quinta-feira, 14 de março de 2013

EVEOM - Capitulo 1


Entre você e o mar
Capitulo 1 – Realidade

– Não devia estar aqui – digo temerosa, um frio em minha barriga por causa dos meus pais, mas estar com Carlisle é maravilhoso.


– Quer voltar? – perguntou docemente.


Virei para olhá-lo, Carlisle sempre foi tão atencioso, sempre me respeitando. A cada dia estamos mais unidos, nosso amor só cresce, não via hora de nos formarmos para sumirmos de Forks. Seus pais não aceitam o fato que sou de uma família teoricamente humilde, afinal meus pais não aceitavam o dinheiro de meu irmão.


Charlie esta há dois anos em Lisboa, trabalhando como gerente em uma empresa, mesmo sem estar formado. Seu salário é alto, mesmo pagando sua faculdade e series de cursos, ele sempre mandou uma quantia alta para nos, ele havia me enviado secretamente por Carmem uma carta com um cartão, dando-me acesso a uma conta onde ele depositava periodicamente uma boa quantia, que eu ia usando cuidadosamente em nossa casa, sem que meus pais pudessem perceber.


Era esse dinheiro que eu usurparia por um tempo, para que eu e Carlisle pudéssemos nos manter ate que ele conseguisse um emprego em um dos hospitais aos quais ele havia estagiado. Depois reembolsaríamos meu irmão e entregaria tudo aos meus pais.


Charlie... como diria meu pai, virou as costas para nossa família e religião, na verdade Charlie não aceitou que meu pai decidisse sobre sua noiva, nossos pais temiam que ele se envolvesse com uma mulher que não fosse judia. Que caísse em pecado com ela, que desonrasse a linhagem da família, quando na verdade, eu estou desonrando. O que me dói é que eles preparam meu casamento com quem eu se quer conheço.


– Não. Não há lugar melhor do que estar aqui – digo me sentando em uma das enormes pedras do penhasco – isso só deixaria a nos três em maus lençóis, apesar de achar que mamãe ainda passará em meu quarto – digo casualmente, admirando a linda lua cheia.


À noite esta completamente banhada pela lua, não havia necessidade de uma fogueira, mas Carl achou prudente, alem de afugentar os animais da reserva. Estávamos escondidos entre as pedras, ninguém da pista ou da beira mar nos veria, estávamos em nosso mundo, sem empecilhos. Senti seus braços a minha volta, me aconcheguei mais em seu colo, seus lábios tocaram levemente minha cabeça.


– Tenho certeza que Renée ficará bem se passando por você. Queria que pudesse ser diferente... –disse me arrumando em seus braços, me sentando em seu colo.


– Eu certamente estou condenada, mas se te amar me condena... não me importo.


– Não diga isso Esme! – disse me apertando ainda mais – vamos dar um jeito, falta pouco para minha formatura, só mais alguns dias e terei meu diploma, receberei uma quantia de presente de meu avô e embarcaremos para Inglaterra.


– Eles marcaram com a família de Isaías, eles levarão o filho mais velho em minha casa – sussurrei e nos apertamos.


– Porque eles não me aceitam, eu disse que me converteria....


– Meus pais são extremamente conservadores, mesmo que não digam, eles não escondem o orgulho de serem uma das poucas famílias a terem uniões de berço, eles já tiveram que suportar o fato de Charlie ter se negado a casar com a caçula de uma família importante e influente e passar semanas constrangidos na sinagoga...


– Será uma pena, mas enfrentarei sua família para tê-la, mesmo que para isso eu tenha que fugir com você.


– Eu confio em você, irei para onde me levar... – digo e seus lábios devoram os meus, sua língua quente em meus lábios. Senti meu rosto queimar quando sua mão deslizou por dentro da saia do meu vestido.


Esta não seria a primeira nem segunda vez que me entrego para Carlisle, mas sempre parece ser a primeira, me sinto ser impulsionada para outra realidade, ser removida de meu corpo, como se nossas almas se unissem, puxou uma coberta que esta em suas costas e me senta, sua mão ágil e enorme desabotoando meu vestido enquanto deita-me na pedra.


Meu corpo se arrepia com seus toques, resmungos de prazer passando por meus lábios, fecho meus olhos envergonhada quando sinto suas mãos em meus seios, descendo e me tocando lá, minha respiração apressada, descompassada com sua língua deslizando por toda a pele exposta. Minhas mãos migrando para seus cabelos sedosos.


– Abra os olhos minha menina? – pedia em uma suplica, enquanto o sentia nos unir.


Meu corpo arqueando com a invasão, com nossos olhos conectados, sinto-o me preencher por completo e a remeter seu corpo contra o meu, firme e lentamente, tornando meu corpo consciente do seu, seu calor me inundando, seus lábios exigiram os meus, sua mão apertando minha cintura e coxa com força, mas nunca me machucando, sua língua deslizando em cada canto, tocando a minha, dançando com ela, deslizando a ponta da sua pela minha.


Calafrios gostosos dominavam meu corpo, uma pressão começava a se formar em meu centro, minhas pernas enrijecendo, seus movimentos se tornavam ferozes, meus chiados se tornando gritinhos agudos, sua risada gostosa invadindo meus tímpanos, logo suas mãos se tornaram garras em meu quadril, chocando nossos corpos com certa violência, me fazendo senti-lo cada vez mais fundo.


Colou nossas testas, puxou minha bunda, apertando, puxando minhas pernas para me abrir mais e correspondi seu movimentos, me abrindo mais e inutilmente tentando unir meu pés em suas costas. A pressão aumentando drasticamente, um formigamento em meu ventre, senti sua mão sobre minha boca, em um ímpeto deslizei minha língua por seus dedos, suguei seu dedão, gemendo com a pressão dolorosamente prazerosa que me inundava.


Carlisle afundou a cabeça entre meu pescoço e ombros e abafou algo que parecia um rugido, que também foi acompanhado de um som que era uma mistura de grito com miado que escapou por meus lábios quando a pressão ficou insuportável, fazendo minha pernas enrijecerem e jatos explodirem por meus meios. Com mais um brusco movimento dele, senti um liquido quente em meu interior, nossos corpos relaxando.


Rapidamente Carlisle nos gira, se removendo de meu interior e aconchegando em seus braços. Ficamos um tempo assim, ate que ele levantou, comigo ainda em seus braços, permanecemos abraçados e nus apreciando a lua. Sorrisos inebriantes estampando nossos rostos, sua mão deslizando por meu braço, passando por meu ombro e descendo por meu seio.


Seus dedos brincavam com meu mamilo intumescido, ergueu um pouco sua perna, deixando meu seio na altura de seus lábios que deslizaram por ele todo, logo dando espaço para sua língua fervente. Começamos nossa dança novamente, parando apenas quando o sono se fez fortemente presente. Sabia que poderia descansar, que Carlisle nos protegeria.


Acordei com beijos em minhas costas, o lençol foi removida de minhas pernas, senti seu membro duro, seu corpo pousando com delicadeza sobre o meu, suas pernas separando delicadamente as minhas, me empinando, sua mão abafou meu grito de êxtase e desta forma me teve novamente. Seguimos para o pequeno riacho perto da barraca.


Ainda estava escuro, deveria ser 04:30hs no máximo. Com todo cuidado e após muitas caricias para que a água não estivesse tão congelada para nossos corpos, tomamos um banho, mas isso não impediu Carlisle de me possuir novamente, não me fiz de rogada ou cansada, apenas me entreguei para ele, me abrindo mais a cada gesto explicito.


Após estarmos devidamente arrumados e sem o cheiro do outro, ele nos levou por uma estrada alternativa, com seu jipe silencioso e escuro. Parando algumas casas longe da minha, entramos pela mata e passamos ladeando as casas, meu quarto ficava nos fundo, já havia uma escada de cordas amarrada na pequena varando. Carlisle me ajudou a subir, após me roubar vários beijos.


– Alguns dias, só mais alguns e será minha senhora Cullen – sorri com suas palavras sussurradas com muito amor, mandei-lhe um beijo e me preparei para entrar em meu quarto, Renée iria com ele e voltaria amanhã a tarde como se estivesse chegando naquele momento, mas congelei ao ver minha mãe parando na porta.


Escondi-me longe da porta de vidro, pude ver sua sombra pelo abajur, ao qual ela desligou, vindo a porta de vidro da varanda e trancando, seguiu para a porta, afiei meus ouvidos para ouvir o ranger da fechadura. Procurei pela chave extra da porta, quando me abaixei para pegá-la Renée já havia aberto, tão ligeira quanto um felino.


– Você demorou – disse removendo a blusa de camisola, ela já estava arrumada e pegou sua bolsa, estrategicamente amarrada em baixo do banco em minha varanda, ela me abraçou e desceu pelas escadas, depois removi as amarras e eles seguiram pela mata.


Voltei para minha desastrosa vida, contando os minutos para estar para sempre com Carlisle e me tornar a senhora Cullen.


...


– Isaias virá hoje a noite para conhecê-la filha – disse mamãe. Reprimi um resmungo.


– Com o perdão da palavra senhor Isael, seria adequado que me mantivesse no quarto de Esme? Apesar de toda convivência, ainda não estou plenamente familiarizada com todos os costumes e não quero cometer uma gafe que envergonhe sua família ou atrapalhe o futuro de minha amiga – por esse motivo, meus pais vinham em Renée uma não judia que poderia conviver comigo, ela sempre mostrou-se com essa conduta na frente deles. Sempre com um extremo respeito por minha família e nossa religião, sempre mantinha-se como uma judia verdadeira quando vinha para nossa casa.


– É o mais adequado senhorita - meu pai não aceitava o fato dos pais de Renée a deixarem viajar sem o acompanhamento de um adulto familiar.


...


Com minha mãe e uma empregada preparando o jantar, eu permaneci em meu quarto, me arrumando para... um contrato de matrimonio, eu tentei diversas vezes pensar que era tudo uma encenação, eu precisava fingir estar de agrado, que quanto mais dócil e gentil eu fosse, mas fácil seria minha vida e menos vigilância sobre meus horários eu teria.


Na hora exata a família de amigos de meu pai chegou, permaneci na ante sala com minha mãe, a esposa do senhor Isaias entrou na ante sala, permaneci em silencio, enquanto ela e minha mãe conversavam, uma senhora, já idosa entrou alguns segundos depois, era a matriarca da família. Ela me fez diversas perguntas sobre minha educação religiosa, sobre as tradições e festividades.


Tudo aquilo, não passava de uma pesquisa para saber se eu seria uma mãe adequada, se eu educaria devidamente meus filhos, após um exausto interrogatória, fomos permitidas a seguir para a sala. Permaneci com os olhos longe de Isaías e seu filho. O jantar foi completamente torturante, era como se eu tivesse me tornado uma vaca premiada. Minha família exaltando minhas qualidades e educação judaica e os pais de Israel fazendo o mesmo.


Após ardilosas horas fui libertada para seguir para meu quarto, mas não fui para ele, sabia que as senhoras viria atrás de mim e neste momento tenho certeza que Renée estava trancada em meu banheiro canto um rock pesado dos The Rolling stons, Charlie havia me presenteado com um banheiro acústico, mais isso não impediria que elas vasculhassem e inventassem uma desculpa para averiguarem como me comporto em minha intimidade, e ver minha amiga não judia dançando nua em meu banheiro, não é a melhor forma.


Desta forma, não me surpreendi quando em menos de cinco minutos a empregada abriu a porta e deu passagem para a minha ex-futura sogra e a avó. Elas ficaram me estudando em silencio por um tempo a matriarca pareceu não me aprovar, ela enrugava a testa sempre que se aproximava.


Mas para meu infortúnio, Isaías e meu pai confirmaram a união, o casamento ocorreria em menos de três meses. Eu não poderia exteriorizar minha vontade de não me casar, portanto permaneci em silencio enquanto meu pai me comunicava sobre meus deveres que o dia do casamento. A primeira era não sair de casa sem estar acompanhada.


Os próximos dias foram torturantes, eu não conseguia me comunicar com Carlisle. Renée tentou algumas vezes, mas algo aconteceu e meus pais pediram que Renée fosse embora. Ela me pediu que lhe entregasse o cartão, que havia algo errado, ela daria um jeito de me avisar. Consegui lhe entregar o cartão antes que meu pai entrasse no quarto para buscá-la.


Aquele dia percebi que eles sabiam sobre Carlisle, ele sabia que eu não era pura. Sem uma única palavra e com os olhos lampejando de desprezo e vergonha ele caminhou ate mim e me deu um tapa, um único tapa que me fez voar na cama em que me encontrava sentada, Renée e minha mãe gritaram assustadas, mas minha mãe não veio ate mim e Renée foi impedida por meu pai, que a arrastou sem nenhuma palavra.


Naquela mesma noite, ele voltou ao meu quarto, não me olhou nos olhos, não me perguntou nada, apenas me arrastou porta a fora, me jogando no quarto de hospedes, onde uma senhora se encontrava com minha mãe e duas enfermeiras.


– מה קורה? אב? (O que esta acontecendo? Pai?) – ele não disse nada, apenas me jogou na cama e deu a ordem delas me examinarem em hebraico.


לא! אני עוזב! - (Não, me soltem) gritava em hebraico, mas tudo era inútil, elas levantaram meu vestido à força, rasgando a saia no processo e arrancaram minha calcinha – אמא? עצור! (mamãe? Parem!)


Nada do que eu fazia adiantava a medica introduziu seu dedo enluvado e chiou em hebraico que eu não era virgem, nesse momento eu parei de lutar, a medica conversou baixo com minha mãe que me olhava decepcionada e depois seus olhos se arregalaram com o que a medica disse e logo depois seus olhos cintilaram em algo obscuro. Logo depois ela saíram, minha mãe caminhou lentamente, mas não havia nada de bom em seus olhos.


– Quem foi?


– Eu não sei do... – minha fala foi rompida por sua bofetada.


– Quem foi? – eu não me atrevi a olhá-la, nem responder – eu perguntei quem a tocou? – nesse momento a porta foi aberta com violência, meu pai invadia o quarto, sua roupa estava desalinhada, como se ele tivesse brigado. E veio pra cima de mim. Foram diversos xingamentos em hebraico. Meu pai me praguejava, me deserdava, mas algo em sua fala me fez prestar atenção.


– Você não pertence mais a esta casa, você destruiu nossa família, mas o pior é que carrega um criança da sua vergonha, sai desta casa agora e pela porta dos fundos, não araste ainda mais o meu nome – disse sem me olhar.


– Marido?


– Não me desobedeça – disse para ela.


– Deixe-a trocar de roupa, esta está rasgada!


– Cinco minutos, se estiver sobre meu teto após este minuto será tratada como uma ladra – dito isso, me vira as costas.


Eu ainda esta sobre o efeito de suas palavras, eu tenho um bebê crescendo em meu ventre, Carlisle vai adorar, apertei minha mão sobre meu ventre ainda liso, mas bem abaixo, esta durinho, de quantos meses eu estou? Então lembrei de minha condição. Renegada, expulsa de casa, do convívio com minha família, sem um teto.


– Levante-se e vá se vestir, já perdeu um minuto – a voz áspera de minha mãe entrou por meus ouvidos, olhei para seus olhos, que estavam sem um vestígio de amor, ela virou o rosto e manteve a porta aberta para que eu passasse.


Eu já não era sua filha, não era digna de sua presença, havia desrespeitado nossos mandamentos, envergonhado minha família, que não poderia cumprir com a palavrada dada, por que sua única filha mulher havia se perdido e carregava um filho de um pagão. Rumei para meu quarto, onde troquei minha roupa. Procurei meus documentos, mas não os encontrei.


Eu não poderia ir muito longe sem eles, talvez nem ao próximo estado, quem dirá viajar com meu Carl. Caminhei ate o escritório e me mantive com a postura baixa. Meus pais brigavam em nossa língua. Bati na porta, mas não entrei quando permitiu que eu abrisse apesar de não saber que eu ainda estava ali. Assim que seus olhos pousaram em mim, estremeci.


– Entregue-me o colar. Agora – disse amargo, o colar era o brasão de nossa família, algo que sempre provava nossa descendência. Aquela era aprova da desgraça de um membro, eu estou sendo expulsa. Mesmo sem um conselho, este que não mudaria a forma que meus pais me viam, sem opções removi o colar, entregando com este a estrela de Davi. Neste momento percebi que não deveria perguntar sobre meus documentos, eles já haviam queimado, na melhor das hipóteses.


Sai sem olhar para trás, agora eu não tinha para onde ir, sem meus documentos e dinheiro, só me restou ir diretamente para a casa de Carlisle.

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