Capítulo
Dois
Aliados
Como
sempre, Renée despertou antes que Charlie. Olhou para o marido ao seu lado e
depositou um beijo em seu rosto. Depois de vestir seu adorado roupão verde;
Renée desceu para preparar o café da manhã do marido e da filha. Quando chegou
a cozinha a primeira reação de Renée foi estacar. Seu coração parou por um
milésimo de segundo, para voltar a bater em velocidade máxima, bombeando sangue
para todo o corpo em busca da solução ideal: ou fugir ou enfrentar.
Mas
não foi nem uma coisa e nem outra que ela fez. Ela soltou um grito agudo
chamando a atenção do homem que estava olhando para dentro da geladeira de modo
intrigado. Ele a olhou demoradamente, também permitindo que suas asas se
abrissem, caso fosse necessário lutar.
No
andar superior Charlie pulou da cama assustado, saiu correndo e se encontrou
com a filha no corredor que trazia consigo seu cheiro colorido.
—
Fique aqui. — Disse Charlie pressionando os ombros da filha para enfatizar a
ordem.
No
segundo seguinte ele se materializou diante da esposa para protegê-la, mas
ficou sem entender quando não viu nada que pudesse ter desencadeado o grito
agudo. Ele olhou da esposa para o amigo tentando encontrar o problema.
—
O que você faz aqui? — Renée perguntou num sussurro esbaforido, ignorando o
marido e se dirigindo ao estranho que esteve na noite retrasada ali só para
afrontá-los.
—
Eu vou morar aqui, agora. — Disse o cara franzindo o cenho, estranhando a
pergunta. Logo guardou suas asas e fechou a porta da geladeira.
—
Como é que é? — Renée exclamou pasma e olhou para Charlie, inquerindo
explicações com o olhar.
Charlie
deu um sorriso amarelo, mas tratou de explicar.
—
Jasper ficará aqui. Conosco.
—
Jasper? — Charlie balançou a cabeça, concordando. — Por quanto tempo? —
Inqueriu Renée olhando de soslaio para o anjo.
Charlie
coçou a cabeça e trocou um olhar com o amigo.
—
Bem, acho que até a nossa filha ser maior de idade.
Renée
o olhou com descrença, tentando manter-se calma, ela prosseguiu o inquérito.
—
E por que ele tem de ficar aqui?
Charlie
trocou um olhar nervoso com o amigo e então Jasper tomou a frente para explicar
o que se passaria dali para frente.
Jasper
se aproximou de Renée e tomou as mãos frias da mulher nas suas. Renée tentou
tirar suas mãos, mas ele segurou mais forte e a conduziu para que a mesma se
sentasse na cadeira da cabeceira da mesa. Renée olhava-o desconfiada.
—
Você entende o que sua filha é? — A expressão de Jasper era séria, mas não
rude. Sua voz era calma.
Renée
olhou para Charlie que estava de pé, à suas costas e com o incentivo dele, ela
respondeu.
—
Ela é metade anjo e metade humana. — Renée disse como se fosse obvio. — E ela
será um leão com asas... se ela se ver diante do perigo. — Renée parou de falar
e depois meditou para ver se tinha algo que havia esquecido e hesitante, com
medo de estar falando bobagem, ela acrescentou: — Como se fosse uma
metamorfose, não é?
Jasper
olhou irritado para Charlie, que devolveu o olhar, sem entender. Como ele pode
não contar a própria mulher, que tinha absoluto interesse no assunto, sobre a
condição da filha?
—
Tem noção que ela não é a única da história, não tem? — Jasper perguntou para
ver até onde ela sabia.
Renée
sorriu nervosa e acrescentou:
—
Sim, eu sei. Elisa também teve filhos assim. — Renée respondeu ainda se
lembrando da anja que só tinha visto uma vez na vida.
Jasper
então deu um suspiro resignado. Charlie estava mantendo a pupila a cegas. Isso
poderia ser bom, mas também poderia ser mau. Decidido brigar com Charlie quando
estivessem a sós, Jasper explicou brevemente o que faria ali durante os
próximos dezesseis anos.
—
Bom, eu preciso treinar sua filha. Ensinar ela lutar... — Jasper foi
interrompido por Renée.
—
E meu Charlie não pode fazer isso?
—
Pouco provável. Por causa da hierarquia dele, ele não sabe lutar também.
—
E você sabe?
—
Sei. — Jasper disse convicto e firme.
—
Humm. — Renée ainda estava desconfiada. — Minha filha não vai se machucar, vai?
—
Pode contar que não. — Jasper respondeu prontamente. Mas acrescentou em
pensamento: “Desde que sua filha não se
corrompa, não tenho motivo – por enquanto – de machucá-la ou prendê-la pela
eternidade.”
Bella
observava tudo tentando se esconder atrás da parede da sala. Ela não tinha
gostado nem um pouco da história do anjo chato morar com eles. Ele tinha cara
de perigoso, além de parecer ser muito bravo.
—
Filha, pode sair daí. — Charlie disse elevando a voz, sabendo que a teimosia de
sua filha tinha impedindo-a de seguir sua ordem de ficar no andar superior.
Sua
filha saiu correndo e se escondeu atrás das pernas do pai e inclinou a cabeça,
olhando o Jasper com desconfiança e fechando a cara para deixar claro que não
foi com a cara dele e que não seria tão receptiva quanto a mãe aparentemente
tinha sido.
—
Oi. Bella, não é? — Jasper perguntou olhando para a pequena que mal dava para
ver por que se encolhia, se escondendo nas pernas do pai que tocou sua cabeça e
fez um carinho. Bella o olhou com cara feia e projetou o queixo em desafio. —
Não precisa ter medo de mim. — Jasper disse e a menina estreitou os olhos,
amarrando ainda mais o rosto. Jasper estava achando aquilo engraçado, porque a
menina tentava fazer-se de perigosa, mais ela ainda estava a anos de ser
realmente um perigo. Tentando evitar a gargalhada que já se formava em seu
peito, ele prosseguiu. — Meu nome é Jasper. — Disse ele se apresentando. — E gostaria
de ser seu amigo.
Charlie
tentou puxar a filha, mas ela se agarrou ainda mais firme em sua perna.
—
Jasper. — Disse Charlie, se dirigindo ao amigo. — Vai com calma. Ela pode ser
meio... difícil.
Jasper
ainda tentou conversar com a menina, mas ela sempre se manteve arredia e nunca
trocou uma única palavra com ele, mesmo quando incentivada por Seth.
Os
dias se passaram fazendo Jasper assumir sua condição humana, e por isso tinha
sido “empregado” na delegacia em que Charlie trabalhava, desempenhando o papel
de investigador. Sua maior dificuldade foi se adaptar com a necessidade de
comer em horários regulares — esse era o mal de ter a forma humana: a
trivialidade das necessidades mundanas.
Quanto
a Bella, Charlie dizia: “tenha calma,
Bella pode ser muito teimosa quando pressionada.” Sem conseguir se
aproximar da menina, ele não tinha como treiná-la.
As
refeições eram feitas em um completo silencio. Renée procura ser social, mas
como a filha, não estava confortável diante do anjo de porte de gladiador.
Charlie sempre conversava animadamente, como se estivesse ignorante ao clima
tenso. Bella procurava se sentar na frente do novo morador — sua cadeirinha
alta permitia que ela ficasse a altura de todos que estavam à mesa — os olhares
que ela lançava para ele eram recheados de desconfiança e desafio.
Três
semanas depois de Jasper se instalar como humano, foi que ele conseguiu um
momento a sós com Charlie para ter uma conversa que o estava preocupando. Ambos
estavam de saída na delegacia para irem se encontrar com Renée que os aguardava
para as compras da semana. Como eles não tinham carros, e tinham que mantem as
aparências humanas, eles sempre iam a pé. Dessa vez não teve ninguém que os
acompanhou conversando sobre algum jogo de futebol, dando liberdade — ao menos
no assunto — deles falarem como anjos.
—
Charlie, porque você não contou sobre a condição da sua filha para sua esposa?
— Jasper perguntou, tentando manter a discussão de modo leve, afinal, alguém
poderia ver na rua o que se passava.
—
Como? — Charlie perguntou espantado, estranhando a pergunta do amigo. — É claro
que eu contei.
—
Não contou, não. — Disse firme. — Se tivesse contado, teria dito a ela que
Bella é um querubim.
—
Oi? — Charlie parou no lugar e olhou o amigo como se ele tivesse esquecido as
asas abertas.
Jasper
estranhou a reação de Charlie e pediu para que ele lhe contasse o que sabia.
Charlie mesmo estranhando o pedido, contou o que sabia ao amigo. Contou a
conversa que há anos atrás tivera com Judá e depois com Elisa. Jasper estava
lívido.
—
Você realmente não tem noção, não é? — Jasper disse com os olhos arregalados.
—
Noção de que?
Jasper
começou a contar para ele que o caso dele não era único, e nem mesmo de Judá.
Com calma, ele narrou o período de criação dos anjos, suas hierarquias e dos
humanos. Os querubins tinha sido os últimos que apareceram. A beleza humana
tinha encantado muitos anjos que tinham vindo a terra e se casaram com muitas
humanas, descendentes de Eva. Dessa relação surgiram os querubins. Eva e Adão ainda moravam no Éden nesse período. Um
querubim em especial, tinha vergonha de ser descendente de uma humana,
desprezando aquela raça, julgando-os seres inferiores. Quando adulto, ele quis
exterminar as criaturas desprezíveis
como ele chamava. E por sua condição e seu poder, ele fora aprisionado pelo
resto da eternidade por Miguel e Gabriel, por que caso livre, ele realmente
conseguiria seu intento. Esse querubim, anjo de beleza incrível, era Lúcifer.
A
mãe dele, Lilith, que também era filha dessa união interessante, foi quem seduziu
Eva a comer da fruta proibida e iniciar a obra que seu filho queria, condenando
assim a humanidade a uma vida de tormento na terra — paraíso de beleza sem
igual que em compensação tem humores tão intensos que confundem a alma. Com os
humanos na Terra, seria fácil destruí-los com o tempo. Claro que não foi isso
que aconteceu; se não a humanidade não teria chegado aonde chegou.
Assim,
desde o início dos tempos, o fruto dessa relação sempre inspirou medo em muitos
— humanos e anjos —, porque poderia significar o surgimento de outro ser tão
poderoso quanto o desordeiro inicial e tão voluntarioso quanto apenas o humano
pode ser. Não era à toa que tinha fanáticos que poderiam causar problemas, mas
nenhum deles era tão temido quanto a Ordem
de Azuk. A Ordem de Azuk vem desde os primórdios lutando para matar essas
criaturas, quando elas surgissem. E foram eles que tinham matado os filhos de
Elisa.
Charlie
lembrou-se que Elisa, quando contou sobre os destinos de seus filhos para Renée
e ele, parecia estar ocultando alguma coisa. Agora, diante da história do
amigo, ele entendeu o que era.
—
Compreenda, Charlie. — Disse Jasper com intensidade. — Por isso precisamos
treinar ela. Ou a treinamos e a fazendo entender o risco que corre, ou ela irá
se expor e a ordem a matará. Eu, particularmente, tenho medo dessas criaturas
tanto quanto os Azukiano têm.
Charlie
nada disse, apenas meditou aquilo, e em seu interior chegou a cogitar se não
haveria anjos por detrás das mortes desses ditos querubins.
As
semanas que se seguiram, Charlie sempre que podiam ensinou sua filha a ler a
aura. Jasper sempre procurou ajudar, mas a menina levava os dedos ao ouvido e
cantarolava algo dissonante. Charlie apenas sussurrava para o amigo: “tenha calma.”
Charlie
ensinou Bella a reconhecer através da aura das pessoas, aqueles que eram bons e
aqueles que eram maus por natureza. Cinco meses depois, Bella já conseguia não
só ver a natureza da pessoa, como ler tudo que a pessoa tinha feito e algumas
coisas que ela faria, independente de suas decisões. Mas ainda faltava a ela
entender a peculiaridade da personalidade das pessoas, também captado nas
diferentes colorações da aura.
A
fase de silencio mortal entre Jasper e Bella tinha passado com oito meses de
convivência. Agora eles apreciavam uma fase de implicância, onde Jasper mais
parecia uma criança birrenta que um adulto lidando com uma criança.
—
Eu quero esse prato. — Dizia Bella puxando para si o prato amarelo.
Jasper
pegou do outro lado da borda o prato e tentava puxar para si o mesmo.
—
Mas esse prato é meu. Eu sempre como nesse prato. Me devolva.
—
Não, eu quero esse prato. — Insistiu Bella puxando o prato que parecia um cabo
de guerra entre os dois.
Renée
observando aquilo, ofereceu outro prato idêntico a Jasper.
—
Tome, esse aqui também é amarelo.
—
Não é o meu prato. — Disse Jasper
ainda tentando puxar o prato para si.
—
Ela é uma criança, Jasper. Deixe ela. — Disse Renée estendo o prato diante do
rosto de Jasper que desviou a cabeça e continuou tentando puxar o prato para
si.
—
Larga o meu prato.
—
Eu quero esse prato.
—
Eu sou o adulto aqui, e digo que esse prato é meu.
—
E eu sou a criança e digo que quero esse prato agora.
Os
dois ficaram nessa guerra até que o prato escapou das mãos de ambos e se
espatifou no chão.
—
Sua culpa. — Disseram os dois juntos, se encarando de forma violenta.
Bella
soltou um rosnado parecido com o de gato e correu na direção de Jasper, e
estapeou as pernas dele — que era o máximo que ela alcançava. Ambos caíram no
chão e começaram a rolar. Charlie apreciou a cena, sabendo que Jasper estava
longe de machucar a pequena criança, agora com quase três anos de idade.
—
Esse dois não tem jeito. — Disse Renée bufando recolhendo os pedaços do prato
quebrado.
Essa
implicância não resumia apenas ao prato, mas também aos canais da televisão. Os
dois apreciavam as mesmas programações, mas parecia que para um implicar com
outro, eles decidiam por programações diferentes no mesmo horário. Ou então,
implicavam um com a roupa do outro.
A
verdade por trás da implicância de Jasper, é que fora o único jeito dele ter
acesso a menina sem que ela se desse
conta. Quando ela o atacava, ele a ensinava de modo tão sutil que ela
aprendia e evoluía calmamente sem se opor.
Na
festa de aniversário que Renée estava organizando para a filha que completaria
três anos, foi que ocorreu algo que uniu Jasper e Bella finalmente numa causa
em comum.
Renée
voltava do mercado e trazia sua filha no colo. Jasper e Charlie carregavam as
sacolas de compras. Na porta da casa, um casal esperava com duas malas. Quando
Renée os viu, estacou.
Eram
os seus pais.
Para
o atributo social, Renée convidou os pais para entrarem em casa, abrindo a
porta e permitindo que eles entrassem antes dela. O casal assim que adentrou o
local, observou todo o ambiente com olhos de águia. As criticas depreciativas
que se seguiram foram enervantes.
—
Essa ainda é a casa que vocês moram? Não mudaram ainda, não? — Indagava Emmett,
pai de Renée. — Pensei que na altura do campeonato vocês morassem numa casa
melhor.
—
Isso é o que dá casar-se com um delegadozinho de fim de mundo. — Disse Rosalie
com repulsa direta ao genro. — E essa criança? Não tem roupas melhores, não? —
Acrescentou olhando para a forma simplória com que Bella estava vestida.
Não
era a primeira vez que eles vinham visitar a filha. E todas as vezes, tinha
sido um verdadeiro tormento na terra recheado de sacarmos e comentários
cáusticos.
E
naquele momento os pais de Renée ainda não tinha se dado conta da presença de
Jasper. Renée suspirou pesadamente, sabendo que assim que fosse notado a
presença do homem que mais lembrava a um gladiador, os comentários seriam ainda
mais azedos.
Enquanto
Rosalie passava o dedo pelos móveis conferido a limpeza deles e olhando para a
pontas com repulsa, como se nelas tivessem crostas de pó; Emmett avaliava a
mobília e os eletrodomésticos da casa.
—
Que tipo de homem você é? Já deveria ter trocado esse sofá. Faz dois anos que
ele está nessas condições. E essa televisão? Tem que comprar uma melhor.
Charlie
escutava tudo com resignação, soltando sorrisos amarelos. Por um lado ele se
sentia culpado por não dar uma vida luxuosa a sua Renée, somando assim a
soberba humana ao seu estilo de vida; e por outro, ele se sentia perdido com
essa necessidade desenfreada de comprar coisas novas e melhores, descartando as
outras como se pouco valessem. Já não era o bastante ter um teto para morar
quando tantos dormiam ao relento? Já não era o bastante ter uma televisão que
pegava as programações do mesmo jeito que a da ultima geração? Já não era o
bastante ter comida para saciar a fome quando tantos tinham que revirar os
lixos? Não bastava ter roupas para vestir e se agasalhar quando tanto entra ano
e sai ano com a mesma muda de roupa? Então, para quê esse consumismo
desenfreado?
—
Essa casa deveria ser limpada melhor. — Disse Rosalie. — Está na hora de
demitir a empregada, meu bem.
Renée
engoliu em seco e colocou finalmente a filha no chão.
—
Eu não tenho empregada, mamãe. E a senhora sabe disso. — Disse Renée se
dirigindo a Jasper e pegando a sacola que tinha os ingredientes do bolo que ela
faria para filha numa comemoração simples, apenas para não deixar a data passar em branco.
Rosalie
observou o homem com interesse. Mesmo casada, ela vivia dando os pulos na cerca, do mesmo modo que o
marido fazia. E na sociedade, eles ainda vestiam a capa de casal perfeito da
sociedade exemplar. Ela esperou a filha chegar a cozinha e colocar as coisas em
cima da mesa para perguntar a filha algo que ela julgava normal, desde que
estivesse bem oculto.
—
Vocês três...
—
Hum.
—
Estão fazendo um ménage à trois?
—
Como?
—
Ora, vamos, filha. Não acredito que não pensou nisso. Confesse, vai.
—
Que horror, mamãe. Claro que não.
—
Deveria. Mas se não é isso, o que é?
Renée
mordeu os lábios, algo que ela fazia quando nervosa, e enquanto quebrava os
ovos para iniciar o bolo, ela respondeu:
—
Ele está morando com gente. Só isso.
—
Só isso? — Disse Rosalie com descrença, avaliando a filha que se sentia
incomodada. — É algum criminoso?
—
Não, mãe. Que coisa. Ele só está morando com a gente.
—
Então é um sem teto. Deve ser tão pobretão quanto esse traste que você chama de
marido.
—
Mamãe, ele está aqui porque os dois são amigos.
—
São gays?
—
Não, mãe. Apenas amigos.
Bella
observava tudo com raiva contida. Ela não gostava de quando os avós a vinham
visitar. Eles sempre depreciavam sua mãe e seu pai. E de algum modo, ela se
sentiu incomodada percebendo que até mesmo o chato de galocha estava sendo alvo
deles. Estranho, eu deveria estar
gostando. Meditou consigo, a criança.
Jasper
do outro lado, tinha odiado a aura dos pais de Renée. E se perguntava como
Renée poderia ser filha deles, tendo uma aura tão límpida quanto ela tinha.
Quando o final da tarde chegou, Jasper se viu ainda mais incomodado. A aura de
Rosalie era pura luxuria e tentava se estender à aura dele. E isso não era algo
que lhe agradava — unir-se fisicamente a uma humana, ainda mais a aquela
humana.
A
festa de Bella contou com a presença de alguns vizinhos, selecionados a dedos
por Renée; e os amigos de trabalho de Charlie. Esse foi outro momento
complicado. Emmett e Rosalie criticaram e reclamaram do bolo e do suco servido.
Bem como da falta de um vestido para a aniversariante.
O
pior momento foi quando Emmett começou a aparecer bêbado e só horas depois é
que se descobriu a garrafa de vodca que ele tinha ocultado no armário da
cozinha. Até lá, Emmett já tinha dado um verdadeiro baile, se oferecendo para algumas mulheres e tentando puxar briga
com os homens. Charlie se sentia com as mãos e os pés amarrados, por dever respeito aos pais de sua pupila-esposa.
Mas
Jasper, que nenhuma relação social tinha com eles e cansado daquilo, pegou
Emmett pelo colarinho e o jogou na rua.
—
Quer saber, que se foda vocês serem os pais dela. Saiam daqui. — Disse jogando
as malas do casal também na rua.
Bella
sentiu-se incentivada, aproximou-se do avô que estava caído e lhe chutou a
canela com força arrancando um grito de dor. Rosalie, furiosa, ajudou o marido
a se levantar.
—
Eu não queria ficar aqui mesmo. A comida é péssima, a casa parece que vai cair
aos pedaços e essa vizinha é um bando de gente chula.
Um
vizinho deles era taxista, prontamente ofereceu uma corrida e assim eles se
foram, deixando Renée mortificada de vergonha — mais uma vez o aniversário da
filha ser regado a escândalos —, sendo consolada pela vizinha, Alice Brandon.
E
assim, finalmente Bella olhou para Jasper pela primeira vez como se ele não
fosse seu inimigo, mas sim alguém disposto a proteger sua mãe da mesma forma
que seu pai.
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