sábado, 9 de fevereiro de 2019

Romance no ambiente profissional: uma grande dor de cabeça ou uma conseqüência?


“Onde se ganha o pão não se come a carne”.
Eita ditado antigo. E um dos melhores que já vi até hoje. O detalhe é que poucas pessoas tem o real conhecimento do significado por trás dessas sábias palavras.
Talvez você, querido leitor, em sua precipitação primária irá dizer em pensamentos bem irônicos para a minha pessoa, que a tradução dele é simples: não tenha um relacionamento no seu ambiente de trabalho. E eu te digo, que você está certo. Sim, certo. Você estará certo desde que não tenha um pensamento maduro ou se envolva com alguém sem um pingo de maturidade.
Lamento te informar, mas você VAI encontrar alguém que te desperte o coração e os desejos exatamente no ambiente que você MAIS frequentar. Se você é como a média das pessoas que conheço, deve trabalhar boa parte do seu dia, ir na academia (esse habito geralmente é para os heróis, seres quase raros), e ter um churrasco esporádico com os amigos. Traduzindo: ou você irá encontrar alguém no seu serviço, ou na academia, ou entre algum convidado penetra que seu amigo levar para o churrasco.
Percebam que não estou contabilizando as tão famigeradas baladas.
Gente, preconceitos a parte, e exceções mais a parte ainda, dificilmente o amor da sua vida estará lá. As baladas de hoje em dia resumem-se ao desejo primário. Aquela sede que se mata com algo superficial. Você não conhece a pessoa, seus pensamentos, seus ideais, seus medos e traumas, suas reações diante da vitória e principalmente diante da derrota. Você não conhece essa pessoa que você paquerou, beijou, levou para cama.
“Mas o meu caso virou namoro. Acabou, mas virou!”
Aí eu te pergunto: Porque acabou?
Nem precisa responder. Vocês em algum momento descobriram que são diferentes demais e não puderam suportar isso, ou constataram que não valia a pena investir numa relação tão discrepante. Certo?
A você, que a relação foi longe e está durante até hoje, eu digo, parabéns. Seu cúpido deve ser um SEAL.
Relacionamento de verdade, aquela que não é apenas um passatempo para seus tios pararem de cobrar de você sua solteirice, é construída aos poucos. É como uma semente: você planta, rega, cuida, vê crescendo e se você se dedicar bastante, irá colher frutos. Como cada pessoa tem seu tempo, a colheita vai depender de cada um.
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Isso me remete a outro ditado:
“Quem come a carne, rói o osso”.
Você tem todo direito em escolher alguém pelos lindos olhos, pela altura, pelas posses financeiras, pelo tom de pele, pela forma como se veste, pelo cheiro... E por aí vai sua gama de fatores na escolha do par ideal.
Mas depois da escolha da carne, virá o osso. As vezes essa pessoa é perfeita, mas adora ir em todas as festas da cidade. E poxa, você ama ficar em casa. Que coisa, não? O osso está ficando pouco saboroso?
As vezes a pessoa tem o cheiro que te enlouquece, mas odeia trabalhar ou só trabalha porque a sociedade o obriga. Mas se você for acompanhar ele no dia-a-dia a única coisa que ele quer saber é de Netflix e vídeo game. Que osso, não?
A pessoa tem posses financeiras a torto e a direito, mas trata todo mundo como se fossem lixo, incluindo você. Tem certeza que isso é um osso? Está quase me parecendo um esqueleto inteiro!!!
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Você é o perfil certinho: pensa antes de fazer, planeja, executa. Trabalha pelo dia de amanhã, luta pelos ideais. Daí escolhe uma novinha toda linda, loira dos olhos verdes, corpo impecável, mas que só quer saber de um dia de cada vez. Que carne! Que osso!
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Entende o porquê estou dizendo que infelizmente você não vai encontrar o amor da sua vida numa balada? Entende porque eu digo que muito provavelmente você vai encontrar o amor da sua vida no trabalho? Sim, meu anjo. No trabalho.
Uma vez uma amiga minha disse que o trabalho é uma segunda família. Ela se referia ao fato que passamos mais tempo com a pessoa com que trabalhamos que com nossos familiares.
E é nessa história de passar mais tempo com a pessoa do seu trabalho, que eu afirmo que você irá encontrar o amor da sua vida no trabalho. É lá que você vai encontrar alguém e ter tempo de observar essa pessoa. É lá que na despretensão de estar apenas trabalhando você irá identificar tudo aquilo que realmente você quer para a sua vida.
Não vou dizer que exista carne sem osso. Isso é mentira. Mas existe osso que você não vai se incomoda tanto em roer. Você pode encontrar alguém que desperte todos os seus sentidos, onde sua presença faça surgir borboletas no seu estômago e uma corrente elétrica pelo seu corpo que tire toda a sua coordenação motora. Mas você não vai gostar da mania dele de pôr panos quentes em tudo, embora seja algo tolerável e até te ensine a ser menos impulsiva.
A carne será do jeito que mexe contigo, mas o osso, não. Claro que cada pessoa se incomoda com alguma coisa diferente. O que é osso para mim, pode ser carne para você. Acontece que existe osso que te ensina a ser alguém melhor e existe osso que machuca: em seus princípios, em seu jeito de viver.
E nenhum lugar melhor para conhecer alguém, para avaliar não apenas a carne, como o osso, como aquele que te consome praticamente todo seu tempo. Está na escola? Você provavelmente vai encontrar lá. Está na faculdade? Adivinhe? Trabalhar o dia todo? Passa muito tempo na academia?
Só que aí vem a maturidade e finalmente voltamos ao ditado inicial:
“Onde se ganha o pão não se come a carne”.
É preciso maturidade para entender que independente das emoções, você precisa ter comprometimento. Foi no trabalho que você encontrou aquela pessoa que mexe contigo? Saiba que há hora para trabalhar e hora para estreitar relações. Foram para a cama, mas a química não fluiu? Tenha maturidade em não denegrir a imagem do outro com comentários pejorativos sobre o desempenho, tamanho ou iniciativa. A relação está fluindo? Que bom. Assumir publicamente é o próximo passo. Como diria Luan Santana: “Amar não é pecado”.



Assumir a relação não significa ficar se pegando na hora do serviço, ou se ignorarem como completos desconhecidos. É saber que vocês têm que ser profissionais na hora de ser pão e tem que ser um casal na hora da carne.
Esse é o real sentido desse belo ditado. Onde se ganha o pão, não é hora de se comer a carne. Mas isso não significa que você não vá conhecer a carne lá. E muito menos que vocês não devam se permitir estreitar a relação. Desde que não seja no local onde se ganha o pão.
Salomão também criou um ditado: Há hora para tudo.
No caso, há hora para ganhar pão, há hora de se comer a carne.
E mesmo se a relação acabar, é preciso ter maturidade para além de não comentar com os colegas de serviço os “defeitos/osso” do outro, continuar sendo profissional. Sabe aquela história de terminar o relacionamento e continuar a amizade? Ela é um ideal lindo e traduz toda a maturidade de uma pessoa. E mais que maturidade, é o caráter. Por mais que não tenha dado certo, por algum tempo te fez feliz. E a felicidade deve ser tratada com o maior grau de gratidão possível, incluindo preservar a imagem moral da pessoa que esteve contigo por um período.
Agora, se você ou a pessoa que está mexendo contigo não tem maturidade de saber assumir e manter a discrição da intimidade de vocês, realmente, continue interpretado o ditado como você sempre fez. Do contrário, abra sua mente e permita-se viver.
Se me permite engatar mais um ditado, eu te digo: “O cavalo arreado não passa duas vezes”. Talvez você esteja tão apegado a uma visão de vida, que esteja deixando sua felicidade passar. No caso, boa sorte para você. Não se esqueça que tudo que se planta, colher. E a gente sempre se deita na cama que arruma.

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