sábado, 28 de novembro de 2015

ELS - Cap 34

Capítulo 34 — Acompanhada

Hold on to me as we go
As we roll down this unfamiliar road
And although this wave is stringing us along
Just know you're not alone
Cause I'm gonna make this place your home

Settle down, it'll all be clear
Don't pay no mind to the demons
They fill you with fear
The trouble it might drag you down
If you get lost, you can always be found

Just know you're not alone

(Home - Phillip Phillips)

         Marina se diverte com a saída tempestuosa de Paty, dá para perceber, porque Caio não é muito bom em disfarçar seu constrangimento e acaba soltando trechos da verdade quando ela pergunta o que aconteceu. No entanto, ela não insiste nos detalhes, com certeza pretende me perguntar depois.
         Ficamos jogando conversa fora por um tempinho, com a ajuda dos assuntos que a televisão do quarto nos fornece, mas logo o horário de visitas termina e sinto que chegou a hora de ir. Minha presença ali já não soa tão natural agora que nosso garoto está alerta o suficiente para fazer perguntas e posso perceber que Marina precisa tirar um cochilo. A enfermeira acabou de vir aplicar um medicamento e Caio já está ficando com as pálpebras pesadas de novo. Quando não houver mais a necessidade de manter tópicos banais de conversa, eles dois vão, provavelmente, cair no sono tão rápido quanto as luzes de um cômodo se apagando ao desligar o interruptor. Espero que eles descansem, apesar do entra e sai necessário de enfermeiros, e a melhor forma de ajudar nisso é deixá-los em paz.
Depois de me certificar de que eles não precisam de nada, faço Marina prometer que não dirigirá se estiver cansada demais e me despeço, pensando que a mim também cairia bem um descanso. Então me lembro do quanto estive ansiosa por ver Alberto e a saudade fala mais alto. Posso descansar depois de vê-lo. Não sou muito de café, mas hoje, graças à necessidade de ficar acordada apesar das poucas horas de sono, tomei o bastante para me manter desperta por um bom tempo ainda.
Ligo para ele antes de dar a partida no carro e minha ansiedade quando ele me explica o caminho do hotel é tanta que quase me perco quando dirijo até lá. Apesar disso, chego em poucos minutos, e sou só uma animação irritante embalada a saudade e cafeína quando pulo em seu pescoço assim que ele abre a porta do quarto em que está.
— Beto!
— Olá, Estrela Clara.
Ele me abraça apertado e estou tão feliz por vê-lo que demoro uns segundos para notar:
— O que... O que está diferente?
Alberto suspira. Somos suficientemente parecidos para eu saber que ele ensaiou o que dizer, mas neste momento está descartando todos os preâmbulos e escolhendo a melhor forma de ir direto ao ponto, porque não consegue fazer diferente comigo. Não quando nos conhecemos tão bem.
— O nome dela é Júlia — diz finalmente. E embora eu já comece a adivinhar o que ele tem a dizer, preciso de um tempo para digerir a ideia, então decido protelar o impacto só por uns segundos.
— Oi? — pergunto como se ele tivesse falado grego. Só para poder decidir se estou feliz ou em pânico.
— Entre. Vou te explicar tudo.
Ele me cede passagem e eu entro, sentando-me na cama sem pedir licença, sabendo que ele vai se sentar ao meu lado, apoiar-se na cabeceira e me acomodar em seu peito exatamente como sempre fazemos para matar a saudade. Observo-o chutar os chinelos para longe e sorrir quando me lembro de fazer o mesmo com os tênis que estou usando. Estudo-o enquanto ele também me observa com o mesmo cuidado de sempre e me estende a mão, fazendo todos os gestos de sempre, na mesma ordem de sempre. Se eu não o conhecesse não notaria nada. Em essência, ele parece exatamente a mesma pessoa. Exceto por aquilo que só eu poderia reconhecer.
— Você renunciou.
— Sim — ele diz simplesmente. E então eu vejo, não preciso de palavras ou respostas, não preciso de perguntas. Ele está feliz.
— Faz alguns meses, mas eu não consegui dizer por telefone. Tive que ver você.
— Mas por quê? Eu nunca te censuraria, nunca...
— Eu sei. Eu só queria que você visse por si mesma, porque as palavras não pareciam boas o suficiente para explicar.
— Foi muito difícil?
A maioria das pessoas passa a vida procurando por Deus, incapazes às vezes de perceber que ele está dentro delas mesmas, em cada célula de seu corpo, em cada coisa nova que aprendem, em cada vez que tocam o mundo e ele as toca de volta. Mas nós sabemos. Nós escutamos. Temos a possibilidade de “trapacear” com essa espécie de conhecimento prévio de Suas vontades que nos é concedido. E é inebriante. Para nós, vale todos os sacrifícios que demanda. Renunciar a isso deve ser um pouco como abrir mão de si mesmo.
— Foi a decisão mais difícil que já tomei — ele responde. — E também a que me pareceu mais certa. Eu quero ter um filho, quero poder envelhecer e descansar ao lado da Júlia.
Penso em Eric. E em todas as vezes em que achei que devia ter renunciado ao Chamado para cuidar de Marina e Caio. Em todas as vezes que me arrependi por não ter conseguido abdicar da missão que eu amava. Não passo muito tempo pensando nisso geralmente, porque sei que tomei a decisão certa daquela vez. E porque também sei que, mesmo agora, ainda não estou pronta. Mas não posso evitar uma pontada de tristeza pelas coisas de que tenho aberto mão.
Um filho. Mais de um até.
Eu também gostaria disso.
— Como ela é? — pergunto em vez de continuar pensando em mim mesma. — Me conte sobre a Júlia.
Ainda o estou estudando freneticamente, procurando algum sinal de engano ou de que, talvez, haja algum arrependimento. Mas quando digo o nome dela, o sorriso que ele abre ilumina o mundo e de repente todos os meus receios desaparecem. Estou tão feliz por ele que olhar o brilho em seus olhos mal me deixa pensar, então aceito o colo que ele me ofereceu e me estendo ao seu lado na cama, apoiando a cabeça em seu peito para ouvir sobre a namorada do meu irmão.
— Ela é... perfeita.
Rio. É claro que ela é perfeita. Ele a ama.
— É cabeça dura e inteligente — ele continua. — Debochada às vezes, o que me faz sentir engraçado, porque eu gosto, mas ainda sou um cara de cem anos.
— Cento e dois — corrijo, provocando-o.
— Certo, certo. Cento e dois. — Ele estreita os olhos para mim, abrindo um sorriso logo em seguida. — Ela não tem vergonha de nada e sempre diz o que pensa. Quando nos conhecemos ela não gostou de mim, acredita?
— Impossível!
— Bom, na verdade, ela diz que me tratou mal porque gostou — ele se corrige, rindo da cena em sua memória.
Perco a noção do tempo ouvindo-o falar sobre ela e sobre a maneira como quase precisou expulsá-la do local de um acidente na primeira vez que a viu. Era um desmoronamento de um prédio e Júlia — que é repórter — estava obcecada por colher todas as informações que pudessem ajudar as vítimas em um processo contra a empreiteira. O problema é que as ruínas ainda ofereciam perigo de mais desmoronamentos e Beto temia que ela pudesse se enfiar em local proibido e acabasse se machucando. Eles tiveram uma tremenda troca de farpas até ela finalmente ceder e se afastar.
Já gosto dela.
— Ela sabe? — pergunto. E não preciso ser mais específica sobre o que estou falando.
— Eu tive que contar.
— Como assim, “teve que contar”? Você não pretendia desde o início?
— Você pretende contar a Eric?
Touché!
Não faço nada além de me afastar para poder lhe lançar meu melhor olhar de isso-foi-golpe-baixo. Tento pensar em algo irritante para dizer, mas a verdade é que ele tem razão em me devolver a pergunta. O complicado de se estar com alguém que te conhece bem é que as palavras de um para o outro atingem todos os botões certos, sem necessidade de doses de ironia extra.
— Eu vou contar. Mas é tudo muito recente, não sei como dizer algo assim a ele.
— O mesmo aconteceu comigo. Não que eu pretendesse omitir isso para sempre. É só que... Era tão tentador deixar tudo como estava e agir como se minha vida tivesse começado quando a conheci.
— Não é? — Suspiro. — O que fez você mudar de ideia?
— Eu precisei, não estava brincando quando disse que tive que contar. Senti necessidade de que ela me conhecesse, que soubesse quem eu sou. Não me pareceria verdadeiro se não fosse assim. Até contar a ela, parecia que eu estava me dando pela metade quando, na realidade, era o contrário. Eu estava dando tudo o que podia a ela, exceto por essa parte. Então não pude mais mantê-la de fora.
Mais uma vez, não consigo evitar pensar em Eric. Mas não apenas em como eu gostaria que, dentre todas as pessoas, fosse ele a me conhecer por completo. O anseio por integridade é mesmo pungente. E por isso mesmo, o que me perturba de verdade são os receios dele. Em vez de querer que eu o conheça, ele tem vergonha e medo de que isso aconteça.
— Como a Júlia reagiu? — Tento voltar o foco para Beto, mas sei que ele percebeu que algo me incomoda.
— Ela ficou confusa. Achou que eu estava brincando. Mas, na verdade, acreditou desde o começo. Ela sabia que eu não ia mentir para ela. Depois quis saber de tudo, de cada detalhe. E me disse que me amava inexplicavelmente mais do que achava que seria capaz um momento antes. — Ele sorri com a lembrança das palavras de Júlia e eu tento imaginar outra voz dizendo isso. Sorrio também, mas deve parecer o gesto ambíguo que de fato é, porque Beto segura meu rosto e me olha nos olhos. — Com ele vai ser a mesma coisa, Clara. Se você o ama é porque ele é especial. O amor também é um desígnio de Deus e nós temos o privilégio de não nos confundir quanto a isso.
— Você não teve medo? Eu sei que nosso amor... esse tipo de amor é reservado apenas para as pessoas certas, mas... Podemos nos enganar. Somos humanos, afinal.
Beto balança a cabeça. Para qualquer pessoa seria perfeitamente admissível se enganar, experimentar, confundir as coisas, mas conosco nunca é assim. Temos muitos fardos, mas também alguns privilégios.
— Você sabe com seu corpo e com sua alma, não sabe? Soube desde que o viu.
Sim.
Eric é como uma espécie de déjà vu para mim, é como ler o fim do livro antes mesmo que ele seja escrito. E meu corpo... Quando ele me toca é como se soubéssemos, como se eu sempre tivesse existido à espera da pele dele.
Perfeito demais para ser verdade. Perfeito demais para não temer. Embora eu queira mandar o medo às favas e confiar no que sinto. Confiar nele, mesmo que não saiba nada a seu respeito.
— Eu cheguei a achar que estava apaixonada pelo Caio... — lembro, porque quero acreditar que não nos enganamos quanto a esse desígnio também, mas sentimentos humanos são confusos às vezes.
— Isso é porque seu coração o reconheceu. E pelo mesmo motivo ele acha que está apaixonado, porque sabe que encontrou algo, mas não entende ainda o quê. Vocês dois têm um laço como o que temos você e eu, mas há ainda mais coisas envolvidas. Tem o passado que pesa para você.
— Às vezes eu penso que enfiei os pés pelas mãos construindo esse passado. Acho que interferi no destino deles quando resolvi ficar com ela. Mas eu simplesmente não consegui ir embora, não senti que minha missão estava completa até ser tarde demais para ignorar o laço entre nós.
— Talvez você tenha se permitido confundir as coisas e sua missão fosse apenas acudir Marina naquela noite, reconciliá-la com a mãe no dia seguinte e ir embora até que ela e Caio precisassem de você de novo. Mas eu não acho que era isso, não consigo. Acho que você fez o que sentiu que era certo porque não podia ter sido diferente e, ao menos daquela vez, sua missão era mesmo ficar. E quem sabe não se trate do quanto você interferiu no destino deles, mas sim do quanto eles interferiram no seu. Talvez eles estivessem destinados a fazer parte de sua vida por mais tempo. Talvez isso seja sobre você.
Eu costumava achar impossível que alguém sempre soubesse o que dizer, mas Beto acabou com essa crença. Ele simplesmente sabe como acalmar meu coração, mas mais do que isso, ele me faz olhar para mim mesma com a humildade necessária para sonhar.
— Você acha mesmo? Acha que não é egoísmo meu querer que eles sejam minha família de novo, independente do destino que Caio escolher?
— Acho que se ele escolher permanecer humano, ainda assim vai precisar de você na vida dele. Acredito nisso, porque, francamente, eu não teria deixado você e sua mãe saírem da minha vida depois que as conheci. Sempre daria um jeito de voltar para vocês. No final, nós temos um ao outro acima de tudo e vocês sempre foram minha casa. Laços assim não se rompem. Dizem por aí que o nome disso é família — diz com seu jeito suave e brincalhão de sempre, então segura meu nariz entre os nós dos dedos até me obrigar a fazer força para me livrar e poder rir junto com ele.
Família. Meus pais. Alberto. Marina e Caio... Aqueles que a vida me deu e que Deus escolheu para mim. Não há como não lhe dar razão.
— Eu amo você, Beto. Já disse isso?
— Hoje ainda não. — Ele solta outra risada. — Mas eu sei.
Sim, ele sabe. E o conforto que há nisso é indescritível.
— Vou contar a verdade a ele. Ao Caio — disparo. — Não consigo mais esperar a melhor hora, nem sei se algo assim existe. Só sei que preciso que ele saiba o que significa para mim. Essa madrugada, quando Marina me ligou... Eu pensei que ia perdê-lo, Beto.
Com seu jeito protetor tão característico, meu mentor, meu irmão querido, segura meu rosto com uma das mãos e me puxa para si, como se me protegesse do mundo. Encostada em seu peito, sentindo seu amor, eu quase acredito que ele pode.
— Se você não estivesse ali naquela rua vazia, se não tivesse ouvido o Chamado a tempo de socorrê-lo, talvez o pior tivesse acontecido.
— Quanto a isso — ele fala cuidadosamente —, tem algo de que precisamos falar.
— O quê?
— Eu não... Bem, eu pensei que você ia deduzir sozinha agora que sabe que eu não sou mais como você...
Olho para ele espantada e observo suas sobrancelhas erguidas, esperando que eu perceba alguma coisa que parece muito óbvia, mas com a qual eu ainda não atinei. Até que finalmente eu ouço o “clique”.
— Você não deveria ter ouvido o Chamado — constato.
Alberto apenas balança a cabeça e ficamos mudos, pensando juntos numa explicação minimamente plausível.
— Talvez seja uma questão de linhagem — arrisco. — Nós já conversamos sobre isso outras vezes e acho que é mais do que uma teoria. Você sabe que eu sempre senti uma conexão grande com Sebastião, mesmo depois que ele voltou a ser humano, e a de vocês nunca se esgotou. Talvez Caio esteja ligado a você através de mim.
Sebastião era o mentor de Alberto. Há trinta anos, ele tinha renunciado ao Chamado e passado a viver como médico, marido e pai devotado, mas ainda parecia sentir quando Beto e eu estávamos tendo dificuldades de alguma ordem. Ele sempre nos telefonava ou escrevia, e essas comunicações pareciam coincidir com os momentos em que mais sentíamos a falta dele. De certa forma, me adaptei à ideia de que ele era uma espécie de avô torto para mim, embora sua aparência atual fosse de alguém com idade no máximo para ser meu pai.
— Falei com Sebastião hoje e ele pensa como você — diz Alberto. — Ele acha que o fato de minha renúncia ser recente também pode ter mantido nossa conexão forte. E coincidentemente ou não, eu estava muito perto do Caio, enquanto você estava do outro lado da cidade. Isso também é uma explicação. Mas, além disso, tem outras coisas... A rua não era tão deserta assim, outras pessoas podiam ter passado e chamado socorro a tempo, então talvez eu não estivesse ali necessariamente para ligar para a emergência, mas quem sabe...
A frase para pela metade e as palavras ficam dançando no ar à espera de que alguém as pegue, e é isso que quero fazer, porém não sei por onde puxá-las. Beto sabe que eu detesto quando ele faz isso, e eu sei que ele só faz quando não consegue evitar, então espero que ele encontre seu tempo para retomar o que quer que tenha a me dizer.
— Não quero me precipitar — ele diz finalmente —, mas acho que eu precisava estar ali e ver o que aconteceu. Ou pelo menos um de nós precisava.
Não gosto da expressão no rosto dele quando diz isso. Combinada com seus preâmbulos, faz parecer que ele está escolhendo muito as palavras e isso não é bom. Há uma certa inquietude em suas maneiras, no jeito como ele está cercando o assunto de declarações ambíguas desde que nos falamos hoje de manhã. Isso significa que sua mente está trabalhando em alguma coisa que ele acha importante dizer, mas contra a qual não quer me alarmar antes da hora. Já estou alarmada, porém. A calma quase imperturbável de Beto é desafiada por poucas coisas nesta vida, por isso seja lá o que for que o incomoda, certamente vai ser difícil de ouvir.
— Eu não entendo. Se você não pôde impedir o acidente e nem ver quem dirigia a moto, por que seria tão importante ver o que aconteceu?
— Porque eu não acho que tenha sido acidente — ele diz, depois de respirar fundo. — A pessoa que atropelou o Caio parecia querer fazer isso.
O ar me foge por um momento. Na verdade, acho que tudo em mim fica momentaneamente suspenso enquanto tento processar as palavras que ouvi. Beto não diria uma coisa dessas se não estivesse praticamente certo do que viu, mas mesmo assim não faz sentido. Caio não tem inimigos, mal consigo conceber a ideia disso. Para além do potencial que existe nele, ele é um anjo de fato, no sentido cotidiano da palavra. O tipo de pessoa com conduta irrepreensível. Quem poderia querer machucar um...
De repente uma noção bizarra se forma em minha mente. Algo tão inédito para mim que quase cheguei a achar que não era real.
— Foi um deles! — arquejo, pondo a mão sobre a boca como se fosse pecado formular a ideia.
— Eu acho que sim. E não pretendo sair de perto de vocês enquanto não esclarecermos isso.
Inimigos naturais. Nós poderíamos chamá-los assim se os considerássemos dessa maneira, mas para nós são apenas almas perdidas. Infelizmente, para eles isto é uma guerra. E nós somos os adversários. Como nos recusamos a esse papel, simplesmente ficamos longe sempre que possível, quando já é tarde demais para salvá-los. E pelo resto do tempo, a Providência Divina nos protege deles. Normalmente.
— Estamos juntos nessa, Estrela Clara. Seja o que for, vamos enfrentar juntos. Estou aqui agora — Beto me consola.
— E quanto ao seu trabalho? E a Júlia?
— Estou de férias e a Júlia quer mesmo te conhecer quando tiver uma folga. Daremos um jeito nisso. Só preciso saber que você está em segurança. E Caio também. Acho que tenho um neto agora, ao que parece. Preciso cuidar da minha família.
Rimos juntos, apesar da tensão que paira no ar. Sei que não há motivo para pânico. Apesar do que aconteceu com Caio, nossos instintos costumam ser suficientes para nos manter em segurança, e talvez quem fez isso já esteja longe. Eles não costumam ficar muito tempo por perto, nossa presença os perturba de formas particulares que mal consigo entender, mas que são a defesa extra que o Criador nos proporcionou. Beto só precisa ficar tempo suficiente para se certificar disso.
Mesmo assim, estou muito feliz que ele esteja aqui.
— Que bom que você está em casa, Beto — digo, abraçando-o forte.
— Sempre que você precisar, irmãzinha — ele responde quando retribui meu aperto.

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