acostumar com a ideia da vida na guarda ser um tanto parada, eis que surge uma denúncia...

Um vampiro alemão estava sendo acusado de não guardar o segredo maior de nossa espécie, a própria existência.

Alice e eu fomos escalados para irmos juntos de Aro, Félix e Demetri. Jasper ficaria, isso era uma ordem, e para nós uma infeliz oportunidade de colocá-lo à prova.

Passamos a viagem toda preocupados com Jasper, e quase nunca pensamos sobre o que estávamos prestes a fazer. Aquele era o nosso primeiro trabalho dentro da guarda, e estávamos cansados de conhecer sua fama nada delicada.

Depois de algumas horas de viagem, chegamos a uma pequena cidade alemã, Allendorf, onde ficamos por 5 dias.

No sexto dia, Demetri finalmente descobriu por onde começar.

– Vamos logo com isso Demetri, precisamos sanar o problema. – Aro falava de forma sombria, mandando que o rastreador da guarda encontrasse o homem que buscávamos.

Alguns minutos mais tarde já estávamos na trilha, e não demorou para que chegássemos a uma pequena cabana no meio de uma mata vizinha à cidade.

Estávamos todos silenciosos, esperando um veredito de Alice.

– Ele está chegando... com uma humana... – Alice falou num fio de voz, temerosa ao que o futuro guardava para o vampiro.

– Então é verdade! – a expressão de Aro se iluminou, ele estava feliz em poder punir alguém.

Mais alguns minutos se passaram até que o tal vampiro se aproximou da cabana. Para meu assombro, ele e a mulher andavam abraçados, seus olhares estavam ternos, eles riam gostosamente. Vasculhei suas mentes apenas para encontrar o que eu já sabia, eles estavam apaixonados...

Automaticamente olhei para Aro, e o olhar que encontrei me fez acreditar que ele já sabia de tudo aquilo, e estava usando a oportunidade para me punir.

– Vamos! – ele ordenou sorrindo.

– Você não pode fazer isso... – eu pedi.

– Não são todos que tem a mesma sorte que você. – ele deu a conversa por encerrada, avançando para onde o casal estava, ainda inconsciente sobre nossa presença indesejada.

– Ora, ora, ora... Steve... – cumprimentou Aro.

O vampiro de cabelos loiros e cumpridos se sobressaltou, e sua expressão ganhou um pavor a menos quando ele reconheceu o líder Volturi.

– Aro... – ele balbuciou, colocando instintivamente a jovem mulher atrás de seu corpo – O que o traz aqui?

– Meu caro Steve, infelizmente tive notícias de que sua discrição não anda tão adequada quanto necessário... – Aro teatralizou a frase, olhando aguçadamente para a mulher aterrorizada.

– Eu a amo, Aro. – Steve suplicou, já imaginando o que aconteceria.

– Isso tem sido mais comum do que eu gostaria... – dessa vez seus olhos vermelhos recaíram sobre mim, trazendo todo o mau agouro que Aro carregava em suas costas.

_ Por favor... – o Vampiro suplicou uma vez mais, observando Demetri arrancar a mulher de seus braços.

– Vou te dar uma escolha, meu caro... – Aro disse com falsa benevolência, fazendo os olhos de Steve queimarem em esperança – Você quer vê-la morrer, ou dará a honra a sua mortal?

A mulher chorava copiosamente, debatendo-se em vão nos braços firmes de Demetri. Enquanto Steve continuava a rogar por clemência.

E eu ouvia as mentes apavoradas de duas pessoas apaixonadas, que desejavam desesperadamente a chance de ficarem juntas, indiferentemente da diferença em suas temperaturas. Para eles, essa era a única diferença.

Assim como eu, Steve não a havia transformado, temendo o arrependimento da amada... Eu precisava fazer algo por eles.

– Aro, por favor... dê-lhes a escolha correta... – eu pedi.

Alice me olhava expressiva, e então eu soube, não estava em minhas mãos, ele faria, de qualquer forma.

– Mate-o. – ele ordem a Felix.

Eu ainda tentei impedir. Voei sobre Felix, e o detive por alguns segundos. Porém sua força extrema logo me jogou longe, e isso foi o suficiente para que ele alcançasse sua vítima.

Steve foi decepado aos gritos dolorosos de sua amada, enquanto tudo que eu podia pensar eram nos gritos de Bella, e em toda sua dor.

E como se aquilo ainda não fosse o suficiente, a mulher foi mordida e largada para as chamas da transformação. Ela viveria uma vida imortal, sem seu amor...

...

Quando retornamos ao castelo eu não era mais o mesmo... Tudo em mim havia mudado, e agora tudo que eu pensava era em como havia sido burro por acreditar nas promessas de Aro. Tudo aquilo nada mais foi do que uma grande demonstração de que ele não nos deixaria em paz nunca, e que não haveria outra escolha para Bella a não ser a transformação...

Porém, fui obrigado a esquecer disso por um tempo quando encontramos Jasper. Ele não era mais o mesmo, sua mente estava diferente, sombria.

Jane, inesperadamente, havia começado a ter novos pensamentos a respeito de Jasper, e as visões de Alice estavam cada vez mais abaladas com tudo isso.

Com mais dias se passando, a todo tempo vago tínhamos Jane e Jasper juntos, rindo, conversando... E uma Alice mais retraída e apagada.

Já quase não encontrava mais Alice na mente de Jasper, nem Jane, nem Cullens... Jasper estava criando um novo e incontrolável desejo, sangue.

– Jaz? – eu avistei uma pequena oportunidade de conversar com ele depois de mais uma de suas discussões com Alice. – O que está havendo com você?

– Nada. – ele respondeu secamente, atípico.

– Eu conheço sua mente Jasper. Eu sei que não está bem... – eu insisti.

– Não há nada de errado comigo. – ele manteve a postura tensa.

– Jasper, você está permitindo que seu lado selvagem de tome novamente...

– Eu sou selvagem, Edward... – ele cuspiu as palavras – E agora estou me dando conta de que quero ser.

Essa foi nossa última conversa antes de Jasper se tornar uma pessoa completamente reclusa, evitando Alice ou qualquer um que fosse.

E foi numa noite comum que Alice bateu desesperada a minha porta, um pouco antes do ritual de horror ter início no andar de baixo.

– Edward, você tem que me ajudar! – ela estava desesperada, e tenho certeza que se pudesse, estaria também em prantos.

– O que foi Lice? – eu pedi preocupado.

– Jasper... ele vai... ele vai... matar... – as palavras saiam com dificuldade.

– Vamos... – eu falei a puxando para onde as vítimas estavam.

Os humanos caminhavam boquiabertos, admirando toda a imponência do lugar, absortos do risco que corriam. E Jasper espreitava ao fundo, parcialmente escondido atrás de umas das inúmeras pilastras do corredor.

– Ele está ali... – apontei, mostrando para Alice.

– Eu vou até ele. – ela disse firmemente.

– Há alguma chance? – eu inquiri.

– Sempre há. – foi sua curta resposta, antes de se embrenhar no meio da multidão.

Eles cochichavam, mas eu podia ouvir tudo.

Jasper insistia para que Alice saísse de seu caminho, que o deixasse seguir com sua natureza. Enquanto minha irmã insistia em recordá-lo de tudo que viveram juntos, e o quanto aquilo tinha sido importante.

Ele estava balançado, eu podia ouvir sua incerteza, suas dúvidas.

E então Jane entrou no meu campo de visão, olhando nos olhos de Jas, o incitando a matar. E momentaneamente a dúvida sumiu da mente dele... Jasper era um assassino ali.

Alice percebeu tudo no mesmo instante em que eu corria na direção da loira, segurando Jasper com toda a sua força.

– O que pensa que está fazendo Jane? – eu perguntei com ela sobre meu aperto.

– Te causando dor... – ela respondeu no mesmo momento em que toda aquela onde insuportável me atingiu.

Tudo doía, cada músculo, cada mínima parte do meu corpo... Como se um milhão de agulhas rasgassem minha pele, dilacerando a carne... E eu apaguei os sentidos, incapaz de fazer algo a não ser sentir toda aquela dor.

Não sei quanto tempo levou, mas de repente tudo parou de doer. Eu podia ficar de pé novamente, e foi isso que fiz.

– O que aconteceu? – eu estava confuso, observando Jasper aparentemente recobrado e Jane em um canto do corredor sobre seu olhar.

– Eu o beijei. – Alice sorriu, e pude ver toda a felicidade em seu olhar. – Eu o beijei e ele se lembrou de quem realmente é.

Pela mente de Jasper eu sabia o quanto ele estava envergonhado e abalado por tudo que tinha acabado de fazer. Ele se lembrava com detalhes de tudo, nada tinha sido apagado de sua mente, e isso o fazia se martirizar.

Ele tentava controlar os sentimentos de ódio de Jane, enquanto nós saímos dali rapidamente, antes que tudo desabasse novamente.

– Me desculpe, Edward... eu não sei o que deu em mim. – Jaz se desculpava comigo verdadeiramente.

– Tudo bem... Você apenas se deixou levar... Isso acontece, Jaz... – eu falei, me lembrando de quando eu me rebelei contra Carlisle, indo muito além do que Jasper tinha ido.

– A convivência com Jane... – ele ia recomeçar, mas eu o interrompi.

– É sério Jasper... Eu sei. – o garanti.

Minutos depois Alice apareceu com as malas nas mãos. Ainda mais nervosa do que antes.

_ O que...?

_ Ale foi raptado... Por Victória...

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