sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Serendipity Capítulo 16

Eu olhei para trás, mas Victoria afastou a cadeira ao meu lado, sentou-se e virou a cadeira de modo que ficasse de frete para mim não me dando outra alternativa se não virar a minha cadeira também.


— Então você é o famoso Edward Cullen? — ela sorriu para mim mostrando seus dentes brancos e bem formados.

— Não sei se sou famoso, mas com certeza sou Edward Cullen, senhorita Preston. — eu sorri, mas mantive uma certa distância. Eu queria aparentar simpatia, porém eu estava, não com um, mas com os dois pés atrás.

— Ora, Edward, não precisar ser tão formal. Pode me chamar de Victoria. Posso chamá-lo de Edward? — Victoria era bem charmosa também e cada palavra sua parecia um flerte. Mas meu coração já tinha dona.

— Você já o fez... — eu sorri e dei de ombros.

— Edward, eu estava louca de curiosidade de te encontrar, pois falam tão bem de você nos bastidores. Eu espero que possamos formar uma boa equipe.

— Também andaram falando bem de você como colega de trabalho. Mas me sinto lisonjeado em saber que as pessoas falam tão bem de mim nos bastidores.

— As pessoas falam muito de você, dizem que você faz bons amigos durante as gravações. Isso é muito bom, pois sinto que isso faz toda a diferença no ambiente de trabalho.

— Eu concordo com você. — eu comecei a entender onde ela queria chegar com tantos elogios.

Ficamos alguns minutos conversando. Aliás, não era bem uma conversa, já que Victoria me fazia perguntas e eu me limitava a responde-las mecanicamente. Tentei o meu melhor para esconder a irritação e parecer simpático, mas a verdade era que eu estava em conflito. Victoria era muito atraente e sabia disso, essa era a sua arma. Ela era uma tentação, do tipo que eu nunca pensei que fosse me atormentar já que eu já tinha encontrado o que eu queria. Eu amo a Bella e ainda sou completamente apaixonado. Infelizmente a distância e a teimosia de minha namorada criaram em mim uma carência da qual eu não tinha me dado conta até agora. E olhar para a mulher a minha frente que era extremamente sensual e exalava sedução e luxúria por todos os poros, além de ser uma tortura, era sim uma tentação.

— Bem, Victoria, foi um prazer te encontrar finalmente, se me der licença, eu vou pegar uma xícara de café, afinal, a reunião vai ser longa. — eu me levantei e saí em direção a máquina de café mais próxima.

Eu irei me controlar melhor no futuro, pois deu pra perceber em poucos minutos de conversa, que Victoria é sedutora, mas por pura vaidade. Eu senti em suas perguntas que ela dá muito importância ao que as pessoas têm e quem são. Quero ver se ela é realmente algo além da beleza, se ela vai fazer uma bom trabalho e principalmente, se ela não vai ser um problema para mim e o resto da equipe. Uma mulher como ela estava sempre à caça, porém era difícil determinar o por quê. Se eu fosse solteiro, não me incomodaria nem um pouco em ser seduzido. Eu vou ter que ser muito cuidadoso e bem atento.

[…]

Quando a reunião acabou, me senti tão aliviado que não via a hora de sair daquela sala, pegar o elevador e depois um táxi para o apartamento de Rose, que infelizmente não estava em casa, pois se estivesse, seria com ela que eu desabafaria. Melhor não. Rose e Bella são amigas e a lealdade feminina em casos como o meu, era mais forte do que tudo. E depois ela ia rir da minha cara, pois eu tinha dito que lidaria com Victoria com duas mãos nas costas, porém sem saber não seria uma situação fácil de resolver.

Me despedi das pessoas e disfarcei ao máximo para não parecer uma fuga e não dar a Victoria o gostinho de saber que ela estava me afetando. Caminhei pelo corredor com as mãos nos bolsos em direção aos elevadores. Estávamos no vigésimo andar, por isso eu teria que esperar um pouco. Logo, alguns colegas estavam ao meu lado esperando também e depois de alguns segundos notei que Victoria também estava entre eles. Assim que elevador chegou, e para nosso sorte completamente vazio, eu fiz questão de entrar e ir para fundo, recostando-me na parede espelhada. Todos se espalharam pelo elevador, pois havia um monte de espaço. Porém enquanto descia, o elevador foi parando de andar em andar e enchendo de gente. E para a minha surpresa e azar, Victoria acabou se posicionando bem na minha frente, sua bunda grudada no meu quadril. E quanto mais o elevador enchia, mas ela se apertava contra mim, roçando levemente contra a minha virilha.

Droga! Eu não sou de ferro e muito menos nenhum santo. Se ela continuar se esfregando, vou ficar duro novamente.

Eu comecei a suar de nervoso, pois sabia que ela estava fazendo de propósito para me provocar, como que para testar se ela poderia me afetar.

Golpe baixo, diaba!

Era muita baixeza. E eu não sei por quê ela quer tanto me seduzir. Acho que não só a mim, como qualquer homem ao redor. Alguma coisa dentro de mim me dizia que era estranho esse interesse sem razão que ela parecia nutrir por mim. Talvez ela só gostasse de provocar. E ela ainda tinha a cara de pau de se virar em se desculpar, mas eu vi um traço de diversão em sua expressão. Assim que chegamos no térreo, eu fiz questão de me esquivar dela e sair, com a pasta usada na reunião me salvando mais uma vez de expor o óbvio volume entre minhas pernas. Passei voando pelo saguão e segui caminhando até o próximo ponto de táxi, pois não me daria ao luxo de esbarrar mais uma vez com aquela provocadora.

[…]

Eu tinha que ligar para Bella, pois tínhamos combinado nos encontrarmos no Skype, mas antes eu precisava conversar com alguém, pois eu estava aflito. E eu previa problemas num futuro próximo pois seriam meses de gravações. Resolvi ligar para o Emmett por mais que eu soubesse que Rose estava com ele, eu precisava demais desabafar.

— Oi, bro! Rose está aí por perto? — eu não consegui esconder que eu estava ansioso.

— Ei, brodinho! — eu podia sentir seu sorriso em sua voz. — Não, ela está no banho, e é daqueles bem demorados de banheira. Por que? O que houve? — Emmett soltou um suspiro de preocupação.

— Então eu posso falar sem problemas. Será que por precaução, você pode ir até a varanda e fechá-la bem? — eu sabia que o telefone de Emmett além de ser sem fio tinha um ótimo alcance.

— Claro! — levou trinta segundos até que ele voltasse a responder. — Pronto! Agora estou extremamente curioso. Desembucha!!

— Emmett, estou me sentindo um canalha, um merda! — como Emmett não me interrompeu, eu continuei. — Você sabe que eu estou trabalhando em um novo projeto novamente, e que até pensei que seria uma tarefa simples até o dia de hoje quando fui para uma bendita reunião de elenco. Você já ouviu falar de uma atriz chamada Victoria Preston?

— Sim, claro. Que a Rose não me ouça, mas essa Victoria é a maior gostosa, um tesão mesmo! E não me julgue, pois tenho namorada, mas não estou morto.

— Pois é, Emm. Ela e eu estamos trabalhando no mesmo filme e ela é uma das protagonistas do filme, mais precisamente, ela é meu par romântico no filme.

— Sim, e daí? Você fala como se ela... Não! Você não está pensando em... lembre-se Cullen, você é praticamente casado com a Bella, que é alguém que eu gosto muito por sinal e que está grávida de um filho seu.

— Êpa, espera um pouco. Quem é que está julgando agora? Eu não estou pensando em nada, porém estou preocupado com os problemas que terei no futuro. E essa Victoria vai ser um problema. Eu andei ouvindo coisas sobre ela que me deixaram com um pé atrás e hoje, eu meio que percebi que ela poderia complicar a minha vida. Eu vou te dizer uma coisa da qual não me orgulho e por causa disso me sinto um traste, mas hoje eu fiquei babando junto com os outros caras do elenco por Victoria. Eu não esperava que ela fosse tão bonita, na verdade, não é bem uma questão de beleza e sim de sensualidade. E sim, eu concordo com você que ela é gostosa. Ela me deixou duro, cara, sem brincadeira. E eu não ficava assim por outra mulher faz muito tempo. Desde que conheci Bella, eu só pensava nela e tudo sobre ela. Mas hoje, eu me senti tão mal depois de ter ficado excitado só de olhar a bunda de outra mulher...

— Calma, Eddie! Eu acho que isso é normal e não quer dizer necessariamente que você vai trair sua mulher. Você só ficou excitado, até eu fiquei quando a vi em uma premiação há alguns meses. É como ver filmes pornôs, ou revistas masculinas, você fica excitado, mas isso não quer dizer que vamos largar tudo e trair. Não seja dramático!

— Eu sei disso, Emm, mas ter ficado excitado não foi o pior de tudo. Eu percebi que ela estava sempre se insinuando, sem exageros, a mulher gosta de seduzir e provocar. Eu não sei se age assim com todos, mas comigo foi assim. E depois, quando pegamos o elevador juntos, ela grudou sua bunda em mim a medida que elevador foi enchendo, eu sei que ela fez de propósito, pois ela olhava para trás com um olhar bem sacada de vez em quando. Ela estava me provocando descaradamente. E a minha intuição me diz que vai ser assim durante todo o trabalho.

— Eu acho em casos como esse, basta ser sincero e deixar tudo claro. Antes que as coisas fiquem ruins, você precisa deixar claro que nada vai rolar além de trabalho e que você é um homem comprometido e que vai ser pai em breve. Sendo o mais claro possível, ela não poder dizer que foi enganada ou que não sabia, ou ainda que você não enviou sinais claros para ela e blá, blá, blá.

— Disso eu não duvido. Eu estive pensando mesmo em ser sincero e deixar claro a minha situação, mas eu não sabia que eu teria que recorrer a isso tão cedo. Acho que eu estou fazendo tempestade em copo d'água. Eu vou me acalmar e tentar lidar com isso da melhor forma.

— Não se preocupe, não! Eu tenho certeza que por mais tentação que você tenha, não vai ser mais forte do que você e Bella têm. E isso aconteceu hoje, talvez não aconteça de novo.

— E então como vão as coisas entre você e Rose? — eu resolvi mudar de assunto porque eu não queria repetir que eu sentia que Victoria seria um problema.

— Bem, meu amigo, eu tomei uma decisão. — e então ele baixou o tom se sua voz e eu sabia que lá vinha algo importante. — Eu vou pedir a Rose em casamento, mas por favor não conte a ela, hein?

— Claro que não. Alguma vez eu já pisei na bola?

— Que bom porque você vai ser o padrinho. Sabe, ver você e Bella me fez perceber que eu queria ter uma relação assim parecida com Rose, eu queria me dedicar e me entregar totalmente e ela. Vocês são tão devotados um ao outro...

E eu me senti um babaca mais uma vez. Se ele soubesse que as coisas não eram esse mar de rosas. Que eu me sinto tão sozinho quando não estou com Bella e que ela deve sentir-se pior ainda. Essa distância matando a gente ao poucos.

— Eu fico feliz de saber que você anda pensando nisso. — eu disse mostrando real entusiasmo. Eu não ia encher a cabeça do meu amigo de minhocas, não agora.

Conversamos por mais alguns minutos sobre os mais variados assuntos e eu até me esqueci do que tinha me acontecido de manhã. Só desligamos porque Rose saiu do banho e Bella ia ficar online em alguns minutos. Eu me sentia tão cansado, porém aliviado de ter conversado com alguém. Eu definitivamente não poderia ter desabafado com Bella. Acho que o nosso filho nasceria ali mesmo na frente da câmera e colorido ainda por cima.

Sentei-me na frente do meu laptop, esperei o Skype iniciar e lá estava ela online esperando por mim.

[…]

Os dias foram se passando e as gravações das cenas mais trabalhosas e cheia de efeitos visuais estavam sendo gravadas primeiro. Eu estava tão cansado que chegava em casa das gravações dormia por horas não me importando com mais nada e nem ninguém. Ás vezes eu dormia no meu trailer. O trailer de Victoria estava entre o meu e o de Robin, a atriz que interpretaria outra agente da CIA no filme e com quem eu tinha desenvolvido uma amizade promissora até aquele momento.

Outras vezes, enquanto estávamos gravando na Virgínia e quando eu queria relaxar minha mente fazendo coisas diferentes, eu aceitava o convite de Robin e outras pessoas da equipe de gravação para irmos a bares ou jantar, pois o isolamento estava nos deixando loucos. Estávamos tão concentrados em nossos personagens e no ritmo das gravações que precisávamos. Eu dava graças a Deus que Victoria parecia não gostar muito das atividades em grupo. Mas durante do dia, ela estava sempre a minha volta, parecia estar sempre na espreita, me rodeando, se insinuando com alguma conversa fiada. Como haviam muitos homens solteiros na equipe de produção e entre os atores, ela não estava direcionando sua atenção só a mim. E isso era um alívio!

Certa noite, eu estava voltando de um jantar com os colegas quando resolvi acompanhar Robin até seu trailer e ambos ouvimos gemidos altos mesmo que abafados vindo do trailer de Victoria. Eram tanto gemidos femininos quanto masculinos. Robin e eu olhamos a nossa volta, tudo escuro e silencioso e por isso mesmo acho que os dois “pombinhos” aproveitaram aquele horário, sabendo que muitos tinham saído para fazer algo.

Robin olhou para mim rindo baixinho e abriu a porte de seu trailer com cuidado antes de falar alguma coisa.

— Ao menos alguém tem energia para sexo selvagem. Sinceramente, eu sempre me perguntei como ela consegue depois de gravações tão cansativas.

— Pelo jeito que você fala parece que essa não é a primeira vez. — eu estava surpreso, mas eu não ia demonstrar tão facilmente.

— Não, não é, mas estou curiosa como você nunca percebeu sendo que seu trailer está próximo.

— Próximo, mas nem tanto e além do mais eu estou chego tão cansado que desmaio pra poder estar novo em folha para a próxima gravação... que vai ser daqui há... — Eu olhei para meu relógio de pulso. — … três horas. Desculpe correr, mas quero descansar um pouco. Até mais tarde.

Eu me despedi de forma estabanada, mas tenho certeza que Robin entenderia já que ela também gravaria. Quando eu passava tanto tempo gravando, eu achava melhor não ficar indo e voltando ao hotel, preferindo o meu trailer para polpar tempo e o resto da equipe fazia o mesmo. Eu entrei, liguei a luminária, coloquei chaleira elétrica para esquentar e enquanto esperava, não resisti e fui até a janela no fundo do trailer cujo as persianas estava fechadas, mas abri uma brecha com dois dedos para ver quem ia sair do trailer de Victoria. Com certeza Robin já sabia quem era. E para a minha total surpresa, quem saiu foi o diretor. Um homem casado que deveria ser mais discreto, mas, de certo modo, eu até que gostei de saber que Victoria estava sendo bem entretida, assim quem sabe ela não me deixa em paz?

[…]

Quando voltei a Los Angeles, pude finalmente ligar meu celular e receber as mensagens de todos, inclusive de Bella. Eu tinha deixado meu telefone pessoal com ela quando estive lá no natal, pois o dela havia quebrado e ela o mandou para a assistência técnica. O telefone profissional era o que me interessava quando eu não estava em casa. Esse projeto estava se apresentando mais cansativo do que eu tinha imaginado. Fora a marcação de Victoria em cima de mim que por agora estava dando pra suportar, mas eu tinha a impressão que isso ficaria pior antes de melhorar.

O apartamento de Rose estava silencioso já que ela tinha viajado para ficar com Bella e desconfio que ela esticaria a viagem um pouco mais, pois Emmett também estava envolvido nas gravações de um filme de ação. O coitado deveria estava ainda mais exausto do que eu. Peguei o telefone sem fio em cima do elegante bar de mogno que Rose orgulhosamente mantinha impecavelmente limpo no canto da sala e disquei o número do telefone fixo da minha casa na Alemanha. O telefone chamou por um tempo longo e ninguém respondeu. Estranho! Eu pensei. Passava das três da tarde lá e geralmente Bella deveria estar em casa a essa hora. Tentei o telefone celular e o mesmo aconteceu novamente. Sem resposta. Bella poderia ter colocado no silencioso ou podia estar descarregado. Fiquei um pouco preocupado. Eu deveria tentar ligar para Alice, mas eu sabia que ela estava trabalhando a essa hora e eu queria incomodá-la se o problema não fosse realmente sério. Acabei ligando para meus pais e em seguida para Kate.

Durante as semanas de gravações no estúdio, eu saia regularmente para almoçar em Hollywood, em um dos meus restaurantes favoritos que servia frutos do mar. Em um desses almoços, eu estava sentado nas mesas que ficavam bem no fundo do restaurante. Meu celular estava em cima da mesa ao lado do copo d'água com limão. Eu estava tentando ler o jornal enquanto esperava meu almoço ser servido. Eu estava tentando me distrair, pois até aquele momento eu nunca conseguia encontrar ninguém em casa na Alemanha e Rose ainda não tinha chegado de sua viagem. Quando olhei por cima do jornal só por reflexo, percebi, tarde demais, que Victoria estava vindo minha direção. Como ela me encontrou, eu não sabia.

— Oh, Edward! Eu não sabia que você almoçava em um dos meus restaurantes favoritos.

Puta merda! Se ela está aqui, os paparazzi também estão.

— Então empatamos, pois eu não sabia que esse era um dos seus favoritos. — Se eu soubesse não vinha mais aqui... pensei me sentindo derrotado pelo destino.

Victoria puxou uma cadeira e sentou-se sem esperar que eu a convidasse. E eu vi que precisava me preparar para meia hora de insinuações, provocações, tesão reprimido, ou seja, mais chateação.

[…]

Só me dei conta de que perdi o celular ou fui roubado quando estava preparando minha bolsa para irmos para São Francisco gravar algumas cenas. Parei para pensar alguns minutos e lembrei que a última vez em que vi meu celular, ele estava em cima da mesa do restaurante em que estive no dia anterior até Victoria chegar e estragar meu almoço. Num impulso, resolvi ir até o o restaurante mesmo fora do horário de almoço para perguntar se alguém havia achado ou para deixar meu telefone de contato caso alguém achasse e entregasse. Praticamente era um caso perdido e eu teria que comprar um celular novo, porém o que eu lamentava é que todos os números estavam gravados no chip da operadora e agora estava tudo perdido.

Durante as semanas de gravação, eu fiquei incomunicável porque não tive tempo de comprar outro telefone e não lembrava de todos os números na agenda do telefone perdido. Deus! Eu já estava ficando louco com o fato de não ter notícias de Bella, pois todas as tentativas de ligar para casa deram em nada. O jeito era ligar para Alice ou para Rose e assim que eu tivesse uma folga eu faria isso.

Numa noite, durante o intervalo entre uma cena e outra, alguém me avisou que Victoria queria falar comigo no trailer dela. Eu fui meio contrariado, mas fui porque nós estávamos gravando muitas cenas juntos ultimamente e eu a obriguei, indiretamente, a se portar de maneira profissional até quando fossemos passar textos e combinar nossos ajustes ao script. Antes de entrar no trailer, eu bati três vezes na porta e perguntei se ela estava decente ou se eu já podia entrar. Ela disse, com sua voz abafada pela porta entre nós, que eu podia entrar. Minha surpresa foi ver que ela estava usando um robe de ceda cor de pérola quase transparente, pois eu podia ver o tecido delinear seus seios, o bico dos seios projetados contra o tecido. Como não era um robe longo e terminava um pouco a cima do joelho revelando pernas mais do que perfeitas. Eu sabia que seu convite era algum tipo de armadilha. Mas eu não ia ceder tão fácil assim. Ela veio caminhando na minha direção devagar, balançando os quadris sugestivamente, como uma serpente e parou a alguns centímetros perto de uma cadeira onde colocou uma das pernas, pegou um frasco de hidratante, colocou em uma das mãos e espalho sobre a penas estendida. Fez tudo isso olhando para mim de forma sedutora.

— E então? O que você gostaria de falar comigo, Victoria? — eu cruzei meus braços bem apertados sobre o peito. Acho que eu estava com cara de poucos amigos.

— Na verdade não era nada importante. Eu pensei que você gostaria de relaxar e tomar um gole de whiskey comigo antes de começarmos a gravar de novo.

— Sério? — eu a encarei com uma expressão ainda mais neutra. Meu olhar agora era frio. — Você sabe o combinado entre nós era de nos reunirmos apenas para tratar de nossas cenas juntos. Eu não costumo a sair muito ou beber enquanto trabalho.

— Eu também pensei que talvez você pudesse me ajudar a colocar o vestido para a próxima cena. É que ele tem um longo zíper. — ela não parecia ter se abalado com meu tom hostil. Victoria trocou de pernas e fez o mesmo processo de passar o creme hidrante bem lentamente.

— É para isso que temos uma equipe de apoio muito bem paga, Victoria, deveria utilizá-la mais vezes. — Não me preocupei em esconder a rudeza da minha ironia. Quanto mais puto eu ficava, mais irônico eu costumava a ser.

— Suas mãos são mais macias, meu querido. — ela ficou totalmente ereta afastando a cadeira de si gentilmente. E devagar seu robe caiu revelando que ela estava totalmente nua debaixo dele.

— Eu tenho que ir, afinal, não queremos irritar o seu namorado, não é? — eu pisquei para ela só pra provocar um pouco. Ela entenderia que eu estava me referindo ao nosso diretor.

— Não somos exclusivos e nem poderíamos já que ele é casado. — ela se aproximou um pouco mais de mim e deu uma volta demorada ao mesmo tempo que perguntou. — E então, gosta do que vê?

— Gosto! Gosto muito! — eu disse olhando em seus olhos. — Mas sabe todo aquele boato sobre eu ter um filho por nascer? É verdade! E vou ser pai e eu quero isso, eu amo o meu filho e a mãe dele, o que faz de mim um homem casado também. Então, será que dá pra me explicar essa sua fixação por homens que não pode ter? Por que você insisti tanto? O que você quer realmente?

— Você não é casado. — sua expressão continuava com um quê de atrevimento. — e respondendo a sua pergunta, porque eu gosto de você. Você é sexy, bonito, boa pessoa e tudo em você me deixa com um baita tesão. — Victoria passou seus dedos pelo tecido de minha camisa de botão tentando me provocar.

— Não sou casado ainda, mas isso vai mudar em breve. — e em seguida, eu fiz algo que poderia me livrar dela pra sempre ou fazê-la me querer mais ainda. Eu me aproximei dela fazendo com que ela andasse para trás de pura surpresa e eu fui avançando a medida que ela ia andando pra trás assustada com minha atitude repentina. — Você esqueceu dois detalhes: eu sou muito famoso agora e muito rico. Acho que esse é realmente o motivo pelo qual você me quer. — Ela apenas sorriu para mim com seus lábios vermelhos brilhantes de batom. Eu a empurrei tanto que chegamos ao fim o trailer e eu pressionei contra a janela de persianas fechadas. Meus lábios perto o suficiente de sua pele entre sua orelha e o maxilar, porém eu não encostei ao falar. Eu queria que apenas meu hálito a tocasse. — No entanto, para o seu azar, eu não estou interessado. — vi sua pele arrepiar e ela fechou seus olhos. — Você é um tesão, Victoria, isso eu não vou negar. Talvez, se eu estivesse solteiro, eu te foderia todos os dias desde que começamos a trabalhar juntos e exigiria exclusividade, mas você não passaria disso para mim, uma boa foda. — meus dedos passeavam pela lateral de seu corpo lentamente quase sem tocar realmente. — Tesão e paixão são coisas completamente diferentes. E eu sinto os dois pela minha mulher. Ela me completa e eu não preciso de nada além mais disso, então, entenda que você pode me tentar, me provocar, me deixar de pau duro, mas no fim do dia eu vou estar pensando na minha mulher e em voltar para casa, para ela. Eu amo a minha mulher. — eu peguei seu queixo para que ela me encarasse e minha boca estava quase colada à sua. — E nunca vou ter nada a ver com você e eu tenho certeza quem nem caindo de bêbado eu dormirei com você, você está me entendendo? Fui bastante claro agora?

— Cristalino. — Victoria disse depois de engolir em seco, com a voz rouca devido a minha provocação. Seu olhar era de resignação.

Eu me afastei dela tão rápido quanto eu tinha me aproximando e antes de sair pela porta de seu trailer eu olhei para trás, e ela ainda estava encostada na janela de olhos fechados e totalmente nua.

— E mais uma coisa: Só falaremos sobre nosso trabalho e de preferência em público daqui pra frente.

[…]

Nas vésperas do fim das gravações em São Francisco, eu resolvi sair a noite, eu queria assistir a qualquer show que a cidade estivesse oferecendo no meio da semana. Por acaso, eu tinha lido no jornal que a banda Roadhouse Blues¹, que se não me engano era a banda de Jasper, tocaria naquele dia e o clube não ficava tão longe do meu hotel. Quem diria que Jasper era um fã da banda The doors. Eu deveria sair, pois não conseguia entrar em contato com Bella nem através do telefone público e eu não lembrava do telefone de Alice para tentar uma explicação. O telefone lá de casa chamava e chamava sem resposta. Será que Bella estava em casa? Será que ela tinha se mudado e não me disse nada? Não! Rose esteve com ela e me contou como foi, segundo minha amiga, Bella estava bem, com saudades, mas bem. Eu estava começando a ficar angustiado. E eu andava tão estressado que eu tinha voltado a fumar alguns cigarros, depois de um café ou uma cerveja e principalmente a noite. E eu que me orgulhava de ter largado o cigarro de forma exemplar. Por isso passei a consumir balas, chocolates e doces como se não houvesse amanhã.

Cheguei ao clube de táxi e olhei a minha volta para ver se alguns paparazzi estavam de tocaia por lá, porém havia tanta gente que o cenário era um esconderijo perfeito para fotógrafos e todo o tipo de observador. Desencanei de me sentir seguido. Resolvi me divertir um pouco. Sentei nos banquinhos altos do bar e pedi uma cerveja e uma dose de tequila. Acendi um cigarro e fechei meus olhos deixando a música das caixas de som invadirem os meus sentidos, pois a banda ainda ia demorar pra tocar.

A minha paz durou exatos dez minutos, pois quando eu olhei para a entrada do clube vi Victória surgindo em um vestido preto colado ao corpo com zíper frontal inteiriço. E eu me perguntava o por quê dessa mulher me atormentar tanto. Mas eu não esperava é que a resposta viesse tão rápido quanto um raio. Ela queria publicidade. Ela era desse tipo de atriz que faz tudo para estar em evidência e tendo um romance com um colega mais famoso de elenco tipo eu, ela estaria em evidência o tempo todo. Mesmo que o romance fosse fabricado por ela. Era ela quem estava dando declarações a imprensa deixando subentendido que nós tínhamos alguma coisa. Eu estive esse tempo todo achando que a imprensa estava inventando tudo como sempre, mas agora a ideia de que era Victoria quem inventava tudo, fazia todo o sentido. E eu tenho a certeza de que se me seguiu até aqui, a imprensa estava lá fora agora mesmo esperando por alguma cena mais comprometedora de nossa parte. Nessas horas, me dá vontade de ser vingativo e espalhar a notícia de que ela está dormindo com o diretor e assim tirar o foco de cima de mim. Que mulher sem talento!

Eu tomei o meu gole de tequila todo de uma vez e pedi outra cerveja ao barman. Era melhor eu ficar só nas cervejas para não me embebedar demais e acabar acordando onde eu menos queria. Acendi outro cigarro de tão irritado que eu estava. Victoria se aproximou, tirou o cigarro dos meus dedos e fumou manchando o filtro de batom vermelho. Isso me irritou mais ainda. Quando ela fez menção de devolver, eu a impedi.

— Agora pode ficar pra você, pois você já o marcou todo. — eu me levantei, peguei minha garrafa de cerveja e me afastei dela só para perceber que ela me seguia. Quando eu me virei para questioná-la, ela estava bem perto e para minha surpresa, me deu um selinho deixando com certeza uma marca de batom em meus lábios.

— Os melhores beijos são os roubados. — ela sorriu de maneira afetada.

— Ah, deixa eu ver se entendi, isso é para a imprensa? — eu olhei a minha volta, certo de que alguém deve ter fotografado isso. — Victoria, você quer que eu saia daqui direto para a polícia? Quer ser processada? Posso te dar esse tipo de publicidade se é o que tanto quer. Mas te garanto que não vai ser uma boa publicidade.

Victoria parecia surpresa com o fato de eu ter percebido o seu jogo. Ela deve me julgar um idiota.

— É, eu sei o que você quer. Quer se fazer às minhas custas. Não vai rolar, gata! — eu enfatizei a palavra “gata” e me virei rumo à saída do clube, me fastando rapidamente e quando percebi que ela queria me seguir eu parei, me virei para ela e segurei seus pulsos quando notei que ela queria me enlaçar pelo pescoço. — E nada de me seguir porque eu estava falando sério sobre apresentar queixa contra você por me perseguir e constranger em público. Você está me coagindo, Victoria e se você não parar eu vou te processar mesmo. E eu vou ganhar. — eu a empurrei para afastá-la de mim e sai pela porta me sentindo mais estressado de que quando entrei.

Meu Deus! Será que Bella estava acompanhando esse circo que Victoria armou? E pior, será que era por isso que ela não atendia os telefonemas?

[…]

Voltei a Los Angeles antes de ir finalmente para a Alemanha, pois as gravações rodariam entre Alemanha, Suíça e França. Ia ser uma surpresa para Bella já que eu não consegui falar com ela durante tanto tempo para contar sobre minha viagem para casa. Quando cheguei ao apartamento de Rose, havia um recado do restaurante onde eu perdi o celular dizendo que alguém o encontrou e entregou e que eu deveria ir buscá-lo. Quando voltei do restaurante com o celular em mãos, percebi que estava descarregado, coloquei para recarregar e aproveitei para ligar e olhar a lista de chamadas. Estava tudo vazio. Nem mensagens e nem chamadas, nada! Quem faria isso? Resolvi abrir meus arquivos de fotos e lá estavam algumas, mas não todas. De repente eu deparei com imagens que não estavam lá antes. Era algumas fotos de Victoria. Em algumas ela estava apenas de lingerie sensual e em outras completamente nua, mas uma delas era explícita e não deixava nada para imaginação. Era uma em que Victoria estava sentada em uma poltrona verde completamente nua e de pernas abertas. Ao invés de ficar chocado, eu estava puto de verdade. Foi ela quem roubou meu celular no dia em que almoçamos juntos contra a minha vontade. Ela apagou todas as ligações recebidas porque eu tenho certeza que eram quase todas de Bella. Esta mulher era doente! Eu fiquei tão puto que nem me importei em acender um cigarro dentro do quarto. Eu sabia que Rose poderia dar um chilique só de sentir o cheiro. E não demorou nem cinco minutos antes que ela abrisse a porta do quarto com cara de quem tinha encontrado o cachorro morto no quintal.

— Ah não, Edizinho do meu coração, você não fumando dentro do quarto? Isso é uma alucinação.

— Não, não é! Olha isso aqui. — eu desbloqueei a tela do telefone e estendi para que ela pegasse e visse por si mesma. Eu ainda não estava acreditando.

A expressão de Rose se alterou rapidamente indo da brincadeira para a ira em segundos. Seu rosto ficou vermelho quando ela virou a tela do telefone para mim e perguntou.

— Que porra é essa? Coitada da Bella! Ela tava tão preocupada com você e depois de ver isso, eu acho que ela tinha razão em estar preocupada.

— Calma, Rose! Sente-se e eu vou te explicar o quão louca é essa tal de Victoria Preston.

Então eu expliquei tudo a Rose, desde o começo até a descoberta dessas fotos. Rose ficou pasma e eu sabia que ela ficaria tão irada quanto eu.

— Edward, isso é muito sério! Essa mulher está indo além de somente querer se promover, ela está estragando a sua imagem pública. Ela está te coagindo a ter um caso com ela.

— Como se ela fosse me deixar em paz se eu finalmente a comece. Eu nem ia processá-la, mas depois do que ela fez, quero dizer, ela roubou meu celular e esteve com ele todo esse tempo em que eu estive desesperado procurando por ele. E ela assistiu de perto o quão amuado eu fiquei com a perda. Fora as fotos que ela colocou tirou e ela fez com a ajuda de alguém. As perseguições, as mentiras para a imprensa. Eu vou processá-la, Rose. Isso não pode ficar assim.

[…]

Cheguei em casa, na Alemanha dois dias depois da minha conversa com Rose. Tive que procurar minha agente e explicar o que estava acontecendo, procurar aconselhamento profissional de advogados competentes para estudarmos a aviabilidade do caso. E eu estava exausto. Tão cansado que poderia dormir em pé em qualquer lugar que eu encostasse.

Coloquei minha bolsa sobre a mesa de jantar e fui até a mesinha de telefone ao lado do sofá examinar o por quê do maldito aparelho não ser atendido. Constatei que Bella tinha desligado a campainha do aparelho e presumi que ela fez o mesmo com o celular. Pode ter sido por causa da enxaqueca que ela andava sentindo por conta da gravidez. Mas agora de manhã e esperava que ela estivesse em casa, mas estava tudo tão silencioso. Constatei que ela não estava no quarto.

Num impulso, peguei meu telefone e finalmente liguei para o telefone de Bella, que ainda era o meu, mas depois dessa confusão, passaria a ser dela. Atenderam no segundo toque. O que parecia um milagre. Mas a voz do outro lado não era a de Bella, era Alice.

— Edward?! Oh, que bom que finalmente eu te encontro. Tentei ligar para o seu telefone, mas caia na caixa postal e depois para o apartamento de Rose e ela me disse que você já deveria estar na Alemanha. — sua voz parecia angustiada. Tinha acontecido alguma coisa.

— Desculpe, eu só liguei meu telefone depois que saí do aeroporto. Ele tinha sido roubado e só o recuperei há dois dias. A Bella está com você? Cheguei aqui e ela não estava.

— Bella entrou em trabalho de parto ontem à noite e o bebê nasceu hoje de madrugada, quase ao amanhecer. Noah é prematuro e precisará ficar no hospital por alguns dias, mas Bella está bem, o parto foi normal. Nós todos estávamos assustados, mas no fim deu tudo certo. Por que você ficou tanto tempo sem dar notícias?

— Ah Alice, aconteceram tantas coisas que só posso contar pessoalmente. Me diz em qual hospital vocês estão e eu vou logo pra aí.

Depois que peguei e endereço, pedi um táxi até lá. Cheguei o mais rápido que pude. Ao sair do táxi, eu estava um pouco nervoso, finalmente eu poderia ver meu filho mesmo que eu não pudesse pegá-lo em meus braços. E eu tinha tantas saudades de Bella, principalmente depois do que aconteceu durante as filmagens. Logo na entrada eu vi Jasper de pé encostado na parede, fumando tranquilamente um cigarro. Eu teria que passar por ela para entrar, mas eu não estava nem um pouco a fim de falar qualquer coisa com ele, pois tinha a certeza de seria o desagradável de sempre.

Quando ele me viu, consertou sua postura e estreitou seus olhos na minha direção. Jogou o cigarro fora e veio pra cima de mim como um touro bravo. E para piorar me deu um soco no olho que me pegou desprevenido. Eu já estava estressado, não quis nem saber a razão, parti pra cima dele. Ele me chamando de safado e eu o chamando de canalha. Eu o socave e ele a mim e logo estávamos rolando pelo chão feito crianças de jardim de infância. Em meio as vozes que se agitavam ao nosso redor, reconheci a de Alice pedindo para Jasper parar. Alguém veio por trás de mim me segurando e outra pessoa segurou Jasper.

— Você não tem vergonha de vir aqui, não? — ele gritou e seu rosto ficou ainda mais vermelho do que antes. — Você tava com outra lá em São Francisco e agora lembrou de repente que vai ser pai? Me solta. — ele pediu tentando se desvencilhar do homem que o segurava.

— Que outra? Tá maluco? Você disse isso pra ela? Que estava com outra em São Francisco? Você tem noção que você foi quem provocou o parto prematuro do meu filho? Que espécie de amigo você é? — Olhei para Alice e ela estava olhando chocada para o namorado.

— Você fez isso, Jasper? O que você estava pensando? — Alice olhava para ele ainda incrédula. E eu vi com satisfação Jasper encolher um pouco. E eu falei antes que ele abrisse a boca.

— Essa outra de quem você está falando é uma louca que eu estou processando e você deveria pensar bem antes de sair por aí falando do que não sabe, já que agora é uma celebridade e pode ser processado em milhões. Você não vai querer ser processado por mim, Jasper. — puxei meus ombros do aperto do rapaz que me segura e ele me liberou vendo que eu estava mais calmo. Assim como Jasper também tinha sido liberado também.

— Você está me ameaçando? — ele tentava em vão limpar o nariz que ainda sangrava um pouco. Alice estava tentando conter com um lenço, mas a diferença de altura entre eles dificultava essa ação.

— Não, eu estou dizendo! — eu passei minha mão pelos meus cabelos, mas sabia que ficariam piores do que antes. — Agora com licença, eu vou ver minha mulher e meu filho.

Depois que informei na recepção que eu era o pai do bebe Noah, me disseram o número do quarto de Bella e eu fui, temendo que ela não quisesse me receber e que estivesse com raiva de mim por causa do fofoqueiro do Jasper. Senti meu olho esquerdo inchar e doer cada vez que eu ia me aproximando do quarto. Se antes eu não gostava de Jasper, agora eu tinha ódio. Eu ainda me sentia nervoso e minhas mãos formigavam antes de tocar na maçaneta do quarto. Resolvi abrir a porta de vez. Bella estava deitada, mas eu vi que não estava dormindo. Parecia cansada. Seu rosto quando me viu expressaram tantas emoções ao mesmo tempo que foi difícil definir cada uma. Porém sua última expressão foi de preocupação.

— Mas o que aconteceu com você? — ela olhava pra mim com uma expressão abertamente preocupada.

— Tive que passar pelo seu cão de guarda. — eu sorri para ela feliz por vê-la finalmente na minha frente.

— Meu Deus! — ela levou a mão a boca cobrindo-a. — Jasper anda exagerando muito ultimamente.

— Não foi nada, amor. — eu caminhei até ela e antes que eu me desse conta, sentei-me na cama bem ao seu lado e a tomei em meus braços beijando-a ardentemente. Ela não se opos e eu aproveitei para apertá-la e beijá-la ainda mais. — Eu senti tanto a sua falta, amor. Está com raiva de mim?

Ela me olhou com aqueles grandes olhos castanhos cheios de tristeza.

— Eu confesso que fiquei nervosa e eu estava com raiva sim já que você não dava notícias, mas a imprensa parecia saber bastante sobre você. Não quero que fique com raiva de Jasper, mas ele me disse que você estava com outra pessoa no show de sua banda em São Francisco. Eu pirei, eu...eu pirei, Edward. Afinal de contas, por que você ficou tanto tempo sem dar notícias? Você parece abatido, mais magro e está fedendo a cigarro. Eu não sabia que você fumava.

— Eu tinha parado de fumar dois anos antes de te conhecer e como esse último projeto foram os três milhões mais estressantes que eu já ganhei, acabei perdendo cinco quilos e voltei a fumar. Na verdade, eu não fumo tanto quanto antes, mas passei por tantos problemas que não resisti.

— Edward, você está muito magro. Você não percebeu isso, não? O que aconteceu? — ela estava ficando ainda mais preocupada e notava-se pelo vinco em sua testa.

— Amor, eu já era magro antes, então cinco quilos para quem já é magro parece muita coisa, mas cigarro emagrece e as cenas de ação foram pesadas. Tinha dias em que eu apenas dormia o dia inteiro de tão cansado. Foi intenso e ainda não acabou. Antes de entrar em detalhes, Bella, eu tenho muitas coisas para te contar e isso vai te fazer entender o que aconteceu comigo, com a gente.

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