sábado, 26 de julho de 2014

MV-A Capítulo 1

Esta nunca foi uma compra fácil de fazer, mas estar aqui, em uma filial da Victoria’s Secret com Cindy não foi uma boa ideia. Pensei que vir com Alice seria terrível e fatal, mas Cindy superou minhas expectativas. Não que eu possa reclamar, longe disso. Alice poderia causar uma vergonha maior, pois ela sabia exatamente o que fazer para me deixar ruborizada, enquanto Cindy não me conhecia o suficiente para saber que eu não conseguiria entrar naquela peça minúscula de rende vermelha que ela erguia como se estivesse me mostrando um pedaço de bolo.

– Da para abaixar isso! – chiei dando um tapa na peça que caiu sobre outras ainda mais, digo, ainda menores.
– São para sua lua de mel! E bem, acho que não vão precisar delas – disse dando de ombros.
Conversar ou insinuar sobre sexo com Pamela ou Alex é uma coisa, agora conversar e ouvir sua irmã, recém-conhecida, diga-se de passagem, é completamente diferente. Eu não tenho essa liberdade, mal me acostumei, mas aqui esta ela, tagarelando sem parar como uma peça menor que a outra é linda e gostaria de poder usar com Jacob. Fato que também não me agradava ouvir, não por ciúmes, longe disso.
Estou realmente feliz por ela ser o imprinting dele. Minha preocupação é se ele contar até onde chegamos afinal eles não negam nada aos seus objetos de imprinting. Como ela iria reagir se soubesse que eu sei como é, enfim. Acredito que ela não gostaria nada de saber este detalhe.
– Deixa que eu escolha minhas peças? Escolha algumas para você, Charlie esta bonzinho.
– Claro, assim meu cunhadinho não vê o que comprou. Tudo bem! – disse seguindo para o outro lado da loja, vendo cinta ligas.
Deixei escapar um resmungo, meu corpo tremia só de olhar para essas lingeries, infelizmente não pelos motivos certos. Não sei se teria coragem de desfilar com elas na frente dele.
Tudo sempre foi natural, não precisei seduzi-lo de caso pensado como seria agora, comprar um vestido bonito que realçasse minhas poucas curvas esteve em meus planos desde a puberdade, mas comprar peças provocantemente eróticas para uma lua de mel... Caminhei para as peças com maior quantidade de tecido e menos renda. Sentindo-me um pouco mais a vontade. Todas as peças caras e lindas, obvio que fiquei encantada com cada uma delas, mas não me via usando.
Mas devo comprá-las, não vou usar um conjunto de renda preta, mas não pretendo usar um moletom velho na lua de mel. Escolhi varias, desde as mais simples até a mais provocantes e corri para o provador mais próximo. Não queria correr o risco de ser pega com aquilo na mão. Respirei fundo par criar coragem lembrei do olhar dele, de como ficou ao me ver dormir com uma blusa sua.
– Ok, Bella, comece o show! – ordenei-me em voz alta.
Comecei por uma peça de seda pura, um tom escuro de azul, indo até meus pés, olhei-me e gostei do que vi, parecia mais uma camisola para o dia a dia, não para a lua de mel, talvez pudesse esperá-lo em casa após um dia de trabalho. Sorri para meu reflexo. Não pretendo ficar repetindo o colegial, então esse pensamento humano poderia ser parte da nossa rotina. Em seguida escolhi uma também de seda, um tom mais claro de azul, vindo até meus joelhos, o detalhe dos seios com renda sobre a seda. Depois alguns modelos mais ousados, senti meu rosto queimar, mas a principal foi aquela, a vermelha de renda pura, não consegui me olhar por muito tempo, removi rápido do corpo.
Quando a coragem faltava, eu me esforçava para provar as peças imaginando o olhar dele, Alice me ajudaria nesse momento... droga. Respirando novamente me pus a provar os conjuntos, comprando um de cada cor, lembrei-me das lições de Pamela sobre qual cor ficaria melhor para cada modelo e ocasião.
Sai do provador sem olha para os lados, seguindo direto para o caixa, a atendente pareceu reconhecer meu estado e segurou as peças escondendo os detalhes entre suas mãos, e colocando rapidamente na embalagem. Voltei meus olhos pela loja em busca de Cindy, ela acabava de sair de um dos provadores. Estendendo uma peça em minha direção.
– Devia ter vindo sozinha! – resmunguei. – vamos para a lanchonete aqui do lado?
– Claro!
Caminhamos, mas lembrei dos slogans nas embalagens e preferi guardar tudo na picape. Voltamos e nos sentamos na parte menos movimentada da lanchonete e Cindy se mostrou inquieta.
– Você esta bem?
– Não exatamente – ergui a sobrancelha, meneando a cabeça em sinal para que continuasse. Seu rosto tomou um tom escarlate e seus olhos entristeceram.
– O que lhe deixou triste, estava amais animada com essa compra do que eu!
– Eu ouvi uma coisa, enquanto eu estava no provador – disse me olhando firme – algumas garotas que pareciam lhe conhecer.
– O que vão pedir? – fomos interrompidas pela garçonete que usava patins e vestido verde escuro e curto.
– Ainda estão servindo o café da manhã? – a garçonete acenou mostrando o relógio que ainda marcava 10:15  panqueca com calda de morango, flambado por favor e um suco de morango, sem açúcar por favor – pedi olhando para Cindy.
– Panquecas com calda de chocolate e leite puro, por favor. – assim que ela saiu voltei minha atenção para Cindy.
– E o que elas disseram?
– Você já transou com Edward?
– Não, não que eu não tenha tentado – sussurrei.
– E com Jacob? – foi impossível não retese meu corpo.
– O que exatamente você ouviu, Cindy e o que quer saber? – digo sentando ereta no banco de couro.
– Essas garotas disseram que esta com Edward pelo dinheiro dele e que agora conseguiu o que queria deixou os restos do Jacob pra mim. A outra disse algo sobre Edward precisar saber que você andou transando com os dois. – falou a primeira parte demonstrando descrença, mas a segunda parte deixou acidez escorrer por sua boca – sei que não esta interessada no dinheiro dos Cullens, apesar de terem muita grana, certamente. Mas e quanto a Jacob. Eu já ouvi muito sobre vocês, a relação de amizade, amor platônico e amor real. Sei que já namoraram por um tempo.
A garçonete trouxe as panquecas da Cindy, assim como o leite e meu suco. Saindo em seguida.
– Se Edward não tive voltado, você ainda estaria com Jacob? Quando vocês namoraram, vocês transaram? Elas pareciam saber exatamente o que diziam.
Sorri amarga ao ouvir isso.
– Você não tem o direto de me julgar, Cindy. Nem você ou essas garotas, o fato de ser o imprinting de Jacob não lhe dá posse do que aconteceu na vida dele ou minha, em minha amizade ou o que houve enquanto namoramos.
– Eu não estou dizendo isso, é só... ele foge de mim como o diabo da cruz. Saber que tiveram tanta intimidade...
– Nos não transamos, Cindy. Eu não sei se estaria com Jacob, apesar da distancia imposta por Edward e depois por mim, eu nunca estive separada dele. Edward sempre esteve em meu coração e minha mente, de uma forma ou de outra eu seria dele, sempre. Jacob enxergou isso primeiro, me fez aceitar que apesar de amá-lo, nunca foi o suficiente para remover o amor que tenho por Edward...
– Aqui estão suas panquecas – disse a garçonete deixando-as sobre a mesa e a pequena tigela com os morangos flambados.
– Jacob foi como um raio de sol em um inverno rigoroso. Não era forte o suficiente para me tirar do frio, mas era o suficiente para que eu sobrevivesse por um tempo. Ele sempre soube que não sou uma flor para sobreviver de poucos raios de sol, soube melhor do que eu. – digo a ultima parte sem olhá-la preferindo derramar a calda com pedaços de morango sobre a panqueca.
– Eu...
– E sobre sua outra pergunta, eu não transei com Jacob, apesar de chegarmos perto, mas no momento exata não foi ele que vi, não foi ele que ouvi. Não poderia me entregar a um homem pensando em outro. Não era leal comigo e com ele. O que não impediu deavançarmos em caricias. – digo olhando-a com firmeza. – a questão, Cindy é que não importa o que aconteceu comigo e com Jacob quando estivemos juntos. Aquilo foi em outro momento, uma época que me parece distante depois de tudo. Onde éramos só eu e ele. Não havia Edward, não havia você. Foi algo nosso que já passou, uma lembrança que não constrói futuro.
– Você já conversou sobre isso com o Edward?
– Não. Não esta nos meus planos contar, apesar de imaginar que Jacob possa ter deixado algumas imagens escapar em seus momentos de fúria. Isso foi algo que vivi após ser chutada por ele, não foi uma traição. Mantive meu namoro com Jacob após ele voltar – digo dando de ombros – ele deve saber que ainda sou virgem. – digo comendo minha panqueca.
Após ser o mais sincera possível, apenas dediquei minha atenção a enorme panqueca em meu prato, devorando a calda com volúpia. Cindy permaneceu em silencio fazendo o mesmo, só que com menos entusiasmo.
– Me desculpe. – disse libertando os talheres com certa brusquidão, ergui meus olhos sem interesse – por agir dessa forma. Não devia tratá-la assim, insinuar e me intrometer em sua intimidade. Eu enlouqueci de ciúmes, eu nunca senti o que sinto pelo Jacob. Ele parece relutar em minha presença, quanto tento tocá-lo é como se abrisse uma ferida, ele se encolhe de medo. Ele já me explicou sobre os Quileutes, sobre os imprinting, eu o amo não por essa coisa de lobo, mas por ele, pelo sorriso, pela sinceridade, pela forma que defende seu povo, como me trata, mas quando ele esta perto de você... ele muda completamente. Eu vejo um menino grande fazendo bagunça pra chamar sua atenção, ele sorri mais, ele brinca mais com todos, até com Edward. Ele é ele.
– Ele só precisa de tempo, Cindy. Jacob precisa aceitar que é um chefe Quileute, precisa aceitar o espírito de lobo para que possa aceitar tudo o que vem junto. Ele não gosta de perder o controle da vida dele, que imponham nada a ele. Só tenha paciência.
– Só... me desculpe?
– Tudo bem, também surto, sozinha, mas surto. Edward tem medo de me esmagar a cada beijo. Isso é frustrante!
– Talvez possamos nos unir para enlouquecê-los? Eu não sou virgem, mas não sou tão experiente como gostaria, você conhece os pontos do Jacob, eu tenho cara de pau pra perguntar a outras mulheres o que fazer....
– Que Deus proteja o meu amigo! – digo rindo verdadeiramente. Um sorriso genuíno escapou de Cindy, o que nos fez comermos nossas panquecas em silencio e harmonia.
Terminamos juntas e após pagar nossa conta seguimos a passos lentos pela calçada. Sem pressa alguma, Edward ainda estava caçando. Alice me enlouquecendo sobre o casamento e muito provavelmente ela ficou para trás nesta incursão.
– Olá, Bella! Parabéns pelo casamento. Você realmente me surpreendeu. Foi mais rápida do que imaginei, mal esperando terminar o colegial! Conseguindo ate uma boa titia!  disse Lauren ao passar por nos – como se o chefe Swan fosse esperar a barriga crescer! – disse debochada.
– Não rebata. Foi ela que salivou veneno.
Perdi totalmente a vontade de fazer compras, assim como meu desejo era ir até ela e socar aquela carinha de vaca. Então era isso que corria por Forks? Que estou me casando porque Edward me engravidou?
– Maravilha. – praticamente rosnei. – vamos embora.
O caminho até Forks foi o mais rápido que a picape já fez, minha vontade era de socar Charlie. Sei que não foram os Cullens, eles não querem alarde agora, obvio que Charlie resolveu se vingar espalhando que estou de casamento marcado! Eu não andava pela cidade mostrando o enorme anel que Edward fez questão de enfiar em meu dedo assim que toda a conversa sobre os Volturi terminou.
– Não briga com ele. Sei que vai brigar com o papai, deixa pra lá. Ele ainda esta aprendendo a lidar com isso...
Respirei fundo e pensei no que ela disse. Isso ia acabar acontecendo mesmo, então o jeito é deitar na cama.
– Muito obrigada, Charlie. – digo passando feito vento pela escada, guardado as sacolas antes eles percebessem o que eu comprei, escondendo em uma gaveta no fundo do guarda roupa.
Sinceramente, minha vontade era de agarrar tanto, Charlie quanto Lauren pelo pescoço e jogá-los pela ponte do rio Willamette. Justo ele que a menos de uma semana pedia para que o deixasse se acostumar com Edward sendo meu novo, foi o primeiro a contar, fofocando como uma mulher em salão! Respirando devagar em busca de calma verifiquei meu celular, mas não havia mensagens. Edward me avisaria quando voltasse, eu não conseguiria ficar calma aqui, não poderia e não quero ir até a casa Cullen, pois o único na cidade é Carlisle que esta no hospital.
La Push será uma ótima opção. Arrumei uma bolsa com biquíni e gritei por Cindy, sua empolgação me animou. Abri meu criado mudo procurando meu carregador, e lá estava a caixa de veludo com o anel. Minhas mãos ainda tremem ao lembrar, e tremem agora ao ter essa pequena caixinha com uma parte, que definiria, meu futuro. Um lindo anel de ouro branco, sobre ele um encaixe oval do mesmo material servindo como berço para um exagerado diamante. Edward não se contentou com um simples solitário, ele necessitava de “O solitário”
Como andar com isso e não ter a mão decepada? Voltei a colocá-lo em meu dedo, sorrindo para as matizes dos vários arco-íris que se formavam pelos poucos raios de sol que invadiam meu quarto pela janela aberta. Não havia motivo para deixá-lo escondido na gaveta se toda a cidade já sabia sobre meu futuro casamento. Principalmente por Edward. A imagem de seus olhos dourados brilhando em um choro de vampiro tamanho orgulho em ver esse exagero em meu dedo, fez um grande sorriso crescer em meu rosto. Eu devo isso a ele, mostrar ao mundo que pertencemos um ao outro.
– Já estou pronta. – disse Cindy e desci me esquivei de Charlie que pareceu fazer o mesmo.
O caminho para La Push foi no mais absoluto tormento, enquanto tudo que quero é silencio, Cindy não parava um minuto se quer. Quando a pequena casa trançado por uma arvore surgiu no horizonte senti alivio, Emily e Kim com uma Claire no colo apareceram na varanda sorrindo. Cindy foi até as duas ultimas, segurando Claire no colo e correu para o jardim com Kim.
– Estou repensando se é seguro deixá-las cuidando da Claire!
– Acho que ela ainda é pequena pra entender o que realmente elas conversam, alem disso ela deve repetir tudo o que ouve! – digo dando de ombros.
– Tem razão, elas não vão querer desperdiçar o plano de sedução! – disse gargalhando e me abraçando. – e você, noiva.
– Não me lembre, meu coração falha só em lembrar disso. Principalmente com esse exagero – digo mostrando o anel.
– Ele quer mesmo deixar claro que você é dele!
– Eu posso ter a mão arrancada por isso.
– Acho que não, com um diamante desse tamanho, provavelmente vão imaginar que seja noiva de um contrabandista, um mafioso. Fica tranquila – brincou sorrindo zombeteira.
– Não teve graça.
– Teve sim, você só não quer assumir. Pelo que ouço, nunca imaginei ver um vampiro apaixonado, ele te ama com devoção. Não foi preciso um imprinting para se reconhecerem!
– As vezes penso sobre isso, é tanto amor, um sentimento tão forte que parece errado. Como se este mundo fosse pequeno para ele.
– Então Bella, já começou a preparar o casamento? – Kim entrou correndo atrás de Claire que pulou no colo de Emily.
– Ainda não, não conversamos sobre a data. Apenas que vamos nos casar, acredito que depois da batalha – digo olhando para Claire que parecia alheia a nossa conversa.
– Eu me sinto abandonada pelo Jared, eles não param de treinar. Principalmente os mais novos para ficarem na tribo na hora da luta.
– Como assim?
– Vocês não sabiam? – Kim sussurrou envergonhada como se cometesse uma falta grave.
– Não se preocupe Bella. São só alguns rapazes se transformando por causa dos vampiros com os Cullens.
– Estão me escondendo algo?
– Não. – responderam em uni som.
Sabia que delas não conseguiria mais nenhum detalhe, eu não posso aceitar que os lobos se ponham em perigo. Aceitar que Edward e os outros sejam expostos é compreensivo, eles são vampiros que acabaram nessa batalha por minha culpa. Uma humana idiota que não pode se quer ser transformada para não trazer mais problemas do que o normal, que já é muito. Agora colocar os lobos nisso? Não.
Não há necessidade, preciso pensar em uma boa desculpa para impedi-los, uma que não possa ser rebatida.

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