Desliguei o motor voltando um
olhar para Ale, que ainda ressonava no bebê conforto. Removi nossos cintos e
antes que pudesse sair da picape, Pamela já abrira a porta. Sorrindo para seu
bebê.
Alex abriu minha porta, seus
braços circularam minha cintura com extremo cuidado, beijando minha testa antes
de se afastar. Sorriu terno, mas a preocupação em seus olhos dourados não pode
ser escondida.
Seus lábios assim como os
olhos tremeram para em seguida ouvir o salto de Pamela chicotear pelo chão até
a escada da entrada da casa. Rapidamente me ergueu, sentando sobre o capô da
picape.
– Eu preciso te pedir uma coisa, bê. Eu sei
que não deveria, mas... preciso que... se algo der errado, se eu e Pamela não
voltarmos...
– Vocês precisam voltar – foi tudo o que
consegui dizer antes que o choro fechasse minha garganta.
– Eu sei, bê. Mas se algo der errado... o
único lugar que Ale ficaria seguro é com você. Vamos nos empenhar para voltar
para vocês – sua mão subindo por minha bochecha e removendo a lagrima. – não estava nos seus planos ser mãe tão
cedo... – brincou.
– Você nos engravidou, agora trate de arcar
com as consequências! – revidei buscando de alguma força para parar o
choro.
Seus olhos se ergueram e o que
quer que me fosse dizer foi esquecido, sorriu complacente antes de se afastar
um pouco, os cascalhos da entrada protestaram e virei o rosto buscando o
causador do som.
Edward caminhava com lentidão,
até estar ao meu lado. Sorriu para Alex e me abraçou pela cintura, beijando
minha fronte.
– Eu cuido daqui.
– Ok, Pamela não quer uma nova despedida. Ela
não esta lidando com isso muito bem... – disse tomando meu rosto entre suas
mãos e beijando meu nariz antes de se afastar. Voltei minha atenção para
Edward.
– Vamos entrar? – apenas acenei
concordando e movendo meus pés.
Estranhamente a casa estava
silenciosa, não que mais de 20 vampiros fariam a mesma bagunça que humanos, mas
não era esse silencio que eu encontrava, a cada corredor um vampiro surgia, a
cada janela era possível assistir a um treino e desta vez nada.
– Onde estão os outros?
– Foram caçar... passar um tempo juntos,
antes da batalha.
Edward desviou os olhos na
ultima parte e pude entender perfeitamente o que era o “passar um tempo”
– Estamos sozinhos?
Seus olhos se estreitaram e tomou a postura de quando
esta “ouvindo” algo – sim, agora
estamos.
A pequena menção a estar sozinha com Edward
após tanto tempo fez partes inadequadas esquentarem. Eu teria uma grande
oportunidade e não poderia desperdiçá-la, não com tudo que posso perder, com
tudo o que pode desmoronar neste fim de semana.
Eu teria uma boa desculpa e
precisaria usá-la como um excelente argumento para enfim ter o que quero.
Caminhei em direção as escadas
quando sua mão segurou meu pulso, forçando minha parada. –o que?
– Vamos ficar por aqui.
– Vamos para seu quarto?
– Não é uma boa ideia.
– Por quê? Estamos sozinhos! Finalmente
sozinhos, Edward.
– Por isso, mesmo. Vamos conversar, Bella. –
sua mão deslizou até moldar sobre minha bochecha, tomando todo o lado esquerdo
em sua palma. – já tenho dificuldades
com a casa ocupada, não quero me exceder com essa oportunidade.
– Mas eu quero – digo após abraçar seu
dorso – você também quer, ao menos é o
que aparenta... estou enganada?
– Não, Bella... você é muito frágil,
diferente de uma cristal que mesmo quebrado pode ser colado, eu não poderia
fazer o mesmo com você.
– Isso não tem haver com o fato de ainda não
sermos casados, tem? – em seu século de nascimento a situação era outra e
suas raízes permanecem em sua forma.
– Não é sobre você ainda não ser minha
esposa, mas ao fato de ser frágil. Não imagina o desejo que sinto por você –
sua mão em minha bochecha seguiu por meu pescoço, tomando minha nuca e em
conjunto com sua outra mão que tomava minha cintura, colou mais nossos corpos – a sede que sinto por seu sangue, o desejo
de fazê-la minha não se compara ao medo que tenho de lhe perder – sussurrou
em minha boca. – não suporto vê-la
machucada e se eu for o causador de um mínimo ferimento... provavelmente serei
o primeiro vampiro a enlouquecer.
– Você se subestima.
Sussurrei de volta, sentindo
seus fios cobres entre meus dedos. Beijando seus lábios enquanto sua
temperatura não me alcançasse. Passei minha língua pela sua quando seus lábios se
abriram.
Abri os olhos confusa ao
sentir uma leve brisa após meu corpo pousar em algo macio, o teto branco do
quarto foi a primeira coisa que vi, assim como Edward apertando um controle.
Seus olhos voltaram em minha
direção, uma intensidade que me fez suar, cada parte do meu corpo estava em
alerta, não por medo, mas por desejo. Na esperança de que finalmente eu pudesse
sentir e ter Edward em toda sua gloria.
Possivelmente vendo a
esperança em meus olhos, Edward acenou uma negativa – nos não vamos...
– Uma garota pode sonhar! – retruquei
frustrada.
Seus dentes rasparam em meus
lábios, onde provavelmente havia um bico. Os próximos minutos foram deliciosos
e irritantes, o calor do aquecedor permitia que Edward mantivesse seu corpo
colado ao meu, mas sem seu peso. Os beijos permaneciam, mas sempre que tomavam
uma forma explicitamente sexual, era interrompido.
– O que esta fazendo, Bella? – perguntou
desconfiado quando removi minha camiseta após remover o casaco.
– Eu estou com calor – digo voltando a
deitar, agora apenas com uma blusa de alça fina.
Seus olhos pousaram em meus
seios antes de sua mão percorrer minhas costas e sua expressão suavizou quando
tocou o volume do sutiã. Buscando tornar o ato o mais inocente possível, subi
em seu corpo voltando a beijá-lo.
Sua mão deslizando por minha
cintura, abrindo espaço pela blusa que subia e tocou minha barriga, gemi
sentindo o músculo tremer com seu toque. Seu corpo se inclinou, nos fazendo
sentar sobre a cama.
Sentia o suor escorrer por
minha testa, era o esforço para não implorar para que me tomasse, se uma mínima
suplica escapasse Edward finaria os toques. O medo que isso acontecesse fazia
com que meus nervosos latejassem.
Nossos olhos se encontraram, o
dourado escurecia a medida que sua mão tomava meu quadril e a outra arranhava
minhas costas. O calor, uma batida falha do meu coração, um simples toque em
sua barriga, o som de algo partindo, tecido rasgado e o mundo girou novamente.
Respirar se tornou uma função
difícil quando suas mãos moldaram em concha sobre meus seios, pele com pele,
língua com língua. Uma pequena parte do meu consciente reconheceu este momento,
reconheceu este Edward.
Edward estava fora do
controle, completamente entregue ao que sentimos. E assim como da primeira vez,
não havia medo. Apenas desejo, paixão e amor. Movíamos em busca de um encontro
melhor, tomando seu quadril entre minhas pernas para novamente estar sozinha na
cama.
Provavelmente tenha passado
muitos pares de minutos até que
meu corpo reagisse, me inclinei sobre a cama, só agora notando que a cama
estava com os pés quebrados. Uma parte dos lenços e cobertores rasgados e meu
corpo nu.
– Cubra-se agora.
Medo percorreu minha espinha e
me encolhi puxando o que sobrou do lençol. Edward nunca havia usado tal tom de
voz comigo. Não parecia ele, meus olhos seguiram seu rastro, encontrando-o
encolhido perto da porta, também nu. Uma visão que me hipnotizaria se não fosse
por seu grito anterior.
Meu corpo tremia de susto,
enquanto lutava para manter minha respiração e expressão calma, levantei
devagar arrastando o edredom, cobrindo meu corpo e removendo o lençol.
Ajoelhei-me ao seu lado entregando
o lençol vendo seus olhos negros, e passei os meus discretamente por seu corpo,
tendo tempo suficiente para um vislumbre de sua masculinidade, perfeitamente
ereto.
– Acho que a Alice não vai ligar se eu pegar
uma roupa dela.
Seus olhos um pouco mais
calmos e âmbares correram pelo quarto, antes de cair sobre minha mão que cobria
a sua. Sentei ao seu lado e me inclinei beijando seu rosto. Ouvi passos pelo
corredor, muito suaves, seguido de três batidas leves antes dos passos se
afastarem.
– Alice e Jasper trouxeram o que precisamos. –
desta vez soou mais como meu Edward. Mas ainda irritado.
Sorri me erguendo e prendendo
o edredom no corpo. Ele não quis parar, apenas precisou por causa de Jasper e
Alice. Nenhum esforço foi capaz de remover o meu sorriso. Olhei fascinada para
a cama destruída, contendo os retos mortais da minha calcinha, minha calça
jeans e blusa.
Parando em minha frente e
completamente vestido, Edward me estendeu uma bolsa, o perfume de Alice
denunciava o conteúdo, ainda sorrindo segui para o banheiro. Removi o edredom e
percorri meu reflexo no grande espelho com atenção, eu permaneci viva, inteira
após ser tocada por ele. Ou quase.
Uma pequena marca vermelha se
destacava em meu quadril, respirei fundo. A marca nítida de seus dedos estava
cravada em meu quadril, isso ficaria muito, muito feio amanhã. Abri a embalagem
que continha um conjunto novo da Chanel, tão Alice! A calça de cintura alta
escondia a marca, olhando atentamente busquei memorizar cada lugar vermelho que
se tornaria roxo com o tempo para manter longe dos olhos atentos de Charlie e
do próprio Edward.
Quando voltei ao quarto já não
havia nenhum vestígio do que aconteceu antes. Apenas um espaçoso sofá no lugar
da cama, onde Edward olhava com atenção um envelope pardo de tamanho médio.
Uma expressão neutra e corpo
tenso, simples sinais que me fizeram ter uma pequena noção do que seria o
conteúdo do envelope. Acomodei-me no espaço ao seu lado, seus dedos deslizaram
por minhas costas antes de tocar minha nuca e me beijar, um beijo que me deixou
sem ar.
– Alice teve algumas visões, distorcidas pela
presença dos lobos – disse voltando o olhar para o envelope – por segurança Jasper buscou alguns
documentos para você e Alice. – me estendeu o envelope, sem olhar em meus
olhos.
– O que a Alice viu? – ao tocá-lo senti o
volume do que poderia ser um passaporte, comecei a abrir quando sua mão cobriu
a minha. – o que foi?
– Não veja agora, neste está certidões e
passaportes para Cindy e Jacob. O seu esta junto com os de Alice.
– Porque você não diz o que Alice viu?
– Ela não tem certeza, não chegou a ver
rostos, a presença dos Quileutes interfere na visão, Bella – sua voz soou
cansada e preferi não insistir, apenas acenei.
Era algo grave, pensamentos
tortuosos bailaram em minha mente, meu coração disparou e pensei que fosse
vomitar. Não tive forças para perguntar ou talvez era o medo de que ele
confirmasse.
– Eu te amo – foi o máximo que consegui
libertar antes que minha garganta fechasse com o choro.
– Eu não quero que chore – sussurrou
tomando meu rosto e acomodei em seu colo. –
você ficará bem.
– E você? Vocês... – me calou com um
beijo.
– Nos ficaremos bem, eu ficarei bem. Bella?
Você tem que me prometer que vai seguir Alice. Se eu não voltar... Se algo der
errado e Alice dizer para fugirem, eu preciso ter a certeza que você vá com ela
sem hesitar. Prometa-me?
– Tudo bem... – digo fungando.
– Bella?
– Eu prometo. – me aperto em seu colo.
Deslizei meu nariz por seu
pescoço, respirando fundo, buscando memorizar seu cheiro. Batidas fracas na
porta, antes de um ranger. Mas eu só queria ficar aqui, assim pra sempre.
– Esta na hora – Pamela disse entrando
com Ale adormecido no bebê conforto.
Minhas pernas tremiam e Edward
nos ergueu. Seguindo até Pamela e segurando o bebê conforto. Com as mãos
fechadas em punho, os olhos avermelhados com o choro de vampiro minha amiga mantinha
um pequeno sorriso nos lábios.
– Queria poder abraçá-la, dar um, como eu
espero, até breve. – uma de suas
mãos seguiram pelo cabelo, afastando a franja enquanto caminhávamos para um
abraço. – Acho que consigo! – diz com a voz falha e me abraçando – obrigada, bê. Obrigada, minha amiga.
Minha irmã.
– Nos temos que ficar bem, por Ale.
– Por Ale – sussurrou.
Seu corpo ondulou por alguns segundos
antes dela desaparecer da minha frente e algo esquentar meu rosto. Um estalo e
Pamela estava colada a parede, onde um rachado tomava forma de um lado ao
outro, Edward já estava ao seu lado e
cobria as mãos de Pamela com uma toalha encharcada.
– Desculpe, eu estou tentando... – retrucou
triste.
– Eu sei, Jasper deve estar adorando esse
desafio. Não é a única perdendo o controle e você é a caçula, aqui.
– Desculpe, bê. Eu não estou conseguindo
controlar as emoções e isso esta afetando meu dom.
Eu apenas acenei, sorrindo
fraco. Minha atenção nunca foi para o risco que corri com o dom de Pamela, mas
sim com a forma atenciosa de Edward. A lembrança de um ditado popular
brasileiro que Laura disse: “Se da o doce ao filho para adoçar a boca da mãe”.
Pamela não é minha filha, mas caiu perfeitamente nesse momento.
Eles estariam seguros, um
cuidaria do outro e isso me dava mais segurança. Esperança.
– Desculpe interromper, mas Charlie ligou.
Esta exigindo nossa presença – Alice sorriu após ver como sua roupa ficou
em mim. – perfeita. Vamos?
Algo aconteceu com minha
mente, pois naquele momento era como se tudo você incompreensivo. Vi-me
seguindo até o sofá, tomando Ale em meus braços, sendo abraçada por Edward
enquanto seguíamos para fora do quarto, vendo os outros Cullens na sala, assim
com as Denali. Recebendo o abraço de cada um, vendo Ale passar no colo de cada
um.
Emmett me abraçou com muito
delicadeza, tirando meus pés do chão. Em suas costas vi Alex com Ale em seu
colo, o pequeno de olhos atentos, recebendo um beijo dos pais. Meus olhos
arderam, foi quando finalmente minha mente voltou ao normal.
Aquela poderia ser a ultima
vez que veria um deles, na pior das hipóteses, que os veria.
– Ei, magrela? – Emmett me afastou com os
braços erguidos, como se eu fosse uma criança de cinco anos. – nos vamos acabar com eles! – as
covinhas dominavam seu rosto. – para de
choro e vai lá no Edward, antes que ele prove que um vampiro pode chorar e vire
um maricas! – finalizou pondo-me no chão.
– Eu vou tirando o carro – disse Alice
abraçada a Jasper, seguindo para a garagem.
Segui até ele que me recebeu
em seus braços, me levando para a varanda. Sentou no degrau após me tomar em
seu colo. Levou a mão ao bolso do blazer, de onde tirou uma caixa quadrada em
metal, lembrava a caixinha de joias da minha avó. Puxou minha palma e colocou a
caixa.
– Não é hora para presentes, Edward.
– Meu bisavô presenteou minha avó no dia do
casamento dela, assim como minha avó presenteou minha mãe que desde de que
consigo recordar, disse que se eu não tivesse uma irmã. Esse seria o presente
para minha noiva, uma herança de família. Alice disse que ficará lindo com o
vestido. Quero que use no dia da cerimônia.
Minhas mãos tremiam e não
pareciam querer me obedecer, meus dedos deslizavam pela caixa sem conseguir
abrir – estou com medo de quebrar – sussurrei tocando a rosa em alto
relevo.
– Acho um pouco difícil, mas como sempre me
surpreendo com você – retrucou sorrindo, abrindo a caixa e arfei.
A caixa grossa continha um
delicado colar, eu posso não entender de joias, mas esse certamente era um
diamante, um enorme diamante em forma de coração descansando sobre um fino
suporte que parecia com mãos, a corrente de um material fino e duro.
A bela joia não estava segura
sobre uma base acolchoada e sim entre o colo e as mãos de uma pequena princesa,
uma bonequinha fina e delicada, ricamente detalhada. Meus dedos correram pelo
colar e demorando na bonequinha.
– É linda, obrigada.
– Linda será você caminhando até mim, pronta
para ser a senhora Cullen. – tomou meu rosto me beijando, um beijo que
revelava o quanto nos amamos.
E mais uma vez desejei poder
parar o tempo. Ficar irremediavelmente em seus braços, mas o ar foi o primeiro
a provar que isso não aconteceria. Respirando fundo para normalizar meus
batimentos, enquanto Edward fechava a caixinha pondo em uma mochila que Rosalie
entregou.
Sorriu se afastando, enquanto
nos levantávamos, Alice e Jasper estavam abraçados ao lado do carro. A ergueu,
colando seus rostos em um abraço esmagador. Preferi não olhar, me sentindo uma
intrusa em um momento que é só deles. Uma despedida na qual eu sou a culpada. Espantei
logo essa onda de sentimentos para não afetar Jasper.
Pamela caminhou ao nosso lado,
arrumando o bebê conforto sobre a cadeirinha. Voltei minha atenção para Edward,
um lindo sorriso nos lábios, um fio raio de som rompeu pelas nuvens atingindo
em cheio o rosto do meu vampiro, tornando a pele pálida iluminada, assim como
seus cabelos cobres vibraram refletindo com facetas de vermelho sobre seu
rosto.
Seus olhos dourados brilharam
com maior intensidade enquanto meus dedos correram por onde o sol tocava, nos
beijamos mais uma vez.
– Vou estar te esperando – digo quando
ele quebrou o beijo para que eu respire.
– Eu vou buscá-la.
A forma decidida e segura em
sua voz acalentou meu coração e me vi sorrindo com a certeza de que eles
voltariam, que ele voltaria, me buscaria amanhã ao fim da tarde.
– Eu vou te esperar.
Edward abria a porta e se
abaixou prendendo meu cinto e deixando um beijo molhado e tentador em meu
pescoço, antes de roçar os dentes em meu queixo, recebi outro beijo, desta vez
apenas um roçar de lábios, antes que ele se afastasse e fechasse a porta.
Alice já estava
com seu cinto e porta fechados, sua mão na porta segurava a de Jasper. – Jasper? – chamei quando vi que ele se
afastaria. Abaixou atento. – eu vou
proteger Alice.
Seu rosto suavizou e um lindo
sorriso dominou as bochechas cobertas de cicatriz, ainda mais evidentes com o
raio de sol que não iluminava com a mesma intensidade que os outros pedaços da
pele.
– Eu confio em você, Bella. Sei que Alice tem
controle para transformá-la e que você não permitirá que toquem em minha Alice.
O motor pulsou e tive a mais
triste visão, todos os outros Cullen e Denali entre os degraus da entrada,
Pamela e Alex abraçados ao lado de Jasper e Edward no meio da estrada. Mantive
meus olhos atentos, enquanto a estrada serpenteada me permitiu. Alice segurou
minha mão, sorrindo feliz.
– Obrigada por acalmá-lo, eu já não sabia
mais o que fazer. – sua voz estava embargada e eu não quis me arriscar em
pronunciar nem um resmungo. Minha garganta já estava fechada sem esse esforço.
O caminho até La Push foi em
silencio e com a rodovia sendo um enorme borrão. Alice dirigiu mais veloz que
Edward e eu não me importei com isso. Meu corpo e minha mente estavam cansados
e mesmo que fosse covarde da minha parte, queria que fosse mais forte para que
me fizesse dormir.
Estacionamos em frente à casa
de Sue,onde todos estariam nos esperando. Charlie preferiu manter uma distancia
entre Cindy e Jacob, mas Laura e o próprio Billy o convenceram que não haveria
problemas e que Rachel queria nos conhecer melhor e por causa de um curso
Rebecca não poderia vir nessas férias.
Sem esquecer o enorme fato de
que Charlie acredita em tudo que Alice diz e certamente acredita na boa
educação que Carlisle e Esme deram aos filhos. Jacob e Seth saíram nos ajudando
com as duas bolsas, Alice prontamente deixou a bolsa com os documentos em eu
ombro e me entregou a mochila.
– Jacob, Bella precisa entregar algo a você.
Temos que aproveitar enquanto Charlie não vê. Eu não posso saber de nada aqui –
disse tocando a testa como se estivesse com dor.
– São para você e Cindy, caso dê errado. –
digo estendendo o envelope. Jacob jogou a bolsa enorme sobre o ombro e abriu o
envelope.
– Certidão de nascimento, casamento,
passaportes e carteiras de motorista – Alice fez o mesmo que Edward quando
ele tentou ver os nomes – não olhe
agora. Ai dentro tem um endereço para vocês e uma conta e contatos e quando
tudo der certo – continuou enquanto Jacob fechava o envelope com cuidado e
guardava no bolso da calça jeans. – o
endereço e a conta serão presente para o futuro casamento.
– Que irado jake! Já imaginou onde pode ser
esse endereço? Você e a Cindy em um paraíso tropical?!
– Cala a boca moleque! – disse rindo
dando um tapa na nuca de Seth. –
obrigado por lembrarem de nos.
– O que ainda fazem ai fora? Entrem? –
sue ordenou da porta de casa, os meninos levaram as bolsas para a sala e
seguimos do lado de fora, indo até o quintal dos fundos.
Charlie, Billy e o velho
Ateara conversavam perto da churrasqueira, alguns dos rapazes jogavam perto da
mata, o mais longe da casa possível. Leah estava sentada no chão cercada por
brinquedos com Claire tentando trançar seu cabelo curto e Cindy ao lado
ajudando-a, a brincadeira era supervisionada por Quil que sorria bobo.
– Finalmente.
– Charlie já olhou tanto para o coldre dele
dentro do carro que se anoitecesse e você não chegasse, ele invadiria a casa
dos Cullen a tiro. – implicou Billy.
Você esta precisando correr um
pouco pra cansar essa língua – rebateu Charlie sacudindo a cadeira de Billy.
– Te venço com uma mão!
As brincadeira e provocações
era uma visão reconfortante e extrema ao comparar com o que nos espera, com o
que espera pelas matilhas.
– Charlie? – Emily surgiu da cozinha com
uma grande travessa – eu queria fazer
uma noite das garotas – disse colocando sobre a mesa co mas carnes cortadas
– poderia liberar a Bella, Alice e
Cindy? Nem mesmo Sam tem permissão para aparecer.
– Não é uma boa ideia – retrucou olhando
Jacob de esgueira.
Laura se aproximou, abraçando
ele e sussurrando por um longo tempo em seu ouvido, Alice sorriu e Charlie
corou diante nossos olhos, principalmente após Laura lhe dar um beijo.
– E você que ficará sem netos – Charlie
retrucou para Billy que apenas sorriu matreiro.
– E você vai acabar morrendo e deixando essa
beldade sozinha. Relaxa, Jacob nunca fará mal para Cindy. E se você bater as
botas, eu sou o primeiro da fila para cuidar da jovem.
– Sai fora velho safado. – rebateu
irritado empurrando com o pé a cadeira de Billy. – tudo bem, eu deixo. Já sabe o que vai te acontecer de pisar fora da
casinha, Jacob.
– Sim, sogrão, digo, senhor Swan.
– Senhor Swan? Desde quando é senhor Swan? –
perguntei confusa.
– Desde de hoje de manhã, só isso que digo! –
Seth falou rindo.
– Vamos de uma vez? – Kim pediu – por favor, meninas?
Rapidamente nossas coisas
voltaram para o carro, assim que saímos do campo de visão de Charlie a
atmosfera mudou. Sue veio ao nosso lado.
– Ficou decidido que Quil será o lobo com
Seth, vamos à casa de Emily e assim que escurecer seguiremos, os outros
partiram para onde os Cullen decidiram esperar pelos frios.
Esse pequeno aviso foi o
bastante para tornar os próximos minutos tortuosos, minha mente voltou para o
que aconteceria amanhã. E a espera na sala de Emily não ajudou em nada. Alice
mantinha uma conversa com Emily que foi completamente educada, assim como as
outras, apenas Leah se manteve distante.
Suspirei quando o sol se foi e
uma grande lua cheia surgiu entre a mata. Alice surgiu em minha frente.
– Os meninos estão esperando na mata, vamos?
Acenei e seguimos, por um
longo tempo o caminho foi feito em silencio e andando.
– Ainda podem se comunicar a essa distancia?
– Sue perguntou e Quil foi atrás de uma pedra e voltou como lobo. Fez um
sinal para Seth.
– Não dá pra comunicar. Vai uma carona, mãe?
– disse animado removendo a blusa.
– Tinha esquecido esse detalhe.
– Vai ser legal, a Bella sabe como é –
pediu ajuda.
– É... é como um cavalo, só segurar os pelos
com força... – acho que minha explicação não ajudaria, mas Sue pareceu
pensar.
Após hesitar, Sue subiu em
Quil, Seth em seguida, firmando a mãe e Alice
me puxou jogando sobre suas costas e começou a correr, conseguia manter
os olhos abertos, acompanhando uma conversa de Sue com os meninos.
O caminho era explicado aos
poucos, Sue parecia temer contar de uma vez para onde estava nos levando. Nosso
caminho cruzou com um rio, seguimos pela borda da água. Um pingo grosso bateu
em meu braço e voltei os olhos para o céu.
Camadas cinzas de nuvens
cobriam a lua, ainda permanecemos por um longo tempo antes de pararmos perto de
uma gruta.
– Ainda falta muito? – meus dentes batiam
de frio, Alice me entregou uma toalha e permaneceu com um casaco grosso na mão.
– obrigada. Conseguiu ver isso?
– Apesar de as vezes errarem, humanos
conseguem prever o tempo e estamos em Forks – disse sorrindo – e imaginei que teríamos que correr por um
tempo, uma hora ou outra você sentiria frio.
– A chuva apagará o rastro de todos,
precisamos seguir enquanto chove.
– Você esta bem, Bella?
Acenei confirmando, não
imagino para onde Sue esta nos levando, mas o caminho é longo, muito longo e
justo agora que eu queria estar atenta, o cansaço se apresentava com força,
meus olhos cansados aguentaram por mais um tempo, antes que a vontade de
fechá-los e adormecer fosse maior.
Sabe aquele preciso momento em
que sabemos que estamos dormindo, mas nosso consciente esta atento ao mundo? Ou
quando você deveria estar dormindo, mas sabe que vai acordar a qualquer momento
e o que ouviu era pura verdade? Era nesse pequeno mundo entre o consciente e o
inconsciente que eu me encontrava.
Eu estava aquecida,
confortável, sonolenta, ouvia os sussurros. Sabia que acordaria completamente,
mas não queria. Estique meu braço para apertar o travesseiro, senti fios
roçarem em meu rosto e abri os olhos em um estalo.
Pulei para longe e recebi um
latido de Quil, cocei meus olhos vendo-o tombar a cabeça de lado como um
cachorro.
– Eu me assustei. – fez um barulho
estranho de cachorro e mordiscou a pata, antes de levantar e sacudir o corpo,
movendo a cabeça em uma direção.
Voltei meus olhos pelo local.
Um caverna pequena no canto uma barraca de camp, lanterna e embalagens de
comida. Segui a mesma direção de Quil, encontrando Alice parada ao lado de Quil
que agora estava em duas pernas.
– Ninguém entrou em contato com Seth –
disse Alice.
– Então tenta ver mais alguma coisa, vou me
afastar um pouco, Seth já estava ao meu alcance.
– Desculpe, já esta amanhecendo.
– Não precisa se desculpar, Bella. Você
estava cansada.
– Consegui ver alguma coisa?
– Eles estavam em volta de uma fogueira,
contando histórias. Edward e Jasper estao treinando a mente, alguma forma de
manter Jane e Aro fora. Agora estão na clareira, esperando pelos Volturi.
Um pequeno raio de sol atingiu
Alice, iluminando seus cabelos curtos. Estava atenta aos efeitos do sol sobre
sua pele, por isso vi quando seus olhos perderam o brilho e sua boca se tornou
uma linha fina.
– Eles chegaram, todos eles. Aro esta nos
procurando – seus olhos voltaram ao foco.
– O que foi?
– Aro mandou guardas a nossa procura, estão
varrendo a reserva. Foi tudo que Edward disse antes da visão sumir.
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