quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

I - Capítulo 18

Pov Ian

Meses depois

Estava desesperado. Terminava de entregar um projeto para uma empresa conceituada de Londres. E depois iríamos essa semana para Inglaterra. O visto de Peg estava com os dias contados e já havíamos conversado com sua mãe pelo webcam. No inicio ela chegou a rugir por estarmos juntos, mas após uma conversa a sós com Peg ela me aceitou e estava preparando o terreno para nós. Para que eu pudesse chegar sem correr o risco de ser morto antes de terminar de falar.


O pior ficou com o spot. Coitado. Nas primeiras semanas tive que manter o cachorro com Doc. Peg até tentou, mas depois de uma semana ela surtou. O cachorro não podia passar perto da porta que ela gritava. Essa foi a primeira discussão que tivemos. Ela ainda não me contou sobre seu trauma. Disse apenas que não era diretamente sobre o cachorro. E sim, as lembranças que ele trazia.

Quando disse que teríamos que resolver isso, pois eu não daria o Spot a ninguém, a casa caiu. Alteramo-nos. Ela se alterou, gritando que não queria cachorro dentro de casa, que não cuidaria dele, que não queria ele grudado em mim, e que se eu tivesse com cheiro de cachorro dormiria no sofá. E depois acrescentou que havia muitas pessoas e lugares que precisavam de um cão como ele. Eu gritei que não faria nada disso, que somos um pacote que ela teria que aceitar.

O primeiro resultado foi ela dando uma crise de choro porque eu não a entendia. Ela alegava que me entendia, mas que não queria o cachorro. Seus soluços ficaram tão assustadores quanto esse que tinha acabado de ouvir. Depois vomitou bastante aquela manhã. O segundo resultado, foi eu ter pedido para Doc ficar com Spot, que parecia empenhado em ganhar o coração de Peg. Spot se empenhava para ficar ao lado dela, sempre aparecendo silencioso e lambia os seus dedos, e latia pra quem se aproximasse dela, permitindo apenas eu, Melanie e Sunny, nos aproximassemos. Spot tratava Sunny da mesma forma que a Peg, mas parecia que isso a deixava cada vez mais estressada com ele.

— Peregrina, se você não abrir essa porta agora, eu a ponho a baixo! — Gritei novamente. — É o ultimo aviso que lhe dou!

— Não! — Dizia sufocante. — Quando eu... — Então ela se interrompeu com o barulho de seu engasgo. Isso me matava aos poucos.

— Há quanto tempo ela esta aí dentro? — Perguntei a Melanie.

— Eu não sei, pai. Ela acordou assim. Eu só percebi agora. — Enquanto Mel me explicava eu girava a maçaneta trancada. — Ela não deixa ninguém entrar.

— Esses enjoos são mais fortes que os que eu tive, Ian. Não seria melhor chamarmos um obstetra? Pelo menos o Doc. Só para confirmar. — Disse Sunny tocando a barriguinha de quatro meses.

Foi então que minha ficha começava a cair. Peg estava diferente nas ultimas semanas. Não comia muito quando eu chegava, alegando que havia comido muito durante o dia. E já algumas noites quando eu acordei, eu a encontrava saqueando a geladeira. Essa ultima semana nem transamos. Ela dormia feito pedra. Só faltava roncar. Seu corpo estava iluminado, com curvas mais sinuosas. E ela havia dado uma crise de choro pela manhã porque achou que estava gorda, pois seu vestido não entrava. E isso a fez acreditar que eu iria romper com o pedido de casamento. Disse tudo entre um choro sofrido, soluçando e girando o anel de noivado.

Precisei implorar por socorro a Melanie. Eu já não sabia o que fazer. Peg estava uma bomba sentimental. Qualquer palavra e pronto. Era choro ou gritos. E nunca imaginei que ela soubesse tantos palavrões como descobri ontem quando cheguei tarde do escritório. Ela cismou que eu havia encontrado uma amante e que estava com ela. Que comia minha secretaria. E ainda afirmou que ela iria ao escritório e daria uma surra nela.

Sonolência. Fome excessiva. Sentimentos conflituosos. E agora os enjoos. Ela havia reclamado há alguns dias, mas ela havia feito uma mistura e tanto. Insistiu que não era nada, mas hoje estava realmente fora do padrão. Sem pensar muito me afastei da porta.

— Se afaste da porta, Peregrina! — Grite e corri chutando a porta, que se despedaçou.

Para meu desespero ela estava desmaiada no piso gelado. Peguei-a em meu colo e corri para o hospital, onde medico ficou muito tempo com ela.

— Parente da senhorita Stryder?

— Sou o noivo. Como ela está?

— Sou o Dr. Hernandes! Sua noiva está bem. Ela precisará ficar internada por alguns dias, já que ela está com uma leve anemia. Por isso a crise forte de enjoo e a demora em despertar do desmaio. Quanto ao bebê, precisamos fazer outros exames. Por isso vim lhe avisar que ela passara para outro médico. Tem algum obstetra de confiança?

— Bebê? — Perguntei meio perplexo. Um sorriso idiota certamente cortava meu rosto.

— Oh, My God! Eu vou ter um irmãozinho? — Gritou Melanie ao meu lado. — Desculpe Doutor! — Disse por ter gritando em um hospital.

— Eu quero vê-la!

— Ela está sedada no momento, devido aos enjoos. Entrem sem barulhos! — Permitiu o médico nos mostrando o caminho, enquanto Melanie explicava sobre o obstetra de Sunny.

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Quando entramos, Peg dormia serena com o rosto um pouco pálido. Tão pequena. Minha pequena. Toquei de leve seu rosto. Mel veio lhe dar um beijo na testa.

— Vou esperar lá fora, ok? Vou dar as boas novas ao Jared e a Sunny. — Apenas acenei e voltei minha atenção para Peg.

Ressonando tranquilamente, sua mão encontrava-se protetoramente sobre nosso bebê e sua barriga lisa. Toquei sua mão e descansei a outra sobre seu ventre. Nosso filho! Meu sorriso rasgaria meu rosto. Meus olhos ardendo pelas lagrimas que tentei segurar. Nosso filho ou nossa filha! Ergui-me e beijei-lhe os lábios mornos. Beijei sua mão e depois toquei de leve meus lábios em seu ventre por sobre a roupa.

— Se comporte, bebê! Eu vou cuidar de vocês. Eu amo vocês! — Quando ergui meus olhos, minha pequena me olhava com os olhos brilhantes.

POV Peg

Senti um calor sobre minha mão. Sentia-me gelada, mas ouvi uma voz baixinha e sabia que era meu céu. Meu Ian que falava. Tentei forçar minhas pálpebras pesadas e o vejo encostar os lábios em meu baixo ventre. Um sorriso lindo que chegava aos olhos brilhantes. Lágrimas escorrendo por meu rosto quando o ouvi e percebi o motivo para seu movimento.

— Se comporte, bebê! Eu vou cuidar de vocês. Eu amo vocês! — Disse emocionado e voltou-se para mim.

Seus dedos firmes em minha mão. Havia uma agulha na outra, mas não me importei. A ergui e o puxei. Precisava de seu abraço.

— Isso é verdade? Vamos ter um bebê? — Perguntei baixinho.

— Sim, meu amor. Você me fez o homem mais feliz da terra! Depois de tanto tempo um novo filho, ou filha! Eu te amo, Peregrina.

— Você não está zangado?

— Porque estaria? — Perguntou com o semblante confuso.

— Você sempre teve o cuidado de usar camisinha comigo...

— Sim! Também me lembro de não usarmos há meses. Aliás, desde que fugiu de mim. Se não me engano!

— E isso não vai ser um problema para você? Digo, um filho...

— Se fossemos adolescentes imaturos, sem emprego, formação... Mas somos adultos, Peg. Eu te amo. Você me ama. E se Deus quis nos presentear agora, só temos que ser felizes. E torcer para que eu tenha tempo de conhecê-lo, pelo menos!

— Como assim?

— Você voltará noiva de um cara mais velho que é pai da sua amiga, a qual você foi madrinha e ainda por cima grávida! Eles vão me matar.

— Se tem uma coisa que aprendi com Sunny nestes meses é que uma mulher grávida tem sempre razão! — Digo para tranquiliza-lo e o beijo com devoção.

Céus! Como eu amo esse homem! Chorei com tanta felicidade. Um médico entrou depois, quebrando o clima e disse que eu faria o primeiro exame para sabermos sobre o bebê.

Seguimos para outra sala, com vários equipamentos e aquela cadeira para exames vaginais. Pediu-me para sentar ali e após me fazer varias perguntas sobre quadro hospitalares na família ele me pediu para vesti a tal camisola. Deitei-me na maca, onde o médico fez perguntas bobas para ambos, sobre preferência de sexo. Fiquei muda quando disse que poderíamos ter uma surpresa em dobro já que havia vários casos de gêmeos em minha família. Mesmo que na de Ian sejam raros. Mas foi quando o Dr. preparou a ultravaginal eu fiquei tensa.

— Preciso que relaxe. Vamos só ver se está bem instalado e como ele está! — Disse e me senti incomodada. Apesar de Ian ser muito maior e grosso do que o aparelho, eu sempre estava lubrificada para recebê-lo. Preferi mudar meus pensamentos e me foquei na tela onde uma imagem embaçada de cinza e preto dominavam a tela. Senti o aparelho girar em meu centro.

— Está tudo perfeito com seu bebê. Está no lugar certo e bem firme. Não há feridas em seu canal vaginal, nem no útero. Perfeito. Preciso que tome algumas vitaminas e que volte daqui a um mês. Com o tempo aumentaremos o numero de vezes, ok? — Assenti. — Pelas contas, você está de oito semanas. Mas uma coisa já sabemos: aqui não tem vitelinos. Os casos em que o ovulo se divide para formar gêmeos idênticos só ocorre nas duas primeiras semanas que o ovulo é fecundado. E também não terão nenhum bi vitelino, senão, teríamos visto outro feto. E também é cedo para ouvir o coração. — Disse o médico.

Meu sorriso seguiu para Ian. Apertei sua mão. Sabíamos exatamente quando ele foi concebido. Aquele momento foi esplêndido e único porque estávamos criando uma vida. Deus estava nos dando uma vida. Um pedaço nosso crescia em mim naquele momento.

Voltamos para casa no mesmo dia, sobre os cuidados de Ian e Melanie, que estava faltando pular feito uma criança em nossa frente, fazendo mil e um planos para nós e para a irmãzinha. Mel estava convicta de que estou com uma menininha crescendo em meu ventre. Mais uma O’shea crescia em mim.

— Eu te amo, Peregrina. — Disse Ian ao estrarmos em seu quarto. Ajoelhou em minha frente e subiu minha blusa, beijando meu ventre, para logo depois remover minha blusa. — Eu vou mostrar a você o quanto te amo, Peregrina.— Dizia espalhando beijos doces e molhados por meu corpo. Sempre deslizando as pontas dos dedos por meu ventre. Sua boca cobriu a minha com delicadeza.

Após estarmos nus, me deitou com suavidade, beijando meus pés e subindo por meu corpo. Eu já me encontrava arfante. Lagrimas escorriam por meu rosto e o rosto dele. Ambos mantínhamos um sorriso pleno dos idiotas felizes. Seus lábios tocaram de leve os meus e gemi rebolando ao sentir seu membro pulsante entrar pouco a pouco em mim. Sem pressa. Ian escorregava para dentro de mim.

E assim nos amamos novamente, perdidos em nosso momento, em nossa felicidade. Eu estava enaltecida por minha família, por ter um homem maravilhoso que me ama e que me deu um filho. Uma família minha! Em pensar que tudo começou por sermos Impulsivos.

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