segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

MVE - Capítulo - 12

As palavras de Alice entravam por meus ouvidos e devastaram minha mente. Buscava entender o “como” não o “porque” isso já era de se esperar. Mas como Victoria passou por nos? Como eu não ouvi sua mente? Como Alice não viu antes?

– Edward? – Alice se põs em minha frente – temos que sair agora.

Vi em sua mente as rotas, o que enfrentaríamos para escapar e nosso tempo era curto, muito curto.

– Pegue apenas o celular e documentos – digo já revirando a pequena mochila.

Alice colocava um pequeno envelope colado à porta, endereçado a Aro, vi em sua mente que escreveu após sua visão. Deixamos as bolsas no chão do quarto e seguimos para a janela, os humanos veriam apenas um forte brilho, mas na parte dos fundos do castelo havia apenas mata, não teríamos problemas em escapar.
Pulamos, caindo direto na mata e disparamos. Como ainda estava claro, teríamos que nos manter sobre as copas. Alice já discava para nossa família.

– Mãe?

– Alice? Filha! Como estão?

– Não tenho tempo, mãe. Chame nossos amigos, Victoria esta com Ale.

– O que? – ouvi a reação de Pamela.

– Pamela, espere?

– Eu vou com ela! – Alex respondeu e ouvi o suspiro de Esme.

– Como isso aconteceu? Eles a mataram.

– Não, estávamos focados em nossa dor que deixamos isso escapar.  – a esta altura Jasper tomou o celular dela.

– Estamos voltando e preciso que chame nossos amigos como testemunhas, precisamos parar Aro e se tivermos vampiros ao nosso lado, vendo do que ele é capaz...

– Não podemos pedir isso, Jasper! – Carlisle estava na linha.

Carlisle se não chamarmos ele atacará todos nos, depois irá ate nossos amigos para que não comentem sobre a nossa destruição. Isso não é uma questão de espaço e sobrevivência. Ele quer poder e a certeza de soberania entre nos. Ele forçará Alice, Emmett, Edward, Bella, Kate. Quem tiver poder estará em perigo. Chame os Denali e quantos puder...

– Estão vindo, com Alec na frente – disparou Alice.

– Faça isso, Carlisle – disse desligando.

Ouvi suas mentes, o vento estava levando nosso cheiro, assim com nossa posição para eles, Alec já estava espalhando seu dom como uma serpente entre a mata.

– Precisamos ser mais rápidos, Alec esta usando o dom dele.

– Edward, ficarei para pará-lo – ouvi Jasper, voltei minha atenção á seu semblante serio, passando imagens de como seria.

– Não, Jasper. – Alice rugiu.

– Pode dar certo.

– Não.

– Aquela arvore é alto o suficiente?

– Ele esta usando para cobrir o chão, não esta preocupado em elevar...

– Edward? – Alice resmungou coberta de indignação.

– Você vê que temos chances!

Ela podia ver e estava fazendo isso, analisando suas visões e a cada erro eu mudava minhas ações, mudando suas visões e o resultado final.

– Só há um jeito de pará-lo, isso colocará a todos em risco. Todos – respondeu seria, seus olhos firmes sobre os meus.

– Nossa única opção esta em lutar, Alice. Lutar enquanto tivermos nossos membros – respondi resignado.

– Eu prefiro uma guerra a vê-la de volta aquele lugar. – jasper respondeu enlaçando a mão dela e beijando, antes de se afastar e remover o casaco.

– Alem do mais, eles nos subestimaram, acham que Alec daria conta de nos imobilizar, os outros guarda vieram para ajudar a nos incinerar, um é especialista em batalhas o outro tem uma agilidade impressionante, e foi capturado na ultima missão de Alec.

Dei impulso para que Jasper pulasse o mais alto possível quando ficamos abaixo da copa escolhida. Pela altura, vi na visão de Alice que eles não sentiriam o cheiro de Jasper, mas não teríamos um minuto de hesitação.
Diminuímos o passo e mantive minha mente aberta, atento a Jasper, Alec e Alice. E assim foi feito.
Jasper saltou sobre as costas de Alec, arrancando a cabeça com rapidez. Não houve tempo para processar o que aconteceu, no mesmo instante voltamos e saltei sobre guarda estrategista, arranquei sua cabeça.
Paralisei ao ver que o terceiro manteve-se parado quando avançamos. Mas voltei a arrancar os membros enquanto mantinha minha mente focada nele.
Patrick estava triste, sentindo-se vingado ao ver Jasper e Alice atando fogo ao corpo de Alec. Ele teve a família humana e vampira morta. Seus pais não passavam de idosos. Ele queria vir conosco, mesmo se não permitirmos.

– Pode vir conosco. – respondi e ajudamos Jasper a isolar as chamas.

– Já esta bom, o vento não espalhará o fogo.

Partimos novamente e quando o sol finalmente se escondeu, corremos despreocupados pela cidade, não víamos exatamente onde estávamos, apenas corríamos ate que nos aproximamos do atlântico.
Patrick sumiu por segundos, vi em sua mente o que faria e segui o mesmo caminho após sinalizar para Alice e Jasper. Patrick estava roubando um bimotor.
 Pulamos na porta aberta da aeronave e ele manteve a rota fora do alcance de radares, permaneci na sala de controles com ele, dando privacidade para Alice e Jasper.
Disquei novamente para casa, precisa saber sobre Bella, sobre Ale. E me concentrar no minha família faria e esquecer do casal transando lá fora.

– Alice?

– Sou eu mãe. Como esta?

– Estamos preocupados Edward. O bebê foi levado e não há pistas, eu estou indo ver Bella, Carlisle passara para cuida da Bella e os outros foram procurar pistas.

– Como ela esta mãe?

– Charlie disse que ela não reagiu, continua em estado de choque no quarto.

– Nos... – não sei se seria adequado contar para ela sobre Alec, talvez pessoalmente – nos estamos levamos companhia. Um novo membro talvez...

– Contando que cheguem bem, pode trazer quantas famílias quiser, filho!

– Estamos a bordo de um bimotor.

– E Jasper e Alice. Estão bem?

– Estão.. tendo um momento.

– Oh... e esta me escondendo algo?

– Eu só preciso falar com Carlisle.

Então a ligação caiu.

– Conseguiremos ir ate perto da costa, mas teremos que deixá-lo despencar no mar e nadar ate Maine... – disse Patrick.

– De lá partiremos em um jato particular – completou Alice entrando na sala, mostrando o cartão de credito.

As horas pareciam ir contra, cada parte do meu corpo exigia estar perto de Bella, segurá-la em meus braços, Alice me confortava com visões de Bella dormindo sobre o olhar atento de Laura.
Teria muito o que agradecer a esta humana, todo o carinho e atenção que depositava em Bella era a único motivo para suportar ficar longe quando exigia minha distancia.
Quando chegamos perigosamente perto da costa e do alcance de algum radar saltamos para fora da aeronave, estilhaçando onde podíamos, antes de saltarmos em uma queda livro na água, vendo o bimotor tomar distancia, incendiar e explodir um pouco antes de alcançar o mar.

– Os Denali já estão a nossa espera. Bella esta com Esme e Laura.

Alice começava a narrar o que acontecia, quando já estávamos decolando no jato particular, devidamente vestidos após uma passada em um shopping por Maine.
Ainda era dia e ficar preso não estava me ajudando, apesar de Jasper e Patrick sempre me incitar a responder as coordenadas de cada plano. Quando em fim anoiteceu e o comandante anunciou nossa parada, eu estava a poucos instantes de enlouquecer.
Alice e Jasper se deram ao trabalho de encenar para os humanos, mas eu já estava impaciente. Assim que tivemos certeza sobre nossa segurança partimos entre a mata.
Sentir minhas pernas vencendo distancias, ultrapassando os Estados, faziam a sensação de incapacidade diminuir e o desejo de estar com Bella crescer.
Sem que eu percebesse eu já havia tomado um distancia perigosa de Alice e Jasper, apesar de saber que eles conseguiriam combater facilmente, caso Patrick resolvesse se voltar contra nós.
Quando atravessei os limites de Washington, meus pés afundavam na terra, na mata fechada, ate que meus pés mal tocavam o chão quando a reserva Olimpic se formou no horizonte.  
Ouvi a mente de minha família, meu desejo estava afetando o alcance de minha leitura mental. Os Denali estavam no jardim dos fundos e param os treinos ao ouvir minha aproximação.

Edward? Onde esta Alice, Jasper? – perguntou Tanya surgindo em minha frente.

Estão vindo com o convidado.

Minha atenção estava em ouvir cada um da casa, Emmett estava no jardim, treinando com Kate e Irina.

“Você poderia se acalmar? Olhe em minha mente e terá respostas” – Tanya exigiu em minha mente.

As imagens começaram a passar por sua mente, Esme havia saído com Rosalie para ver Bella, que tanto Rosalie como Alex e Pamela estavam buscando ajuda por perto e aproveitando para encontrar rastros. Imagens dos treinos que faziam desde que descobriram o sequestro de Ale.

Esme deu alguma noticia?

Não, ela esta tentando trazer Bella para cá, vocês precisam conversar e ela saber sobre que acontecerá por aqui!

Tudo isso é de mais para ela...

Edward... você não precisa carregar o mundo nas costas, não parou para pensar o quanto você é importante para ela?

Tanya se pós em minha frente, os olhos âmbares fixos nos meus. Em sua mente imagens nossas, quero dizer, suas lembranças sobre mim. A força que ela vê em mim, a coragem e esperança que sempre depositou em mim.
 Essas imagens foram tomando espaço pelas de agora, o quanto eu mudei durante essas décadas.

Não é isso que quer mostrar a Bella. – disse e levou sua mão ao meu rosto. “esqueceram de lhe avisar que um relacionamento é construídos por duas pessoas, não uma– pode ter começado com vocês, mas todas as decisões levaram todos para o mesmo barco. Isso nunca esteve em suas mãos, Edward. É melhor que se acostume logo com isso. – disse beijando minha bochecha. E se afastou.

“E a propósito, eu dei a ideia para Esme trazer Bella” – pensou ainda de costas, voltando para o jardim.

Vai se lavar idiota, não vai querer estar fedendo e com essa cara de cachorro quando ela chegar – ouvi Emmett e sua estrondosa gargalhada. – ei, tira essa mãozinha elétrica de mim!

Ouvi a gargalhada de Kate acompanhar a de Emmett desta vez, vi a luta que travavam. As Denali entendiam a gravidade, mas Emmett, apesar de entender, não se importava, desde que tivesse a liberdade de matar quantos volturis puder.
Meu quarto estava da forma que deixei, pelo odor Esme entrou algumas vezes, o cheiro de limpeza e seu cheiro e um pouco do meu impregnavam o local.
Entrei no banho para remover a maresia, não que algum odor permaneça por muito tempo em nossa pele, mas o conforto do ato serviria para acalmar meus nervos ate que Alice e Jasper chegassem, assim como Esme com minha razão de existir.

A ideia era chegarmos juntos, mas Edward simplesmente desapareceu em nossa frente! – ouvi os resmungos de Alice, enquanto Emmett a esmagava em um abraço.

Eu só queria noticias que você não pode me dar aquele momento, Alice.

Jasper se moveu desconfortável e uma linha de pensamento gritou a minha frente, Patrick que estava calado e no canto da sala, mantinha as mãos fechadas dentro do bolso da calça.

Apesar da expressão neutra, tanto eu quanto Jasper podíamos sentir a intensidade de seus sentimentos e desejo por Tanya. Olhos fixos em cada movimento que ela fazia.
Sorri ao ver a força para se conter e não removê-la do lado de Emmett. Enquanto ela não percebia o real motivo para os olhares.

Alice, talvez queiram fazer as apresentações...

Claro, faremos lá fora. Esme esta chegando com Bella. – disse sorrindo.

Vamos explicar a todos, enquanto isso explique para Bella. – Jasper completou.

Realmente não seria adequado as apresentações com ela por perto. – completou Tanya olhando para Patrick, ela começava a se incomodar com o intenso olhar que recebia.

Seguiram para o jardim dos fundos e me arrastei para a varanda, a medida que ouvia o barulho do carro de Carlisle sobre os pedregulhos foi como voltar ao domínio de meu corpo, meus instintos e sentidos aguçavam em busca de mais contato.
Quando em fim o carro estacionou, eu já estava perto da porta. Por alguns segundos o medo de sua rejeição, merecida, me afetou, removendo a coragem.

“Abra filho, ela esta mais dormindo que acordada! Os remédios que Carl receitou não surtiram o efeito esperado, ela esta apenas desorientada.”

Com esse pensamento e após um forte abraço de Esme, ao qual retribui, que em fim abri a porta.

“Vou ligar o aquecedor do seu quarto”. – completou o pensamento enquanto entrava com uma bolsa de Bella.

Bella estava encolhida no banco, os olhos fechados e fortes bolsas roxas em volta de seus olhos, sua respiração lenta, ela começava a entrar em um sono e não tive coragem de movê-la.
Agachei-me na porta, admirando seu semblante, sugando o máximo que eu poderia ter de seu aroma de morango, fechando os olhos e apreciando aquele som que tanto amo, que tanto senti falta, o som essencial para minha existência, após sua voz.
Não consigo pensar em um futuro, em nada que possa ser mais valioso que seu coração batendo, que tê-la viva. Eu lutarei para que meu campos Elíseos particular exista.
Quando seu coração seguiu a frequência lenta, que tanto acompanhei nas noites ao seu lado, removi seu cinto, tomando-a em meus braços e segurando-a com toda devoção.

Sua forma frágil quebrava-me, causando a ardência costumeira pelo choro preso. Depositei seu corpo sobre a cama, com toda a lentidão que minha forma vampirica pode permitir, toquei cada pedacinho de seu rosto, seus cabelos...
As ondas de calor vindas de sua pele causam sorrisos fáceis, mesmo que uma pequena parte pedisse atenção ao assunto que ocorria no jardim, não havia forma de não devotar minha atenção para ela.

Minha Bella! – sussurrei, dando vazão aos meus pensamentos, tomando sua palma e beijando.

Quando em fim o aquecedor lhe causou uma fina camada de suor, subi sobre a cama, adornando seu corpo, não contendo um sorriso ao ver que, mesmo em sono, movia-se de encontro a mim, suas mãos correram por meu peito.
Foram preciso algumas horas para que Bella despertasse, horas que passei abraçado ao seu corpo quente, horas em que minha família se encarregou de tomar decisões sobre nosso futuro.
Sobre como agirmos, agora que destruímos Alec, trazemos um guarda.  Não havia duvidas sobre um guerra, na qual dificilmente sobreviveríamos, mas não teríamos como fugir.
Sem esquecer os recém criados de Victória e o sequestro de Ale.

Voltei meus olhos sobre Bella. A incerteza de nos mantermos seguros sempre existirá, mas ao menos trarei Ale de volta, se o pior acontecer ele terá Charlie e Laura.

Filho? Vamos ate a fronteira, precisamos conversar com os Quileutes sobre tudo, e Alice viu que ela acordará em instantes, será melhor conversarem sozinhos.

Obrigado, mãe.

            O coração de Bella começava a aumentar a frequência das batidas, sua respiração aos poucos tornando-se superficial, suas pálpebras tremeram, desenterrou um lado da face de meu braço.
Confusão passou por seu rosto, um choramingo passou por sua garganta, enquanto seu rosto tomava um tom escarlate e lagrimas transbordavam pela face frágil.

Porque me castiga tanto? – soluçou virando sobre a cama.

Por um tempo não soube como reagir, mas à medida que a incredulidade me extasiava, Bella encolhia-se em uma bola fetal e seu choro ganhava altura, devastando minhas forças.

Bella?

Ate a voz, não! – soluçou novamente.

Bella, me dê seu desprezo, mas não chore. – implorei, tomando-a em meus braços, ainda sobre a cama, não queria que ela se removesse de meu colo e caísse.

Você... você esta mesmo aqui? Eu... – seu coração falhou uma batida e me preocupei, ele estava disparado.

Seus dedos tomaram meu rosto, enquanto ela impulsionava o corpo, sentando sobre a cama, suas orbes chocolate chocaram com os meus e então seu corpo veio de encontro ao meu.
Poder acompanhar seu movimento, o brilho em seus olhos. Bella queria estar ali, afundei meus dedos por suas costas, não me importando de ser impróprio, apenas queria sentir sua pele, seu cheiro.
Seus braços pareciam tentar me apertar, mas o que conseguia era uma deliciosa caricia, um sentimento que me fazia acreditar que minha alma grita em meu corpo, tamanha felicidade.
Sua boca veio de encontro a minha, eu não negaria, não poderia, não teria forças pra negar algo que tanto anseio. Encerrei a distancia provando de seu hábito, quente, vivo, intensamente convidativo.
Eu preciso desse calor, de senti-la como antes, levei minha língua, tocando a sua com lentidão, o calor e a vibração me tiravam a razão. Seu gemido despertou cada lembrança de nossos beijos, de meu desejo.
Suas pequenas mãos seguravam mechas de meu cabelo, enquanto diminuíamos a distancia entre nos, eu poderia permanecer assim, mas lembrei que ela precisa respirar, mas não contive meu desejo e espalhei beijos por seu pescoço, seu rosto.
Quando o desejo começou a falar mais alto, afastei meus lábios de sua pele deliciosa, Bella permaneceu olhando, quieta, muitas palavras em seu olhar, mas não pronunciou uma única frase.

Acredito que esteja... confusa.

Minha frase ou ate mesmo minha voz, pareceu despertar, remover Bella de um estupor. O mar de palavras e duvidas desapareceu, sua testa enrugou e se ergueu, seguindo para o divã, sentando na ponta e respirando rápido de mais para que o ar entrasse devidamente em seu pulmão.

Eu quero lhe pedir que me ouça, que depois que lhe explicar tudo o que me aconteceu, se ainda quiser olhar... se ainda me quiser...

Eu já... perdi tanto! – disse levando as mãos para o rosto, bagunçando os cabelos – você era pra ser minha certeza, esse amor...

Suas palavras congelaram as minhas e preferi ouvir seu jorro, antes de tirar sua paz ao contar sobre os Volturis. Se encolhia sobre o divã, a mão repuxando a blusa em desespero.

Porque quer conversar? Vai me drogar como da ultima vez?

Perdoe o que eu fiz, eu fui equivocado – digo me ajoelhando em sua frente. – eu só quero mantê-la viva, humana. Agora Ale sofre por minha culpa...

Não é sua culpa! É minha. – diz secando as lagrimas. – eu devia ter desembarcado em jacksonville, morar com minha mãe ao ver o que esse mundo causou aos meus amigos, morar em Phoenix com os pais do Alex para a minha desgraça não afetá-lo. Devia ter mantido distancia... de você... que me desorienta – dizia andando de um lado ao outro do quarto, mas sem me olhar.

Eu devia ter mantido distancia, mas...

A questão aqui não é nos dois – disse em fim me olhando – tem haver com a segurança de Charles Alexander, de um bebê que não sabe o que há entre nos, nem eu mesma sei. Nos nunca fomos um casal Edward, e nossa demora, a minha demora em ver isso... causou tudo isso.

Você sempre será importante pra mim, Bella.

Importante em que? Eu não sou uma santa pra ser adorada em um pedestal, Edward. E é assim que você age! Como se eu devesse ficar em um altar, intocável e imaculada esperando você voltar e se dignar a se dedicar a mim, como um devoto pedindo uma benção! – gritou cada uma das palavras.

Eu estava com medo, Bella. Você é uma humana no meu mundo, é complicado cuidar para que o mal que cerca o meu mundo, não tire sua vida. Acreditei que me afastando antes e agora eu poderia levá-los comigo – digo segurando suas mãos.

É difícil aceitar, quando você é o abandonado. – sussurrou fugindo de meu olhar.

Sequei suas lagrimas, segurando seu rosto entre minhas mãos.

Eu preciso conversar com você. Sobre o que aconteceu... enquanto eu voltava com meus irmãos. – sem excesso de detalhes fui contando aos poucos nossa situação.

Bella ouvia a tudo em silencio. Seus olhos inexpressivos sobre a floresta. Seu peito acelerou com a menção da morte de Alec, mas um pequeno sorriso surgiu.

Então temos que encontrar Ale, antes da iminente guerra contra os volturi. – desviou o olhar nesse momento – Pamela já voltou com noticias? – sua postura mudou ao fazer a pergunta.

Aconteceu algo a mais enquanto estive fora. Desta vez a magoa que atravessou suas palavras foram diretamente para mim.

Eu fui negligente nesta parte, voltei minha atenção á você. Mas todos foram ate a fronteira, estão conversando com os Quileutes.

Agora que não há como esconder as coisas, que o final mais correto é uma morte pelos Volturi, você resolve ser transparente comigo? – a ironia pesando cada uma das palavras.

O que me desarmou e me encolhi.

Eu só quero que confie em mim... independente do que aconteça, eu sempre vou te amar.

Seu riso rompeu o silencio, Bella não me olhava. Aquela a minha frente parecia muito com a Bella que chegou a Forks, a que atacava pra se defender. Virou, andando a passos firmes ate minha frente.
Sua armadura estava posta, e me prepararei para as palavras amargas e toda a raiva em seus olhos ser derramada, mas algo aconteceu. Sua certeza ou melhor, a raiva se esvaiu, e por um tempo, não houve palavras.
Seu calor emanava de encontro ao meu corpo, mantive minhas mãos fechadas, meus braços colados ao lado do meu corpo, quando na verdade meu desejo era tomá-la.
As lagrimas começavam a se acumular em seus olhos, um leve tremor dos lábios vermelhos naturais, denunciavam o esforço para conter o choro.
Poderia me sentir podre por fazer isso, mas depois de toda a determinação que vi em seus olhos, eu não poderia ficar parado, eu terei que me aproveitar de sua fragilidade, fazê-la entender, acreditar em mim. Porque nada e ninguém, humano ou não, fariam eu me afastar de Bella novamente.
Tomei sua cintura, deslizando minhas mãos por suas costas, segurando no cós da calça e delicadamente adentrando meu polegar pelo mesmo, juntando nossos corpos, ouvi um barulho de papel estalando em seu bolso.
Bella pareceu despertar e o choro rompeu, movia a cabeça em negativa enquanto mantinha os braços firmes, tentando restringir os meus.

Eu te amo, Isabella. Sempre vou amar. Posso não ser mais humano, mas cometo erros como um, muitos. Eu não sou perfeito, nunca fui, nem quando humano. E por todas as experiências que temos, ficou claro que sou perito em escolher as piores decisões.

Suas mãos afundaram em minha blusa, escondendo o rosto e abafando o choro em meu peito. Toquei suas costas, afundando meus dedos por sua nuca, girando seus cabelos, firmes em minha mão.
Agachei erguendo-a pela coxa, enquanto tomava sua boca. O gosto salgado das lagrimas misturavam-se ao beijo, suas mãos subiram me segurando e retribuiu, com mais intensidade do que poderia esperar.
Antes que eu pudesse depositar seu corpo sobre a cama suas pernas já enlaçavam meu quadril, uma pequena parte estava consciente de suas mãos removendo minha blusa, a qual eu estava ajudando a tirar, assim como minhas mãos que deslizavam por sua barriga exposta.
Eu ainda dominava meus anseios, seria capaz de parar antes que pudéssemos consumar, mas as caricias me davam forças, faziam-me acreditar que haveria futuro para nos. Mesmo sendo o errado para ela, era o certo estarmos juntos.
O cheiro de sua excitação começava a dominar o ambiente e antes que meu estado deplorável chegasse ao nível de perder o controle, preferi cessar os beijos.
Bella respirava com dificuldade, seus olhos não deixavam os meus. Sua palma quente tocando minha bochecha, minha boca.

Eu queria tanto acreditar em você... – sua voz não passava de um sussurro. – não imagina quantas vezes eu sonhei, desejei essas palavras. Mas agora... – o choro recomeçou.

Toquei nossas testas e esperei pelo que fiz por merecer.

Um relacionamento é feito de confiança. Eu não confia mais em você. – disse firme, seus mares de chocolate sobre meus olhos. – eu te amo, de mais. Mais do que serie saudável, mas não dá. Sem confiança só conseguiríamos nos destruir. Eu não sei quanto a você, mas não resta muito de mim pra ser destruído.

Bella levantou lentamente, enquanto eu permaneci na mesma posição. Suas palavras repetiam sem pausa em minha mente, se inclinou pegando um papel sobre a cama, recolocou no bolso e suspirou.

Eu preciso ir pra casa...

Bella? Você pode desistir de mim, mas eu não quero desistir de você. Eu vou provar, vou fazer por merecer sua confiança e seu amor.

Eu já ouvi isso antes, acabou pior do que da primeira vez.


Eu vou me empenhar, vou lutar por você, da forma correta.

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