sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A SÉRIE ESTILHAÇA-ME E A MARAVILHOSA TAHEREH MAFI





Olá, pessoas!

Antes de qualquer coisa, como este é o primeiro post de 2015, acho que convém começar com votos de estantes cheias, e-readers lindos e funcionais entrando em promoção e muito tempo para ler. E que tudo o mais que vocês desejam possa ao menos começar a se encaminhar.
E ano novo para muitos de nós significa mais doze meses para ler, não é verdade? O que deveria significar mais resenhas. Pensando assim, achei que nada seria mais justo do que começar 2015 com o meu preferido de 2014: o lindo, gostoso e cheiroso (admitam, vocês não estranharam esse adjetivo, porque eu sei que todo mundo aqui cheira livro) Incendeia-me.
E antes que vocês imaginem que se trata de um livro hot, deixem-me informá-los que, apesar do nome sugestivo, não é o caso. Tem até uns momentos mais intensos, mas não é nada para deixar alguém constrangido. É só lembrar daquela coisa que eu ensinei para vocês outro dia: controle remoto. Basta pular a cena em questão e pronto. O resto do livro vale muito a pena para quase todas as idades.
Entretanto, Incendeia-me não é um livro independente, mas, sim, o volume que encerra uma série que acredito que pode agradar vários tipos de leitores. São três livros narrados pela protagonista e, entre eles, dois contos narrados pelos "rolos" dela.

Infelizmente, os contos só foram lançados aqui em forma de e-book, mas, em compensação, a editora Nova Conceito disponibilizou ambos gratuitamente, é só procurar. Além disso, se alguém quiser ignorá-los e se ater apenas à trilogia-base, não vai ficar perdido (a). A linda da autora se certificou de que, mais cedo ou mais tarde, o leitor ficasse sabendo do essencial de cada um pelo ponto de vista da Juliette. Só que não sei vocês, mas eu gosto de ter uma noção mais ampla das coisas, por isso recomendo altamente a leitura da série toda. Mas, tá, agora que vocês já sabem desses detalhes, vamos começar do começo.

1- ESTILHAÇA-ME


Eis um livro com nome impactante. E não é só o nome. A mistura de premissa de HQ com uma linguagem extremamente poética (e por vezes até onírica) torna a leitura inusitada e atraente para diferentes públicos. A verdade é que não há nada como uma boa e velha história de amor, mas não dá para achar ruim quando uma autora que realmente sabe o que está fazendo encontra uma forma diferente de contá-la.
Logo no início, somos jogados na cela úmida, pequena e escura onde Juliette Ferrars, a protagonista-narradora, está presa. Ela é considerada altamente perigosa, porque um simples toque seu pode matar. Sinto cheiro de X-Men no ar.
Abandonada e rejeitada pelos próprios pais e pela sociedade em geral, Juliette está presa há 264 dias e sua única companhia é um caderno velho que lhe serve como uma espécie de diário, e cujo espaço já está acabando. É fácil perceber em sua linguagem que a coitada da garota está ficando louca, se afundando em pensamentos simultâneos e ambíguos (algo salientado pelo uso deste recurso aqui, ó, que pelo que eu saiba era inédito em livros até então), quando sua solidão é quebrada pela chegada de um lindo e tatuado companheiro de cela.
Juliette não sabe qual foi o crime que Adam Kent cometeu, ou por que o colocaram ali, onde pode ser morto por um simples esbarrar de dedos, e está apavorada com a felicidade que sente com a presença dele, apesar de todo o resto.
Um dia, sem mais nem menos, ambos são libertados e levados para uma das subdivisões do novo governo, o Setor 45. Eu ainda não contei que essa é outra distopia, portanto, o país quase destruído é agora comandado com mão de ferro por um governo chamado Restabelecimento, e seu Comandante Supremo é uma cara mau. Simples assim. Ele é mau como o capeta arriado pelo rabo. O Setor 45, por sua vez, é chefiado pela cria loura e linda do capeta em questão, o meu personagem ambíguo preferido da vez, Warner, e ele quer usar Juliette como sua arma particular. Adam, no entanto, pode atrapalhar seus planos.

1,5 - DESTRUA-ME

Narrado pelo ponto de vista de Warner, permite entender um pouco de sua personalidade, rever eventos sobre os quais Juliette teve uma impressão equivocada e ler, na companhia dele, um pouco do estranho diário dela.

2 - LIBERTA-ME

Depois de fugirem do Setor 45, Juliette, Adam e o irmãozinho dele, James, encontram refúgio em um lugar chamado Ponto Ômega. Lá, um cara com enormes poderes de telecinese, chamado Professor Xavier Castle, tenta ensinar outros mutantes jovens como Juliette a lidarem com seus poderes. Castle tem o sonho de derrubar o cruel Restabelecimento e unir os sobreviventes, humanos e mutantes, na construção de um mundo melhor. E tudo isso o mais pacificamente possível, porque ele é muito bonzinho. E, não, ele não é mesmo o Professor Xavier. Eu acho.
A melhor coisa desse livro é Kenji, um personagem que já tinha aparecido no primeiro, mas que aqui começa a ganhar o destaque que merece. A outra melhor coisa (porque eu não decidi do que gosto mais) é o triângulo amoroso de Juliette, Adam e Warner ganhando força e complexidade.
Mas, Maira, um triângulo amoroso com o vilão? (Ah, até parece que você não viu essa chegando, né?) Acontece que, até o final da série, Juliette (e muitos leitores) vão aprender uma coisinha ou outra sobre as noções maniqueístas de heróis e vilões. E, gente, fala sério. Narizes treinados sabem que Warner emana o viril e inconfundível odor de boy magia por todos os poros. Não tem nem como. Ele ser "mau" só torna tudo ainda melhor.

2,5 - FRAGMENTA-ME

Narrado por Adam, temos pela primeira vez a oportunidade de enxergá-lo não como o salvador maravilhoso e forte que Juliette vê, mas como o garoto arruinado por um pai ausente e cruel, que se vê obrigado a ser a figura paterna do irmão e o ponto de equilíbrio de uma namorada com a sanidade frágil.

3 - INCENDEIA-ME

Juliette escapou da morte. Por. Muito. Pouco. O encontro com o "supremo" resultou em uma tentativa de assassinato que ele, felizmente, acredita que foi bem-sucedida. Mas agora ela precisa ficar outra vez escondida no Setor 45, e a única pessoa em quem ela pode confiar é alguém cujas ações ela simplesmente não consegue compreender ou perdoar. Warner. Claro.
Assim que acorda e percebe que sobreviveu, no entanto, ela recebe a trágica notícia de que o mesmo não vale para todos seus amigos. A resistência parece ter sido varrida da face da Terra e ela acredita, óbvio que erroneamente, que Adam está morto. Ao invés de desmoronar e ficar cheia de mimimis como a boa e velha Juliette faria, porém, ela vai finalmente se erguer ao desafio e se tornar, por dentro, tão forte quanto por fora. Até a linguagem do livro é diferente. A narração é mais direta, os diálogos menos hesitantes e os personagens se fortalecem na tragédia. É muito interessante ver onde a evolução deles culmina e como Juliette passa a se conhecer bem e a merecer o título de protagonista.
Muitos podem estranhar o comportamento de Adam neste livro, e aqui torna-se útil a leitura de Fragmenta-me, mas é preciso lembrar que Juliette mudou. O resultado dessa mudança é que todos, inclusive Adam, passam a ser mostrados a nós com olhos mais realistas.
Obviamente não vou dizer qual foi o fim disso tudo, mas garanto que gostei. A Tahereh escreve muito bem, sua linguagem é bonita e bem lapidada, seus personagens são bem construídos e o enredo bem trabalhado. Para mim, o único defeito dessa série é ter acabado. Pronto. Falei.
Obrigada para quem leu até aqui e espero ter ganhado novos integrantes para a Mafi Máfia. Felizes leituras.
Porque eu não pude resistir ao eterno debate.
#AlwaysTeamMalvadões

Fonte: http://mairazp.blogspot.com.br/

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