sábado, 9 de agosto de 2014

CP - Capítulo 23

Momentos antes

Escuta o que estou te falando, Rosalie. Ele quer a mim, quer me atingir de alguma forma e se ele tiver qualquer um de vocês... ponha-se no meu lugar?

– Tudo bem – disse abraçando a amiga com força.

– Tome, esse é o delegado, ela vai saber o que fazer. – disse entregando o cartão que viu com Edward.

Agora

Rosalie entendia a amiga e caso fosse o contrario pediria o mesmo, só em pensar na possibilidade seu peito se contraia, sua mão deslizou pelo ventre ainda liso, seguiu pelo corredor até a janela lateral vendo o carro de sua amiga e irmã sair silencioso do quintal.

Com a foto ainda em mãos permaneceu andando pela sala, calculando se deveria ou não faltar com a palavra dada a Bella. Ambas sabiam ser uma armadilha, tinha que fazer algo.

Antes que pudesse perceber já estava com o telefone em mãos, discando para quem menos queria falar, mas com quem precisa ao seu lado.

– Alo? – a voz arrastada e rouca de sono fez seu corpo tremer.

– Emmett.. eu preciso falar com você.

– Rose? Vocês estão bem? – ela podia ouvir os ruídos de um Emmett grogue de sono caçando suas roupas e sapato pelo quarto.

– Estamos bem, mas eu preciso da sua ajuda e não pode ser por telefone.

– Chego ai em 5 minutos.

– Emmett? Preciso que chegue vivo. – disse para um telefone mudo.

Emmett havia desligado em sua cara. Voltou os olhos pela escada, pensando se deveria acordar Edward ou não. Faltava muito para as seis, em sua mente Bella chegaria antes das seis, muito antes.

Os ponteiros mal saíram do lugar e Emmett estava estacionando em frente à casa, ele cumpriu com o prometido, fazendo o percurso de sua casa até a do irmão em cinco minutos.

Quando Rosalie abriu a porta não teve muito tempo para perguntar algo, apenas foi erguida e enlaçada por um Emmett preocupado e nervoso que vistoriava cada centímetro da amada, finalmente sentando e pastando a palma sobre toda a barriga de Rosalie, sorrindo ao sentir o ventre levemente endurecido, indicando que mesmo sem volume seu filho estava ali, muito bem abrigado e seguro.

– O que aconteceu, Rose?

– Se você me deixar respirar eu falo – resmungou tentando se livrar do abraço apertado.

Arrastando Emmett até a parte mais afastada da casa, onde não haveria riscos de Edward ouvir qualquer alteração de Emmett, Rosalie contou tudo, mostrando a foto para um Emmett nervoso e irritado.

– Ela enlouqueceu? Esse cara vai esmagá-la em um piscar de olhos!

– Eu tenho medo do que ele possa fazer antes... eu não sei se ela chegou, se ela vai esperar dar o horário, antes de ir... antes de entrar nesse endereço.

– Uma coisa é clara, Edward fará alguma merda de souber disso antes do delegado. Hoje é plantão dele, ele sai. Eu me comprometo em levar a Elizabeth para o colégio, ele saindo eu ligo para o delegado.

– E se ele sair tarde?

– Não vai, tá quase na hora dele, ele já deve estar acordado.

– O que estão fazendo aqui na varanda? Onde esta Bella? – disse Edward como se esperasse a deixa para interromper a conversa.

– Ela disse que precisava passar na farmácia antes de ir pra faculdade – disse um pouco nervosa.

– E porque esta tremendo, nitidamente nervosa e o que Emmett esta fazendo aqui?

– Eu não estou nervosa e que interrogatório é esse, se minha presença estiver incomodando eu vou embora! – disse com a voz esganiçada e Edward se assustou, não queria problemas com ela.

Emmett nas costas de Rosalie fazia sinais sobre hormônios e girava o dedo indicador em sinal de loucura para o irmão – Eu precisava ver a Rose, sonhos ruis – completou dando de ombros.

– Ok, então... – disse ainda desconfiado – vou com meu carro então, já esta em cima da hora, se Elizabeth não quiser, não precisa levá-la hoje.

– Beleza! – disse Emmett feliz por ter menos um problema.

– Vou indo então... – disse começando a se virar – Rosalie? – chamou e viu a expressão de assustada na cunhada – tem certeza que Bella foi à farmácia?

– Ela precisava ir – disse dando de ombros, se sentia melhor ao dar meias respostas.

Não queria um Edward surtado a sua frente, quase saltou fogos ao ver o cunhado sair com seu carro, Edward saiu mais tranquilo ao ver que o carro do policial não estava onde Victoria avisou, imaginando que ele estava escoltando Bella. Rosalie respirando aliviada e seguiu até o telefone fixo, discando para o numero que Bella deu e passou a relatar tudo ao delegado que anotou o endereço. Quando terminou já era 05:45hs

– Agora eu preciso que arrume Elizabeth, vamos levá-la pra casa. Será mais segura ficarem por lá, eu vou manter os olhos em Edward.

Rosalie apenas acenou e subiu indo se trocar e arrumando uma bolsa para a menina que dormia atravessada na cama dos pais, travesseiros empilhados por sua lateral dando uma proteção maior caso ela se movesse.

Foi ate a pequena que dormia abraçada ao travesseiro de Bella, achando melhor ir até o closet e pegou um casaco grosso de Bella que continha seu perfume e enrolou a menina que se aconchegou rapidamente.

Emmett chegou quando ela se inclinaria para tomá-la ao colo – nada de peso, esqueceu? – disse circulando-a e tirando de perto da menina. Tomou a sobrinha ao colo e seguiram para a casa Cullen.

...

Victoria acordou desorientada estranhando o quarto em que estava, se ergueu e sentiu o lençol deslizar em contato direto com sua pele, voltou os olhos e ao ver o corpo nu com algumas marcas lembrou de toda a noite e gemeu.

– Céus! – exaltou jogando o corpo para trás na cama enorme.

Voltou os olhos pelo quarto buscando por James, sua mão tocou um papel ao pé da cama, um pequeno recado de James:

Desculpe escapulir, mas você não acordava e não quis obrigá-la a acordar.

Vocês precisam de descanso. Estou na faculdade

PS: Perdeu a hora, senhora controladora!

A brincadeira sobre o estado de sua vagina foi esquecido assim que leu “perdeu a hora” saltou da cama recolhendo a camisola com uma alça rasgada e bufou – troglodita – resmungou saindo sorrateira do quarto de James e seguiu para o que ocupava.

Entrou no banheiro, onde havia deixado seu material de escuta, junto com sua bolsa de roupas. Quando olhou seu reflexo se assustou, marcas vermelhas espalhadas por seu pescoço, braço e preferiu não olhar o estado de sua cintura e bunda, removeu a camisola aproveitou para tomar uma ducha.

Já estava arrumada espalhando maquiagem pelas marcas do pescoço quando o celular tocou, atendeu rápido.

– Finalmente, Victoria. Estou te ligando há tempos, estou na avenida Elliot e preciso que venha logo – exigiu contando tudo sobre o telefona de Rosalie e sobre passarem no hotel e Isabella não estar lá.

Com xingamentos e pragas para si mesma, Victoria entrou no carro e disparou com o radio ligado e atento ao que acontecia, recebendo junto com o delegado o chamado para um tiroteio na esquina da Bartone St com a 14th Avenida.

Quando chegaram à cena foi deplorável e Victoria que chegou por ultimo precisou de todo autocontrole. Não estava preparada para ver James desacordado e sangrando, se aproximou empurrando o policial e tocou o rosto pálido de James. Ergueu o tecido molhado, vendo o tiro.

– Uma ambulância já esta a caminho – disse o delegado preparando armas – temos que continuar.

Sem voz apenas acenou, mas a mão de James apertou a sua – James?

– Meu rastreador... Bella – disse com olhos vidrados.

– Não fala! Por favor, fica quieto. Eu entendi, seu rastreador esta na Bella. Eu vou precisar ir atrás dela. Você fica vivo?

Ele ainda teve forças para das uma piscadela antes de desmaiar novamente, tocou-lhe a testa e começava a queimar de febre.

– Vamos logo! – rosnou

– Essa não canta mais! – disse o delegado apontando para o corpo de Carmem que era coberto com um lençol – os peritos estão chegando – disse e Victoria olhava para a área sendo cercada.

– Se ela não tivesse morrido eu mesma daria um fim nela – disse fechando o cinto e disparando pela 15th Avenida.

Enquanto seu parceiro dirigia veloz, Victoria buscava no pequeno notebook o programa para ativar a rastreador, sabendo assim a localização exata de Bella.

– Eles estão na 1-5 express perto do Jackson Park Golf Course – disse raivosa – pra onde esse imbecil esta levando a Bella?

– Já pedi um apoio aéreo. Se ele esta cortando as cidades dessa forma ele a quer tirar do país...

– De Paine ele não pode passar, não pode! – disse batendo no vidro.

A cada novo quilometro percorrido a distancia entre eles e Bella diminuía. Já conseguiam ver o carro, foi quando seu celular tocou.

– Edward eu não posso falar agora!

– Onde esta a Bella, Victoria?

– Esta bem a minha frente.

– Passa pra ela? Eu preciso saber que ela esta bem, James...

– O que aconteceu com James?

– Ele esta sendo operado pelo papai.

– Edward? Quero que me ouça com atenção e pare de choro. Bella esta com o pai do James, estamos perseguindo e vamos tentar interceptá-lo.

– Pelo que há de sagrado, Victoria...

– Eu vou levá-la pra você, Edward.

– Por favor?

– Eu nunca faltei com a palavra, não é?

– Não, nunca faltou. Ela é minha vida, vic?

– Onde você esta? – perguntou segurando firme ao ver o desvio rude para a 104, entrando na 99,

– Eu estou preso dentro do meu próprio consultório com Emmett de cão de guarda – disse raivoso.

– Não quero você aqui, alem de estarmos muito longe de Forks.

– Onde esta?

– Boa, mas não vai levar. Fique ai e quando eu tiver noticias eu lhe aviso. – disse desligando.

Quando já estavam mais próximos do carro, viram o pesadelo. O carro preto invadiu a contramão e o inferno aconteceu. Toda a patrulha que estava atrás foi prensada pelo caminhão cegonha e seu próprio carro bateu na encosta.

Saltou furiosa da viatura vendo os carros atrás engavetarem causando um estrondo na rodovia. Estava perdendo as esperanças quando o barulho característico de motocicleta invadiu o ambiente.

– Ei. Você? Me de sua moto – disse Victoria erguendo o distintivo para o motociclista.

Victoria havia prometido e não falharia com Edward, simplesmente arrancou a jaqueta do rapaz e subiu na moto, verificou as pistolas, colocou o capacete sem se preocupar em fechar a trava de segurança e acelerou sem esperar por apoio.

Curvou entre a confusão de policiais e seguiu com a moto quase no máximo. A cada curva se preocupava, seu sogro criminoso poderia ter ganhado muitos segundos de vantagem e na velocidade em que estava poderia perdê-los.

Suspirou de alivio ao ver o carro surgir após uma curva, era sua oportunidade. Não pegaria sua arma antes de estar próximo o suficiente para atirar sem que ele desviasse. John James foi mais rápido e já disparava em sua direção, estranhou quando o tiro cessou, mas o vulto negro vindo pelo asfalto a forçou a diminuir a velocidade.

Perdendo desta forma o carro, quando voltou a acelerar, olhou pelo retrovisor, nenhuma viatura a cobria, estaria sozinha nesta. Acelerou ao máximo, praguejando o fato da moto não ser mais veloz.

O desespero crescendo ao ver o que ocorria, o carro parado enquanto John James apontava uma arma para Bella ajoelhada na beira do vale. Neste momento não pensou em nada alem de arrancar sua arma e disparar.

A arma apontada para Bella ajoelhada na beira do vale voou, trazendo a atenção do criminoso para ela. Victoria diminui a velocidade e quando possível apenas se jogou da moto que John James já disparava, correu em uma troca de tiros.

Bella abriu os olhos assustada e surpresa por ainda estar viva, virou os olhos e se preparava para se afastar da beira e dele quando ele virou e chutou sua barriga, desequilibrando-a. O vento lambeu seu corpo e sentiu a queda livre.

Seus braços balançavam desesperados para se segurar, mas tudo o que sentiu e viu foi à queda ao vazio, o rio se aproximando mais a cada segundo, ainda de braços abertos sentiu a pancada contra uma pedra, fazendo-a girar e bater em uma raiz.

Seus dedos agarraram com força a pequena raiz, olhou para baixo e ainda havia uma boa queda para enfrentar, chorou com a dor no braço e viu o osso apontar entre a carne ferida. Não teria forças para se segurar.

De forma descoordenada, mas como era possível, enlaçou a perna na parte de baixo da raiz, vendo seu sapato cair entre as pedras. Empurrando-se para as plantas da encosta. Suspirou de alivio sentir a terra roçar seu rosto, choramingou ao sentir a terra e gravetos tocarem e arranharem seu rosto e a ferida no braço.

A altura em que estava até as pedras já havia diminuído drasticamente, mas um tombo ainda era perigoso, gritou desesperada ao sentir o tronco ceder em seus pés, antes de cair sobre uma pedra.

Não sabia se a dor havia parado antes de bater na pedra ou se parou ao pousar o corpo sobre ela, um mínimo momento para se preocupar com o fato da dor ser enorme aponto de seu corpo não sentir mais dor. Então sua consciência perdeu espaço, a visão do céu aberto, sem nuvens, assim como o som do rio logo abaixo foi embora com ela.

Victoria gritou ao ver Bella tombar no vazio, com ódio e determinada seguiu em direção a John James atirando sem pestanejar, se aproximando sem se desviar dos tiros. Uma das mãos atirava em direção a ele, a arma da outra mão fora descarrega na lataria e rodas do carro.

Quando se aproximou, John James estava ensanguentado. Olhou dentro dos olhos e atirou no meio da testa. Não perdeu tempo olhando o sangue vazar do pequeno furo, virou olhando a queda de Bella e calculando, buscando por ela no rio. Tirou o celular do bolso, ainda intacto. Discou para o delegado preso junto aos outros policias.

– Ele esta morto, empurrou Bella no rio. Peça pelo radio um grupo de busca o quanto antes, eu vou me virar aqui e verificar as pedras – desligou em seguida, se agachou verificando a terra.

Sem medo alguns estudou as raízes na beira, calculando o quanto de seu peso elas aguentariam, suspirou girando. Ainda não sabia se esperava encontrar Bella entre as pedras ou se estiver sendo carregada pela correnteza. Nenhuma das duas opções eram boas o bastante para encontrar Bella viva.

Restaria apenas sonhar para que ela tenha conseguido se agarrar as raízes que cobriam uma parte da ribanceira. Seguia cuidadosa pelos galhos e raízes até ver um sapato. Seus olhos esquadrinharam cada parte a sua volta, entre as pedras.

– Bella? Bella? – gritava com os olhos lacrimejados. – por favor, esteja viva! – chorou rogando.

Desceu olhando as pedras até ver a forma de Bella, sem pensar no perigo, saltou de onde estava caindo agachada sobre uma pedra ao lado de Bella. A visão a paralisou inicialmente. De primeira via-se uma fratura exposta no braço esquerdo.

Caminhou devagar até o lado de Bella, a face branca continha arranhões da queda e hematomas que Victoria sabia ser causadas por John James. Com mãos tremulas tocou o pescoço, sentindo a pulsação fraca.

As mãos correram para o celular, chorando entre risos enquanto discava para seu parceiro, pedindo o helicóptero hospitalar e bombeiros para içarem Bella. Em seguida ligou para Edward. Antes que ele pudesse lhe cobrir de perguntas apenas pediu para seguirem para o hospital central de Seattle, para onde Bella seria levada.

Desligou devotando sua atenção em Bella, averiguando se existiam outras fraturas, enfaixando a perna com a carne cortada por um tiro, correu os dedos delicadamente pela cabeça de Bella.

Sentiu os dedos umedecerem pelo sangue fresco que escorria em um filete pela pedra direto ao rio, removeu sua jaqueta cobrindo o corpo de Bella, retirando sua blusa social e colocando sobre o ferimento na cabeça.

Mantinha dois dedos fixos no pescoço de Bella, vigiando sua pulsação, enquanto rezava para que os bombeiros chegassem a tempo, soluçou ao ouvir um helicóptero ao longe. Três paramédicos desceram para fazer os primeiros socorros, cortando o tecido da blusa de Bella.

Tomou o pequeno rastreador que permaneceu colado ao seio de Bella, seu tórax marcado com a pesada recebida, outros arranhões. Com muita dificuldade conseguiram removê-la para a maca, cuidando do braço fraturado, enquanto dois subiram após prenderam Bella a maca o terceiro ajudou Victoria a subir.

Os cuidados permaneceram, uma mascara de oxigênio, estancando a hemorragia, os paramédicos trocavam olhares e nenhum deles agradou Victoria, e foi assim até a chegada do hospital.

O aparelho marcava as batidas fracas do coração e o sangue na cabeça não diminuía. Queria estar ao lado dela o tempo todo, mas ao passou por duas portas foi barrada na terceira, sendo forçada a seguir para a sala de espera, após fazer a fixa de Bella.

Quando Edward entrou viu Victoria e se desesperou, estava com uma camiseta fina, segurando sua camisa manchada com o sangue de Bella entre as mãos.

– Victoria? Como ela esta? – chamou desesperado, caindo de joelhos no chão em frente à prima.

– Eles a levaram... eu consegui impedir que ele a sequestrasse, mas...

– Victoria? – Esme ficou surpresa de encontrar a sobrinha, mas sua presença assim como pergunta foi ignorada pelos dois.

– Mas? Fala vic?

– Ele a empurrou, ela caiu sobre as pedras. Ela estava com a pulsação fraca, mas estava... respirando. – dizia abraçando o primo.

– Eu vou atrás.

– Não, Edward – disse puxando o primo de volta.

– É a minha esposa...

– Exatamente, você só vai atrapalhar. Precisa se acalmar, ela vai precisar de você quando acordar – disse desviando os olhos e abraçando o primo – e James?

– Papai ainda esta operando ele...

– Sei que esse não é exatamente o momento, mas vocês poderiam me explicar o que esta acontecendo? – pediu Esme ao lado de ambos.

– Desculpe madrinha.

– O que esta fazendo aqui, vic? Não que eu não tenha gostado, querida.

– É uma longa estória, tia – disse apoiando a cabeça no ombro de Esme.

– Quem ficou encarregado da Bella?

– Eu não sei Edward. Apenas me disseram para fazer a fixa dela o quanto antes por ela estar sendo levada para a sala de cirurgia.

As horas passavam, enquanto para Edward era como dias, uma tortura. Já havia perdido a paciência com a recepcionista. Sua resposta sobre ainda não ter noticias, pois a paciente ainda estava na sala de cirurgia o enlouquecia.

A muito que a hora do almoço havia passado, a tarde começava a dar tchau, Esme e Victoria se despediram quando Emmett e Rosalie chegaram. Tudo foi explicado em uma conversa.

– Alguma noticia? – perguntou Victoria.

– Já terminou a operação do James há algumas horas, ele ficará em observação na U.T.I. – respondeu Emmett.

– Como a Elizabeth esta? – perguntou Esme para Rosalie.

– A alegria dela em faltar à aula acabou quando avisamos que Bella não chegaria quando ela queria. Alice esta a distraindo, mas ela é esperta e vai descobrir. – respondeu Rosalie olhando para Edward caído no sofá.

– Eu vou tomar um banho, ver meu padrinho e James, volto de noite – disse Victoria olhando a roupa, com o sangue seco agora.

– Nada disso, queria. Vai pra casa comigo, vai tomar um banho e dormir um pouco. Assim que tiverem noticias me avise e venho buscar Edward, tentem fazê-lo comer algo? – pediu Esme se despedindo, indo a Edward, beijando o filho e levando Victoria consigo.

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Após sua saída ainda demorou mais duas horas até que a operação de Bella fosse concluída. O medico cansado surgiu com uma prancheta em mãos.

– Parentes e responsáveis por Isabella Cullen? – Edward já estava de pé em frente ao medico antes que percebessem.

– Minha esposa. Como ela esta?

– Sua esposa deu entrada com fraturas nas vértebras, costela e uma fratura exposta no braço esquerdo, assim como ferimento a bala na perna esquerda e um traumatismo craniano, a pancada causou um inchaço no cérebro, tivemos que operá-la para removermos a parte superior do crânio.

– Oh meu Deus, Emmett – chorou Rosalie agarrando-se.

– Conseguimos conter a hemorragia, precisamos de doadores e sangue para o caso de uma recusa da paciente e tivemos que manter o osso do crânio em sua barriga para que o corpo não recusasse e manteremos assim até o inchaço desaparecer. A paciente foi encaminhada para a C.T.I. Tudo o que foi possível fizemos, senhor Cullen...

– Sim... as primeiras 24hs... eu posso vê-la?

– Não. Como eu disse, ela esta em uma área restrita da C.T.I., como o caso dela é gravíssimo a entrada esta restrita para a enfermeira que cuidara dela assim como os médicos que vão assisti-la.

Edward seguia anestesiado, tudo o que ouviu foi como se contassem sobre um paciente qualquer, seu consciente se recusava a acreditar que sua Bella estava passando por tudo isso e que ainda teria muito pelo que passar.

Sabia com exatidão a gravidade de cada ferimento citado, fora tanto sofrimento, angustia que as lagrimas não desciam, sua garganta fechada era o único indicio de seu corpo, não sentia o toque amoroso do irmão que o puxará há vários minutos para um abraço apertado.

Não ouvia as palavras de incentivo e choro de Rosalie, também ao seu lado. Apenas se encolhia como um menino, os braços circulando as longas pernas encolhidas. Rosalie percebeu antes de Emmett que Edward estava em estado de choque.

Edward não a viu levantar, não a viu voltar ao seu lado, à troca de olhares entre o irmão e a cunhada, nem mesmo sentiu a agulha em seu braço, só se deu conta das pálpebras pesadas e de vultos brancos em sua volta antes de tudo escurecer.

...

Uma batida suave fez Edward erguer os olhos e parar de exercitar a musculatura de Bella, voltou os olhos para a esposa ainda em coma e seguiu para fora do quarto. Victoria e James abraçados o esperavam do lado de fora.

– O que aconteceu?

– Nada, só... viemos nos despedir. – olhou confuso.

– Eu quero saber o que aconteceu, acho que Bella também possa querer saber e com Carmem e John mortos... – começou James.

– Eu pensei sobre isso e James quer saber, nos vamos vasculhar a vida do pai dele e quando Bella acordar pode querer também.

– Nada justifica, mas seria bom poder escolher entre saber ou não os motivos – completou.

– Tudo bem.

– Não fique assim Edward! Ela vai acordar – disse Victoria abraçando o primo e beijando-o. – ela é uma guerreira.

– Já foram tantos meses... – disse em choro...

– E daí, cara. Pode levar anos, mas ela vai voltar pra vocês. Isso é só uma pausa dramática – disse James tentando brincar – ela esta se recuperando aos poucos, foi um tombo feio – disse sacudindo os cabelos de Edward.

Há tanto tempo que não se olhava no espelho que não percebia os fios que batiam quase a altura dos ombros em um movimento selvagem, como uma juba, a barba por fazer.

– Eu tenho que levá-lo no barbeiro primeiro, se a Bella acorda e vê isso vai pensar que ficou 20 anos em coma e não sete meses! - disse puxando-o para um abraço.

– Sem esquecer que mais um baby Cullen esta prestes a nascer, será vergonhoso recebê-lo parecendo um homem das cavernas – brincou Victoria. – eu fico com Bella até você voltar.

Saiu arrastado por James que o levou a barbearia que frequentava. Ambos não conversaram muito, Edward olhava os fios longos, finalmente medindo a proporção do descaso consigo.

Nunca se importou antes, as poucas horas que passava em casa, era recebido com um cafuné da filha em uma rotina, dormia com a filha no quarto dela, arrumava Elizabeth, passavam no hospital. A menina dava um beijo demorado na mãe e ia para o colégio, cuidava de seus pacientes, buscava a filha.

Elizabeth cuidava de pentear os cabelos de Bella que voltaram a crescer enquanto Edward exercitava as pernas de Bella, Esme buscava a pequena e Bella era submetida a baterias de exames.

Após um tempo de reclamações da família sobre seu estado, foi à pequena Elizabeth quem defendeu o pai.

– Deixa vovó. Meu papai tá gatão. Papai? O senhor falou que a mamãe vai precisar se exercitar, não é?– disse flexionando o braço.

– Sim, querida.

– Então – disse seguindo até o pai, ficando em pé nas costas do pai, apoiada no sofá e correu os dedos pelos fios longos – é gostoso e mexe o braço todo – disse acariciando a cabeleira e beijando a bochecha do pai em um abraço.

Quando o barbeiro terminou, voltou a reconhecer o reflexo no espelho. Os olhos continuavam abatidos, circulados por uma marca roxa das fieis olheiras, seu corpo estava, inesperadamente, musculoso. Não em exagero, mas suas sessões com Bella fortaleceram seus braços.

Ergueu sacudindo os fios curtos e olhou suas pernas, o reflexo disforme no espelho de corpo todo o deixou envergonhado.

– Cara, você esta parecendo um galinho de briga com essas perninhas – disse James puxando-o para fora da barbearia.

Voltaram com passos lentos para o hospital de Forks, todos acompanhavam seu sofrimento e seu retorno mais saudável para o leito, fez alguns rostos se erguerem com sorrisos de ponta a ponta.

Passavam pela recepção quando um grito de Emmett chamou sua atenção:

– Esta nascendo, Edward! – gritou novamente abraçando o irmão.

– Como, Emmett?

– A Rosalie, cara. Ela estava conversando com a Bella, então a bolsa dela estourou. Meu filho esta nascendo!

Edward estava alegre pelo irmão e sobrinho que estava a caminho, mas quando o nome de Bella foi citado, sua atenção desviou. Todos já estavam na recepção, Emmett seguiu com a enfermeira para o quarto de Rosalie, onde ele acompanharia o parto.

Edward sentou-se e Elizabeth correu para seu colo, abraçando-o forte. Quando já esta relativamente tarde para a menina permanecer em um hospital ela pediu com olhinhos brilhantes e irresistíveis para ver a mãe antes de ir embora.

Esme acompanhou a neta até o quarto de Bella, sorrindo com a cena que se desenrolava a sua frente, Elizabeth subia na cama, deitando ao lado de Bella, fazendo um carinho no rosto, agora livre de marcas, beijava a testa da mãe e começava a ditar tudo o que estava acontecendo.

Na sala de espera Alice abraçava Edward – Agora sim. Bella vai acordar e encontrar o maridão dela! – disse beijando o rosto fino – ou boa parte dele – riu apertando as coxas magricelas.

– Família? Meu Henry nasceu! – Emmett gritou ecoando pelo hospital – 21 dedinhos e o dedo principal puxou o do papai! – dizia orgulhoso batendo no peito. Recendo o abraço de toda a família e no final abraçando o irmão e puxando – pronto pra conhecer seu afilhado?

Quando foi liberado Emmett voltou ao quarto arrastando Edward, que sorriu para uma Rosalie em êxtase. Um pequeno embrulho verde nos braços, um pequeno resmungo e seus olhos percorreram em busca do bebê.

– Ele é lindo!

– Como ele é enorme, Edward. Minha loira fez normal, acredita? – dizia enquanto tomava o filho no colo e entregava para Edward.

O bebê rechonchudo de grandes olhos azuis, fechou-os abrindo a boca em um “O” e voltando a abri-los, atentos em Edward.

– Bem vindo, Henry. – disse tocando a mão minúscula.

– Bella prometeu que me ajudaria com ele e ela nunca falta com a palavra, ela vai acordar logo – disse Rosalie, quando Edward entregou o bebê que começava a resmungar.

– É tudo o que eu quero Rosalie. Minha Bella comigo. – batidas na porta interrompeu a conversa, uma enfermeira adentrava acenando para Edward que saiu do quarto assustado.

– Papai? – gritava Elizabeth repetidamente até alcançar o pai e se chocar em seu colo – a mamãe acordou papai! – gritava com um sorriso enorme na face.

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