quinta-feira, 14 de março de 2013

EVEOM - Capitulo 2

Entre você e o mar
Capitulo 2 De boas intenções....

Com passos mortos segui pela estrada, sem ver nada, sentindo o vento gélido cortar meu rosto todas às vezes em que os carros passavam, com passos lentos segui para casa de Carlisle, mas antes que entrasse na pequena estrada, ouço gritos, virei assustada ao reconhecer Carmem. Ela não deveria estar andando sozinha.

– O que aconteceu Esme? – perguntou assustada ao reparar em meu estado.

– Eu... eu ficarei bem, tive problemas com minha família... estou indo a casa de Carlisle.

– A pé?

– Sai desprevenida...

– Vem pra minha casa? Já esta tarde, a família dele, pode não gostar...e... eu estive com Eleazar hoje, Carlisle não esta, ele ainda esta na faculdade, sabe, provas finais e festas.

– Talvez seja o melhor, eu não sei o que fazer... - estávamos caminhando para seu carro, assim que abri a porta ouço minha fada madrinha.

– Esme? – ela corria, completamente desgrenhada – que bom que te encontrei.... – disse se curvando e apoiando as mãos nos joelhos.

– Ela virá para minha casa, Renée não é? Então, depois vocês conversam.

– Nada disso. Eu fiquei te esperando, percebi que algo estava errado – ela dizia com uma careta, enquanto olhava para Carmem – vem comigo, precisamos conversar e aqui não é o melhor lugar – disse se voltando para mim.

– Esme... – chamou Carmem.

– Obrigada por tudo Carmem, eu vou com a Renée. Mando noticias, obrigada pela preocupação – seu rosto se tornou uma carranca, certamente preocupada com meu estado e o jeito de Renée não colaborava – eu manterei contato.

– Tudo bem – seu rosto suavizou, deu um sorriso e voltou-se para seu carro.

– Obrigada por tudo Carmem – repetiu Renée com escárnio e nojo – francamente? Detesto essa garota – olhei espantada para Renée, ela não é uma pessoa que demonstra sentimentos negativos – ela me calafrios e você sabe o que eu faço quando me dão calafrios...

– Então não faça isso com ela... é tão bom ter você aqui amiga –disse explodindo em lagrimas.

– Eu sabia que algo aconteceria... – disse secando minhas lagrimas – vem cá amiga? – disse me puxando para um abraço, apertado.

Ficamos abraçadas no acostamento, por tempo suficiente para que tudo em mim doesse pelo choro demorado, Renée apenas me abraçava mais apertado, com afagos em minhas costas, não me perguntou nada, apenas esperou que eu terminasse, me acalmasse.

Quando as lagrimas secaram, ela enxugou meu rosto, deu um sorriso gentil e segurou minha mão, me levando em silencio pela estrada, andamos boa parte da rodovia, aos poucos as casas foram diminuindo, ate que não existia mais nenhuma.

Ela me puxou por um trecho, onde havia uma entradinha de terra já na mata, ela remexeu em uma vegetação esquisita, ela puxou algo que parecia uma capa, então entendi do que se tratava, ela removeu alguns gravetos e puxou a uma lona enorme, deixando uma chevet à mostra.

– Espero que goste de minhas acomodações! É o temos por enquanto senhorita! – disse jogando a lona na caçamba do carro.

– Eu vejo nada menos que uma suíte 5 estrelas – sorri sem humor.

– Vem amiga, você precisa se alimentar, me conta tudo pelo caminho – disse abrindo a porta para mim e dando a volta.

Assim que ela entrou e ligou a luz da picape percebi algumas embalagens no chão, lanches, Milk shakes, com ovomaltine, meu preferido, frutas e algumas roupas. Ela manobrou com calma após me entregar o copo de 1 litro. Seguimos em silencio, ela me olhava de canto, enquanto manobrava, ela só estava esperando que eu terminasse de me abastecer de glicose.

– Diga? – perguntei colocando o copo vazio no canto da picape.

– Quem tem que me dizer é você, mas adianto que seus documentos estão comigo – disse sorrindo maliciosa – incluindo seu passaporte, estão no porta luvas. Isso sem contar com um pequeno roubo do seu histórico escolar, não se preocupe que eu fiz uma copia, não quero problemas com a policia.

– Foi você? – perguntei maravilhada – eu pensei... pensei que meu pai...

– É que ele esconderia, eu pensei também, meu padrasto tentou varias vezes me tratar como o seu pai te trata, como se alguém me colocasse freios...

– Como você sabia?

– Eu estranhei o seu pai, ele me olhava torto há alguns dias, eu preferi não te contar, mas fiquei cismada quando ouvi uma conversinha dele, ele falava com alguém sobre uma carta, que todos se arrependeriam, que com você ninguém brinca.... – ela me olhou de lada, deixando claro que agora, eu tinha que falar.

– Depois que ele te levou... – expliquei tudo, cada mínimo acontecimento – então estou aqui, com minha fadinha madrinha.

– ...Ele certamente ficou muito irritado ao não encontrar seus documentos e o cartão. Principalmente o cartão, sem os documentos, sua sobrevivência seria com o dinheiro e se não existisse cartão, você seria dependente deles... só achei muito estúpido da parte dele achar que eu realmente entraria naquele avião – ela resmungou mordendo um pedaço enorme de seu lanche, com muita maionese.

– Para onde vamos?

– Vamos ate Carlisle... – disse de boca cheia – vocês conversam, viajam para Lisboa, seu irmão precisa saber do tratamento que seus pais lhe deram....

– Nem pensar, Charlie mataria Carlisle... eles eram amigos, lembra que te contei?

– É mesmo, mas isso torna mais fácil! – disse dando de ombros dando uma golada no Milk, meu estomago embrulhou – a é... vocês não misturam leite com carne né? Desculpa, eu estou faminta, as bolachas no fundo da sacola são de leite, fique a vontade...

Preferi virar o rosto e esquece a mistura que ela estava devorando, passamos a noite na estrada, Renée não quis parar, ela estava em alerta. Permanecemos ate um pouco depois do amanhecer, já estamos quase na fronteira com Oregon. Seguiríamos para florida, ela não quis ir de avião por causa da minha idade.

Eu só seria maior de idade daqui a um mês, portanto precisaria de autorização para embarcar... teríamos que contatar meu irmão, Charlie ficaria uma fera quando descobrir minha gravidez, Carlisle.... sorri ao imaginar sua reação quando contar, deslizei minha mão por minha barriga, ainda lisa...

– Vamos parar aqui? - disse quando passamos por um hotel de beira de estrada.

– Eu posso ir dirigindo?

– Não, você precisa de um banho, descansar e colocar comiga saudável pra dentro, isso aqui é só pra nos manter acessas – disse apontando para as guloseimas.

Ela estacionou a picape longe do hotel, não entendi, mas não pedi para explicar. Facilmente Renée conseguiu um quarto para nos, tomamos um banho, nos alimentamos e devoramos tudo que estava no frigobar. Trocamos de roupa e ela pediu que vestimos as roupas de antes por cima, também não entendi, quando deitei na cama ela me chamou.

– Eu quero dormir... – resmunguei.

– Acontece que já dormirmos por cinco horas, temos que ir, a mulher do hotel é muito esquisita, temos que dar o fora – assim que ela disse essas palavras eu levantei.

Ela pegou dois engradados de energéticos e coca-cola, mais alguns sucos e pagou com um cartão dela, saímos pelos fundos, dando a volta na mata, quando nos aproximamos da picape vimos duas viaturas passando, elas param no hotel, olhei para Renée e ela sorriu como “eu sempre tenho razão”.

Ela me mandou pra dentro e que removesse a roupa, prendi meu cabelo e coloquei um óculos escuros, peguei uma das jaquetas de corou, com estampas dos Scorpions, ela pareceu colar coisas nas laterais da picape. Depois seguimos sem olharmos para o hotel, a policia ainda estava lá.

Ela ligou o radio e assim permanecemos ate o anoitecer, assim que escureceu, Renée escondeu a picape na mata, permaneceríamos dormindo ali, faltava mais duas cidades, pelos seus cálculos passaríamos o dia na estrada, chegando ao finalzinho da tarde no alojamento de Carl.

Quando finalmente a tarde do outro dia chegou eu já não me aguentava, a ansiedade pó vê-lo me consumia, da mesma forma que um medo me atingiu... um medo completamente irracional, mas que me afetou, será que ele reagiria bem a noticia, ele iria desejar tanto esse bebê quanto eu já desejo?

Conversamos muito sobre nos casarmos, sobre filhos, mas em momento algum falamos sobre tê-lo agora, era tudo pra quando eu também estivesse me formando na faculdade, Carlisle sempre deixou claro que me queria formada, que não queria atrapalhar minha vida se eu quisesse seguir uma carreira, que esperaria.

– Chegamos – disse Renée estacionando em uma das poucas vagas disponíveis.

Seguimos em silencio pelo prédio que parecia o principal, pedimos informação, Carlisle ainda estava no alojamento, quando alcançamos o alojamento já estava escuro, havia uma algazarra. Muitos bêbados, e me apavorei ao ver um casal, transando na frente de outros que se agarravam ali, como se estivessem sozinhos, preferi olhar para o chão.

– Ai esta você Elizabeth? – disse um rapaz saindo nu de um quarto, seus cabelos de um tom de cobre – eu disse que faria tudo por você, esqueça o Cullen. – disse me segurando, puxando, tocando meus cabelos e tentou me beijar, consegui empurrá-lo.

O que essa Elizabeth tem haver com meu Carl? Não havia outro Cullen aqui. Segui pelos cômodos com Renée ao meu lado, quando chegamos a porta do quarto, eu realmente quis voltar, Renée abriu a porta de supetão, fechei meus olhos com medo de encontra-lo como os outros, mas para meu alivio o quarto estava vazio, Renée olhou no banheiro.

Voltou com a cara vermelha e completamente sem graça, quando ela abriu a boca pra falar algo a porta do banheiro foi aberta e quis me afundar em qualquer toca. Um cara muito alto saiu nu e tocando lá.

– Ele foi pra biblioteca – disse ainda mexendo em seu membro, alguém abriu mais a porta, uma garota, que parecia ser mais nova do que nos chiou, ela parecia plenamente lúcida, diferente dos rapazes que pareciam embriagados.

– Acho que não entramos em uma faculdade... – digo quando entendo a imagem em minha frente. A garota estava sentada no... em cima do cara, ela puxou o cara que falava conosco e sem cerimônia, sugou ele.

– Essa é gulosa – disse Renée fechando a porta.

– Eu já vi de mais por hoje... vamos embora? – digo com náuseas.

– Eu que sou a virgem aqui, esqueceu? Eu deveria estar chocada...

– E como não esta? – digo segurando o vomito.

– Quando se é obrigada a conviver com um padrasto alcoólatra enquanto sua mãe esta no mundo cuidando dos filhos dos outros, você pode descobrir que o mundo não é um mar de rosa, e que finais felizes não são para todos...

– Agora entendo porque não gosta de falar da sua família.

– É difícil alguém dizer que prepara drinks e comidas para seu padrasto, enquanto ele fode algumas drogadas na sua frente... – quando ela disse isso ela estaca no lugar, seus olhos modificam.

Acompanho seu olhar e minha vida se ilumina, Carlisle estava sentado em um dos bancos longe de toda a orgia que acontecia em sua volta, meu amor, antes que entendesse, meu corpo já seguia para o seu, meu passos apressados, Renée vindo logo atrás. Então Lea aperta minha mão, foi então que prestei atenção a cena, já estava muito próxima. Perto da arvore, onde a copa da mesma cobriria o banco nos dias.

Ele conversava com uma jovem, ela ate parecia comigo, o mesmo porte, apesar dos cabelos castanhos bem escuros, os olhos de um verde tão profundo quanto esmeraldas. Estavam com o rosto vermelho, como se tivesse chorado muito, então reparei nele, ele estava paralisado. Como se tivessem petrificado ele.

– Você tem certeza? – sua voz estava morta.

– Eu não brincaria com uma coisa dessas, eu não quero pena de ninguém, mas não posso voltar pra casa grávida – meu sangue gelou, eu só posso ter ouvido errado – eu me lembro que falou da garota de Forks, sei esteve com ela...

– Esse filho é meu... eu vou assumi-lo – não sei se ele falou algo para alem disso, mas pra mim, tudo ruiu neste momento, Carlisle... ele não faria isso comigo.

Um barulho animalesco rompei o silencio após sua fala. Apesar das lagrimas, eu ainda conseguia ver seu rosto, vi quando se virou pra mim, as lagrimas desceram por minha face, deixando minha visão limpa para olha-lo, seu rosto se contorceu ao me ver, deu passos em minha direção e me afastei. Percebi que eu fazia o barulho, provinha de minha alma, despedaçadas.

– Esme? – chamou – por favor me ouça? – disse dando mais passos em minha direção e corri, corri com todas as minhas forças, um buraco devorava minha alma, tudo a minha volta tremia.

Como eu pude ser tão... como ele pode? Eu não sei como, mas cheguei a picape, Renée estava ao meu lado, entramos rápido, pude vê-lo se aproximar, tranquei minha porta e vi Renée fazer o mesmo com a sua, me encolhi no banco, cobrindo meu rosto para não voltar a vê-lo, suas mãos socando o vidro, tentando puxar a porta.

– Se segure – avisou Renée e logo senti a picape girar, o barulho ensurdecedor dos pneus protestando chegaram aos meus ouvidos, permaneci em posição fetal por muito tempo – fique normal Esme, essa posição há fará mal, tire essas roupas de roqueira, vista o vestido vermelho e aperte o cinto – disse acelerando.

Fiz o que me mandou, o choro sem parar um segundo, eu relutava em pensar o que seria de mim, do meu filho... isso só tornou meu choro ainda mais compulsivo. Senti seus braços em minha volta, só então me dando conta de que Renée já havia estacionado, estávamos escondidas nas construções.

– Eu nunca vou deixar nada faltar a vocês, minha irmãzinha... chora, chora bastante... – disse e foi isso que fiz.

Chorei tanto que peguei no sono, acordei desorientada. Renée estava vestida de outra forma, não havia sacolas no carro, meus cabelos estão soltos, um óculos, com a lente muito escura em minha cabeça. Ela falava com um homem, encostado ao carro.

Firmei meu corpo, sentando de forma correta. Minhas costas estalaram, meu corpo estava rígido. Renée sorriu e fez sinal para que a seguisse, desci desorientada, estávamos dentro de uma garagem, estávamos em sua casa, ela conversava com seu padrasto que me olhava de lado e resmungou algo.

Renée bufou e o empurrou, ele seguiu na frente e percebi que ele estava bêbado. Quando entramos na casa ela me puxou pra outro lado, passando pela cozinha, havia uma mulher ali. Ela esquentava algo em uma lâmpada quebrada. Ela estava só de calcinha.

– Apenas ignore tudo o que ouvir e ver ok? – acenei e tentei bloquear as risadas e gemidos findo de um dos cômodos – não precisa ter medo dele, apesar de ser um drogada depravado, ele nunca tocou em mim e não deixa os amiguinhos chegarem perto de mim... ele sabe que se mexer comigo ou com você... acorda na cova – ela sorriu diabólica.

– Eu não quero lhe causar problemas... eu só.... só preciso saber o que fazer da minha vida, com meu filho.
Eu ainda não conseguia acreditar que Carlisle fez isso comigo, tudo era tão... tão real, tão sincero... mas ouvir aquela mulher falar com tanto conhecimento sobre nos,de ouvir ele falar que ela esta carregando um filho dele...

Afundei no cochão, chorando devastadoramente. Por tudo o que passei, por toda a mentira e o conhecimento que de agora em diante, estarei sozinha com meu bebê. Não sei se serei capaz de enfrente meu irmão, eu já perdi muito e se ele me virar as costas... não sei se conseguirei sobreviver.

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