domingo, 9 de dezembro de 2012

E - Capítulo 26


Pov Bella


Sentia minhas pernas bambas, todos olhavam-me passar, alguns mais descarados. Vi o olhar invejoso da tal vaca loira que faltou voar no meu pescoço e não consegui esconder o riso. Com dificuldade consegui seguir pelo elevador, o cara sócio do meu pai estava lá, acenei e fiquei encolhida no canto esperando chegara ao térreo. Assim que chegou, passei rápido pelo hall.


Céus! O que eu fiz? Eu só iria negociar as dívidas, fazê-lo entender a importância da empresa e... Vendi-me pra ele e o pior, gemi feito uma cadela com suas carícias, eu não acredito que ele foi tão baixo! Tão... Que ódio dele, que ódio que sinto de mim! Agi como uma prostituta. Ainda ajo, já que não consigo deixar de lembrar de seus toques, de seus dedos sobre meu seio, sua boca devorando a minha e... Céus, o prazer que senti com seu dedo estranhamente gelado em meu centro.


O que eu estou pensando? Pare com isso Isabella! Tentava me convencer que sou uma maluca, alucinada, alienada. Acabaria entrando em colapso, entrei no primeiro táxi que vi vazio, eu preciso passar em casa primeiro antes de seguir para a faculdade, preciso de um banho, uma calcinha limpa e seca. Puxei o casaco do uniforme para cobrir meus mamilos rígidos pela lembrança.


Mesmo lutando contra as lembranças eu ainda sentia em mim a pressão de seu membro enorme arremetendo contra meu corpo, seu lábios firmes e gostosos sobre o meu, seu halito de hortelã me embriagando, pulei assustada quando o motorista gritou, já estava em frente ao prédio e paguei rapidamente a corrida e segui para casa. Só tive o tempo de abrir o banheiro e logo arranquei minhas roupas, tomando um banho gélido, tentando fazer as lembranças descerem pelo ralo junto com a água. Desliguei após sentir meus tremores de frio. Segui embrulhada em minha toalha que mais parecia uma coberta muito felpuda.


Com muito custo me sequei em cima da minha cama, coloquei as meias primeiro, depois a bota, só depois a calcinha e o sutiã. Só minutos depois que consegui recuperar minha temperatura e levantei, colocando o restante do uniforme. Minha bolsa ficou no carro da Tanya, ela havia deixado uma cópia da chave comigo, então assim que cheguei fui ao seu carro que estava com a alarme desligado e peguei minha bolsa.


Precisei esperar a quarta aula para entrar na sala, Alice detesta ser interrompida e tudo que eu não quero é sua atenção sobre mim, se ela fizer aquele olhinho de gato, eu me derreto e conto tudo. Mas vi que meu tormento estava longe de terminar. Sem querer fui espectadora de uma conversa de Jacob e Irina.


– Eu estou lhe dando isso porque é seu filho Jacob. Não estou implorando que fique comigo, fiz esses exames há alguns dias, mas como foge de mim...


– Que engraçado! Enquanto eu estava com a Bells você poderia correr atrás de mim que não era humilhante?


– Eu não quis dizer isso, ela não te amava, nunca amou. Eu sempre estive do seu lado e você nunca me olhou, precisei dar pra você pra que me enxergasse, eu te dei amor e você me chutou, eu estou carregando um filho seu. Você acha que é fácil?


– Você pode tirar se ele te faz tão mal – me assustei com a estralo alto e ensurdecedor da bofetada que Irina deu nele.


– Essa criança é seu filho, é uma vida que eu carrego, não um fardo. O meu fardo é ver o homem que tanto amo me tratar como um lixo, ver meu pai me olhar com desagrado, decepcionado, minhas irmãs virando a cara pra mim. Ver uma prima que tenho como irmã me tratar como um nada, com toda razão. Eu não vou interferir mais em sua vida Jacob, participe da vida do nosso filho se quiser! Não terá diferença na vida dele ou dela, porque terá a melhor mãe do mundo! – disse ríspida para um Jacob que ainda massageava a bochecha e seguiu pelo corredor, me assustei novamente com ele socando um dos armários e seguindo até ela.


Não sei o que pensar sobre isso, sobre eles, na verdade não quero pensar, a vida é deles, eles decidam! Finalmente o sino tocou e segui para a sala, Alice explicava um dos alunos e por sorte não me viu chegar, comecei a pegar meu material perdido com Rosálie e Tanya que esse semestre teria aulas conosco. Ela precisava aprender os traços para designer. Comecei a copiar suas folhas, quando uma sombra cobre minha mesa, ergo meus olhos e Alice me fitava séria e muda.


– Bom dia professora?! – sorri sem graça.


– Bom dia Isabella, espero que esteja descansada. Muitas matérias para copiar e conversaremos mais tarde sobre um artigo, em um jornal! – sussurrou a última parte, engoli em seco e acenei concordando.


A aula passou lentamente e agradeci por isso, me mantive ocupada o tempo todo e permaneci assim até o final, todos conversavam animados enquanto eu terminava de copiar a matéria atrasada. Senti uma tenção na atmosfera, um sentimento ruim e ergui a cabeça para ver o ocorrido. Emmett estava sendo segurado com força por Tyler e Jacob.


Alice se aproximava com Edward ao lado, eles caminhavam naturalmente e só quando virou o rosto procurando por Jasper que não havia chegado que viu a tensão no ambiente. Voltei meu olhar para Edward. Ele caminhava naturalmente como um Deus entre os mortais, não se abalou pela posição de Emmett. Seus olhos pousados em mim. Corei com seus olhar malicioso sobre meu corpo.


– Tire os olhos dela – vociferou Emmett ao meu lado me assustando. Ainda sim pude ver o riso de escárnio de Edward.


– Resolva logo Alice! Tenho assuntos a resolver – disse pegando a mochila dela.


– Será rápido, vai tirando o carro – disse e veio caminhando para o meu lado, mas Emmett não saiu.


– Emmett pare. Me dê licença? – digo levantando. Ele continuou encarando Edward se afastar e depois me lançou um olhar nada bondoso.


– Eu preciso conversar com você Bella. Vamos lá pra casa e eu posso te ajudar com a matéria perdida.


– Se atrasou Bella? – perguntou Emmett prestando atenção de mais na minha conversa.


– Sim, me atrasei – digo irritada.


– Nos atrasamos né Bella! – disse Tanya, me ajudando – eu tive que levá-la em casa primeiro, segui pra minha.


– Eu acabei dormindo... Fomos levar o Erick do aeroporto – digo dando de ombros, dar de ombros é bom. Ele continuou me estudando.


– Talvez seja melhor vocês irem lá pra casa.


– Fala sério – chiou Alice.


– Ela vai lá pra casa Alice, temos que conversar – disse Tanya me olhando como “você não vai fugir”.


– Podemos fazer isso lá em casa! – disse pegando minha bolsa e puxando minha mão – tchau meninas, vem Rose?


– Ah, eu vou ficar com meu ursão hoje! – disse abraçando Emmett que continuava me olhando.


– Preste atenção, hiem Isabella... – disse muito sério.


– Nossa seu irmão tá um saco! – disse Tanya. Agora é só meu irmão?


– O que uma matéria não causa! Escapou de boa hoje heim? – disse Alice me olhando – Eu calei os alunos na primeira aula, praticamente a faculdade inteira viu o tal jornal.


– Hum.


– Ficaram tão lindos – disse me abraçando.


– Me deixaram até excitada só de olhar! – Alice gargalhou do comentário inoportuno de Tanya e eu ignorei ambas.


Pude ver Edward pelo retrovisor do carro, um volvo prata, último lançamento, aposto. Usava óculos escuros RayBan e sorria de lado, Alice me empurrou para a frente e seguiu com Tanya para o banco de trás. Sem jeito e completamente corada por me lembrar do que aconteceu no escritório, sentei no acento macio, seu carro estava impreguinado com seu perfume, me senti inebriada.


– Boa tarde garotas – disse nos olhando.


– Boa tarde – com muito custo consegui responder e ouvi seu riso. Cometi a burrice de olhar para ele e pude sentir seus olhos em minhas pernas, puxei a saia e me ajeitei no banco.


O caminho foi tenso, Alice e Tanya conversavam sobre uma nova coleção que seria lançada no final de semana e que ela havia comprado a entrada exclusiva para a loja e poderia levar alguém. Já eu, me mantinha calada e evitando me mexer, até que vi um crucifixo de madeira com o contorno de Jesus em esmeralda.


– Posso? – perguntei com as mãos afastadas do crucifixo – é lindo!


– Sim é, pode tocar.


– É raro também, relíquia de família – disse Alice e passei a segurar com mais cuidado ainda – é um presente dos Volturi.


– Quem são os Volturi?


– É a outra parte da família, eles são continuação da família. Tio Aro que lhe deu? É foi ele, quando o nosso primo morreu!


– Sinto muito – digo recolocando o crucifixo no retrovisor.


– Não esquenta, já faz muito tempo – disse Alice e pude ver Edward apertar o volante por minha visão periférica. Não consegui me conter e o olhei.


– Desculpe tocar nesse assunto.


– Não se preocupe, como disse Alice, já faz muito tempo – disse em um tom de finalização.


Quando chegamos, Alice entrou na frente com Tanya que pedia para ir ao banheiro. Entrei sem pressa, praticamente me arrastando. Assim elas voltariam e eu não ficaria tanto tempo sozinha com Edward ou ele simplesmente passasse por mim, sem falar nada. Doce engano. Assim que entramos fui arrastada para um dos corredores cobertos pela grande entrada da sala.


Sem delongas me beijou com fervor, fiquei completamente sem ação e logo retribui, nossas línguas dançavam em sincronia, sua mão desceu para dentro da minha saia, tocando minha bunda, deslizando por entre meu sexo. Eu não quero, eu não posso querer. Tentei me afastar, quebrar o beijo, mas Edward me apertava mais e mais. Então do nada me solta, tonta e sem fôlego, puxa minha saia e caminha para o pequeno bar, Alice entre praticamente junto com seu caminhar.


– Pensei que tivesse subido – disse olhando para Edward – mamãe pediu pra se trocar e descer para almoçarmos, vem Bella? – disse Alice me olhando fixamente e apenas acenei.


– Aproveite e empreste uma roupa Alice, Bella parece estar com calor – disse e fiquei roxa de vergonha, como ele pode ser tão... ARGH. Depravado de uma figa!


– Realmente, está muito corada Bella – disse Alice rindo suavemente. Logo Tanya entrou na sala e seguimos para o quarto de Alice. Por culpa daquele imbecil ela insistiu para que me trocasse e depois descemos para o almoço.


Esme estava encantadora, nos recebeu com muita educação e amor, me pediu desculpas pela conduta do filho. Tanya entrou em uma conversa de comadres com Esme, após falarem dos trabalhos dela de paisagismo.


O dia foi tranquilo, Tanya não me perguntou nada sobre meu encontro com Edward por saber como Alice é. Mas isso não impediu de Alice me bombardear! – Conta a reação de todos com aquela foto?


– Fico excitada só de lembrar! – disse Tanya – Imagina você?!


– Rolou algo além de uma conversa? – perguntou Alice.


– Não aconteceu nada.


– Fala sério, Bella! Aquela foto foi bem explicita, conta logo.


– Eu já disse não aconteceu nada. Conversarmos, ele foi arredio comigo, fiquei irritada, ele me chamou de pirralha e eu fiquei furiosa, retribui a falta de educação, gritamos um com o outro e ele me mandou embora.


– A vá Isabella! E aquela foto foi montagem? – perguntou Alice incrédula.


– Não foi, não tínhamos percebido que estávamos tão próximos, mas ele percebeu antes e me expulsou do escritório – digo com raiva só de lembrar.


– Esse não é meu irmão... – disse Alice tão baixo que fiquei em dúvida.


– O que disse Alice?


– Nada, além é claro, de vocês serem dois panacas.


– Eu?


– Sim! Uma ótima chance de sexo selvagem no escritório e vocês nada! Por favor, tenha dó!


Após esse pequeno inquérito, consegui mudar o rumo da conversa e Alice nos mostrou alguns dos desenhos para a nova linha de porcelana das fabricas Cullen. Depois de assuntos de amigas, elas me ajudaram com as matérias e no final da tarde Carlisle removeu meu gesso, algo que já havia me esquecido após os últimos acontecimentos, e busquei manter distância de Edward.


Quando cheguei em casa com Tanya em meu encalço, recebi a noticia de que os advogados de Edward haviam entrado em contato com meu pai para conversarem sobre a dívida, que Edward havia aceitado parcelar da forma que mais for gentil para o bolso deles. Rosálie estava com a voz radiante, tamanha felicidade de ter seu urso por completo em seus braços.


– Então Bells me conta? – Tanya pergutou assim que chegamos em meu quarto.


– Contar o que? – ela me encarou e sem opções contei tudo, suas caretas iam de pervas a engraçadas e no final ficou muda – é isso! Por Deus não conte a ninguém, ele disse que saberia se eu contasse e confesso que fiquei com medo da cara dele.


– Eu... – tentava responder – isso é... você é louca! – gritou. Começou a andar de um lado pro outro e depois se jogou em minha cama – sem palavras.


– É, sei bem como é...


– Quando será?


– Eu não sei, tenho que esperar os papéis e entrega-los para ele e só depois casamos, eu acho... – sussurrei.


– Bom isso... Isabella? – disse séria – Isso pode ser o principio da desgraça de todos, um começo que tem tudo para ser manchado com sangue, literalmente. Ou, essa pode ser sua felicidade, resta saber escolher.


Meus próximos dias foram lentos e nervosos, eu sabia pelo sorriso de meu pai que Edward estava cumprindo com o combinado, o problema é se eu terei coragem de cumprir o meu. Mais alguns dias passaram, e tentei de todas as formas disfarçar minha inquietação. Por sorte ou azar o aniversário de minha mãe estava chegando, todos decidiram por uma super festa, a qual me apresentariam para a sociedade nova-iorquina como a caçula Swan.


Distrai-me com os preparativos, ainda perdida com as lembranças, só de pensar que toda essa paz será abalada quando eu for a senhora Cullen, todos ficariam horrorizados, meus pais terão raiva. Com as palavras de Tanya ecoando em minha mente como um mantra dormi, sabendo que amanhã iria receber os papéis que me denominavam com uma norte americana, como uma Swan.


Isso pode ser o principio da desgraça de todos, um começo que tem tudo para ser manchado com sangue, literalmente. Ou, essa pode ser sua felicidade, resta saber escolher.


ç                      è

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentem e façam uma Autora Feliz!!!

Visitas ao Amigas Fanfics

Entre a Luz e as Sombras

Entre a luz e a sombras. Confira já.